sábado, 23 de julho de 2022

Viajando no Evangelho de Marcos: Prólogo (1.1-13)

 

    Essa primeira perícope (parágrafo) é composta por três pequenas unidades literárias estreitamente unidas, que se constitui no Prólogo onde Marcos registra os eventos que precedem imediatamente o início do ministério público de Jesus e ao mesmo tempo serve como uma introdução a toda narrativa evangélica por ele elaborada, fornecendo ao leitor pistas essenciais para a compreensão do que se segue.

Na primeira unidade (v. 1-8) o evangelista apresenta a figura João Batista, sublinhando seu papel profético à semelhança do profeta Elias como o precursor do Messias;

A segunda unidade (v. 9-11) apresenta Jesus de Nazaré como aquele a quem João havia apontado, registrando sua autenticação divina no batismo efetuado por João Batista;

E na terceira e última unidade (v. 14-15) Jesus é impelido pelo Espírito Santo para o deserto aonde vai se preparar espiritualmente e ao final terá a primeira vitória sobre Satanás – onde Adão falhou, Jesus venceu.

No último capítulo (16) Jesus terá a Vitória definitiva sobre Satanás e a morte.

Primeira Unidade Literária (1.1-8)

João Marcos escolheu cuidadosamente as seis primeiras palavras de sua narrativa: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (v.1)

Princípio: não apenas no sentido cronológico, mas no sentido de causa, origem (grego-arché) – de maneira que Jesus Cristo é o novo Gênesis (cf. Gn 1.1). No Evangelho de Jesus está a semente (a origem, o princípio) de um novo mundo, uma Nova Criação (2 Co 5.17).

Evangelho: “boas novas; boas notícias” Jesus não apenas anunciara o evangelho, mas Ele mesmo é as Boas Novas. Marcos está comunicando aos seus leitores de que em Jesus ocorre um evento histórico que produzira salvação para toda humanidade.

Mas aqui tem um contexto profético do AT = Isaias fala das boas novas que o Messias trará (61.1s); o primeiro texto que Jesus leu na sinagoga falava da libertação dos oprimidos (cf. Lc 4.17s); Deus está presente (Is 40.9) e no controle (Is 52.7).

Jesus Cristo: O nome composto = Jesus (o Senhor é a salvação) e Cristo (messias, ungido – a esperança de Israel); Jesus Cristo é o cumprimento de toda Esperança veterotestamentário. Ouça as palavras do velho sacerdote Simeão, quando toma o bebe Jesus em suas mãos: “Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor despede em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos; luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel”.

Filho de Deus: Está última afirmação deixa claro que Jesus não é mais um profeta (Elias ou o próprio Batista) Ele é o próprio Deus e o evangelista irá concluir sua narrativa com está mesma declaração 15.39 = ditas pela boca de um centurião romano: “verdadeiramente, este homem era Filho de Deus”.

João Batista e seu ministério (1.2-8)

Voz Profética (v.2-3): o evangelista declara que João Batista é o cumprimento das profecias de Isaías e Malaquias; a primeira frase é de Malaquias (400 anos antes) “Eis que envio o meu mensageiro diante da tua face, que preparará o teu caminho diante de ti – a segunda proferida 700 anos antes pelo profeta Isaías o mais evangélico dos profetas: “A voz de quem clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. Ambos os profetas olham para frente – “Deus está para agir” – e o Batista irá apontar para Jesus e dirá = “Deus já está agindoa promessa está sendo cumprida.

João Batista e sua Mensagem

Ele surge do deserto – trazendo à memória judaica o Êxodo – agora Deus inicia um Novo Êxodo – se no primeiro os israelitas eram escravos no Egito; agora eles são escravos de um sistema legalista religioso – representado no Templo e seus Sacerdotes. Os que querem ouvir a voz de Deus tem que sair e ir para o Deserto (deixa meu povo ir falou Moises à Faraó).

João Batista rompe um silêncio de 400 anos (Malaquias a Marcos) – o povo espera que Deus torne a falar por meio da voz profética (Malaquias predisse que um novo Elias será levantado por Deus) e João Batista é esse novo Elias; é interessante que em todo evangelho Marcos não faz qualquer retrato falado de Jesus – nada ficamos sabendo da pessoa de Jesus; mas o evangelista faz um bom retrato falado do Batista. Por quê?

Justamente porque Marcos deseja fazer a ligação direta entre João Batista e o profeta Elias. A mensagem do Batista é o cumprimento da Profecia do AT – “Preparai o Caminho do Senhor (Messias); endireitai suas veredas”. Assim como a mensagem de Elias visava o arrependimento e a reconciliação com Deus, a mensagem do Batista é radical para todos: pobres, ricos; sacerdotes, levitas: arrependei-vos.

Arrependimento (metanoia) é uma mudança deliberada do coração e da mente; confessar os pecados (reconhecer que está vivendo longe da vontade de Deus) e sendo batizado (representação externa/visível do arrependimento interno/invisível).

A genuína tristeza pelo pecado (arrependimento) conduz a uma conversão e envolve uma completa mudança de vida (Novo Nascimento).

O arrependimento implica em perdão – que estará disponível plenamente em Jesus Cristo.

João Batista tem plena consciência disso: ele declara que está para surgir, ainda naqueles dias, alguém que é MAIOR do que ele; ainda que João seja um grande profeta, JESUS é de uma ordem de grandeza diferente – Jesus é o Filho de Deus e plenamente cheio do Espírito Santo e Poder.

As palavras de João Batista em relação a Jesus demonstram o caráter e a humildade dele: “não sou digno nem mesmo de desamarrar os cordões de suas sandálias” – a função do servo (escravo) em uma casa. Infelizmente esta humildade faltará aos próprios discípulos no Cenáculo.

Essa primeira referência ao Espírito Santo tem como objetivo linkar Jesus com a Salvação prometida no AT que implicava no derramar do Espírito Santo (Joel 2.28s; Ezequiel 36.26s) que será cumprida literalmente no Pentecostes.

Conclusão desta primeira unidade literária (1.2-8)

Marcos declara que a vinda do Batista inicia o cumprimento das antigas promessas de Salvação (Messiânicas). O Batista prepara o caminho do Senhor; o povo, por meio de seu arrependimento e batismo é preparado para receber a Salvação (o Messias). O cenário está pronto – então no verso 9 diz Marcos: JESUS CRISTO VEIO!

Questões Para Reflexão

            Leia o texto (1.1-8) e responda as questões propostas!

1) Qual é o principal ponto deste parágrafo

2) Leia na sua bíblia as duas profecias que João Batista cumpre:

Malaquias 3.1 e Isaías 40.3

3) O que João pregou? (v.4)

4) O que João anunciou? (v.8)

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Referências Bibliográficas (Utilizadas nesse Artigo)

CULPEPPER, R. Alan. Mark, 2007. [Smyth & Helwys Bible Commentary, v. 20].

MULHOLLAND, Dewey M. Marcos – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.  [Série Cultura Bíblica, v. 2].

SOARES, Sebastião Armando Gameleira & JUNIOR, João Luiz Correia. Evangelho de Marcos, v.1, ed. Vozes, Petrópolis, 2002.
Outras Referências Sugeridas.

BRATCHER, Roberto G. e SCHOLZ, Vilson. Comentários SBB para exegese e tradução - Marcos versículo a versículo. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.

CARSON D. A., DOUGLAS, J. Moo & MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, 2006, 8ª ed.

CRANFIELD, C. E. B. The Gospel According to St. Mark. Cambridge: Cambridge University Press, 1966.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento – Marcos. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.

TENNEY, Merrill C. (Org.). Enciclopédia da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

SALMO 2 - A Reação dos Ímpios à Soberania de Deus


O primeiro e o segundo Salmos estão completamente vinculados;

            No primeiro Salmo o Mundo tenta nos atrair; seduzir.....

            No segundo Salmo o Mundo tenta nos intimidar – força

Nada ofende e irrita mais os ímpios do que um DEUS SOBERANO.....

As pessoas rangem os dentes – conspiram – se unem (pessoas que se odeiam mutuamente se unem contra Deus como ocorreu em Jerusalém onde se formou um conluio entre inimigos declarados, para matarem Jesus).

Como eles não podem INTIMIDAR Deus, eles TENTAM intimidar os cristãos....ameaçando-perseguindo-mantando...

Há somente duas reações diante da Soberania de Deus:

            Amá-Lo ou Odiá-Lo; Servi-Lo ou Rebelar-se - não existe uma terceira via.

A Conversão (genuína) implica em:

Deixarmos de ODIAR a Deus e passarmos a Ama-Lo;

Deixarmos de nos rebelar contra a Soberania de Deus e voluntariamente nos submeter voluntariamente à Sua Vontade, entendo que essa vontade é boa, santa e agradável, mesmo quando esta vontade contraria a nossa.

O nosso modelo é o próprio Jesus: (SEJA FEITO A TUA VONTADE E NÃO A MINHA).

A chave do Salmo é o Temor a Deus (v.10) Servi ao Senhor com temor

Quando adoramos estamos reconhecendo quem Deus é –

Mas o ser humano decaído prefere adorar a Si Mesmo; prefere construir deuses (ídolos) à sua própria imagem e semelhança; preferem se curvarem diante da criatura em vez do Criador.

As pessoas estão dispostas a tolerar e até mesmo ter um sentimento amoroso para com o Jesus dos Evangelhos – que fez o bem a todos e morreu na cruz....

Mas as pessoas de forma geral ODEIAM COM TODO O SER (todas as forças) o Jesus Glorificado e Soberano revelado nas páginas do Apocalipse...

O Jesus Glorificado não vem para morrer novamente na cruz; Ele vem para JULGAR os vivos e os mortos; o Jesus Glorificado vem para LANÇAR NO INFERNO todos os ímpios, juntamente com Satanás e seus demônios....

No Apocalipse o Senhor Jesus Glorificado diz: “Sim, venho em breve! ” E Sua IGREJA responde: Amém. Vem, Senhor Jesus! (Apocalipse 22.20).

Esse Salmo (2) permeia a literatura do NT - nos mostra até que ponto os primeiros cristãos encontraram nela a história de seu rei, o ódio acumulado contra ele, sua elevação à direita de Deus, sua vitória final. Que ainda hoje, no meio da revolta dos incrédulos e ímpios contra Cristo e contra o próprio Deus, a Igreja se anime e contemple pelos olhos do salmista a glória do seu Salvador e a destruição certa de tudo o que se opõe ao Seu Reino e a Sua Justiça!


Oração: Senhor nosso Deus o mundo derrama seu ódio contra nós o teu Povo, mas confiamos na Sua Soberania. Sustenta-nos oh! Senhor pelo Seu Poder e Graça. Retenha oh! Deus a ira dos ímpios sobre teu povo. Em nome de Jesus te rogamos e aguardamos. Maranata, ó vem Senhor Jesus!

 

                                                                                                                 Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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sábado, 2 de julho de 2022

Biblioteca do Segundo Testamento ou Novo Testamento (Romanos)

Biblioteca do Segundo Testamento ou Novo Testamento (Romanos).

Esta série original (Tyndale New Testament Commentaries) traduzida pela editora brasileira Vida Nova[1] com o título geral de “Série Cultura Bíblica” na década de 1980 preencheu uma lacuna imensa de bons comentários bíblicos. A editora brasileira optou por capas dos volumes do Antigo Testamento em vermelho e do Novo Testamento em azul, para distingui-los. Suas reiteradas edições são testemunho de quão relevante estas séries se tornaram para as lideranças e estudantes evangélicos brasileiros, que finalmente tinha à sua disposição comentários de todos os livros da bíblia em uma perspectiva acadêmica contemporânea cujos mais diversos autores eram eminentes catedráticos tanto do Antigo quanto do Novo Testamento.  

ROMANOS: INTRODUÇÃO E COMENTÁRIO - F. F. Bruce. M.A., D.D.

            O autor deste comentário da epístola de Paulo aos Romanos é um reconhecido e respeitável acadêmico o Dr. F. F. Bruce[2]. Ele foi um acadêmico bíblico escocês que sempre defendeu a confiabilidade histórica do Novo Testamento. Um de seus primeiros livros “Documentos do Novo Testamento: São Confiáveis?” (New Testament Documents: Are They Reliable?), tem influenciado positivamente gerações de evangélicos em todo o mundo.

            A proposta dos editores originais era produzir uma série bíblica que tivesse relevância acadêmica, mas sem perder sua essência devocional, de maneira a poder suprir tanto as necessidades dos estudantes e pastores, quanto oferecer ao leitor leigo uma oportunidade de se aprofundar no estudo dos livros da bíblia. E certamente está proposta vinha de encontro às necessidades prementes dos evangélicos brasileiros.

            O autor organiza seu comentário primeiramente resumindo os argumentos de Paulo e depois aborda os temas específicos e destaca individualmente os versos mais relevantes, onde ele amplia um pouco mais sua discussão. Os resumos iniciais são de grande ajuda para que os leitores possam obter uma boa compreensão da mensagem desta preciosa carta paulina.

            Em sua introdução Bruce alerta quanto aos perigos de extrair o apóstolo de seu contexto histórico e transportá-lo para o século XX/XXI, erro lamentável que grande parte dos comentaristas atuais insiste em fazer. A hermenêutica e exegese mais honesta é aquela em que se permite ao próprio Paulo falar por si mesmo. Para Bruce os dois capítulos finais da carta são parte integrante do texto epistolar e não há razão convincente para se duvidar de sua autoria paulina. Concluindo a introdução sua paráfrase[3] do texto epistolar é de grande utilidade para os leitores menos familiarizados com o texto paulino e clareia ainda mais as ideias centrais da preciosa carta.   

Como mencionado acima a brevidade do comentário, seguindo a proposta editorial, significa que algumas questões controversas não são discutidas, enquanto outras, como por exemplo a "Nova Perspectiva", são apenas mencionadas. Todavia, o comentarista deixa muito claro seus posicionamentos e pressupostos exegéticos/hermenêutico, onde por exemplo ele rejeita a interpretação de que a ira de Deus é meramente "impessoal", demonstrando que Paulo entende claramente que Deus não apenas justifica o pecador, como o mantém justo.

Para Bruce o capítulo 7 é basicamente autobiográfico, ainda que Paulo entenda que seja essa a realidade universal da raça humana. Todo cristão vive o conflito da sobreposição da velha e nova vida. Sem a ação do Espírito Santo o fracasso é inevitável, pois naturalmente jamais preencheremos os requisitos da Lei. Para Bruce a expressão paulina “estar em Cristo” implica a inserção do convertido na Igreja – “corpo de Cristo”, de maneira que o cristão deve expressar o caráter de Cristo em seu viver cotidiano.

Outro assunto que ele discute é a relação entre glória e sofrimento. O sofrimento é visto como a experiência cristã normal, e a glória não é a compensação, mas o resultado final desse sofrimento e por esta razão o crente não deve se desesperar, mas confiar e aguardar. Quanto ao capítulo 9 Bruce prefere pensar em Paulo como se opondo à qualquer possibilidade de salvação por obras.

Os capítulos 12 em diante se constituem na segunda parte da carta onde Paulo vai aplicar os ensinos dos capítulos anteriores, e Bruce aponta as semelhanças com o ensino de Jesus, para irritação de muitos que desejam desassociar o ensino paulino do ensino evangélico. Paulo defende plenamente sua liberdade em Cristo, de maneira que não aceita qualquer tipo de cerceamento, o que não significa que Paulo é libertino, mas que submisso à orientação do Espírito Santo é livre para fazer ou não fazer. Infelizmente hoje uma parcela expressiva de evangélicos distorce esse ensino de Paulo, pois defendem apenas a liberdade para “fazerem” e não a igual liberdade para “não fazerem”. Para Paulo “ser livre” não significa em hipótese alguma dar vazão à toda sorte de concupiscência e depravação, claramente afrontosa aos princípios bíblicos, mas “ser livre” significa dizer “não” à toda sorte de ações e manifestações pecaminosas.

Seguindo a proposta editorial este não é de forma alguma um comentário exaustivo sobre a epístola aos Romanos, mas é de grande valia, e lançará uma nova luz sobre diferentes passagens. O leitor leigo provavelmente encontrará um pouco de dificuldade, principalmente por não esta familiarizado com a utilização de comentários, mas aqueles que querem ter uma melhor compreensão de Romanos, sem ter que ler um comentário exegético mais complexo, haverão de apreciar este comentário de Bruce.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
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[1] Cujo um dos fundadores foi o querido Pastor Russell P. Shedd (1929 2016), que tanto se preocupou em disponibilizar aos estudantes de teologia no Brasil material bíblico de qualidade.

[2] Frederick Fyvie Bruce (12 de outubro de 1910 - 11 de setembro de 1990).

[3] Interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto (entrecho, obra etc.) que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido.


[1] Cujo um dos fundadores foi o querido Pastor Russell P. Shedd (1929 2016), que tanto se preocupou em disponibilizar aos estudantes de teologia no Brasil material bíblico de qualidade.

[2] Frederick Fyvie Bruce (12 de outubro de 1910 - 11 de setembro de 1990).

[3] Interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto (entrecho, obra etc.) que visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para o seu sentido.