“Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)
Quando chegamos em um lugar onde não somos conhecidos a
primeira pergunta que nos fazem é: QUAL O TEU NOME? O nome não apenas nos identifica
como também nos torna distinta de outras pessoas.
O profeta Isaías está no cume do monte profético e sua
visão é ampliada de maneira a poder contemplar aproximadamente sete séculos
depois de seus dias. Ele então vê o nascimento de uma criança, mais
precisamente um menino. Mas logo entende que não se trata de um menino
qualquer, pois o seu nome o distingue de qualquer outra criança que já foi gerada
neste mundo, pois sua fecundação sobrenatural (nascerá de uma virgem) revela
que nEle se conciliara o humano e o divino (cf. (Gl 4.4; Is 7.14; Lc 1.35). O Deus
eterno se despojara de toda sua glória divina, para assumir a plenitude de
nossa humanidade, e o evangelista João vai sintetizar de forma brilhante em poucas
palavras o que aconteceu em seu tempo: “o Verbo de fez carne (gente) e habitou entre
nós – e vimos sua glória como a glória do Pai”. O que o profeta Isaías anunciou
setecentos anos antes – o evangelista João viu com os próprios olhos acontecer.
É interessante que Isaías inicia sua boa noticia dizendo:
“Porque um menino nos nasceu, um filho[1] se nos deu” - Esse menino nos foi "dado" como presente indizível (cf.
II Cor. 9.15) e nos trouxe o dom da salvação – é pura graça! Nada fizemos por merecer e
assim como a terra de Zebulom e Naftali vivíamos em profunda angustia neste
mundo tenebroso envolto nas mais profundas trevas, alienados completamente de
Deus e sendo escravos dos nossos próprios pecados – mas Deus nos deu Seu
próprio Filho (um Menino nos
foi dado) e mais uma vez penso que o evangelista João se inspira
nesta predição de Isaías ao registrar as mais maravilhosas e extraordinárias
palavras de toda mensagem evangélica “Porque
Deus amou o mundo (cada um de nós) de tal maneira
que deu seu Filho unigênito, para que toda aquele
que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna”. Estávamos perdidos – fomos achados; estávamos mortos –
fomos vivificados. Esse é o maior presente que poderíamos receber de Deus – a Salvação!
E
o Seu Nome Será Conselheiro
Os nomes e/ou títulos que caracterizaram a vida desta
criança é única e incomparável. Nenhuma outra criança recebeu um nome como este
em toda a história israelita. Está criança é única!
Os dois primeiros nomes/títulos “Maravilhoso” e “Conselheiro”
não são colocados juntos nos escritos hebreus antigos, como muitas versões
atuais optam por uni-los em um só título “Maravilhoso
Conselheiro”, o que não empobrece e nem enriquecem o sentido geral do texto. Optamos
por abordar separadamente cada um destes dois nomes/títulos – e como abordamos “Maravilhoso”
no artigo anterior, vamos nos referir nesse artigo ao título “Conselheiro”.
Um conselheiro é aquele que tem preparo e influencia para
orientar outros sobre as questões importantes da vida. Os israelitas dos dias
de Isaías e antes e depois dele, assim como nós, tinham a tendência de procurar
ou dar ouvidos aos conselheiros errados. Em vez de procurarem se aconselharem
com Yahweh preferiam
(em uma escolha deliberada) procurar conselhos nos falsos profetas e nos deuses
estrangeiros. Os maus conselheiros sempre foram e continuam sendo mais
populares e procurados, do que os conselheiros fiéis e compromissados com a
Palavra de Deus.
Há
um exemplo muito curioso, mas que exemplifica este triste principio, no rei
Acabe (II Crônicas 18).
Seu colega governante do reino de Judá (Josafá) está lhe fazendo uma visita e Acabe
lhe propõe que façam uma aliança contra os inimigos comuns, os quais estavam
trazendo transtornos a ambos os reinos. Depois de ouvir a proposta o colega (Josafá)
pergunta-lhe: “Por acaso você
não tem um profeta de Yahweh (Senhor) ao qual podemos nos aconselhar?”
Então Acabe fica muito irritado e responde: “Tem um profeta chamado Micaías, filho de Inlá, mas eu
não gosto dele e por isso mandei prendê-lo”. Mas por que você não
gosta dele, perguntou Josafá? A razão é simples, respondeu o rei Acabe: “todas as vezes que eu peço para ele me aconselhar
sobre o que devo fazer, ele simplesmente me contraria – ele nunca concorda
comigo, nunca me deixa fazer o que eu quero”.
Essa
pequena narrativa bíblica exemplifica em grau, gênero e número o que acontece
conosco e a razão principal porque a grande maioria não gosta e rejeita Jesus
e seu Evangelho – pois nunca concorda com os desejos acalentados e produzidos
pelo nosso coração tremendamente corrupto. Essa foi a grande razão pela qual as
autoridades judaicas odiaram e tramaram a prisão e a morte de Jesus. Eles não
suportavam ouvir os ensinos de Jesus, pois expunham à luz, o que eles desejavam
manter oculto nas trevas (a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas ao invés da luz, porque suas obras
eram más. Pois todos que fazem o mal
odeiam a luz e não vem para a luz, por medo das suas obras serem expostas.
Mas quem faz o que é certo vem para a luz, para que possa ser visto claramente
que as suas obras são feitas em Deus - João 3.19-21). E
Jesus contemplando pela última vez, antes da cruz, a cidade de Jerusalém –
chora – e declara: “Jerusalém, Jerusalém, a cidade que mata os profetas e
apedreja os que te são enviados! Quantas vezes eu quis juntar os seus filhos,
assim como uma galinha protege seus pintinhos debaixo das asas, mas vocês não
quiseram!” (Lucas 13.19).
Mas
para todo crente piedoso; para todo aquele que anseia fazer a vontade de Deus;
para todo aquele que tem como alvo prioritário em sua vida o Reino de Deus e a
sua justiça – O Senhor Jesus é o
maravilhoso, infalível, fiel, bondoso e terno Conselheiro, em quem estão escondidos
todos os tesouros de sabedoria e conhecimento!
Vivemos
em um mundo completamente destituído de sabedoria – pois como escreveu Paulo –
a sabedoria deste mundo é loucura para Deus (1 Coríntios 3.19). O mundo diz que
a sabedoria vem do poder, da fama, do dinheiro, do prazer, da manipulação das
pessoas para obter fins egoístas e de milhares de outras formas – mas a única e
genuína fonte de sabedoria é Cristo e seu Evangelho. Há um crescente numero de
cristãos nominais que falam de Deus com seus lábios, mas vivem como um ateu,
porque ele capitulou para uma visão secular, mundana e humanista de vida – são sábios
aos seus próprios olhos, mas para com Deus são loucos! A sabedoria mundana é
fútil, vazia, vaidosa e, mais cedo ou mais tarde, irá se voltar contra qualquer
cristão que dependa dela para sua própria vida ou para a vida de sua igreja
local.
Não
há como conciliar a sabedoria do mundo, com a sabedoria de Cristo. Tiago deixa
isso bem claro quando ele define esses dois tipos de sabedoria: uma é terrena,
materialista e inspirada pelo diabo; mas a sabedoria que vem de Cristo é do
alto, tem sua origem em Deus, é pura, calma, branda, busca a paz e o bem estar do
outro (3.15-17).
Quem
tem sido seu Conselheiro? Quem tem orientado sua vida? Quem tem estabelecido
seus objetivos e razões para viver? Paulo não tinha dúvida em responder a está
questão: “Mas o
que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as
considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele,” (Filipenses 3.7-9).
Eu prefiro ter Jesus a qualquer coisa
que este mundo possa oferecer hoje.
Para
uma grande maioria de cristãos atualmente uma frase como essa é algo absurda e
louca. Como cantar: “Sou
forasteiro aqui, em terra estranha estou, / Celeste Pátria, sim, é para onde
vou”,
não faz o menor sentido.
Diga-me
quem é teu conselheiro e te direi que tipo de sabedoria tem sido a bússola que
tem guiado sua vida. Diga-me quem é teu conselheiro e te direi com toda
convicção qual será o destino eterno de sua alma.
E o seu Nome
será...Conselheiro!
Sua loucura, sua incapacidade de saber as coisas de
Deus em sua grandeza e glória, o entristece? Cristo de Deus é feito para nós
sabedoria. É Seu ofício, como nosso Profeta, ensinar as almas mais ignorantes
que vêm a Ele. Ele vai ensinar ao manso o Seu caminho. É Sua alegria nos
ensinar, e Seus ensinamentos são eficazes para aqueles que humildemente esperam
nEle para o mesmo (Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • Lie
Down)[2]
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro
Blog
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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aos Hebreus: O Prólogo – A Glória do Filho (1.3-4)
[1] “Um
filho” refere- se de volta a 7.14, Emanuel, “Deus conosco”.
[2] Anne Dutton (1692-1765) foi uma
poetisa e escritora Cristã Batista Calvinista inglesa. Publicou cerca de 50
obras e correspondeu-se com George Whitefield e John Wesley. Foi amplamente
influente na vida evangélica do século XVIII.
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