sexta-feira, 25 de março de 2022

Parábolas em Ordem Cronológica: Pano novo em roupa velha

 

Todos os exercícios para estabelecer uma cronologia das parábolas de Jesus registradas nas narrativas evangélicas é  sempre decepcionante em seu resultado final, pois eles não tinham está preocupação. Suas próprias narrativas não consistem em uma exatidão cronológica, mas em um esboço temático. O próprio Cânon não foi elaborado a partir da datação cronológica, mas por afinidades temáticas: primeiro os evangelhos, depois as cartas de Paulo, partindo das mais longas (Romanos) para as mais curtas (Filemom) e assim sucessivamente.

Mas o exercício cronológico é estimulante e gratificante quando o fazemos visando a edificação e não à discussão meramente acadêmica especulativa, sem falar daqueles que passam a vida tentando provar que a Bíblia contém erros e se agarram a questões menores que não resistem a um exame mais sério e criterioso.

Meu propósito é apenas explorar juntamente com você um roteiro, entre outros possíveis, e juntos aprendermos com o Mestre e sermos edificados por Ele. Desde já agradeço sua preciosa companhia.

OBSERVAÇÕES:

Vamos seguir a cronologia estabelecida em artigo anterior e disponível neste blog - REFLEXÃO BÍBLICA: PARÁBOLAS: Uma Ordem Cronológica (reflexaoipg.blogspot.com)

O texto pode ser lido sem as notas de referência, mas nelas o leitor encontrara alguns detalhes interessantes relacionadas ao contexto e termos utilizado nas narrativas.

Parábola: Pano novo em roupa velha

Referências Bíblicas: Mt 9.16; Mc 2.21; Lc 5.36
Ponto Central: Jesus não faz reciclagem; ele faz cousas novas.

Contexto no Ministério de Jesus: pouco depois do encarceramento de João Batista pelo rei Herodes Antipas, pois os interlocutores são discípulos do Batista e não há nenhuma referência de que ele já havia sido decapitado.

Motivo da Parábola: Jesus é questionado sobre a razão pela qual seus discípulos não cultivam a pratica do jejum como o fazem os fariseus e os próprios discípulos do Batista.

Peculiaridade: São poucas as Parábolas que são registradas pelos três evangelistas, o mais comum é que seja registrada por dois ou apenas um deles. Apesar de provavelmente a narrativa de Marcos tenha sido a primeira a circular entre as comunidades cristãs, nós seguiremos a organização canônica como estabelecida em nossas bíblias, partindo sempre de Mateus para os outros dois evangelistas.

Exposição Textual: Mateus 9.16

            Um pouco antes Jesus havia chamado Levi (Mateus) para fazer parte do grupo de discípulos. Ele trabalhava na coletoria, portanto ele era um publicano, sempre alvo da ira dos judeus que os consideravam traidores por estarem cooperando com os romanos. Na sequencia Levi oferece um jantar a Jesus e aos discípulos, como no caso posterior de Zaqueu, acaba atraindo um numero expressivo de parentes, amigos, conhecidos e curiosos, de maneira que atrai também os olhares críticos dos fariseus e que incontidos chamam um dos discípulos e externam seu repúdio àquela cena: “Vendo isso, os fariseus disseram aos seus discípulos: Por que seu Mestre come e bebe com publicanos e pecadores?" (Mt 9.11).

            Na cena precedente à parábola em questão, os discípulos do Batista[1] também não se sentem confortáveis com a cena de Jesus e os discípulos se alegrando e comendo, visto que eles eram ascetas e rigorosos na questão alimentar e zelosos ao extremo (semelhante aos fariseus) da prática judaica do jejum.[2] Esses manifestam suas críticas diretamente a Jesus: “Então os discípulos de João vêm até Ele e dizem: Por que nós e os fariseus jejuamos muito, mas seus discípulos não jejuam?” (Mt 9.14).

            Jesus aproveita estes dois questionamentos para ensinar conceitos relacionados ao Reino de Deus, que é algo distinto e novo em relação ao judaísmo rabínico que prevalecia naqueles dias. Ele utiliza a figura de um Noivo que esta celebrando juntamente com seus amigos e parentes as festividades de seu casamento. Nestas festas havia muita comida e muito vinho, portanto, muita alegria. Jesus se coloca como o noivo e os seus discípulos como os convidados para a festa de casamento (a noiva é a Igreja que esta sendo adornada para o casamento). Então Jesus está dizendo que se era impróprio para os convidados em um casamento jejuar e chorar enquanto a solenidade do casamento estava acontecendo; igualmente é impróprio para seus discípulos jejuar e chorar no momento em que ele está pessoalmente com eles para lhes dar alegria. Mas haverá um tempo em que eles estarão separados, então haverá tristeza[3]. 

Exposição Textual: Marcos 2.21

Se a narrativa de Mateus (Levi) é mais econômica, por ele pessoalmente estar envolvido nas cenas, o colega Marcos amplia e nos fornece mais detalhes destas cenas.

Jesus esta na região da Galileia, mais especificamente em Cafarnaum[4]. Ali vê Mateus (Levi, filho de Alfeu) trabalhando na coletoria (alfandega) e parando o chama para segui-lo, e imediatamente Mateus deixa tudo e passa a segui-lo. E para marcar esse novo inicio da sua vida convida Jesus, os discípulos e seus amigos e parentes para celebrarem com uma refeição em sua casa.[5] Na religião legalista do judaísmo rabínico, representado nos fariseus e escribas, os públicos e pecadores (como Mateus, Zaqueu, Maria Madalena) jamais teriam oportunidade de salvação (já estão condenados). Mas Jesus vem trazer Boas Novas de salvação para todos os pecadores, sejam quais forem – um Mateus ou um Nicodemos ou uma Maria Madalena – pois a sua morte e ressurreição é suficiente para salvar todo o que nele crer.

Evidentemente que a celebração atraiu a atenção dos fariseus e escribas de plantão. Eles há um tempo estavam acompanhando cada movimento e anotando tudo que Jesus fazia e falava, para encontrarem algo de que pudessem acusa-lo diante do Sinédrio.

Mas outro grupo também havia achado estranho e contraditório o comportamento de Jesus e seus discípulos – alguns dos discípulos de João Batista, o que tudo indica já estava encarcerado pelo rei Herodes Antipas, a pedido de sua amante Herodias, questionam Jesus por não ensinar e não ter a pratica de respeitar os dias de jejuns (no mínimo dois dias da semana),e provavelmente o banquete oferecido por Mateus era em um destes dias.

Como sempre Jesus transforma os questionamentos dos fariseus, escribas, ou como no caso aqui especifico, de alguns dos discípulos do Batista, para ensinar princípios elementares da sua mensagem evangélica concernente ao Reino de Deus.

Jesus vem arrancar o fardo insuportável do legalismo judaico rabínico das costas das pessoas (ele toma sobre si esse fardo na cruz). A mensagem do Evangelho do Reino é libertadora e festiva. Jesus veio cumprir toda a Lei por nós, para que nós pudéssemos verdadeiramente livres nos oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.

Para responder aos discípulos do Batista e certamente aos atentos fariseus e escribas presentes e a todos os demais que ali estão Jesus ilustra com uma pequenina parábola: vocês sabem, pela prática, que ninguém com um mínimo de bom senso e discernimento, utilizam um pano novo para remendar[6] um pano envelhecido que está esgarçado, pois quando a roupa for lavada, o tecido novo vai naturalmente encolher e produzira uma ruptura ainda maior no tecido velho.

A pequena parábola deixa bem claro que o Evangelho que Jesus anuncia não é um remendo no judaísmo rabínico ensinado pelo Templo e disseminados pelos fariseus e escribas. O Evangelho é tecido novo e, portanto, não pode ser costurado no velho tecido rabínico, de maneira que são antagônicos e incompatíveis. Ou passa a ser utilizado o Novo tecido, ou permanece utilizando o Velho tecido – é um ou outro – faça sua escolha.

A narrativa deixa claro que tanto os discípulos de João Batista quanto os fariseus demoraram a perceber que a vinda de Jesus inaugurava uma nova era e que suas cerimônias tradicionais e jejuns e o próprio Templo perderia sua razão de ser, como o escritor de Hebreus vai deixar claro quando afirma que tudo isso eram apenas sombras indicativas que apontavam para Jesus e sua obra redentora[7]. Uma vez que Jesus (o Noivo) veio e cumpre todas as exigências da Lei (prescrições da Torah), tais cerimônias perdem seu valor legal e tornam-se desnecessárias. “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Mas é difícil andar sem muletas, quando a vida toda a utilizou; os israelitas libertos da escravidão do Egito logo cedo sentiram saudades dos temperos egípcios e até desejaram retornar ao estado anterior de escravidão. Nem todos querem e apreciam a liberdade, sentem falta das leis, cerimônias, mesmo tendo consciências de que não passam de sombras.

Exposição Textual: Lucas 5.36

            Quero aproveita o texto contido na narrativa lucana para destacar alguns aspectos que ainda não abordamos.

            O primeiro aspecto é a questão do “tempo e/ou ocasião”. Quando questionado sobre a razão pela qual Jesus e seus discípulos não estão jejuando (pelo menos dois dias da semana eram separados para o jejum), em nenhum momento a resposta de Jesus minimiza ou descarta a prática do jejum, mas de que naquele “tempo”, naquela ocasião isso não se fazia necessário, e ele exemplifica com a cena do noivo celebrando a festa de seu casamento juntamente com seus amigos, que não é momento de jejum, mas de celebração [havia precedentes nas leis rabínicas de que durante casamentos não havia exigência de jejuar].

Todavia em outros tempos de calamidades, guerra, fome, pestes (pandemias), haveria necessidade de um tempo de jejum e contrição mais profunda diante de Deus. Diante das pressões e aflições que nos sobrevém, de angustia espiritual e enfrentamento do maligno (Mt 17.21- “Este tipo de possessão sai apenas com jejum e oração”). Nossa natureza pecaminosa muitas vezes quer nos obrigar a vivermos de forma contrária à Palavra de Deus o que constitui oportunidade para um quebrantamento e jejum para espiritualmente sermos vitoriosos sobre a nossa carne. Não podemos nos esquecer, e Jesus tem plena consciência disso, de que vivemos no meio de um mundo mau e cujo o influenciador mor é o próprio Satanás. Jesus mesmo ora por nós junto ao Pai: “não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mal”.

Mas Jesus sempre condenou qualquer forma de legalismo, mesmo aquelas revestidas de “espiritualidade” e a pratica do jejum não pode vir a ser banalizado ou utilizado para pressionar Deus a fazer a nossa vontade, mas ao contrário, a oração e o jejum é um prostrar-se em reconhecimento de que a vontade de Deus e não a nossa deve ser realizada sempre, como tão bem o próprio Jesus nos serve de modelo no jardim do Getsêmani.

O segundo aspecto é em relação à prática em si do jejum. Esse exercício espiritual não pode ser algo que venha a trazer dano físico ou mental ao crente. Desta forma o que deveria nos fortalecer haverá de nos enfraquecer e debilitar, descaracterizando o objetivo a que foi proposto. Muitos crentes no afã da busca de uma “super” espiritualidade acabam adoentados e até mesmo àqueles que vieram a óbito. A genuína e saudável espiritualidade está em perfeita harmonia com o bom sendo e o correto discernimento das coisas. Somente uso oportuno e bem dosado do jejum contribuirá para uma vida espiritual mais fortalecida, e como qualquer medicação, quando utilizada fora das prescrições recomendadas tornam-se nocivas às pessoas. Às praticas de religiões, principalmente de origem orientais, em que há jejuns de vinte ou trinta dias, está muito mais para uma autoflagelação, do que, para uma espiritualidade genuína. O caso de Jesus, se retirando para o deserto e jejuando por quarenta dias, é uma excepcionalidade e o que Ele haveria de enfrentar (a cruz) nenhuma outra pessoa o poderia suportar, e como Ele assumiu a plenitude de nossa humanidade, necessitava (naquele momento) de uma estruturação excepcional – mente e/ou espírito e corpo. Em nenhum outro momento Jesus voltou à esta prática.

O terceiro aspecto está relacionado com o “fim” e/ou “objetivo”. Os fariseus e escribas, bem como esses discípulos de João Batista, estavam colocando o jejum no lugar da verdadeira religião. Principalmente os fariseus se vã gloriavam de jejuarem até mesmo três vezes (mais do que era orientados) na semana. Mas o jejum nunca foi um fim, mas tão somente um meio, assim como um andaime não é o edifício que está sendo construído, mas apenas um meio para construí-lo. O jejum não substitui o genuíno arrependimento e fé no Senhor Jesus Cristo. Nem cem jejuns ou mil penitências, pode perdoar um único pecado, pois somente no sangue de Cristo nossos pecados são perdoados e nossas injustiças são purificadas. Lembrando as palavras do profeta e repetidas por Jesus – o que eu quero de vocês é obediência e não sacrifícios, não penitências, não ritualismo, não cerimônias pomposas, não grandes catedrais, não indulgências, não arrogância e prepotência eclesiásticas – simplesmente obediência, pois aquele que verdadeiramente me ama é aquele que guarda-obedece os meus mandamentos.

Aplicações Vivenciais

1. Sejamos Cautelosos em Nossas Críticas:

Infelizmente vivemos dias em que uma grande parcela de evangélicos se acha no direito de emitir críticas contundentes em relação há outros evangélicos que pensam e tem práticas diferentes. Aqui os fariseus e escribas contumazes críticos de Jesus e suas  práticas o repreendem por comer com publicanos e pecadores; mas até mesmo os discípulos de João Batista chamaram a atenção de Jesus em relação à pratica do jejum. Mas Jesus responde sem qualquer veemência ou arrojo verbal, principalmente com os discípulos do Batista, o tom de Jesus é consensual e pastoral. Muitas vezes achamos que somos mais zelosos do que Jesus em relação ao Evangelho e em outros momentos nos colocamos perigosamente acima de outros que expressam seu cristianismo de forma distinta.

2. Sejamos Cautelosos em Nossos Conselhos: Lembremo-nos sempre que as pessoas têm compreensão e capacidades diferentes. Não é possível esperar de um neófito o mesmo conhecimento e maturidade de uma pessoa que está na caminhada cristã há muitos anos. Jesus é econômico em suas respostas aos questionamentos que lhes foram feitos. Ele fala apenas aquilo que seus críticos poderiam compreender, da mesma forma como sempre fez com seus próprios discípulos, não sobrecarregando o restrito HD deles, mas homeopaticamente dosando seus ensinamentos. Ao fazer uso de uma pequena parábola para responder aos seus críticos Jesus não desmerece a capacidade deles, mas fala de uma forma prática pela qual eles pudessem compreender onde estava o erro deles e o corrigir. A forma maravilhosa com que Jesus corrige e restaura o apostolo Pedro é algo que deveria servir de modelo para todos nós. O apóstolo Paulo compreendeu muito bem e orienta os crentes da igreja em Corinto: gostaria de poder lhes oferecer assuntos mais profundos, todavia tenho que lhes ministrar leite, pois vocês ainda são bebes espirituais (1Co 3.2). O escritor de Hebreus vai nessa mesma linha: leite para os crentes neófitos e carne para aqueles que são mais maduros (5.12-14).

3. Devemos Utilizar Todas as Ferramentas Que Contribuem Para Nosso Crescimento e Maturidade Espiritual: Como já explicado acima Jesus não criticou ou descartou o uso do jejum, mas deixou bem claro que haverá momentos em que teremos que fazer uso dele para fortalecimento da nossa fé e saúde de nossa espiritualidade. Nunca haverá nesta vida um momento em que nossa vigilância possa ser diminuída ou que não dependamos de uma comunhão mais intima e profunda com Deus. O apóstolo Paulo que não era asceta rigoroso, como os discípulos de João e tinha abandonado completamente o legalismo judaico farisaico, escrevendo sua carta aos Coríntios declara: “em jejum muitas vezes”, pois ele bem sabia que era necessário manter nossa natureza pecaminosa sob sujeição, para que não venhamos a tropeçar naquilo que nós mesmos condenamos (1Co 9.27).

 

 Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
 
Ilustrações
Little Bee
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Referências Bibliográficas

BAILEY, Kenneth. As Parábolas de Lucas [A poesia e o camponês – uma análise literária-cultural das parábolas de Lucas]. São Paulo: Vida Nova, 1985.

CERFAUX, Mons. L. O tesouro das parábolas. São Paulo: Paulinas, 1974.

GOURGUES, Michel. Parábolas de Jesus em Marcos e Mateus. São Paulo: Loyola. 2006.

LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da bíblia – uma análise detalhada de todas as parábolas da bíblia. São Paulo: Editora Vida, 1999.  

JEREMIAS, Joachim. As parábolas de Jesus. São Paulo: Paulus, 2007.

KISTEMAKER, Simon J. As Parábolas de Jesus. Tradução: Eunice Pereira de Souza. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1992. [13º edições]. 

MIRANDA, Osmundo Afonso. Introdução ao estudo das parábolas. São Paulo:

 Aste, 1984.

PLOEG, J. P. M. van der. Jesus nos fala: as parábolas e alegorias dos quatro evangelhos. São Paulo: Paulinas, 1999.

SANT’ANA, Marco Antônio Domingues. O gênero da parábola. São Paulo: Unesp, 2010.

SNODGRASS, Klyne. Compreendendo todas as parábolas de Jesus – guia completo. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Josué Capítulo 1 – Novos Começos em Obediência a Deus

A grande diferença entre a geração que pereceu no deserto e esta nova geração que vai tomar posse da Terra Prometida é: obediência.

Contexto do Capítulo

O primeiro capítulo de Josué estabelece o cenário e o roteiro do livro. O tema deste capítulo poderia ser: Supere Seus Medos.  

A tarefa que Josué e todos os israelitas irão empreender é grande e os obstáculos ainda maiores. A geração anterior se acovardou e não creram – eles farão o mesmo ou terão coragem e fé para obedecerem?

Para complicar um pouco mais a primeira frase do capítulo começa com essa declaração “depois da morte de Moisés”.

O grande libertador condutor de toda jornada até então estava morto. Será que Josué será capaz de lidera-los?

Na medida em que vamos lendo o capítulo verificamos que Deus prepara tanto Josué, para liderar, quanto prepara o povo para aceitarem a liderança do novo líder.

Deus dá a Josué e a todo o povo as mesmas garantias que havia dado a Moisés: “assim serei contigo [e com eles] não te deixarei, nem te desampararei”.

Exatamente como te prometi A fidelidade de Deus nesta história fortalece nossa fé em suas promessas para nós através de Jesus.

Este livro está para o Primeiro Testamento como o livro de Atos está para o Segundo Testamento, que faz uma ponte ou link entre os Evangelhos e as Epístolas do Novo Testamento. Da mesma forma o Livro de Josué conecta tudo que aconteceu antes (Gênesis a Deuteronômio) com tudo que se segue, corroborando de forma preciosa a fidelidade de Deus às suas promessas. A terra que Deus havia prometido a Abraão e reafirmada a Isaque e Jacó se cumpre literalmente, após mais de quinhentos anos, através da liderança de Josué.

Ainda que a geração israelita que saiu do Egito tenha falhado, finalmente depois de longos 40 anos peregrinando no Deserto, a nova geração israelita vai tomar posse da terra de Canaã. O livro de Josué [o nome dele era Oséias (salvação) e Moisés mudou para Josué/Jesus (o Senhor é salvação) cf. Nm 13.17] nos ofereces a narrativa da entrada dos israelitas em Canaã, com suas vitórias e derrotas. Na bíblia não há super-heróis, mas homens e mulheres que estão dispostos a obedecerem a Deus, ainda que em muitas ocasiões esbarrem em suas próprias limitações e fragilidades, mas como o apóstolo Paulo declara: Deus manifesta seu poder em nossas debilidades.

O livro inicia onde o anterior encerra – a morte de Moisés. Aqui temos dois motivos: indica tanto o momento da história a partir do qual o livro começa quanto demarca o inicio da nova liderança por meio de Josué. E que com a morte de Moisés [Por causa da anterior desobediência de Moisés, Deus disse que Moisés não seria permitido nem mesmo entrar na terra de Canaã (Nm 20.12; 27.13-14; Dt 1.37; 3.26-27; 32.52; 34.4)] Deus conclui seu

Síntese do Livro

O título deste livro deriva do personagem principal – Josué – que fora ungido pelo próprio Moises como sucessor na liderança dos israelitas.  

Agora (melhor tradução - E aconteceu após a morte de Moisés,)”, em vez disso, “e” a partícula conectiva usual, que indica que algo aconteceu antes, do qual é a continuação colocando este livro em conexão imediata com o anterior - Deuteronômio. Os livros antecedentes e os livros subsequentes começam igualmente com a mesma partícula “e”.

Mas, apesar de sua  ligação umbilical com os livros anteriores ele possui características peculiares que o torna distinto das narrativas que o antecede. Por isso transformar o Pentateuco em um Hexateuco não é a melhor prática hermenêutica. 

Em geral, todo o relato da conquista é apenas uma demonstração da fidelidade de Deus aos termos estabelecidos na Aliança.

As nossas traduções optam por não iniciar com a conjunção “e”, de maneira que se perde o vínculo direto entre o Deuteronômio e a narrativa de Josué [E aconteceu após a morte de Moisés].

 Essa opção  oculta o objetivo de afastar esse escrito, e os demais em sequencia,  o máximo possível do Pentateuco, para esvazia-lo de sua força e pujança e trata-lo como se fosse uma criação fictícia muito posterior. Só temos a lamentar tal atitude por parte daqueles que deveriam zelar pela fidelidade textual da Bíblia. 

Moisés morreu no dia 1º do 12º mês, Adar, e assim que esse mês de luto terminou e os espias voltaram no dia 4 de Nisan, Deus ordenou que o povo se preparasse para sua partida.

De forma simples o livro pode ser dividido em duas grandes partes:

o relato da conquista (capítulos 1 a 12) e o da distribuição das porções de cada tribo (capítulos 13 a 24).

O livro conclui com a renovação da Aliança (capítulo 24), que se constitui no fio condutor desde  Abraão (Gênesis) e que alcançará seu ápice no Calvário onde Jesus estabelecerá a Nova Aliança.

julgamento sobre a geração incrédula que saíram do Egito (5.4-6). Todavia, mesmo "após a morte de Moisés", Yavhew reafirma que permanecerá fiel às Suas promessas e aos termos da Aliança, ou seja, Moisés morreu, mas Yahweh não mudou Esta verdade é primeiramente revelada a Josué pelo próprio Deus (vv. 1-9) e depois comunicada por Josué a Israel através de seus líderes (vv. 10,11).

 Deus é especialista em transformar situações trágicas em grandes vitórias e a morte de Moisés é uma vírgula e não um ponto final no programa elaborado por Deus. Neste capítulo vemos como Deus trabalha sempre antecipadamente, como tão bem diz o caipira: quando nós vamos com a farinha, Deus já vem com o bolo pronto. Deus nunca fica à mercê dos acontecimentos, mas ele sempre se antecipa e conduz os acontecimentos – Deus é sempre o protagonista da História e Moisés, Josué, eu e você somos apenas e tão somente coadjuvantes e isso por si só já é um privilégio incomparável.

Com a morte de Moisés, o Senhor agora fala diretamente com Josué [Esta fórmula 'o Senhor falou', se repete nos primeiros livros da Bíblia, corresponde à fórmula mais direta dos profetas, 'Assim diz o Senhor']. Josué havia sido preparado para a liderança por mais de quarenta anos (o que significa que ele está próximo dos oitenta anos); ele caminhou humildemente junto com Moisés e aprendeu o máximo possível [cf. Êxodo 17.8-16; 32.17; 33.1; Números 13.9; 14:38] e não há qualquer indicação de que ele aspirasse a este lugar de honra, mas no tempo e por escolha  de Deus ele foi alçado a esta posição de liderança do povo [Números 27.18-23].

E assim como fizera com Moisés o Senhor lhe deu instruções claras e simples para cruzar o Jordão, e todo o Israel com ele, para tomarem posse da terra que Deus lhes prometera (v. 2). Deveriam fazer isso com determinação e firmeza, passo a passo até que toda a terra de Canaã fosse conquistada (v. 3). O peculiar aqui é que a frase “passe o Jordão” é encontrada apenas nos lábios de Yahweh (Dt 3.27; 312). Não é a melhor

época, pois é o período de cheia (3.15) e o rio se alargava muito e as correntezas eram muito fortes.

Não lhe é dado como e nem que meios deve utilizar para levar todo o povo ao outro lado em segurança; ele tem a ordem de Deus para fazê-lo, e a promessa de que estará com ele, e isso deve ser suficiente; para Josué cabia obedecer, o restante era por conta de Deus [o salmista faz o link direto entre duas travessias “O que te afligiu, ó mar, que fugiste? tu, Jordão, que foste rechaçado?”].

O propósito de Deus, como veremos, era demonstrar a Josué e à nova geração o Seu poder, como fizera na saída do Egito. Igualmente devemos viver dia-a-dia na presença de Deus, atravessando nossos rios, ainda que tenham correntezas fortíssimas, tomando posse das bênçãos de Deus, até que adentremos em definitivo na nossa Canaã nos “lugares celestiais”. A nós cabe crer, o restante é por conta de Deus.

As fronteiras descritas no verso 4 são mais extensas do que Israel jamais possuiu, seja por comodismo ou falta de fé (obediência) eles não tomaram posse de toda a terra de Canaã e quem chegou mais perto disso foi Davi e Salomão, mas mesmos esses não alcançaram as fronteiras de toda a promessa divina – “toda a terra dos hititas”, aqui tomada no seu sentido mais lato abarcando todos os povos canaanitas [Js 1.4; cf. Gn 15.18; Êx 23.31]. Isso lhes trará sempre muitas dificuldades e transtornos. Todas as vezes que negligenciamos e não levamos a sério a Palavra de Deus, também sofremos as consequências da nossa própria negligência e desobediência.

Certamente Josué tinha plena consciência do desafio que tinha pela frente. Mais do que qualquer outro ele havia presenciado as dificuldades enormes que Moisés tivera que enfrentar fosse os inimigos externos, como ainda mais difíceis os inimigos internos – a rebeldia e desobediência constante das lideranças tribais. Por esta razão, para tranquilizar o seu coração e fortalecer a sua fé o próprio Deus lhe fala: “como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei...Tão somente seja forte e mui corajoso” (vs. 1.5,6,7). Isso era tudo que Josué precisava ouvir e certamente foi essa certeza que lhe renovava as forças e a fé para continuar firme na realização desta grande obra. Uma das últimas palavras de Jesus para seus discípulos e para cada um de nós hoje foi: “Eis que estou com vocês a cada dia até o final”. O que mais precisamos ouvir para fazer sossegar nossa alma no meio das tribulações da vida; o que mais precisamos ouvir para empreendermos sem desânimo a maior e mais extraordinário obra da pregação do Evangelho a todas as pessoas, nações, povos e raças.

Josué havia recebido um legado precioso e indispensável para sua vida: “tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei [refere-se aos cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio] que meu servo Moisés te ordenou e dela não te desvies ... não cesses de falar (ensinar, comunicar) deste livro da lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer (obedecer) tudo quanto nele está escrito” (1.7,8). Ninguém antes de Josué recebeu ordens para regular sua conduta pelas palavras de um livro escrito, mas a partir daqui não somente ele, mas todos os seus sucessores devem ouvir e obedecer às ordens deste livro da Lei [o equivalente em Apocalipse: “quem tem ouvidos ouça as palavras desta profecia”]. A obediência cuidadosa à lei de Deus seria seu caminho para o sucesso, mas a desobediência à sua ruína. Certamente Paulo estava pensando nessas palavras de Deus a Josué quando escreve ao seu jovem sucessor no trabalho pastoral Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16). A vitória e o sucesso de Josué [Timóteo, eu e você] é decorrente direto de sua obediência a toda Palavra de Deus e continua sendo o único caminho para podermos vencer e sermos bem sucedidos na realização do propósito de Deus na nossa vida. O que a Bíblia significa para você e para mim definira o resultado final das nossas histórias. O crente sábio é maduro é aquele em que seu prazer está na torá de Yahweh, e em sua torá ele medita dia e noite Sl 1.2. Tudo depende do quanto amamos e estamos dispostos a obedecer a Palavra de Deus.

Preparem-se” (vs. 10-11). Todos tinham que se preparar para a Conquista – não apenas Josué e os líderes. A luta não seria breve de maneira que deveriam fazer toda a provisão possível. Josué deu-lhes três dias para fazer o que deve ter sido seus preparativos finais.

Lembrem-se” (vs. 12-15). Todos deveriam participar das batalhas. No livro de Números, os israelitas haviam conquistado os povos a leste do rio Jordão. As tribos de Rubem e Gad e metade da tribo de Manassés pediram para habitarem ali e Moises lhes consentiu, com o compromisso de que quando as demais tribos fossem conquistar o restante do território cananeu eles iriam somar forças juntamente com eles. Chegou a hora de cumprirem a palavra empenhada.

Há força na unidade (versos 16-18). As lideranças tribais, representadas aqui nestas tribos transjordanianas assumiram o compromisso de marcharem sob a liderança de Josué e conquistarem a terra que Deus lhes havia prometido – “[Tudo o que você [Josué] disser, nós faremos]”. É interessante notar a ênfase em 'todo o Israel' no transcorrer de toda a narrativa caps. 3-4; caps. 7-8; 10.29ss.; 22.12, 16; 23.2; 24.1. O palco está montado para a magnífica exibição da glória de Deus e seu poder e graça. Josué está disposto a assumir a liderança, e as pessoas estão dispostas a desempenhar seu papel conforme suas instruções.

Glossário

Transjordânia - é a parte Leste do Jordão; o que muitas vezes é denominada de “o lado oriental”.

Jordão [rio] – Em hebraico, Jordão significa “descendente” ou “para baixo”. Da Galileia ao Mar Morto, o rio desce 185 m em 105 km. Entre março e abril as chuvas da primavera e o derretimento da neve do Monte Hermom no norte inundam o rio, fazendo com que transborde suas margens 3.15 e este parece ser o contexto nesta passagem.

Efraim (tribo de) - Efraim foi o segundo filho de José com Asenate, sua esposa egípcia, e ele nasceu durante os sete anos de fartura. No momento da bênção sobre seus filhos Jacó inclui os dois filhos de José e inverte a bênção da primogenitura dando a Efraim e não a Manasses, o mais velho. A tribo de Efraim tinha seu acampamento logo após os levitas funcionando como uma “tribo de apoio”. O representante da Tribo de Efraim entre os espias era Oséias/Josué, o filho de Nu e neto de Elisama. Eles foram elogiados por Débora e foram louvados por Débora pela sua ajuda patriótica Jz 5.14. Jeroboão, efraimita, foi o primeiro rei do Reino do Norte (Israel) depois da separação das 10 tribos.

Num (pai de) – Não há informações detalhadas sobre ele a não ser que foi filho de Elisama, portanto avô de Josué, que teve destaque na tribo de Efraim e participou de eventos importantes: foi o representante de sua tribo para fazer o levantamento do senso israelita e comandava o exército da sua tribo Nm 1.1-4, 17; 2.18; 10.22. Desta forma Josué vem de uma família militar.

Hititas [heteus] – Era uma tribo dominante naquela época a oeste da Jordânia e por isso muitas vezes representavam todos os demais povos canaanitas.

Yahweh – Este é o nome que reflete o Deus que estabeleceu a Aliança; Deus como salvador redentor! Enquanto os israelitas rompiam a Aliança com sua incredulidade e desobediência, Yahweh é fiel à sua palavra, promessa, aliança.

Servo – Josué começa como servo (sharath – verso 1) ajudante, assistente [discípulo] de Moisés, mas no final de sua vida ele é designado como "o servo [ebed] do Senhor (24.29)”, assim como fora designado Abraão, Moisés e Davi. Para ser grande no reino de Deus é preciso ser o servo de todos. No reino de Deus o caminho para cima é primeiramente o caminho para baixo.

Oseias/Josué – Em algum momento, depois da missão dos espias, Moisés mudou o nome de Oseias Nm 13.8 para Josué Nm 13.16. Há uma mudança significativa nesta alteração que vai muito além da grafia. Oséias significa “salvação” na força humana, mas Josué significa “Yavhew é Salvação”, de maneira que Deus daria a vitória sobre os canaanitas e Josué é seu instrumento. Na tradução da Septuaginta (Versão Grega) é sempre traduzido como Iesous (Jesus), desta forma Josué é um tipo e/ou sombra de Jesus que vai introduzir seu povo na Canaã celestial.

                  

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira.
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
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