segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Natividade: O Nome de Jesus – Maravilhoso (Isaías 9)


Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro, 
Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)





Nenhum dos profetas do Primeiro Testamento dedicou-se tanto às profecias
Messiânicas quanto o profeta Isaías. Seria muito menos clara a compreensão da mensagem evangélica contida no Segundo Testamento se não tivéssemos os relatos proféticos de Isaías, por isso não poucos comentaristas e/ou estudiosos bíblicos o denominam o “Quinto Evangelho” ou “Profeta Evangélico”.
     Ele se refere ao Messias em todos os seus aspectos humanos, nascimento, caráter, bem como a obra que haveria de realizar. Isaías alerta também para o fato de que a mensagem dele, ainda que revestida de poder divino, haveria de encontrar enorme resistência nos corações embrutecidos de seus contemporâneos, de maneira que seria morto da forma mais cruel, todavia venceria a morte e após reassumir seu lugar no trono da glória retornaria para reinar soberanamente sobre e com seu povo (judeus e gentios reunidos na Igreja).
     Logo após compartilhar o momento em que Deus o chama para o exercício de seu ministério profético (capto 6) Isaías faz um panorama dos impérios humanos, representado naquele momento pela Assíria e o Reino de Deus que haveria de ser implantado entre os homens (Captos 7-12)[1]. No centro destes capítulos ele fala sobre uma criança que ainda estava por nascer, mas por causa do tempo verbal do perfeito hebraico, utilizado pelo profeta, expressa como se a criança já tivesse nascido concretizando desta forma todas as expectativas messiânicas e pelo qual o Reino de Deus será introduzido no mundo dos homens (capto 9).[2]
     O nascimento deste menino haverá de mudar totalmente a História não apenas de Israel e dos judeus, mas de todo o mundo. Ele fara resplandecer a luz em meio às trevas; libertara os cativos; acabara com as guerras e trará a paz definitiva entre os homens; e Isaías completa no verso 6:[3] “Ele receberá todo o poder, o governo de toda a terra. Estes serão os títulos de nobreza que Ele terá: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz!". Todos estes títulos relacionados ao nome da criança deixa claro que Ele haverá de exceder a todos os reis que o antecederam – sejam os reis de Israel/Judá ou dos grandes impérios Assírio/Babilônico – pois esta criança é o Messias! O Rei dos reis e Senhor dos senhores!
E o Seu nome será MARAVILHOSO![4]
     O primeiro título que o menino recebe indica o sentido de “além do entendimento humano”, ou seja, este menino não pode ser classificado em nenhuma categoria humana, pela simples razão de que é o próprio Deus Eterno que na pessoa do Filho, despojando-se de toda sua glória divina, assume a plenitude de nossa humanidade com todas as suas limitações e finitudes: fome, sede, dor, alegria, tristeza.
     Este primeiro nome da criança a nascer é rica em significado, gestada de verdade, um título sob o qual todos os demais haverão de se agasalharem. Tudo que se relaciona a Jesus é maravilhoso, extraordinário, magnifico. Seu nascimento de uma jovem que ainda não havia tido relacionamento sexual com seu futuro marido é algo fora do comum; sua vida desenvolve-se de forma admirável; seus ensinamentos foram e continuam sendo incomparáveis; seus milagres jamais foram superados; sua morte abalaram os alicerces e as fundações do Universo; sua ressurreição foi gloriosa e sua ascensão deixou seus discípulos maravilhados e extasiados.
     Há poucos meses nasceu mais um herdeiro do trono inglês, com toda a pompa e cercado dos melhores médicos e no melhor hospital da Inglaterra. A mídia revestiu o nascimento desta criança com todos os adjetivos encontrados nos dicionários e línguas humanas.
     Mas o nascimento do Rei dos reis e Senhor dos senhores ocorre de forma totalmente surpreendente. Jesus nasce em Belém uma das vilas mais humildes da Judéia, em uma singela estrebaria, e tendo por testemunha apenas alguns poucos pastores que avisados de forma angelical foram conferir se não haviam tido uma alucinação coletiva. Ele é maravilhoso porque vem para nos revelar a plenitude de Deus; ele veio para abençoar e não amaldiçoar; para curar e não para matar; para levantar o caído; para dar descanso ao exausto e exaurido; para pacificar e não fazer guerra; para dar vida e não morte.
     Jesus foi tão maravilhoso que seus inimigos, para prendê-lo e mata-lo, tiveram que acusa-lo de fazer o bem! Ele em momento algum viveu em função de si mesmo, mas viveu intensamente em favor do outro; nunca rejeitou ninguém e amou os seus até o fim; se compadeceu dos que nada tinham e nada eram; viveu para buscar o perdido e para restaurar os feridos.
     Mas certamente a grande maravilha manifestada a nós por Jesus é seu amor desmedido e manifestado na cruz, pelo qual nós podemos ser salvos, como bem expressa um de nossos hinos:
No céu, na terra, que maravilhas
Vai operando o poder do Senhor!
Mas seu amor, aos homens perdidos,
Das maravilhas é sempre a maior.
Você tem conhecido e experimentado desse Maravilhoso Jesus?
Mais uma vez nos aproximamos do natal o que nos possibilita mais uma oportunidade para trazermos à memória e redescobrirmos o quanto Jesus é Maravilhoso, extraordinário, magnifico!




[1] Alguns comentaristas denominam estes capítulos como “O livro de Emanuel” o que representa bem o conteúdo da mensagem neles contido.
[2] A BLH capta bem essa questão do tempo verbal: Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus Poderoso”, “Pai Eterno”, “Príncipe da Paz”.
[3] É interessante que este verso tão rico em significado e beleza não tenha sido citado por nenhum dos escritores do Segundo Testamento.
[4] Muitos comentaristas preferem manter os dois primeiros termos como sendo um único título: Maravilhoso Conselheiro, mas não há nenhuma dificuldade linguística de mantê-las como títulos separados. 
           
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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[1] Alguns comentaristas denominam estes capítulos como “O livro de Emanuel” o que representa bem o conteúdo da mensagem neles contido. 

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