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Vivemos a
era do MEDO! Em nenhum outro tempo vivemos tão assustados e acuados como
nestes anos iniciais do século XXI.
Nosso
coração se atemoriza com medo de doença, de sofrimento, de abandono e de
solidão; medo daqueles queridos que saíram para suas atividades diárias e ainda
não retornaram; medo da violência urbana, medo de guerras e de cataclismos da
natureza, provocado ambos pela ganância desenfreada do ser humano; medo de
perder o emprego, de perder o nível social, de perder os bens tão duramente
conquistados ou de perder a pessoa amada...
O medo
revela a nossa real condição humana nos paradoxos contínuos de medos e
esperança, de desamparo e busca por segurança. Assim, tomamos consciência de
que não somos senhores de nós mesmos, de nossa vida, do nosso presente ou do
nosso futuro. Estamos continuamente à mercê de forças e circunstâncias às quais
não temos o mínimo controle.
O medo
rouba a nossa alegria, limita a nossa liberdade e torna nebuloso o nosso
futuro.
Quem nos libertará deste medo?
Davi, o
cantor de Israel, a mais de três mil anos atrás descobriu a resposta para esta
pergunta e sem qualquer egoísmo ele compartilhou com todas as pessoas, através
de sua música: “O Senhor é o meu
Pastor”.
Esta foi
a grande descoberta de Davi! Ele como nós sabia da fragilidade de sua vida
diante de inumeráveis circunstâncias às quais não tinha qualquer controle; ele
sabia que a vida humana não era constituída apenas de pastos verdejantes e
águas tranquilas, de maneira que não deixa de colocar em seu salmo o tenebroso
vale da sombra da morte...
Mas Davi
e todos e todos aqueles que tem experimentado de um relacionamento pessoal com
Deus, por meio de Jesus Cristo, sabem que podem tranquilizar seu coração e
fazer sossegar sua alma, pois, “O Senhor (Yahweh/Yeshua) é
o meu Pastor”. O Deus criador e sustentador de todas as coisas; o Deus Todo
Poderoso; o Deus de toda Graça e Misericórdia, o Deus da Aliança (Yahweh) é
o meu Pastore por isso não preciso ter medo de coisa alguma,
pois Ele cuida de tal maneira de mim, que nada me faltara,
daquilo que é necessário e daquilo que realmente eu preciso.
Jesus para
acalmar e fazer sossegar o coração acelerado dos seus discípulos declara: “Eu
sou o Bom Pastor”. Eu haverei de cuidar e suprir todas as necessidades de
vocês, pois eu conheço voces e voces me conhecem. Nenhuma daqueles que o Pai me
deu se perderá ou será arrancado de minhas mãos.
Quem é o seu Pastor?
Quem tem cuidado de você?
Quem é o Senhor de sua vida?
Nada me faltará
Com
o passar do tempo alguns textos ou expressões bíblicas parece ser auto evidente,
ou seja, já compreendemos o seu sentido e apreendemos todas as suas
implicações... ledo engano!
Uma
destas expressões pouco ou quase nada analisada pelos comentaristas bíblicos é
a segunda parte do verso primeiro do salmo 23 – NADA ME FALTARÁ.
Aqui
nestas poucas palavras esconde-se o fundamento da fé e da entrega incondicional
do salmista em e ao seu Deus. Sem esta expressão, a declaração anterior de fé – O
Senhor é o meu Pastor – se tornaria palavras lançadas ao vento e o restante do
Salmo perderia totalmente o senso da realidade vivencial do salmista.
Ao
fazer esta declaração “nada me faltará”
o salmista está dizendo que estando ele debaixo dos cuidados pastorais de Deus,
ele se sente totalmente seguro e saciado, pois absolutamente nada do que ele
venha a necessitar ou precisar lhe faltara.
Mas
esta declaração não é apenas uma frase de uma fé gospel, resultante de uma religiosidade
estéril, de um cultuar interesseiro e frívolo; ao fazer esta declaração Davi
lembra-se de tantas e tantas vezes em que Deus agiu em seu favor; ele recorda
os inumeráveis momentos de comunhão a sós com Deus; Davi recorda do prazer e da
alegria de estar na companhia de seus irmãos e irmãs, no Templo, oferecendo
seus holocaustos e adoração de todo o seu coração e com toda a sua alma.
Evidente
que esta frase, como tantas outras, tem sido completamente distorcida pelos
pseudos comunicadores evangélicos. As palavras do salmista não significam de maneira
alguma que Deus é nosso serviçal e fica de plantão vinte e quatro horas por dia
para atender todos os nossos pedidos e caprichos.
A
expressão "nada me faltará"
implica em que Deus em nenhum momento deixara faltar para nós aquilo que nos
necessitamos ou precisamos. Este é o ponto de discórdia entre nós e Deus, pois na maioria das vezes o que
desejamos e pedimos, é o que queremos, mas não é o que de fato e de verdade o
que precisamos.
Tiago em
sua carta vai direto no ponto quando diz que não pedimos (oramos) e quando
pedimos (oramos) o fazemos mal, pois almejamos apenas a nossa autossatisfação,
desejamos apenas aplacar os desejos desvairados de nosso coração tremendamente
corrupto.
E
de nada terei falta...daquilo que é
necessário para minha vida;
E
de nada terei falta ... daquilo que vai
contribuir para uma vida cristã de melhor qualidade;
E
de nada terei falta ... daquilo que vai contribuir
para a glória de Deus....
O fim principal (a razão) pela qual
eu existo ...é a glória de Deus
Todas as bênçãos que Deus me dá ...é para o Louvor de Sua Glória..
Os céus e a terra se movem em favor
da minha vida...
Para que todo louvor, honra, poder e glória
Sejam dadas...unicamente a Deus.
Nestes
dias de um evangelicalismo esvaziado, de uma fé na fé, de cultos
antropocêntricos, nunca necessitamos tanto de experimentarmos a realidade de um
relacionamento pessoal com Deus, para podermos declarar como o salmista:
O
Senhor é o meu Pastor, e de mais nada tenho necessidade.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira Mestre em Ciências da
Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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