quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Paulo: Suas Orações (Gálatas 6.18)


            Seguindo nossa proposta de estudarmos as orações feitas pelo apóstolo Paulo dentro de uma perspectiva cronológica, começaremos com Gálatas 6.18 - Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém.
            Esta sucinta oração é a forma com que Paulo, mormente inicia ou conclui suas correspondências (2Co 1.2; 2Co 13.14; Gl 1.3; 6.18; Ef 1.2; 6.23-24; Fp 1.2, Fp 4.23; Cl 1.26; 1Ts 1.1b; 5.28; 2Ts 1.2; 1Tm 1.2; 1Tm 6.21b, 2Tm 1.2; Tt 1.4; Fm 1.3).
            Apesar das divergências muitos comentaristas das epístolas paulinas indicam a correspondência aos crentes que formavam as comunidades na região da Galácia [do Sul] e que haviam sido evangelizados por Paulo e Barnabé no final de sua primeira viagem missionária, como sendo a primeira das correspondências canônicas do apóstolo.
            A grande preocupação de Paulo ao escrever esta carta é que havia recebido notícias preocupantes de que aquelas comunidades estavam abandonando o evangelho simples da graça de Deus e indo atrás das falsas pregações daqueles que anunciavam outro evangelho, ou seja, uma mensagem semelhante ao que Paulo e Barnabé haviam anunciado, mas agregando inúmeras outras coisas, tais como as observâncias das leis cerimoniais judaicas; hierarquia angelical. Um grande número de comentaristas os chama de “judaizantes”, portanto, identifica-os com os judeus, mas o melhor seria denomina-los de “cristão-judeus”, pois tudo indica que são no mínimo judeus convertidos ao cristianismo, mas com dificuldades em abrir mão de seus costumes do judaísmo. O que não é difícil de compreender, visto que até então sempre estiveram arraigados na religião judaica com todas as suas leis, rituais e costumes.
            Depois de desenvolver todas suas argumentações e admoestações o apóstolo conclui com esta pequena, porém, significativa oração: Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém.
            Pela frequência com que Paulo ora nesse sentido percebemos o quanto ele compreende a importância da graça proveniente de Cristo para nutrir e sustentar a vida dos crentes e das jovens comunidades que estavam surgindo por todo o território romano.
            A graça é o favor, a benevolência e influência contínua do Senhor Jesus na vida do cristão ou da comunidade. Não há vida cristã ou comunidade genuína cristã sem a manifestação continua da graça divina.
            Paulo tinha plena consciência desta verdade. Ele sabia que a conversão inicial dos gálatas e a formação de suas primeiras comunidades cristãs não era outra cousa do que o resultado direto da graça de Cristo. Não havia sido a estratégia missionária ou a pregação dele e de Barnabé a causa primária dos eventos evangélicos produzidos naquela região da Galácia. E também sabe que não será sua carta que vai corrigir a direção errônea que aqueles crentes estão tomando, influenciados pelos falsos pregadores que ali estão proliferando seus falsos evangelhos. A única esperança de Paulo é que a graça de Cristo seja manifestada na vida espiritual deles “seja com o vosso espírito” [em contraste com a carne] – que transborde em seus corações, que ilumine e corrija seus equívocos doutrinários e que seja manifestada visivelmente em suas vidas cristãs.
            Diferente de suas cartas posteriores Paulo não fez nenhum elogio aos gálatas no inicio dessa correspondência, e o tom utilizado nas linhas escritas é de surpresa negativa, tristeza e indignação pelo comportamento deles – estava decepcionado com a pressa deles em abandonar o Evangelho para correr atrás de fabulas e ritos. Mas em sua última linha ele revela todo carinho e cuidado que sempre nutriu sua relação com os crentes da Galácia.  Apesar de toda insensatez deles ainda assim eles são “irmãos”. Está é a última palavra da carta [original grego], uma posição incomum, mas que transparece o desejo de Paulo de encerrar uma correspondência tão tensa e severa declarando com sinceridade que em seu coração eles continuam irmanados. E ao orar em favor deles manifesta todo seu amor e esperança de que retornem à simplicidade do Evangelho de Cristo. Mas sua confiança não está nem em sua capacidade de persuadi-los e nem na capacidade deles em se autocorrigirem, mas na manifestação da graça em suas vidas! Ao registrar na carta um “amém”, que ocorre apenas mais uma vez (Romanos), demonstra a solene seriedade com que ele faz essa oração. Uma oração para o tempo e para todos os tempos.
É difícil sabermos exatamente qual o efeito que esta carta produziu na vida daqueles cristãos e de suas comunidades. Mas o fato de que essa correspondência foi preservada e inserida no cânon do Segundo Testamento nos faz pensar que foi recebida positivamente e que produziu os frutos tão desejados pelo coração amoroso e zeloso do apóstolo dos gentios. Que sua pequena oração foi ouvida e atendida pelo Espírito Santo.
             Pelo que mais deveríamos estar orando em favor dos cristãos e das igrejas evangélicas no Brasil hoje? Nesses dias caóticos onde prolifera toda sorte de falsos pregadores com seus “outros evangelhos”, iludindo, confundindo e enganando milhões de pessoas; nesses dias em que os púlpitos tornaram-se balcões de negócios; em que a Bíblia é apenas um instrumento utilitarista; onde as igrejas tornam-se impérios financistas, não carecemos de outra coisa a não ser da superabundante graça de Deus.
            Assim como Paulo intercede pelos gálatas, nós precisamos urgentemente orar pelos evangélicos no Brasil para “que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja em seus espíritos”. Não precisamos de mais dinheiro; nem de maiores catedrais; nem de impérios mediáticos, carecemos unicamente de mais graça! Não de uma mera noção disso, mas decorrente de uma experiência espiritual, em seus corações e espíritos, vitalizando, consolando e fortalecendo-os; tornando-os mais espirituais e evangélicos em seus comportamentos e pregações.
Que as igrejas evangélicas no Brasil retornem urgentemente ao único e verdadeiro Evangelho e abandonem todos e quaisquer acréscimos e distorções promovidas pelos falsos pregadores. Essa é a única esperança para essas igrejas e para o nosso país!

             
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/


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Referências Bibliográficas
BARCLAY, William. El Nuevo Testamento comentado. Buenos Aires (Argentina), Asociación Editorial la Aurora, 1974.
BROWN, Raymond. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004 (Coleção Bíblia e história Série Maior).
CARSON, D. A., MOO, Douglas J. e MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2007.
CATRON, James L. R. Nuevo Testamento - panorámica general. EUA: Editorial ECS Ministries, 2010. [1ª Ed. Digital].
COLLINS, R. F. Latters that Paul did not write (Wilmington, Glazier, 1988).
GUTHRIE, Donald. Gálatas – Introdução e Comentário.  São Paulo: Vida Nova, 2008.
HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Trad. Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro: JUERP, 1983.
HARRISON, Everett F. Introducción al Nuevo Testamento. Traducido por Norberto Wolf. Michigan: Subcomisión Literatura Cristiana déla Iglesia Cristiana Reformada, 1987.
HAWTHORNE, Gerald F. e MARTIN, Ralph P. e REID, Daniel G. (Org.). Dicionário de Paulo e suas cartas. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
REUSS, Eduard. The sacred scriptures of the New Testament, v. 1. Boston: Houghton, Mifflin e Company, 1884.
TENNEY, Merrill C. Gálatas – Escritura da Liberdade Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1967.
WENHAM, G. J. e Outros. Nuevo comentario biblico siglo veintiuno - Nuevo Testamento. Espanha: Editorial Mundo Hispano, 2003.  


Evangelhos: A Questão Sinótica – As diferenças


            É preciso esclarecer que quando se fala de diferenças nas narrativas sinóticas não implica em contradições. Como se pode ver abaixo cada evangelista na construção de seus textos evangélicos tem a plena liberdade de elaborar seus materiais comuns em harmonia com seus propósitos e seus respectivos leitores primários.
Diferenças Quanto ao Conteúdo
Há passagens que são peculiares a dois ou a um apenas dos Evangelhos sinóticos, conforme abaixo colocamos alguns exemplos:
Mateus: é o único a referir‑se à perplexidade de José diante de Maria (1: 18‑25); a seqüência "visita dos Magos a Jesus; fuga para o Egito; morticínio dos inocentes, volta para Israel" (2:1‑23); algumas das Parábolas são registradas apenas por ele ‑ do joio (13:24‑30 e 36‑43), do tesouro. da pérola, da rede (13:44‑50), do servo perdoado, mas inclemente (18:23‑35). das dez virgens (25:]‑l3)~ o registro dc Pedro caminhando sobre as águas (14:28‑3 1).
Marcos: Dos três é o que menos material exclusivo possui ‑ as curas do surdo‑mudo (7:3137), do cego de Betsaida (8:22‑26). a Parábola da semente que cresce por si (4:26‑29)... Por outro lado. omitiu completamente o Sermão da Montanha. e silenciou em relação a infância de Jesus.
Lucas: Como Mateus ele também insere muitos fatos independentes: acontecimentos da infância de Jesus (I e 2)‑, episódio com Marta e Maria (10:38‑42), Zaqueu (19128). Na própria narrativa da Paixão somente ele se refere a atitude de Herodes (23:612) e a do ladrão arrependido (23:40‑43).
Divergências na Sequência dos Acontecimentos
Ao passarmos da leitura de um sinótico para outro, podemos perceber muitas vezes que há uma inversão na ordem dos fatos:
Em Mc 6:1‑6 = Mt 13:53‑58 encontramos o relato de Jesus sendo rejeitado em sua cidade natal, Nazaré; Lc, no entanto, informa já no início da atuação pública de Jesus a respeito de sua primeira pregação em Nazaré (4:16‑30).
Em Mc 1:16‑20 = Mt 4:18‑22 fala‑se resumidamente da vocação dos primeiros discípulos, enquanto em Lc a vocação de Pedro se segue à pesca maravilhosa (5:1‑11).
Mc trata primeiramente da afluência do povo e das curas de Jesus, e somente depois disto a vocação do circulo dos doze (3:7‑12, 13‑19); em Lc a seqüência é invertida (6:12‑16: chamado dos doze; 6:17‑19: afluência das multidões e curas).
Quando Jesus é tentado temos uma inversão nos registros de Mt e Lc em relação a segunda e a terceira tentação (Mt 4: 1 ‑11 e Lc 4:1‑13).
Mt condensa de forma sistemática o chamado Sermão do Monte ( 5 a 7 ), enquanto Lc o divide em várias porções independentes ( 6:20‑49: 11:11‑13, 33‑36; 12:22‑34. 58ss; 13:24-27; etc ... ).
Divergências nas Narrativas dos Mesmos Acontecimentos
Em várias ocasiões os evangelistas sinóticos se utilizam de palavras ou expressões bem diferentes, mesmo quando fazem citação das palavras do próprio Jesus ou de outro personagem, não os registram uniformemente, ocorrendo discrepâncias que por vezes trazem dificuldade ao exegeta. Alguns exemplos se fazem necessários:
Mt registra as palavras de João Batista em que ele diz que não é digno de carregar as sandálias do Senhor (3:11); enquanto que em Mc e Lc ele afirma que é indigno de desatar a correia das mesmas (L7, 3:16).
Mc (6:8) registra a ordem de Jesus aos Apóstolos para que não levassem em suas viagens missionárias senão o bastão habitual para longas viagens, porém. Mt (10:10) e Lc (9:3) registram que até o bastão teria sido proibido.
A oração do "Pai Nosso" ensinada por Jesus varia: em Mt 6:9‑13 é composta de sete petições. e em Lc 11:2‑4 contém apenas cinco.
A formula de ordenação da Santa Ceia também é registrada diferentemente em cada um dos sinóticos Mt 26‑26‑28, Me 14:22‑24 e Lc 22:19ss.
A inscrição na Cruz de Cristo é descrito diferentemente por eles: Mt 27:37. Mc 15:26 e Lc 23:38 (cf Jo 19:19).
As últimas palavras de Jesus também não são registradas das mesma forma pelos sinóticos. Em Mc 15:34 = Mt 27:46 o Senhor Jesus recita as palavras do salmista (22: 1) "Deus meu. Deus meu, por que me desamparaste?". Lc omite estas palavras, mas acrescenta outras três, ditas pelo Senhor e não registradas pelos outros dois (Lc 23:34,43.46).
Creio não ser necessário multiplicarmos os exemplos para podermos avaliar o alcance do problema que nos apresenta. Por que será que dentre tantos ditos e feitos de Jesus (Jo.20:30; 21:25) os evangelistas sinóticos selecionaram tantos iguais, que eles apresentaram na mesma ordem, usando até mesmo vocábulos iguais, mas, apesar disto, diferenciaram-se em tópicos importantes e de maneira tão imprevista.


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Guedes, Ivan Pereira
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Referências Bibliográficas
BETTENCORT, Estevão.  Para Entender os Evangelhos. Rio de Janeiro. Livraria Agir Editora, 1960.
BITTENCOURT, B. P. A Forma dos Evangelhos e a Problemática dos Sinóticos. São Paulo. Impressa Metodista, 1969.
CARSON, D. A., MOO, Douglas J. e MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo. Vida Nova, 1997.
DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo. Vida Nova, 1995.
HALE, Broadus DavidIntrodução ao estudo do Novo Testamento. Rio de Janeiro. JUERP, 1983.
MIRANDA, 0. A., Estudos Introdutórios dos Evangelhos Sinóticos, São Paulo. Cultura Cristã, 1989.
RUSSELL, N. C. ‑ 0 Novo Testamento Interpretado, ed. 5ª, v. 1. São Paulo. Milenium, 1985.
STEIN, R. H. The Synoptic Problem. an introduction. Michigan. Baker Book House, 1989.
TENNEY, Merrill C.  O Novo Testamento – Sua Origem e Análise, 2 ed. São Paulo. Edições Vida Nova, 1972.

WALTERS, Patricia. “The Synoptic Problem”. In. AUNE, David E. The Blackwell Companion to the New Testament. Malden, MA. Blackwell Publishing, 2010.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Paulo: Suas Orações – Introdução


            Quando estudamos as diversas correspondências do apóstolo Paulo que foram preservadas no Segundo Testamento percebemos rapidamente o quanto ele valorizava a oração. Raramente encontraremos uma de suas cartas em que ele não incentive seus leitores a orarem. Em diversas delas inicia ou conclui e até mesmo interrompe sua argumentação para orar; ele ora por aqueles a quem ele se dirige e roga que eles orem por ele em um exercício de intercessão mútua.
            Para o apóstolo a oração deveria ser uma dinâmica permanente de uma vida cristã saudável. Para ele não havia oração forte ou fraca – apenas oração. Também não havia a figura do irmão ou irmã de oração – apenas crentes que oram. Para Paulo todo o tempo era tempo de oração e em toda situação, quer seja de dificuldades ou de alegrias, se constituem em situações oportunas para se orar.
            Um bom exercício para todo aquele que deseja desenvolver com seriedade uma vida cristã da qual a oração seja um ingrediente permanente é ler e estudar as diversas orações que Paulo registrou em suas correspondências. Não devemos memoriza-las e repeti-las como espécie de mantras cristã, mas examiná-las com o propósito de aprender com o velho apóstolo dos gentios como se deve orar de maneira a glorificar a Deus, edificar a comunidade e abençoar a nossa própria vida.
            Há diversas sequencias que poderíamos utilizar ou até agrupá-las conforme suas temáticas, mas optei por relacioná-las na ordem cronológica. Evidente que há inúmeras propostas de cronologia das epístolas paulinas, portanto, utilizarei a que está no blog como nossa referência.
Nesta introdução vou listar as orações feitas e registradas por Paulo em suas correspondências, para isso utilizarei a versão em português da NVI.

Gálatas 6.18 - Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém.
1Tessalonicenses 1.2-3 - Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo.
1Tessalonicenses 2.13-16 - Também agradecemos a Deus sem cessar, pois, ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram não como palavra de homens, mas segundo verdadeiramente é, como palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que creem. Porque vocês, irmãos, tornaram-se imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia. Vocês sofreram da parte dos seus próprios conterrâneos as mesmas coisas que aquelas igrejas sofreram da parte dos judeus, que mataram o Senhor Jesus e os profetas, e também nos perseguiram. Eles desagradam a Deus e são hostis a todos, esforçando-se para nos impedir que falemos aos gentios, e estes sejam salvos. Dessa forma, vão sempre completando a medida dos seus pecados. Sobre eles, finalmente, veio a ira.
1Tessalonicenses 3.9-13 - Como podemos ser suficientemente gratos a Deus por vocês, por toda a alegria que temos diante dele por causa de vocês? Noite e dia com perseverança oramos para que possamos vê-los pessoalmente e suprir o que falta à sua fé. Que o próprio Deus, nosso Pai, e nosso Senhor Jesus preparem o nosso caminho até vocês. Que o Senhor faça crescer e transbordar o amor que vocês têm uns para com os outros e para com todos, a exemplo do nosso amor por vocês. Que ele fortaleça os seus corações para serem irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos.
1Tessalonicenses 5.23-24 - Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, alma e corpo de vocês seja conservado irrepreensível na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que os chama é fiel, e fará isso.
1Tessalonicenses 5.28 - A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vocês.
2Tessalonicenses 1.3-5 - Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês; e isso é apropriado, porque a fé que vocês têm cresce cada vez mais, e muito aumenta o amor que todos vocês têm uns pelos outros. Por esta causa nos gloriamos em vocês entre as igrejas de Deus pela perseverança e fé que mostram em todas as perseguições e tribulações que vocês estão suportando. Elas dão prova do justo juízo de Deus, que deseja que vocês sejam considerados dignos do seu Reino, pelo qual vocês também estão sofrendo.
2Tessalonicenses 1.11-12 - Conscientes disso, oramos constantemente por vocês, para que o nosso Deus os faça dignos da vocação e, com poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé. Assim o nome de nosso Senhor Jesus será glorificado em vocês, e vocês nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.
2Tessalonicenses 2.16-17 - Que o próprio Senhor Jesus Cristo e Deus nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança pela graça, dê ânimo aos seus corações e os fortaleça para fazerem sempre o bem, tanto em atos como em palavras.
2Tessalonicenses 3.2-5 - Orem também para que sejamos libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos. Mas o Senhor é fiel; ele os fortalecerá e os guardará do Maligno. Confiamos no Senhor que vocês estão fazendo e continuarão a fazer as coisas que lhes ordenamos. O Senhor conduza os seus corações ao amor de Deus e à perseverança de Cristo.
2Tessalonicenses 3.16 - O próprio Senhor da paz lhes dê a paz em todo o tempo e de todas as formas. O Senhor seja com todos vocês.
1Corintios 1.4-9 - Sempre dou graças a meu Deus por vocês, por causa da graça que lhes foi dada por ele em Cristo Jesus. Pois nele vocês foram enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, porque o testemunho de Cristo foi confirmado entre vocês, de modo que não lhes falta nenhum dom espiritual, enquanto vocês aguardam que o nosso Senhor Jesus Cristo seja revelado. Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
1Corintios 16.23 - A graça do Senhor Jesus seja com vocês.
2Corintios 1.3-7 - Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações. Pois assim como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. Se somos atribulados, é para consolação e salvação de vocês; se somos consolados, é para consolação de vocês, a qual lhes dá paciência para suportarem os mesmos sofrimentos que nós estamos padecendo. E a nossa esperança em relação a vocês está firme, porque sabemos que, da mesma forma como vocês participam dos nossos sofrimentos, participam também da nossa consolação.
2Corintios 2.14–16 - Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo e por nosso intermédio exala em todo lugar a fragrância do seu conhecimento; porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles fragrância de vida. Mas, quem está capacitado para tanto?
2Corintios 9.12-15 - O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus. Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros. E nas orações que fazem por vocês, eles estarão cheios de amor por vocês, por causa da insuperável graça que Deus tem dado a vocês. Graças a Deus por seu dom indescritível!
2Corintios 13.7-9 - Agora, oramos a Deus para que vocês não pratiquem mal algum. Não para que os outros vejam que temos sido aprovados, mas para que vocês façam o que é certo, embora pareça que tenhamos falhado. Pois nada podemos contra a verdade, mas somente em favor da verdade. Ficamos alegres sempre que estamos fracos, e vocês estão fortes; nossa oração é que vocês sejam aperfeiçoados.
Romanos 1.8-10 - Antes de tudo, sou grato a meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vocês, porque em todo o mundo está sendo anunciada a fé que vocês têm. Deus, a quem sirvo de todo o coração pregando o evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como sempre me lembro de vocês em minhas orações; e peço que agora, finalmente, pela vontade de Deus, seja-me aberto o caminho para que eu possa visitá-los.
Romanos 10.1 - Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos.
Romanos 12.12 - Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração.
Romanos 15.5-6 - O Deus que concede perseverança e ânimo dê-lhes um espírito de unidade, segundo Cristo Jesus, para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Romanos 15.13 - Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.
Romanos 15.30-33 - Recomendo-lhes, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor. Orem para que eu esteja livre dos descrentes da Judéia e que o meu serviço em Jerusalém seja aceitável aos santos, de forma que, pela vontade de Deus, eu os visite com alegria e juntamente com vocês desfrute de um período de refrigério. O Deus da paz seja com todos vocês. Amém.
Colossenses 1.3-14 - Sempre agradecemos a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vocês, pois temos ouvido falar da fé que vocês têm em Cristo Jesus e do amor por todos os santos, por causa da esperança que lhes está reservada nos céus, a respeito da qual vocês ouviram por meio da palavra da verdade, o evangelho que chegou até vocês. Por todo o mundo este evangelho vai frutificando e crescendo, como também ocorre entre vocês, desde o dia em que o ouviram e entenderam a graça de Deus em toda a sua verdade. Vocês o aprenderam de Epafras, nosso amado cooperador, fiel ministro de Cristo para conosco, que também nos falou do amor que vocês têm no Espírito. Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força da sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência com alegria, dando graças ao Pai, que nos tornou dignos de participar da herança dos santos no reino da luz. Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.
Colossenses 4.2-4 - Dediquem-se à oração, estejam alertas e sejam agradecidos. Ao mesmo tempo, orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo, pelo qual estou preso. Orem para que eu possa manifestá-lo abertamente, como me cumpre fazê-lo.
Efésios 1.3-5 - Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade,
Efésios 1.15-23 - Por essa razão, desde que ouvi falar da fé que vocês têm no Senhor Jesus e do amor que demonstram para com todos os santos, não deixo de dar graças por vocês, mencionando-os em minhas orações. Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir. Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou como cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância.
Efésios 3.14-21 - Por essa razão, ajoelho-me diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família nos céus e na terra. Oro para que, com as suas gloriosas riquezas, ele os fortaleça no íntimo do seu ser com poder, por meio do seu Espírito, para que Cristo habite em seus corações mediante a fé; e oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus. Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!
Efésios 6.19-20 - Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer.
Filipenses 1.3-6 - Agradeço a meu Deus toda vez que me lembro de vocês. Em todas as minhas orações em favor de vocês, sempre oro com alegria por causa da cooperação que vocês têm dado ao evangelho, desde o primeiro dia até agora. Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.
Filipenses 1.9-11 - Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 4.6-7 - Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.
Filipenses 4.23 - A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de vocês. Amém.
Filemom 1.4-7 - Sempre dou graças a meu Deus, lembrando-me de você nas minhas orações, porque ouço falar da sua fé no Senhor Jesus e do seu amor por todos os santos. Oro para que a comunhão que procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo. Seu amor me tem dado grande alegria e consolação, porque você, irmão, tem reanimado o coração dos santos.
Filemom 1.25 - A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o espírito de todos vocês.
1Timóteo 1.12 - Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério,
1Timóteo 2.1-3 - Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador,
Tito 3.15 - Todos os que estão comigo lhe enviam saudações. Saudações àqueles que nos amam na fé. A graça seja com todos vocês.
2Timóteo 1.3-7 - Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você noite e dia em minhas orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha alegria seja completa. Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice, e estou convencido de que também habita em você. Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
2Timóteo 1.16-18 - O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes ele me reanimou e não se envergonhou por eu estar preso; pelo contrário, quando chegou a Roma procurou-me diligentemente até me encontrar. Conceda-lhe o Senhor que, naquele dia, encontre misericórdia da parte do Senhor! Você sabe muito bem quantos serviços ele me prestou em Éfeso.
2Timóteo 4.22 - O Senhor seja com o seu espírito. A graça seja com vocês.

Obs.: Alguns dos textos citados estão mais próximo de uma recomendação ou ensino sobre a oração do que propriamente uma oração feita pelo apóstolo, todavia as incluímos, pois estão dentro do contexto maior da relevância com que Paulo tratou sempre a oração em sua vida e na vidas daqueles que ele pastoreou, sejam pessoas ou comunidades.


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/


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Referências Bibliográficas
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BROWN, Raymond. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas, 2004 (Coleção Bíblia e história Série Maior).
COLLINS, R. F. Latters that Paul did not write (Wilmington, Glazier, 1988).
HALE, Broadus David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Trad. Cláudio Vital de Souza. Rio de Janeiro: JUERP, 1983.
HAWTHORNE, Gerald F. e MARTIN, Ralph P. e REID, Daniel G. (Org.). Dicionário de Paulo e suas cartas. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
REUSS, Eduard. The sacred scriptures of the New Testament, v. 1. Boston: Houghton, Mifflin e Company, 1884.
WESTCOTT, Brooke Foss. A general survey of the history of the canon of the new testament. 4ª ed. London: Macmillan and Co., 1875.