sábado, 13 de outubro de 2018

Natividade: O Nome de Jesus - Conselheiro (Isaías 9.6)


Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)
            Quando chegamos em um lugar onde não somos conhecidos a primeira pergunta que nos fazem é: QUAL O TEU NOME? O nome não apenas nos identifica como também nos torna distinta de outras pessoas.
            O profeta Isaías está no cume do monte profético e sua visão é ampliada de maneira a poder contemplar aproximadamente sete séculos depois de seus dias. Ele então vê o nascimento de uma criança, mais precisamente um menino. Mas logo entende que não se trata de um menino qualquer, pois o seu nome o distingue de qualquer outra criança que já foi gerada neste mundo, pois sua fecundação sobrenatural (nascerá de uma virgem) revela que nEle se conciliara o humano e o divino (cf. (Gl 4.4; Is 7.14; Lc 1.35). O Deus eterno se despojara de toda sua glória divina, para assumir a plenitude de nossa humanidade, e o evangelista João vai sintetizar de forma brilhante em poucas palavras o que aconteceu em seu tempo: “o Verbo de fez carne (gente) e habitou entre nós – e vimos sua glória como a glória do Pai”. O que o profeta Isaías anunciou setecentos anos antes – o evangelista João viu com os próprios olhos acontecer.
            É interessante que Isaías inicia sua boa noticia dizendo: “Porque um menino nos nasceu, um filho[1] se nos deu” - Esse menino nos foi "dado" como presente indizível (cf. II Cor. 9.15) e nos trouxe o dom da salvação – é pura graça! Nada fizemos por merecer e assim como a terra de Zebulom e Naftali vivíamos em profunda angustia neste mundo tenebroso envolto nas mais profundas trevas, alienados completamente de Deus e sendo escravos dos nossos próprios pecados – mas Deus nos deu Seu próprio Filho (um Menino nos foi dado) e mais uma vez penso que o evangelista João se inspira nesta predição de Isaías ao registrar as mais maravilhosas e extraordinárias palavras de toda mensagem evangélica “Porque Deus amou o mundo (cada um de nós) de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que toda aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Estávamos perdidos – fomos achados; estávamos mortos – fomos vivificados. Esse é o maior presente que poderíamos receber de Deus – a Salvação!
E o Seu Nome Será Conselheiro
            Os nomes e/ou títulos que caracterizaram a vida desta criança é única e incomparável. Nenhuma outra criança recebeu um nome como este em toda a história israelita. Está criança é única!
            Os dois primeiros nomes/títulos “Maravilhoso” e “Conselheiro” não são colocados juntos nos escritos hebreus antigos, como muitas versões atuais optam por uni-los em um só título “Maravilhoso Conselheiro”, o que não empobrece e nem enriquecem o sentido geral do texto. Optamos por abordar separadamente cada um destes dois nomes/títulos – e como abordamos “Maravilhoso” no artigo anterior, vamos nos referir nesse artigo ao título “Conselheiro”.
            Um conselheiro é aquele que tem preparo e influencia para orientar outros sobre as questões importantes da vida. Os israelitas dos dias de Isaías e antes e depois dele, assim como nós, tinham a tendência de procurar ou dar ouvidos aos conselheiros errados. Em vez de procurarem se aconselharem com Yahweh preferiam (em uma escolha deliberada) procurar conselhos nos falsos profetas e nos deuses estrangeiros. Os maus conselheiros sempre foram e continuam sendo mais populares e procurados, do que os conselheiros fiéis e compromissados com a Palavra de Deus.
Há um exemplo muito curioso, mas que exemplifica este triste principio, no rei Acabe (II Crônicas 18). Seu colega governante do reino de Judá (Josafá) está lhe fazendo uma visita e Acabe lhe propõe que façam uma aliança contra os inimigos comuns, os quais estavam trazendo transtornos a ambos os reinos. Depois de ouvir a proposta o colega (Josafá) pergunta-lhe: “Por acaso você não tem um profeta de Yahweh (Senhor) ao qual podemos nos aconselhar?” Então Acabe fica muito irritado e responde: “Tem um profeta chamado Micaías, filho de Inlá, mas eu não gosto dele e por isso mandei prendê-lo”. Mas por que você não gosta dele, perguntou Josafá? A razão é simples, respondeu o rei Acabe: “todas as vezes que eu peço para ele me aconselhar sobre o que devo fazer, ele simplesmente me contraria – ele nunca concorda comigo, nunca me deixa fazer o que eu quero”.
Essa pequena narrativa bíblica exemplifica em grau, gênero e número o que acontece conosco e a razão principal porque a grande maioria não gosta e rejeita Jesus e seu Evangelho – pois nunca concorda com os desejos acalentados e produzidos pelo nosso coração tremendamente corrupto. Essa foi a grande razão pela qual as autoridades judaicas odiaram e tramaram a prisão e a morte de Jesus. Eles não suportavam ouvir os ensinos de Jesus, pois expunham à luz, o que eles desejavam manter oculto nas trevas (a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas ao invés da luz, porque suas obras eram más. Pois todos que fazem o mal odeiam a luz e não vem para a luz, por medo das suas obras serem expostas. Mas quem faz o que é certo vem para a luz, para que possa ser visto claramente que as suas obras são feitas em Deus - João 3.19-21). E Jesus contemplando pela última vez, antes da cruz, a cidade de Jerusalém – chora – e declara: “Jerusalém, Jerusalém, a cidade que mata os profetas e apedreja os que te são enviados! Quantas vezes eu quis juntar os seus filhos, assim como uma galinha protege seus pintinhos debaixo das asas, mas vocês não quiseram!” (Lucas 13.19).
Mas para todo crente piedoso; para todo aquele que anseia fazer a vontade de Deus; para todo aquele que tem como alvo prioritário em sua vida o Reino de Deus e a sua justiça – O Senhor Jesus é o maravilhoso, infalível, fiel, bondoso e terno Conselheiro, em quem estão escondidos todos os tesouros de sabedoria e conhecimento!
Vivemos em um mundo completamente destituído de sabedoria – pois como escreveu Paulo – a sabedoria deste mundo é loucura para Deus (1 Coríntios 3.19). O mundo diz que a sabedoria vem do poder, da fama, do dinheiro, do prazer, da manipulação das pessoas para obter fins egoístas e de milhares de outras formas – mas a única e genuína fonte de sabedoria é Cristo e seu Evangelho. Há um crescente numero de cristãos nominais que falam de Deus com seus lábios, mas vivem como um ateu, porque ele capitulou para uma visão secular, mundana e humanista de vida – são sábios aos seus próprios olhos, mas para com Deus são loucos! A sabedoria mundana é fútil, vazia, vaidosa e, mais cedo ou mais tarde, irá se voltar contra qualquer cristão que dependa dela para sua própria vida ou para a vida de sua igreja local.
Não há como conciliar a sabedoria do mundo, com a sabedoria de Cristo. Tiago deixa isso bem claro quando ele define esses dois tipos de sabedoria: uma é terrena, materialista e inspirada pelo diabo; mas a sabedoria que vem de Cristo é do alto, tem sua origem em Deus, é pura, calma, branda, busca a paz e o bem estar do outro (3.15-17).
Quem tem sido seu Conselheiro? Quem tem orientado sua vida? Quem tem estabelecido seus objetivos e razões para viver? Paulo não tinha dúvida em responder a está questão: “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e ser encontrado nele,” (Filipenses 3.7-9).
Eu prefiro ter Jesus a qualquer coisa que este mundo possa oferecer hoje.
Para uma grande maioria de cristãos atualmente uma frase como essa é algo absurda e louca. Como cantar: “Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, / Celeste Pátria, sim, é para onde vou”, não faz o menor sentido.
Diga-me quem é teu conselheiro e te direi que tipo de sabedoria tem sido a bússola que tem guiado sua vida. Diga-me quem é teu conselheiro e te direi com toda convicção qual será o destino eterno de sua alma.

E o seu Nome será...Conselheiro!

Sua loucura, sua incapacidade de saber as coisas de Deus em sua grandeza e glória, o entristece? Cristo de Deus é feito para nós sabedoria. É Seu ofício, como nosso Profeta, ensinar as almas mais ignorantes que vêm a Ele. Ele vai ensinar ao manso o Seu caminho. É Sua alegria nos ensinar, e Seus ensinamentos são eficazes para aqueles que humildemente esperam nEle para o mesmo (Cartas de Anne Dutton Sobre Temas Espirituais • Lie Down)[2]
           

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
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[1]Um filho” refere- se de volta a 7.14, Emanuel, “Deus conosco”.
[2] Anne Dutton (1692-1765) foi uma poetisa e escritora Cristã Batista Calvinista inglesa. Publicou cerca de 50 obras e correspondeu-se com George Whitefield e John Wesley. Foi amplamente influente na vida evangélica do século XVIII.

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