terça-feira, 11 de maio de 2021

A Decadência Social: Obscenidade e Pornografia

 


            Desde a virada do século tem havido uma continua e crescente onda de desestabilização social. Duas características desta terrível orquestração mediática é o aumento assustador da Obscenidade e da Pornografia.

            Um dentre outros nefastos objetivos é a de substituir um pensamento “reprimidor”, pelo novo pensamento “libidinoso”; eles buscam de forma sistemática, consciente e determinada, destruir a lei e conceitos morais vigentes para imporem uma nova ordem moral, que diga-se de passagem de “novo” não tem absolutamente nada de mais.

            O argumento judicial da obscenidade “artística”, para distingui-la da pornografia, tão evocada e comumente aceita nos tribunais, não se sustenta ainda que uma pode ser mais conceitual e a outra comercial, mas a orientação básica de ambas são as mesmas – confrontar e destruir a moral cristã bíblica.

Resistência e Aversão à Fé Cristã e à Moral Bíblica

O que está por detrás, mas cada vez mais perceptível e escancarado, desta onda mediática para impor uma “nova moralidade”, que de novo nada contém, pois é simplesmente a velha imoralidade libidinosa desenfreada da obscenidade pornográfica, é seu ódio óbvio pela fé e o padrão moral bíblico. Toda e quaisquer restrições morais é considerada como escravidão do ser humano. O arsenal deles visa sempre desconstruir todos os conceitos estabelecidos: a bênção do casamento sem mácula e a monogamia, contra a autoridade paterna e materna, contra conceito bíblico de sexo masculino e feminino, contra a oposição ao aborto. Alimentam as chamas da revolta, considerando qualquer vida que se conforma à moralidade bíblico-cristã como uma vida estreita e enfadonha. Por outro lado, a imoralidade e a perversão em todas as suas formas são vistas como atividades libertadoras estimulantes.

A Inversão de Valores

A mídia em tempo integral tenta mostrar que uma vida moral seria cansativa e repulsiva, de tédio e pobreza sem limites, enquanto a prática do mal é vista como o caminho libertador do homem. Para eles o mal tem o poder de atração de uma força magnética e se torna a vitalidade, o dinamismo e a possibilidade do desabrochar da vida. Para viver verdadeiramente, deve-se focar na libertinagem, tipificada na obscenidade pornográfica. O homem, portanto, não está realmente vivo se viver moralmente. É a prática do que é chamado de pecado e perversão que dá à vida seu sabor e significado. Portanto, somente aqueles que quebram as leis morais estão realmente vivos, pois para tais pessoas, o mal é a vida.

Moralidade é Morte

Para o pornógrafo, a moralidade equivale à morte. Prender pessoas atrás das grades da moralidade, casamento, lei e ordem são equivalentes a uma sentença de morte. Se o mal liberta, é lógico concluir que a moralidade prende. Aqui está a fé religiosa do pornógrafo. A prática do mal é assim transformada em “evangelho” e imersão no pecado o caminho da “salvação”; o mal e o pecado conduzem à vida e à liberdade.

Esse conceito é propagado com tanto fanatismo, com tanto fervor, como algo novo e inusitado, mas não passa de um terreno religioso muito antigo, o do maniqueísmo e de várias seitas que cultuavam o caos original [2]. Para tais pessoas quebrar as normas da lei representa vida. Os sociólogos descobriram a alguns anos que muitas pessoas cometem adultério, não por desejo de outra pessoa, mas por medo de perder o prazer da vida por perder uma experiência proibida. Aqui está o cerne de todo este movimento obsceno pornográfico a ponte de lança da “nova moralidade”, pois ele apresenta o pecado e o mal como constituindo a vida real pela única razão pela qual se opõem ao bem.

Balizas Morais Versus Estado Totalitário

O arsenal midiático serve apenas para preparar o terreno para a implantação de um Estado Totalitário, onde a família monogâmica será substituída pela liberação completa da vida sexual e onde os filhos serão moldados à imagem e semelhança desta sociedade regida pela obscenidade pornográfica.

Não sem razão eles precisam eliminar o centro gerador de moralidade cristã: a bíblia e o culto. Uma vez que a bíblia perde seu poder normativo para a vida cotidiana e os cultos tornam-se apenas celebrações religiosas festivas, nada mais vai poder impedir a dissolução social e a implantação de uma sociedade libertina e pornográfica.

O Evangelho conforme estabelecido na Bíblia em toda sua amplitude é a última fronteira. A Bíblia não aprisiona o ser humano, mas apenas lhe fornece o instrumental para dominar a si mesmo, que é a o fundamento da verdadeira liberdade. Toda sociedade destituída de um padrão de caráter está fadada ao caos e ao fracasso. Uma vez que a pessoa está destituída da capacidade da governar a si mesma, de exercitar o domínio próprio, ela se constitui em campo fértil para aceitar passivamente uma autoridade totalitária sobre ela. A obscenidade pornográfica não eleva o ser humano, mas ao contrário, o rebaixa ao nível mais animalesco encontrado na natureza.  Uma vez rebaixados tais pessoas perdem seu senso de responsabilidade, bem como sua capacidade moral de governar a si mesmo e se tornam presas dócil para a tirania monolítica.

Os defensores da obscenidade pornográfica falam o tempo todo sobre liberdade. Qualquer legislação destinada a reprimir a pornografia, inclusive infantil, provoca protestos veementes, mas o cerceamento das liberdades individuais não lhes incomodam. Se a defesa da liberdade é de fato suas preocupações reais, por que se calam diante de pseudos governantes que invadem a esfera da liberdade familiar e religiosa? Na verdade, eles são hostis a qualquer liberdade produzida dentro da estrutura criativa da lei divina. O conceito obsceno pornográfico visa tão somente extrair todo o conteúdo e destruir a liberdade moral do ser humano. A escravidão ao pecado é sempre um prelúdio da decadência social e politica de qualquer sociedade em qualquer época e lugar.

O Arauto da Obscenidade Pornográfica: o Marquês de Sade

Ele defendia abertamente a extração de toda e qualquer restrição dos vícios fossem quais fossem. Sua plataforma política incluía a abolição das leis contra roubo, assassinato, prostituição, adultério, incesto, estrupo, sodomia e quaisquer outras aberrações morais (qualquer semelhança com a agenda atual do STF não é mera coincidência). Para eles tudo é suportável, menos as “leis iniquas cristãs” que preservam a integridade da família e da sociedade.  O projeto de Sade e dos atuais mandatários jurídico e legislativo do Brasil é o mesmo: abolir o cristianismo e toda sua moralidade por meio de atos legislativos – o que já vem ocorrendo no Brasil nesses últimos trinta anos, desde a implantação desta pseuda democracia, com a permissividade e passividade alienante dos que se dizem evangélicos e protestantes. 

Conclusão

Diante deste quadro tão decadente que contemplamos da sociedade brasileira precisamos assumir uma posição mais clara e contundente. Primeiramente precisamos tomar consciência das implicações políticas latentes envolvidas neste caos social. Precisamos agir publicamente nessa direção e também em muitas outras; também precisamos de ações mais positivas, reordenar primeiramente nossas vidas, bem como a orientação atual da sociedade de acordo com a fé cristã e suas normas bíblicas. Não podemos nos acovardar diante das pressões midiáticas, mas nos estabelecermos nos fundamentos sólidos da Palavra de Deus, sem o qual nada duradouro pode ser construído. Porque uma vez que as fundações forem corroídas, a construção não permanecerá.

 

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

me.ivanguedes@gmail.com

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