Nenhum
outro atributo do caráter de Deus foi e continua sendo rejeitado radicalmente
pelos incrédulos do que a Soberania dele. Assim, nem um outro tem sido tão
questionado e minimizado pelos pseudos evangélicos do século XX e
principalmente do atual século XXI como o ensino bíblico de que Deus é
totalmente Soberano sobre tudo e sobre todos. Aumenta dia-a-dia o numero de
pseudos líderes evangélicos que sentem vergonha de ensinar e pregar que Deus é
Soberano. Preferem se curvarem diante das ideologias nefastas e cartilhas de
suas bíblias de politicamente (in)correto, do que crerem e proclamarem que há
um Deus soberano e que tudo e todos terão que se curvarem diante dele.
A
grande questão que temos de enfrentar é: QUEM ESTA NO COMANDO DESTE MUNDO? O
mundo que você assiste na TV ou lê nos jornais.
Um
Deus reinando supremo no Céu, geralmente é bem aceito; que Ele faça o quem bem
entender nos céus, é um conceito quase universalmente aceito. E assim, cada vez
mais as pessoas vão filosofando e teorizando, e banindo Deus para longe dos
“negócios humanos”.
Tais “pensadores” não apenas
negam que Deus tenha criado tudo, por uma ação pessoal e direta, como também
repudiam qualquer ideia ou conceito que indique uma ação de Deus no mundo. A
maioria das pessoas crê que tudo surgiu e se move guiada pela força impessoal e
abstrata das chamadas “lei da Natureza”. Assim, o Criador é completamente
banido da Sua própria criação. Então não deve nos surpreender a atitude da maioria
das pessoas que O excluem completamente dos negócios humanos.
QUEM
ESTA NO COMANDO DESTE MUNDO?
Se de fato acreditarmos nas
declarações claras e positivas da Bíblia, não há nenhuma duvida. Pois em suas
páginas se afirmam, continuamente, que Deus está no trono do universo; que o
cetro está em Suas mãos; que Ele está conduzindo todas as coisas conforme Seu
propósito e vontade.
A Bíblia afirma, não só que
Deus criou todas as coisas, mas também que Deus está interagindo e conduzindo
todas as Suas obras. Ela afirma que Deus é o "Todo-poderoso", que o
Seu propósito é irreversível, que Ele é o soberano absoluto sobre todas
as coisas, tanto na terra como nos céus.
E não pode ser de outra
maneira. Pois só há duas alternativas possíveis: Deus ou tem que
reger, ou ser regido; conduzir, ou ser conduzido; realizar a Sua própria
vontade, ou ser contrariado pelas Suas criaturas. Crendo, portanto, no fato de
que Deus é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, investido com sabedoria
perfeita e poder ilimitável, a conclusão óbvia é que Deus esta, como sempre
esteve e sempre estará no Controle de todas as cousas.
Há muitos textos bíblicos
que ensinam claramente esta verdade, e os Salmos é rico em afirma-las:
“Nos céus, estabeleceu o
SENHOR o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo”. (Salmo 103:19).
“No céu está o nosso Deus e tudo
faz como lhe agrada”. (Salmo 115:3).
“Com efeito, eu sei que o SENHOR
é grande e que o nosso Deus está acima de todos os deuses. Tudo quanto
aprouve ao SENHOR, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os
abismos”. (Salmo 135:5-6).
Definição
Uma definição de “soberania”
pode ser: soberania é possuir poder e autoridade suprema de forma que uma
pessoa está no pleno controle e pode realizar tudo o que lhe agrada[1].
Podem ser achadas várias
outras definições semelhantes sobre a soberania de Deus, em vasta literatura
sobre os atributos divinos:
“Sendo infinitamente elevado acima da mais elevada
criatura, Ele é o Altíssimo, o Senhor dos céus e da terra. Não sujeito a
ninguém, não influenciado por nada, absolutamente independente; Deus age como
Lhe apraz, somente como Lhe apraz, sempre como Lhe apraz. Ninguém consegue
frustra-lo nem impedi-lo”.[2]
Em
um mundo dominado por ideologias racionalistas e materialistas,
não se deveria esperar que as pessoas abraçassem com entusiasmo uma doutrina
como a da soberania de Deus:
“O
Deus deste século [vinte e um] não se assemelha mais ao Soberano Supremo das
Escrituras Sagradas do que a bruxuleante e fosca chama de uma vela se assemelha
à glória do sol do meio-dia. O Deus de que se fala atualmente no púlpito comum,
comentado na escola dominical em geral, mencionado na maior parte da literatura
religiosa da atualidade e pregado em muitas das conferências bíblicas, assim
chamadas, é uma ficção engendrada pelo homem, uma invenção do sentimentalismo
piegas. Os idólatras do lado de fora da cristandade fazem "deuses" de
madeira e de pedra, enquanto que os milhões de idólatras que existem dentro da
cristandade fabricam um Deus extraído de suas mentes carnais. Na realidade, não
passam de ateus, pois não existe alternativa possível senão a de um Deus
absolutamente supremo, ou nenhum deus. Um Deus cuja vontade é impedida, cujos
desígnios são frustrados, cujo propósito é derrotado, nada tem que se lhe
permita chamar Deidade, e, longe de ser digno objeto de culto, só merece
desprezo”.[3]
Seria
de se esperar que o evangélico abraçasse a doutrina da soberania de Deus como
bíblica e verdadeira. Todavia, isto tem ocorrido somente em princípio, mas não
necessariamente na prática.
Verdadeiramente
Deus é plenamente soberano. Isso significa que Ele é o ser mais eminente, Ele
controla tudo, a vontade dele é absoluta, e Ele faz tudo conforme lhe agrada.
Nos sermões, estudos bíblicos, orações e cânticos se afirmam essas verdades
bíblicas absolutas, até que Deus faça algo que nós não aprovamos ou que
contraria nossos planos e desejos. Enquanto Deus está nos dando o que queremos
Ele é soberano, mas quando Deus se nega a atender nossa oração ou tem a ousadia
de tirar algo de nós, então nossa reação imediata é de resistir à doutrina da
soberania dele. Em lugar de acharmos conforto nela, ficamos irritados, confusos
e até mesmo decepcionados com Deus. Se Ele pode fazer tudo que lhe agrada, por
que Ele permite que soframos? Esse nosso “problema” é decorrido de uma
distorção desta doutrina e um conhecimento deficiente a respeito de Deus.
Por
tudo isto, torna-se vital que cada Cristão venha a entender corretamente
este atributo de Deus que é a Sua soberania. O atributo da soberania de Deus irrita
muitas pessoas, inclusive muitos cristãos. Mas
a soberania Deus é claramente ensinada na Bíblia e nela esta o único fundamento
básico da genuína fé cristã. Nós temos que examinar a palavra de
Deus e rogar ao Espírito Santo que nos ensine o que precisamos saber no
que se refere a esta extraordinária e preciosa verdade.
Um Rei da Babilônia Declara a Soberania de Deus
Quando
procuramos na Bíblia uma definição concisa da Soberania divina, somos
surpreendidos, pois não a encontraremos na pena de Paulo, ou na Lei de Moisés,
nem ainda na boca dos grandes profetas como Isaías ou Jeremias. A definição
mais clara a respeito da soberania de Deus vem dos lábios de Nabucodonosor, o
rei da Babilônia:
“Mas ao fim
daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o
entendimento, e eu bendisse o Altíssimo,
e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e
cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele
reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e
os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que
fazes? Tão logo me tornou a vir o entendimento, também, para a dignidade do
meu reino, tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; buscaram-me os
meus conselheiros e os meus grandes; fui restabelecido no meu reino, e a mim se
me ajuntou extraordinária grandeza. Agora,
pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas
as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos
que andam na soberba.”
Daniel 4.34-37.
Este
reconhecimento da soberania de Deus é feito por um homem que conheceu mais
sobre soberania humana que qualquer outro em toda a história da
humanidade. Entre os reis da história, Nabucodonosor foi o maior (Daniel 2.37). Ele é “a cabeça de ouro” (Daniel 2.38). Quando comparado o seu
reino, com os impérios mundiais anteriores e posteriores são descritos como “inferiores” (cf. 2.39-43). Quando
Daniel falou a Belsazar, filho e sucessor de Nabucodonosor, o que ele havia construído
monstra a extensão inigualável de seu domínio e autoridade:
Ó
rei [Belsazar], foi a
Nabucodonosor, teu predecessor, que o Deus Altíssimo deu soberania, grandeza,
glória e majestade. Devido à alta posição que Deus lhe concedeu, homens de
todas as nações, povos e línguas tremiam diante dele e o temiam. A quem o rei
queria matar, matava; a quem queria poupar, poupava; a quem queria promover,
promovia; e a quem queria humilhar, humilhava.
Daniel 5.18-19.
Nabucodonosor
foi um homem poderoso militar e politicamente. Regeu uma Nação poderosa (a
Babilônia) com um punho ferro, e a Babilônia dominou todos os outros poderes
mundiais daqueles dias. Era ele o comandante que derrotou e destruiu Jerusalém
e que enviou a maioria dos judeus para o cativeiro babilônico. Como os
moradores de Judá pareciam insignificantes e impotentes contra tal poder de
Nabucodonosor, e realmente eles eram.
Mas
o Deus das Escrituras é o verdadeiro e grande Deus. Deus escolheu
demonstrar sua soberania sobre a história das nações da terra trazendo
Nabucodonosor de joelhos em submissão e adoração a Ele.
Há
uma declaração bíblica que revela toda a grandeza e soberania de Deus, onde não
apenas os “Nabucodosor” que se sentem poderosos, mas todos os habitantes da
terra terão que declarar igualmente a Soberania dele:
Porquanto está escrito: “Por mim mesmo
jurei, diz o Senhor, diante de mim todo o joelho se dobrará e toda língua
confessará que Eu Sou Deus”.
Romanos
14.11
Utilização
livre desde que citando a fonteGuedes, Ivan
PereiraMestre em
Ciências da Religião.me.ivanguedes@gmail.comOutro BlogHistoriologia
Protestantehttp://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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[1]
“A aversão que muitos têm a este atributo de Deus provém de o considerarem
separado das outras atribuições dando a
impressão de que Deus pode ser despótico e não tomar em consideração o bem das
criaturas. ‘A soberania de /Deus não é a de um déposta caprichoso, mas a do
único Ser sábio, gracioso, reto e santo. Assim considerando, este atributo é
tão digno de Deus que não se pode compreender que sem ele Deus fosse Deus’”.
Comentário e citação de Alfredo Borges Teixeira, Dogmática Evangélica,
Ed. Pendão Real, São Paulo, 1976, p.89.
[2] A.
W. Pink, Os Atributos de Deus, Ed. PES, São Paulo, 1985, pp.31-32.
[3] A.
W. Pink, 1985, p. 28.