Evidentemente que surgem com a efetivação da
dinastia de Herodes, o Grande, que reinou de 4 a.C. a 39 d.C., o mesmo que
ordenou a morte das crianças de dois anos para baixo, no esforço de eliminar
Jesus.
Era um grupo judaico mais político do que religioso,
porém cultivavam muitas afinidades com os Saduceus, divergindo deles em apenas
alguns poucos pontos políticos; mas eram inimigos declarados do Zelotes, pois
estes apregoavam abertamente uma rebelião contra o Império Romano e não
suportavam a dinastia Herodiana. Eram também inimigos dos Fariseus, pois
desejavam estabelecer um Herodes no trono, enquanto que os Fariseus aguardavam
um descendente de Davi. Mas isso não impediu que em três ocasiões diferentes
estes dois grupos antagônicos se unissem para matar Jesus.
Apoiavam integralmente a dinastia Herodiana;
assimilaram totalmente a cultura helenista; aceitavam passivamente o domínio
romano; provavelmente eram ricos e tinham grande influência política [estariam muito à vontade no seio
evangélico brasileiro]. Diversos historiadores cristãos como
Jerônimo, Tertuliano, Epifânio, Crisóstomo e Teófilo registram que os
Herodianos desejavam fazer de Herodes um Messias, mas o defendiam por causa de
seus próprios interesses econômicos-sociais, pois recebiam privilégios e
regalias concedidas pelo governo de Herodes [os partidos políticos
brasileiros].
Alguns comentaristas dizem que eles
cultivavam uma expectativa de que através do fortalecimento do governo de
Herodes, eles conseguiriam alcançar uma autonomia em relação ao poder do
Império Romano, pois mantinham acesa a chama nacionalista judaica.
Eles eram também os olhos e ouvidos do
governo romano, relatando todo e qualquer movimento que pudesse ser considerado
revoltoso. Um dos movimentos de maior poder explosivo era sem dúvida os de
características messiânicas. Desta forma, na medida que o ministério de Jesus
vai alcançando projeção cada vez maior e mais intenso na Palestina, entra no
radar dos Herodianos.
A primeira vez que eles são mencionados nos
evangelhos, estão tramando a morte de Jesus (Mc 3.16), ainda no início do seu
ministério. São eles que levantam a questão a quem se devia pagar os tributos
(Mt 22.15-16; Mc 12.13-14). Ao final eles faram parte do conclave, aliando-se a
seus inimigos naturais, para alcançarem seu objetivo maior de matar Jesus.
Jesus alerta seus discípulos sobre os
Herodianos (Mc 8.15). Este tipo de pessoas e grupos interesseiros sempre
proliferam ao redor dos poderosos. As convicções religiosas sempre estarão
subordinadas aos interesses de seus mesquinhos e corruptos corações. Os
Herodianos são o representativo de todos aqueles que optam por abrirem mão de
seus princípios éticos e religiosos, daqueles que trocam suas convicções e princípios pelos benefícios imediatistas
dos governantes e dos ricos. O status de poder e as ambições pessoais sempre
serão colocadas em primeiro lugar.
Me. IPG
Nenhum comentário:
Postar um comentário