(Amós 3.9-11) Proclamai
nos palácios de Asdode, e nos palácios da terra do Egito, e dizei: Ajuntai-vos
sobre os montes de Samaria, e vede que grandes alvoroços nela há, e que
opressões no meio dela. Pois não sabem fazer o que é reto, diz o Senhor,
aqueles que entesouram nos seus palácios a violência e a destruição. Portanto,
o Senhor Deus diz assim: um inimigo cercará a tua terra derrubará a tua
fortaleza, e os teus palácios serão saqueados.
Samaria aqui significa o reino do norte, o reino de Israel. Nas cidades
de Israel há grandes alvoroços. A sociedade está em bancarrota, o povo está se
tomando completamente fora da lei. Os pobres e os fracos são oprimidos
terrivelmente. Muitos do povo não sabem mais o que é certo fazer. O que eles
possuem é produto de furto e de saque é riqueza ganha mediante exploração,
corrupção e roubo. E sempre querem mais, tão gananciosos se tomaram.
Os filisteus, (aqui representados por Asdode) e os da terra do Egito
eram conhecidos por sua impiedade, especialmente pela maneira como maltratavam
os pobres. O SENHOR convoca essas nações para observarem o que se passa cm
Israel, pois até elas vão ficar surpresas diante da terrível impiedade que ali
verão.
Alguém disse:
“Aqueles que não tiveram revelação especial de Deus e que nunca
experimentaram especial redenção, poderão levantar-se e julgar os males sociais
daqueles que foram singularmente privilegiados como povo de Deus... mas que
nada pensaram sobre oprimir seus companheiros, membros da família da graça”.
Aplicação:
Hoje, às vezes, acontece a mesma coisa. Há lugares onde até os pagãos
ficam chocados com o que ocorre nas igrejas. Ocorrem mais fornicação,
mexericos, ódio, tribalismo, roubo e discussão feitos por membros de igreja do
que pelos pagãos da cidade. A Igreja não é conhecida por santidade e pureza,
mas por impiedade e falta de temor de Deus. Talvez cada um de nós deva
perguntar a si mesmo: “Que será que os
pagãos pensam da minha igreja?”
(Amós 3.15) Derribarei a casa de inverno juntamente com a casa
de verão as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o
Senhor.
Quando um leão ataca e devora uma ovelha, somente uns ossos, ou um
pedacinho da orelha sobram. De fato o que sobra é apenas suficiente para provar
que houve tempo em que a ovelha existiu. Da mesma maneira, quando Deus Se mover
em juízo contra Israel, só sobreviverá um diminuto remanescente da nação.
Mas do povo de Samaria muitos nem pensam no que o futuro lhes tem
reservado. Passam a maior parte do dia sentados em suas camas ou em seus divãs
(“no canto da liteira, e na barra do leito”). Estes são os ricos preguiçosos.
Vivem cheios de comodidades, luxo, ociosidade e indulgência egoística.
Havia altares em Betei, mas não devia haver altares ali. A passagem de 1
Reis 12.25-33 nos conta como Betel veio a tornar-se um centro de culto para o
reino do norte. Deus havia dito claramente que as doze tribos deveriam cultuá-lo
em Jerusalém. Mas as dez tribos do norte, induzidas por Jeroboão, romperam com
as outras duas tribos, do sul. Jeroboão não queria que seu povo viajasse do
norte para Jerusalém, situada no reino do sul, temendo que se tornasse de novo
leal ao rei do sul. Então lemos:
Pelo que o rei [Jeroboão] tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e
lhes disse: “Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus deuses,
ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito”. E pôs um em Betei, e colocou
o outro em Dã, e este feito se tornou em pecado... (1 Reis 12.28-30).
Portanto, o culto em Betel não fora autorizado pelo SENHOR. E tudo isso
Lhe desagradava.
Na religião pagã os chifres do altar (“cornos”) eram um lugar de refúgio
e de segurança. (Vemos alguém procurando segurança fugindo para as pontas do
altar, em 1 Reis 1.51.) Mas quando Deus julga Seu povo ninguém se salvará pendurando-se
nos cornos do altar, pois Deus visitará os altares de Betei, cortará seus
chifres, e eles cairão por terra.
Em Israel o inverno é um período muito frio do ano, e o verão é a
estação quente. Os ricos podiam suprir-se de duas casas! Uma os mantinha bem
dispostos e aquecidos no inverno, enquanto que a outra era construída de molde
a ser tão fresca quanto possível no verão. E essas moradias não eram
tão-somente casas, eram grandes casas, mansões, feitas de material belo e caro,
como marfim. Mas quando o juízo caísse, as casas de inverno e de verão seriam
destruídas.
Às vezes olhamos para os ricos e os invejamos. Eles têm muitas posses. A
vida deles parece tão tranquila, com poucos problemas e preocupações.
Entretanto, precisamos lembrar-nos disto: quando
Deus julgar o mundo, a maioria dos ricos será condenada. Lembram-se das palavras
de Jesus. “Quão dificilmente entrarão no
reino de Deus os que têm riquezas!” (Lucas 18.24)? Por que é tão difícil?
Porque muitos ricos confiam em suas riquezas, em vez de confiarem em Cristo.
Muitos ricos conseguem seu dinheiro por meios iníquos, e amam tanto o dinheiro
que nunca abandonam o seu pecado para não perder seu dinheiro. E por isso
estarão perdidos para sempre no inferno.
Aplicação:
Portanto, não invejemos os ricos. Contentemo-nos plenamente com o que a
Deus parece bem dar-nos. 1 Timóteo 6.8 diz: “Tendo... sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes”. Assim seja.
(Amós 4:1-3) Ouvi esta
palavra, vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis os
pobres, que esmagais os necessitados, que dizeis a vossos maridos: Dai cá, e
bebamos. Jurou o Senhor Deus, pela sua santidade, que dias estão para vir sobre
vós, em que vos levarão com anzóis, e aos que sairdes por último com anzóis de
pesca. E saireis pelas brechas, cada qual em frente de si, e sereis lançadas
para Harmom, diz o senhor.
Basã era uma parte do mundo famosa por seu gado gordo, bem alimentado
(Deuteronômio 32.14). Diz Amós que as mulheres de Israel são como essas vacas.
Por exemplo: são gordas como as vacas de Basã. Mais que isso, porém: como
aquelas vacas, elas vivem só para satisfazer seus desejos físicos. Só estão
interessadas em comer, beber, dormir. Sua única preocupação é se fazerem
felizes e passar bem. Ao invés de ajudarem os pobres, elas os oprimem. Nem a si
mesmas elas ajudam, mas esperam que outras pessoas corram para lá e para cá
para servi-las e para fazer tudo para elas. Essas mulheres não podem nem pegar
uma bebida para si, mas fazem seus maridos (“seus senhores”) pegá-la para elas!
As coisas estão prestes a mudar para essas poderosas mulheres. Estão
acostumadas a uma vida de luxo egoístico, mas vem a hora em que elas vão saber
o que é serem cativas desamparadas. Elas terão anzóis ou argolas enfiadas
através do lábio superior. Farão passar uma corda por essas argolas para que
fiquem amarradas juntas. Serão levadas da sua cidade como prisioneiras. Quando
saírem não terão que passar pelas portas da cidade! Os muros da cidade estarão
em completa ruína, de modo que elas poderão sair da cidade em qualquer ponto
(“saireis pelas brechas”)! E no exílio, numa terra distante, essas mulheres
saberão quão horrível a opressão é realmente. Pois não é mais sua vez de
oprimir, e sim de serem oprimidas.
Conclusão
Que
dizer de nós? Para o que vivemo? Será que só nos preocupamos com as coisas
desta vida: comida, bebida, sexo, sono, dinheiro, popularidade, educação,
poder? Ou, como Jesus nos disse que façamos, buscarmos primeiro “o reino de
Deus e a sua justiça” (Mateus 6.33)?
Referência Bibliográfica
BUSSEY, Martin K. A mensagem de Amós – um comentário para a Igreja atual. Tradução
Odayr Olivetti. São Paulo: PES, 2009. (p. 42-47).
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