segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Natividade : O Nome de Jesus - Deus Forte (Isaías 9.6)


“Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)

                   Na época do Primeiro Testamento o nome de uma pessoa estava relacionado com sua história (familiar) e com seu caráter. Em alguns casos o nome do personagem é mudado por Deus, como por exemplo, Abrão que passou a ser chamado de Abraão e depois seu neto Jacó que passou a ser chamado de Israel. Em ambos esses casos a razão foi uma guinada na vida (história) pessoal dessas pessoas e para ficar evidente para eles que era Deus quem estava conduzindo os acontecimentos históricos Deus mesmo muda seus nomes para expressassem essas mudanças.
                   Nessa série de artigos estamos estudando o Nome do maior personagem das Escrituras inteira – o nome de Jesus. O profeta Isaías 700 anos antes do nascimento de Jesus utiliza-se de um menino que esta por nascer e profeticamente projeta nessa criança de seus dias ou próximo de seus dias o nascimento de um menino distinto de todos os outros bilhões que havia ou haveriam de nascer nesse mundo – “e o seu nome será” – e em vez de apenas declarar que o nome da criança seria Jesus o profeta opta por revelar algumas das características do caráter e da história dessa criança – “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz”. Desta forma o profeta expressa a plenitude do caráter salvífico do reinado que será estabelecido através dessa criança, bem como é a expressão final da verdade de que ele nascerá para estar conosco (Emanuel), não para nossa destruição, mas para nossa redenção.
                   Uma das coisas lindas do natal é que ela nos força a pensar nessa criança que ao nascer mudou radicalmente a História humana em antes (a.C.) e depois (d.C.). Evidentemente que a grande maioria das pessoas rejeita isso e outras tantas ignoram completamente esse fato. Mas o nascimento de Jesus foi e continua sendo um fato Histórico no calendário humano. E o seu nome será – Deus Forte.
                   Sempre houve e continuara havendo aqueles que têm dificuldade em crer na divindade de Jesus de maneira que não se deve estranhar o fato de que muitos comentaristas descartam a expressão “Deus (El - אֵל)[1] Poderoso (gibb'ôr גִּבּויר)” como uma referência à deidade desse menino, substituindo pelo substantivoherói” em lugar do adjetivopoderoso”. Mas não há qualquer razão gramatical para que se faça tal mudança, pois em todas as demais referências bíblicas em que aparece essa expressão hebraica sempre se refere a Deus e seu poder (10.21; cf. também Dt 10.17; Jr 32.18). Isaías quando faz referência a Deus (El) sempre o faz no sentido absoluto; nunca na forma hiperbólica ou metafórica. Desta forma esse menino/rei terá sobre si o genuíno poder de Deus, poder tão imenso que é capaz de vencer o mal em toda sua plenitude (um dos atributos do Messias) – como de fato o fará na cruz do calvário quando suportará sobre si todo o nosso pecado (53.2-10; 59.15-20; 63.1-9).
                   Para aqueles que insistem de que o profeta esta se referindo exclusivamente a um menino/rei humano que haveria de governar apenas e tão somente a nação de Israel/Judá[2] é preciso lembrar que o profeta esta acercado de reis divinizados (Egito), portanto o profeta esta ciente de que esse menino/rei é totalmente distinto destes e de quaisquer outros reis terrenos – assim como o salmista já tinha se referido ao Rei/Messias (Sl 45.6) como divino Isaías também endossa o fato de que essa criança é o Deus poderoso e cujo reino se estenderá muito além das fronteiras Israel/Judá alcançando o mundo inteiro. Muitas vezes, quando o profeta faz referência à vinda do Messias, ele não faz distinção entre a primeira e segunda vinda de Jesus Cristo, mas é como se o profeta visse apenas um único evento – ainda que para nós hoje sejam dois eventos distintos. O profeta vê pelo prisma da onisciência de Deus, enquanto nós apenas podemos ver o presente e o passado.
                   Esta foi a grande dificuldade dos judeus em relação a Jesus como sendo o Messias. Eles esperavam apenas um Messias terreno que haveria de livra-los do domínio romano e restaurasse a glória antiga de Israel/Judá – eles não conseguiram discernir nada nas profecias messiânicas que falassem de duas vindas. A literatura cristã haverá de perceber esta distinção entre a primeira vinda e a segunda vinda. Para os cristãos Isaías 9.6-7 faz clara referência às duas vindas do Messias. O menino que nasce é Jesus nascido de Maria e assumindo a plenitude da nossa humanidade, sem a qual Ele não poderia ser legitimamente nosso representante; mas quando o profeta se refere ao reinado dessa criança somos arremessados para o futuro eminente quando Jesus retornará em poder e glória para reinar para sempre com seu povo.
                   É preciso lembrar que o profeta Isaías está falando ao povo de Israel/Judá de seus dias e não à Igreja que ainda virá a existir. Os ouvintes primários de Isaías são os judeus e israelitas de sua época até o nascimento de Jesus e nós cristãos somos os ouvintes secundários dessa profecia. Para o apóstolo Paulo e demais cristãos do primeiro século não havia dúvidas sobre quem era Jesus “declarado ser o Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4). Para os cristãos a primeira vinda se cumpre na morte, ressurreição e ascensão de Jesus e agora aguardamos seu retorno glorioso e definitivo. Os judeus até hoje aguardam a primeira vinda do Messias e se recusam a reconhecer Jesus Cristo como o Messias que já veio e voltará – está inclusive era a razão pelas quais os judeus queria apedrejar Jesus "por blasfêmia porque, sendo um homem, ele se fez Deus".
                   O natal também é oportuno para descansarmos nossa fé e esperança em Jesus Cristo que é o “Deus Forte”. O contexto em que o profeta Isaías pronuncia essas palavras referentes ao menino/rei é de total desalento para os israelita/judeus, inimigos poderosos estão vindo sobre eles, em breve o reino do Norte (Israel) cairá para não mais ser restaurado e não muito tempo depois o reino do Sul (Judá) também será destruído, mas posteriormente restaurado. Muita dor, sofrimento e morte o profeta e seus contemporâneos haverão de experimentar em suas vidas. O que lhes pode trazer esperança? Então o profeta irrompe com sua mensagem: “Um menino vos será dado e seu nome é... Deus Forte”. Quando estivermos acercados por toda sorte de males deste mundo; quando estivermos a sofrer a dor mais aguda; quando olharmos ao nosso derredor e virmos apenas a miséria e o mal dominando (sombra da morte) LEMBREMO-NOS desta precisa mensagem natalina de Isaías - “Um menino vos será dado e seu nome é... Deus Forte”, Jesus governará o mundo com autoridade suprema, pois todas as demais autoridades são derivadas Dele e serão submissas a Ele (todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é Senhor). Ele é o Deus forte, o Todo poderoso, o Eterno, o Leão da Tribo de Judá, Aquele que abrirá o Livro da Vida e que julgará os vivos e os mortos – esse é o nosso Jesus Cristo – esse é o significado do Natal bíblico!

Muito mais do que um bebê na manjedoura
O natal cristão bíblico celebra
Aquele que era e que é e que há de vir
Jesus Cristo
O Deus Forte


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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[1] É significativo que Isaías não utiliza “Elohim” para “Deus”, que pode ser usada em um sentido inferior para aqueles que são representantes de Deus, como em (Exo_7: 1; Êx 22:28, 1Sa 28: 13), mas “El” que refere-se exclusivamente para a pessoa do próprio Deus.
[2] Tal linguagem fala de um rei ideal, até mesmo de um governante Divino, e somente em um grau muito baixo encontrou seu cumprimento em Ezequias ou em qualquer rei judeu. (B. Blake, B. D.).

domingo, 18 de novembro de 2018

Leitura & Reflexão Bíblica: Êxodo Capítulo 1



Síntese Capítulo 1
A importância e relevância do livro de Êxodo esta em que os alicerces fundamentais da teologia que norteou a vida do povo de Israel estão aqui firmemente estabelecidos: os Dez Mandamentos, o calendário religioso, a Constituição civil que vai legislar todas as esferas da sociedade israelita.
O Desenvolvimento da Redenção no livro de Êxodo
A necessidade de redenção (caps. 1-6)
O Poder do Redentor          (caps. 7-11)
O Método da Redenção           (caps. 12-18)
Os Deveres dos redimidos (caps. 19-24)
As Provisões para os redimidos (caps. 25-40)
(Adaptado de Arthur Pink, Gleanings in Exodus - Chicago: Moody, n.d.1 p. 8).
Mas nesse livro os cristãos encontram também pilares que dão sustentação ao ensino do Evangelho. Para o apóstolo Paulo tudo que está registrado concernente à história israelita é para o nosso ensino (1Co 10.11): a escravidão no Egito ilustra nossa antiga escravidão no pecado; Moisés é semelhante a Jesus Cristo em muitos aspectos (Dt 18.15; Atos 3.22; 7.37); a libertação de Israel e sua passagem pelo Mar Vermelho foi um “batismo para Moisés” e ilustra nosso “batismo em Cristo” (1Co 10. 2; Gl 3.27); até mesmo as falhas de Israel em sua peregrinação pelo deserto foram registradas para que nos servisse de alerta do perigo da desobediência (Hb 4.1); e projeto, construção e utilização do tabernáculo, que ocupada lugar proeminente no texto (Êxodo 25-40), esta intimamente relacionado com a obra de Cristo (Hb 9.9).
A literatura desse livro irradia verdades profundas sobre o caráter de Deus como poucas literaturas bíblicas o fazem: aqui temos o perfeito equilíbrio entre a misericórdia e graça de Deus que é tardio em irar-se e abundante em benignidade e verdade; e sua perfeita justiça e juízo, pois de modo algum compactua com a injustiça e o pecado (Êx 34.6,7). O Decálogo continua sendo ainda hoje a espinha dorsal dos Códigos de leis das sociedades modernas.
Êxodo começa com "Agora", que pode ser traduzido "E", sugerindo que o livro não foi originalmente independente de Gênesis, mas constituiu uma parte dele. Isto é verdade para todos os primeiros cinco livros da Bíblia, que originalmente eram um volume ininterrupto e conhecido como "A Lei" ou "A Lei de Moisés" (Lc 16.31; 24.44).
O livro de Gênesis conclui com a subida de Jacó e seus filhos  para morar no Egito e eles foram recebidos com honras de Estado visto a posição elevada que José havia sido elevado no governo egípcio. Entre o final de Gênesis e o primeiro capítulo de Êxodo temos aproximadamente 200 anos que Jacó havia se estabelecido com seus descendentes (os 430 anos mencionados são desde os dias de Abraão), nesse período a situação dos israelitas mudou radicalmente. A nova dinastia egípcia  “não conhecia José”, “Conhecer” no hebraico geralmente tem um tom harmônico de relacionamento, de maneira que a relação de amizade e serviço estabelecida entre José e a dinastia anterior havia sido esquecida.
No discurso do rei (vv. 9 e 10) o escritor enfatiza a ironia do Faraó que exagera propositalmente o número de israelitas e a expressão "usemos de astucia [sabedoria] para lidar com eles”, na prática foi opressão e extermínio. Essa atitude hostil tem duas razões: uma de ordem política, os inimigos do Egito ao nordeste da fronteira estavam se armando para a guerra e os israelitas poderiam se unir a eles – os israelitas esta na fronteira do Egito com Canaã; e outra de ordem econômica, pois as terras (Goshen) e gado israelita lhes dava poder econômico e prosperidade. Mas agora a terra do Egito se tornou para os israelitas uma casa de servidão (1.8-14).
O objetivo desse primeiro capítulo é vinculá-lo à narrativa anterior do Gênesis, como mencionado acima, e demonstrar que Deus manteve sempre Sua palavra empenhada na Aliança estabelecida com Abraão e renovada com Isaque e Jacó.
O capítulo está inserido dentro de uma perícope maior (Ex 1.1-15.21) onde temos o desenvolvimento da narrativa em três temáticas: a opressão (1.1-7.7), mediação (7.8-13.16) e libertação dos israelitas (13.17-15.21). A leitura revela uma perfeita unidade literária em que cada uma das partes está sincronicamente entrelaçada com a próxima em um ritmo crescente culminando com o clímax da libertação dos israelitas.
Os personagens protagonistas vão entrando em cena: Israel (c.1), Moisés (c. 2) e Yahweh (cc. 3-4) e os principais antagonistas: Faraó e Egito (c.1). As cenas são preenchidas por outros personagens secundários, com funções limitadas, porém significativas: as parteiras (c.1), Miriam, irmã de Moisés, e a filha do faraó (c.2), Aarão (c. 4), etc. Sem dúvida, o personagem chave é Yahweh e a partir do momento em que entra em cena, assume o controle e dá sentido as ações de todos os personagens envolvidos, sejam os protagonistas ou antagonistas.
Os movimentos geográficos da narrativa têm seu inicio no Egito e continua na paisagem desértica de Midiã, culminando no monte Horebe, onde Deus se revela e vocaciona a Moisés. Então retorna para o Egito, lugar de opressão israelita e palco da libertação efetuada por Deus.

Reflexões do Capítulo 1
v  O verso 6 demarca o fim de uma geração (representada na morte de José e seus irmãos) e o verso 7 o inicio de uma nova geração (nascida no Egito). Aqui temos duas coisas importantes: o cumprimento da promessa de que dos patriarcas surgiria um grande povo (nação) e a partir deste ponto eles serão identificados não mais como filhos de Jacó (v. 6), mas como povo de Israel. A mudança é relevante: da história de uma família (Jacó) passasse à história de um povo (faltam ainda território e Constituição – para ser uma nação).
v  Deus os havia conduzido ao Egito para preservá-los, mas o lugar definitivo deles era em Canaã. A nova geração israelita havia se acomodado no conforto e prosperidade do Egito e se esquecido da Aliança, mas agora, diante da opressão crescente sua memória começa a ser reestabelecida. Todas as vezes que a Igreja usufrui tempos de paz e segurança ela se esquece da “Aliança” e se ajusta confortavelmente na sociedade presente; mas quando sobrevêm as perseguições se lembram de que sua pátria não é aqui, mas na eternidade. As aflições em nossas vidas são para nos fazer lembrar que nosso lugar definitivo não é neste mundo, mas no céu.
v  Os israelitas e os egípcios representam aqui toda a humanidade. A inimizade entre eles revela a inimizade entre o povo de Deus e as demais nações que se rebelam contra a vontade de Deus. O texto é um alerta perpetuo de que acomodar-se na falsa segurança do Egito (mundo) ou assentar-se confortavelmente às portas de Sodoma e Gomorra (sociedade depravada) é se colocar em risco eminente de experimentar a opressão, o juízo e a ira de Deus.
v  “Vamos lidar com eles com sabedoria (astucia)”. Jesus alerta seus discípulos declarando que "Os filhos deste mundo são mais sábios em sua geração do que os filhos da luz". Satanás aproxima-se astutamente de Eva e a conduz suavemente à desobediência e ao pecado. O mal sempre vem revestido de uma fina capa de bondade e beneficio, mas o resultado final é a opressão e a morte. Outra vez Jesus alerta: “A amizade com o mundo é inimizade contra Deus”. Mas como essa geração de israelitas também nos sentimos confortáveis no Egito e até sentimos saudades de seus temperos.
v  O infanticídio proposto por Faraó para inibir o crescimento dos israelitas, mas que foi frustrado pelo temor das parteiras das mulheres hebreias em relação a Deus, que haviam sido encarregadas desse ato indescritível, mas que foi efetuado pelo louco Herodes em sua tentativa frustrada de matar o novo “rei dos judeus” (Jesus), quando mandou assassinar os meninos de dois anos para baixo na pequena vila de Belém e continua sendo executado hoje pelos abortistas e seus movimentos espalhados pelo mundo inteiro. Onde não há temor de Deus o mal efetua livremente seu infanticídio.
v  As parteiras receberam ordens diretas do Faraó para que matassem os meninos hebreus, mas elas optaram por não cumprir tais ordens. Normalmente, devemos obedecer àqueles que têm autoridade sobre nós, incluindo o governo, mas às vezes precisamos desobedecer aqueles que têm autoridade sobre nós, quando suas ordens entram em contradição direta com a nossa consciência cristã. Quando os apóstolos foram ordenados a parar de pregar o Evangelho, eles responderam: “Então Pedro e os outros apóstolos responderam e disseram: Devemos obedecer a Deus e não aos homens” (Atos 5.29). Matinho Lutero diante das maiores autoridades religiosas e civis de sua época, tendo sua vida por risco, declarou com convicção: “não posso ir contra a minha consciência e meu entendimento das Escrituras”. O que falta nos dias atuais é crente que esteja disposto a contrariar a maioria e o politicamente correto e se posicionar biblicamente. Se não defendermos o que é certo e piedoso, a sociedade nunca perceberá o erro do que está acontecendo. Alguém disse que tudo o que é necessário para a sociedade se destruir é que homens e mulheres piedosos se calem e não façam nada.
v  Nesse primeiro capítulo temos a manifestação da soberania de Deus. Ele mesmo havia conduzido Jacó e seus filhos para o Egito, a fim de preservá-los da absorção da cultura e religião canaanita através dos casamentos mistos. Ele mesmo os preservou e abençoou no Egito de maneira que se multiplicaram e se tornaram um grande povo. Mesmo diante da perseguição e opressão de Faraó os israelitas continuavam a crescerem e se fortalecerem, pois Deus os guardava. Assim ocorre conosco, pois o Egito é uma figura do mundo e Faraó uma figura de Satanás, de maneira que vivemos em um mundo hostil a tudo e qualquer pessoa que ouse servir a Deus – “no mundo tereis aflições” - e permanentemente Satanás faz uso de todos os meios “legais” para nos destruir – mas quem nos guarda e preserva é Deus. Não precisamos nos apavorar quando as circunstâncias mudam para pior, quando um “novo” Faraó se levanta, pois todas as coisas cooperam para o nosso bem. Foi assim com José e será assim com os israelitas e também conosco. A mensagem de Êxodo 1 é clara: os propósitos de Deus para o seu povo não serão frustrados.
v  Nenhuma palavra de desprezo pela grandeza do Egito é encontrada nos registros bíblicos (diferentemente da Babilônia). O Egito tipifica esse mundo e seu sistema político-econômico-social que quando adequadamente usufruído torna-se uma bênção, mas quando mal utilizado torna-se uma maldição. Deus mesmo tornou o Egito o celeiro do mundo através de José e Deus mesmo trouxe toda a família de Jacó para ali morar, se multiplicar e prosperar. Aqui os israelitas aprenderam muitas coisas que lhes foram uteis quando ocuparam a terra de Canaã; aqui Moisés foi preparado em toda ciência e conhecimento humano que o capacitou a ser um grande líder. Por outro lado, é preciso tomar cuidado para não transformarmos o Egito (mundo) em nossa Canaã (céu); de nos rendermos às seduções deste mundo maligno, a ponto de perdermos nosso conhecimento de Deus e Sua Aliança; de desperdiçarmos nossa herança dissolutamente a ponto de desejar comer a lavagem dos porcos (como o filho pródigo); de nos tornarmos escravos desse mundo e seu sistema; de construirmos nossas vidas nas areias deste mundo e não na rocha que é Jesus Cristo; de deixarmos nossos nomes gravados nas ruínas deste mundo, mas não nos fundamentos da cidade celestial eterna. Quando nos esquecemos Dele e de Sua Aliança, absorvidos por este mundo, Deus mesmo endurece o coração de Faraó e somos oprimidos e multiplicam-se nossas dores até que nos voltemos a Ele e clamemos por sua graça e misericórdia.
v  Estamos fazendo história mesmo quando não nos apercebemos disso. Aquilo que parece pequeno e insignificante hoje pode vir a se constituir em elos de uma corrente que se revelará em grandes eventos no futuro; a venda de um menino como escravo pelos próprios irmãos se constituiu no grande projeto que transformou o Egito no celeiro do mundo e na preservação de uma família e na fecundação de um numero povo e posteriormente uma nação, através da qual Deus trouxe salvação para o mundo inteiro – através de Jesus Cristo. O que fazemos hoje vai contribuir positiva ou negativamente daqui a dez ou cem anos, portanto, façamos o nosso melhor para que a nossa contribuição seja abençoadora às gerações futuras.
v  Nesse momento histórico nosso país esta experimentando uma mudança de governo. Um “novo” presidente estará tomando posse a partir de primeiro de janeiro. Apesar das grandes expectativas geradas por esta mudança em momento algum devemos colocar nossa confiança e esperança nos governantes e/ou nas circunstâncias, mas unicamente em Deus e seus propósitos eternos. Faraó tem sua própria agenda para os israelitas, mas está em confronto com a agenda de Deus. Faraó vai se utilizar de seu poder para impor sua agenda aos israelitas, mas o poder de Deus é soberano. Faraó já perdeu, mas ainda não sabe disso. Deus fala através da boca do profeta Isaías: “Meu propósito permanecerá, e farei tudo o que me agrada” (46.10). A agenda de Deus para nossa vida prevalecerá, sobre o mundo e sobre Satanás.
Quão grande é o seu Deus?
Existe em toda a história um espetáculo mais surpreendente que o Êxodo? Uma revelação mais augusta e solene de Deus do que no Sinai? Uma peça de arquitetura mais significativa que o tabernáculo israelita? Uma figura humana maior que o homem Moisés? Uma época nacional mais influente do que a fundação da teocracia de Israel? Todos estes são encontrados neste segundo livro das Escrituras.
J Sidlow Baxter

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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Referências Bibliográficas
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ALTER, Robert e KERMODE, Alter (Orgs.). Guia Literário da Bíblia. Tradução Raul Fiker tradução; Revisão de tradução Gilson César Cardoso de Souza. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1997. - (Prismas).
CAMPBELL, F.; O’BRIEN, M. Sources of the Pentateuch: texts, introduction, annotations. Minneapolis: Fortress Press, 1993.
COX, Leo G. O livro de Êxodo. Tradução Luís Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD, 2005. [Comentário Bíblico Beacon, v. 1].
DREHER, C. “As tradições do Êxodo e do Sinai”. Estudos Bíblicos, Petrópolis, n. 16, p. 52-68, 1988.
FRANCISCO. Edson dc Faria. Manual da Bíblia Hebraica. São Paulo: Vida Nova, 2003.
FIELDS, Wilbur. Exploring Exodus. Joplin, Missoati: College Press, 1986.
GARCÍA LÓPEZ, F. O Pentateuco: Introdução à leitura dos cinco primeiros livros da Bíblia. Tradução Alceu Luiz Orso. São Paulo: Ave Maria, 2004.
HARRIS. R. LAIRD; ARCHER. JR, Gleason L. & WALTKE. Bruce K. Dicionário Internacional de Teologia cio Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida Nova, 2001.
HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Editora Vida, 1995.
JACOBUS, Melancthon W. Notes critical and explanatory – on the book of Exodus – from Egypt to Sinai. New York: Robert Carter & Brothers, 1874.
JAMIESON, Robert, FAUSSET, A. R. e BROWN, David. Comentário exegético e explicativo da bíblia. Tradução e digitação Carlos Biagini.
LÓPES, Félix García. Éxodo – Comentarios a la nueva Bíblia Jerusalén. Henao: Editorial Desclée De Brouwer, 2007.
SKA, Jean Louis. Introdução à leitura do Pentateuco: chaves para a interpretação dos primeiros cinco livros da Bíblia. São Paulo: Loyola, 2003.
WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo – Pentateuco. Traduzido por Susana E. Klassen. Santo André (SP): Geo-Gráfica, 2006.
WHYBRAY, R. N. El Pentateuco: Estudio Metodologico. Traducción Victor Morla. Bilbao: Desclée de Brouwer Editorial, 1995.
UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho Testamento. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1980.
VOGELS, W. Moisés e suas Múltiplas Facetas: Do Êxodo ao Deuteronômio. Tradução Euclides Martins Balancin. São Paulo: Paulinas, 2003.




[1] Os filhos estão agrupados em relação às suas mães: primeiro os filhos das esposas oficiais (Lía e Raquel) e depois os filhos das servas (Bilá e Zilpá); dentro dos grupos segue a ordem de nascimento (cf. Gn 35.23-26).
[2] Atualmente, a generalidade dos estudiosos egípcios identifica esse faraó com Ramsés II, mas todas as condições da narrativa são cumpridas na pessoa de Amosis I (ou Aahmes), o chefe da 18ª Dinastia.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Natividade : Cantada Natalina Segundo Lucas – Benedictus (Lc. 1.46-55)



Uma característica peculiar da narrativa evangélica de Lucas é a elaboração da primeira “cantata natalina” da história cristã. Nos dois primeiros capítulos o evangelista inclui ao menos quatro cânticos referentes ao nascimento de Jesus:
O cântico de Maria (1.46-55)
O Cântico de Zacarias (1.67-79)
O cântico dos anjos (2.14)
O cântico de Simeão (2. 28-32)
O evangelista Lucas continua seu registro sobre o nascimento de Jesus e depois de ter transcrito o cântico entoado por Maria (Magnificat) ele registra um segundo cântico, agora entoado por Zacarias (Benedictus),[1] pai João Batista que será o precursor de Jesus.
Em Lucas 1.7 os leitores são informados de que um casal de idade avançada não tiveram filhos, o nome dele é Zacarias, um sacerdote (levita) e sua esposa chama-se Isabel. Essa informação nos faz lembrar de outros casais bíblicos que também não podia ter filhos: Sara e Abraão, e Rebeca e Isaque, e Raquel e Jacó, e Ana e seu marido Elcana; a esterilidade feminina era algo terrível para a mulher israelita/judia. A ideia comum, mas não o pensamento de Deus, era que a mulher estava de alguma forma amaldiçoada se seu útero fosse estéril. Mas em todos os casos mencionados Deus intervém de forma sobrenatural e vivifica os úteros mortificados. Esse milagre sempre esta diretamente relacionada à graça de Deus e à realização de seu propósito redentor. Nenhum dos casais tinha poder para reverter a situação por eles mesmos e a mesma situação está por se repetir com Zacarias e Isabel. Eles nada podem fazer, mas Deus não somente pode como haverá de fazer!
Na continuidade da narrativa lucana (1.11) um anjo do Senhor apareceu a ele (isto é, Zacarias), de pé no lado direito do altar do incenso. E quando Zacarias o viu (1.12), ele ficou surpreso e foi tomado pelo medo que, incidentalmente, é o que sempre acontece quando um verdadeiro anjo aparece. Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias, pois sua oração foi ouvida e sua esposa, Isabel, lhe dará um filho e você lhe dará o nome de João e ele será uma alegria e prazer para você, e muitos se regozijarão por causa de seu nascimento (1.14). Ele será grande aos olhos do Senhor, nunca tomará vinho ou outra bebida fermentada, e será cheio do Espírito Santo antes mesmo de nascer (1.15).  Ele trará muitos dentre o povo de Israel de volta ao Senhor seu Deus (1.16), e ele seguirá perante o Senhor no espírito e no poder de Elias, para converter o coração dos pais a seus filhos, e os desobedientes à sabedoria de Deus, vai preparar um povo para receber o Senhor (1.17).
 Zacarias quando comunicado pelo anjo que sua mulher haveria de gerar um filho ele teve um momento de dúvida, uma vez que ambos já eram velhos e por esta razão ficou mudo até o nascimento do filho (Lc 1.5-25).[2]
Após o nascimento da criança Zacarias e Isabel cumprem a Lei de Moisés e levam o menino para ser circuncidado ao oitavo dia. Quando perguntado qual seria o nome do menino Isabel disse que seria João[3] e depois de confirmar Zacarias fica livre da mudez (Lc. 1.57-66) e irrompe em um cântico maravilhoso (Lc 1.67-79). Um cântico que está entrelaçado com a história e teologia do Primeiro Testamento.
De forma apressada poderíamos dizer que o cântico de Zacarias é apenas uma repetição do cântico de Maria. Mas quando nos detemos com mais acuidade haveremos de perceber a maneira impressionante como o segundo amplia e trás mais luz ao “programa da salvação” que Deus esta para implementar por meio de Jesus e seu precursor João Batista.
Lucas informa que a canção a ser entoada por Zacarias é decorrente da inspiração do Espírito Santo, portanto, é uma mensagem profética (v.67). Em três momentos o tema do cântico é revelado (salvação – soteria – vv. 69, 71 e 77). O autor desta salvação é o “Deus de Israel”, que é o agente de toda ação verbal do cântico (vv.68 a 73). O objeto desta salvação continua sendo o “seu povo” (vv. 68 e 77).
O tema “libertado para servir a seu Deus em santidade e justiça” (v.75) nos arremete diretamente para a experiência de Israel registrada no Êxodo. Quando João é identificado como “um profeta do Altíssimo”, e cuja missão especifica é a de “preparar os caminhos do Senhor” (v.76) esta relacionado à segunda parte das profecias de Isaías que trata sobre o retorno do exílio babilônico. A tônica da mensagem a ser pregada por João é a do perdão ou remissão dos pecados que será possível unicamente por causa da manifestação da graça  (favor não merecido) de Deus e que será também a mensagem de conclusão de toda a narrativa evangélica (Lc 24.47).
Zacarias se refere a Jesus como o Messias utilizando a imagem do “sol nascente” (cf Ml 3.20 e Is 9.1). Este sol vem para “iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte”. Aqui Lucas utiliza bem seus famosos jogos de contrastes: luz / trevas, que simboliza vida / morte.
A finalidade da vinda do Messias aparece em outra metáfora “caminhar”, ou seja, este “sol nascente” vem para “guiar nossos passos no caminho da paz” (v.79). A “paz” é o dom messiânico por excelência, o qual resume em si todos os outros. A paz haverá de caracterizar a mensagem de Cristo e são justamente suas primeiras palavras aos discípulos reunidos, após sua ressurreição (24.36), onde os piores inimigos do ser humano (pecado e a morte) já foram vencidos.
Outro aspecto lindo da relação dos dois primeiros cânticos é a utilização dos pronomes e adjetivos possessivos. Enquanto no Magnificat, expressa sua alegria por ter sido escolhida e naturalmente utiliza o pronome na primeira pessoa singular enquanto o leitor é convidado a ver como que do lado de fora esta ação divina. No Benedictus, encontraremos um emprego maciço da primeira pessoa do plural: doze vezes “nós, nosso ou nossos” entre os vv. 69 a 79. Assim de forma catequética os leitores são convidados a se inserirem, por meio do cântico, na ação salvadora que Deus esta operando por meio do Messias. O “Deus de Israel” do v. 68 é o “nosso Deus” no v.78.
E Lucas aproveita para registrar antecipadamente o que ele mesmo haverá de registrar no inicio de seu segundo volume Atos. Ao dizer que Zacarias ficou “cheio do Espírito Santo”, ele nos introduz antecipadamente ao que vai ocorrer no Pentecostes cristão, quando todos os grandes temas veterotestamentário que proclamavam a salvação tiverem seu cumprimento na obra de Jesus morto e ressurreto.
Assim como a função de João Batista seria o de preparar o caminho para a vinda do Senhor Jesus, a nossa função como cristãos é a de preparar as pessoas para a volta do Senhor Jesus. João Batista tornou-se um arauto da mensagem de arrependimento e perdão e nós devemos continuar proclamando o Evangelho até que as pessoas se arrependam e sejam salvas.
O Natal é o marco zero de algo totalmente novo que Deus começou a fazer no mundo! O Salvador chegou! E assim como Zacarias e Isabel nós também fazemos parte desta nova história que Deus começa a escrever.
Infelizmente o Natal tornou-se apenas um produto comercial. O colorido das enormes árvores enfeitadas nos Shopping Center; troca de presentes entre amigos e familiares; uma refeição especial; mas tudo isso é reduzir o significado do Natal. Deus está fazendo algo realmente muito grande, algo que nunca havia sido feito até então – Deus na pessoa do Filho – assume a nossa humanidade “Emanuel, Deus Conosco!”.
Jesus Cristo assumiu nossa humanidade para cumprir toda a Lei por nós; para morrer na cruz em nosso lugar; para ressuscitar dentre os mortos como garantia da nossa ressurreição – Jesus não veio para se divertir e comer; Ele veio para fazer a vontade do Pai e nos salvar. Ele venceu a morte, venceu o mal, venceu o pecado e nos reconciliou com Deus.
Assim como o povo de Israel esperou ansiosamente a vinda do Messias o Salvador e Ele veio; assim também nós aguardamos ansiosamente a volta de Jesus Cristo e Ele certamente virá em breve – Maranata, ó vem Senhor Jesus!  Devemos orar não apenas pelos problemas da vida e/ou da sociedade, mas acima de tudo é preciso que oremos para que Jesus retorne, pois então todo mal cessará e toda lágrima será enxuga de nossos olhos para sempre! Essa é a grande mensagem e expectativa do Natal cristão bíblico. Esta é a grande mensagem do Evangelho!

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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Referências Bibliográficas
ASH, Anthony Lee. O Evangelho Segundo Lucas. Tradução Neyd V. Siqueira. São Paulo: Editora Vida Cristã, 1980.
BETTENCOURT, Estevão. Para Entender os Evangelhos.  Rio de Janeiro: Agir, 1960.
CARSON D. A., DOUGLAS, J. Moo & MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
CASALEGNO, Alberto. Lucas – a caminho com Jesus missionário. São Paulo: Edições Loyola, 2003.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado – versículo por versículo, v. II. São Paulo: Millenium, 1987.
________________________. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.3. São Paulo: Candeia, 1995.
LEAL, João. Os Evangelhos e a Crítica Moderna. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1945.
MORRIS, Leon L. Lucas – introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2008. [Série Cultura Cristã].
TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento - sua origem e análise, 2a ed. São Paulo: Vida Nova, 1972.


[1] Recebe este titulo por causa da primeira palavra do texto em latim da Vulgata.
[2] O interessante é que Maria quando comunicada utiliza a mesma expressão: “como pode ser isso?” e não foi repreendida pelo anjo. A razão pode ser pelo fato de Zacarias ser um sacerdote experiente e deveria crer em vez de duvidar; outra explicação pode ser o fato de que no caso de Zacarias havia o precedente de outras esposas estéreis que geraram filhos e no caso de Maria nunca antes uma virgem havia gerado um filho (sem relação sexual).
[3]  “Presumia-se que a criança recebesse o nome do pai, de acordo com o costume judeu, especialmente um filho único de pais idosos. Mesmo assim Isabel insistiu em chamá-lo João. Na verdade, todo o episódio está desenvolvido em torno desta questão. Aparentemente Isabel partilhou da fé que seu marido tinha em relação à sugestão angélica do nome.” Anthony Lee Ash, Comentário Bíblico “Vida Cristã”, v.4, 1980, p. 47.