sexta-feira, 30 de setembro de 2016

HISTORIA DO ANTIGO ISRAEL: Uma Revisão desde a Divisão do Reino - Israel

Divisão do Reino
O Reino de Judá
O Reino de Israel

Causas da Divisão
 Quando da morte de Salomão o clima na Nação era de tensão e insatisfação;
 Altos impostos; Corveia (serviço gratuito que se prestava ao soberano);
 Já existia, de fato, uma divisão natural entre as tribos sulistas e nortistas;
Roboão, filho de Salomão, é coroado em Siquém (Sul)
Jeroboão, líder das tribos do Norte: Efraimita, funcionário de Salomão; Foge para o Egito;
Assembleia das tribos solicitam alívio na carga tributária
O jovem rei recém coroado recusa-se atender a solicitação (1 Rs 12.14)
A decisão dos israelitas (tribos do Norte): “Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, tornou-lhe o povo a responder, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé [tribos do Sul]. Às tuas tendas, ó Israel! Provê agora a tua casa, ó Davi. Então Israel se foi às suas tendas [tribos do Norte]” (1Rs 12:16).
A divisão do Reino
Reino de Judá (Sul): Judá e metade de Benjamim;
Reino de Israel (Norte): As 10 tribos do Norte e metade de Benjamim;

Características dos dois Reinos

A Cronologia dos Reis de Israel e de Judá

JUDÁ (Sul)
ISRAEL (Norte)
Roboão 931-913 [17 anos – 1Rs 14.21]
Jeroboão I 931-910 [22 anos – 1Rs 14.20]
Abias 913-911 [3 anos – 1Rs 15.1, 2]
Nadabe 910-909 [2 anos – 1Rs 15.25]
Asa 911-870 [41 anos – 1Rs 15.9,10]
Baasa 909-886 [24 anos – 1Rs 15.33]

Elá 886-885 [2 anos – 1Rs 16.8]

Zinri 885 [7 dias – 1Rs16.15]

Tibni [tentou reinar – 1Rs 16.21,22]

Onri 885-874 [12 anos – 1Rs 16.23]
Josafá 873-848 [25 anos – 1Rs 22.42]
Acabe 874-853 [22 anos – 1Rs 16.29]

Acazias 853-852 [2 anos – 1Rs 22.52]
Jeorão 848-841 [8 anos – 2Rs 8.17]
Jorão 852-841 [12 anos – 2Rs 3.1]
Acazias 841 [1 ano – 2Rs 8.26]
Jeú 841-814 [28 anos – 2Rs 10.36]
Atalia (rainha) 841-835 [7 anos – 2Rs 11.3,4; 12.1]

Joás 835-796 [40 anos – 2Rs 12.1]
Jeoacaz 814-798 [17 anos – 2Rs 13.1]
Amazias 796-767 [29 anos – 2Rs 14.2]
Jeoás 798-782 [16 anos – 2Rs 13.10]
Azarias/Uzias 792-740 [52 anos – II Reis 15.1-7; 2Rs 15.2]
Jeroboao II 793-753 [41 anos – 2Rs 14.23]

Zacarias 753 [6 meses – 2Rs 15.8]

Salum752 [1 mês – 2Rs 15.13]
Jotão 750-731 [16 anos – 2Rs 15.32,33]
Manaém 752-742 [10 anos – 2Rs 15.17]

Pecaías 742-740 [2 anos – 2Rs 15.23]
Acaz 735-715 [16 anos 2Rs 16.1,2]
Peca 752-732 [20 anos – 2Rs 15.27]
Ezequias 729-686 [29 anos – 2Rs 18.1,2]
Oseías 732-722 [9 anos – 2Rs 17.1]
Manassés 696-042 [55 anos – 2Rs 21.1]

Amom 642-640 [2 anos – 2Rs 21.1]

Josias 640-609 [31 anos – 2Rs 22.1]

Jeoacaz 609 [3 meses – 2Rs 23.31]

Jeoaquim (Eliaquim) 608-598 [11 anos – 2Rs 23.36]

Joaquim (Jeconias) 598-597 [3 meses – 2Rs 24.8]

Zedequias (Matanias) 597-586 [11 anos – 2Rs 24.18]


Observações:
Tem nomes parecidos e repetidos, é importante consultas as referências Bíblicas, para não ficar nenhuma dúvida.
Existem nomes na Bíblia que são repetidos e parecidos, ou seja, há Reis de Judá com os mesmos nomes de Reis de Israel.
Tem reis com mais de um nome, sendo a mesma pessoa.
Tem data de reinado que difere de um livro (Reis) para outro livro (Crônicas).  Exemplo o rei Uzias.
Características do Reino de Israel (Norte):
Teve 4 diferentes dinastias;
Era mais populoso e militarmente mais poderoso;
Era politicamente instável: 20 reis em 209 anos (média de 10 anos por rei);
Sucessão de traições e conspirações
Criou santuários em Betel e :
: Objetivo de rivalizar com Jerusalém; 2 bezerros de ouro e sacerdotes não levitas;
Recebeu forte influência de práticas idólatras;

As Quatro Dinastias de Israel
1ª Dinastia: Casa de Jeroboão (931-909 a.C.)
2 reis: Jeroboão e Nadabe
Jeroboão I:
Reinou 22 anos em Israel;
Estabeleceu sua capital em Siquém;
Fez dois bezerros de ouro, para Israel adorar, colocou um em e outro em Betel (I Reis 12. 28-30); expulsou os levitas de Israel;
O profeta Aias prediz a ruína da casa de Jeroboão (I Rs.14.1-20)
Houve guerra entre Roboão (Sul) e Jeroboão (Norte) todos os dias I Reis 15.6
Nadabe:
Filho de Jeroboão, reinou 2 anos;
Foi traído e morto por Baasa em uma batalha contra os filisteus;

2ª Dinastia: Casa de Baasa (909-885 a.C.)
2 reis: Baasa e Elá
Baasa:
Da tribo de Issacar, reinou por 24 anos em Israel;
Estabeleceu como capital a cidade de Tirza;
Matou toda a descendência de Jeroboão;
Cumprindo a profecia de Aías(1 Rs14:10)
Portanto, eis que trarei mal sobre a casa de Jeroboão; destruirei de Jeroboãotodo o homem até ao menino, tanto o escravo como o livre em Israel; e lançarei fora os descendentes da casa de Jeroboão, como se lança fora o esterco, até que de todo se acabe.
Jeú profetiza contra Baasa (I Reis 16.1-7)
Elá
Filho de Baasa, reinou 2 anos sobre Israel (1 Reis 16.8);
Foi morto por Zinri, general de seu exército:
Cumprindo a profecia de Jeú (1Rs 16:1-3);
Então veio a palavra do SENHOR a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo: Porquanto te levantei do pó, e te pus por príncipe sobre o meu povo Israel, e tu tens andado no caminho de Jeroboão, e tens feito pecar a meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados, Eis que tirarei os descendentes de Baasa, e os descendentes da sua casa, e farei a tua casa como a casa de Jeroboão, filho de Nebate.
Zinri
Reinou apenas 7 dias (I Reis 16.15)
Zinri assassinou Elá (I Reis 16.10)
Assim destruiuZinritoda a casa de Baasa, conforme a palavra do Senhor que falara pelo ministério do profeta Jeú, sobre Baasa. E por todos os pecados de Baasa, e os 3 pecados de Ela, seu filho, com que pecaram e com que fizeram pecar a Israel, irritando ao Senhor, Deus de Israel com as suas vaidades. Zinrirefugiou-se na parte interior do palácio, pôs lhe fogo, e pereceu nas chamas. I Reis 16.18
Zinri foi morto por outro general Onri, que sitiou a capital Tirza.

3ª Dinastia: Casa de Onri (885-(885-841 a.C.)
4 reis: Onri, Acabe, Acaziase Jorão;
Onri:
Reinou 12 anos em Israel (Os doze anos de Onri incluem os quatro anos em que Tibni tinha um reino rival -1 Rs16;21-23);
Estabilizou politica e economicamente o Reino do Norte;
Período de prosperidade e apostasia; aumenta a influência do culto a Baal;
Onri comprou de Semero o Monte de Samaria e ali edificou uma cidade e a chamou de Samaria (I Reis 16.24) – onde foi construído o Templo Samaritano
Samaria permaneceu como capital de Israel até ser invadida e destruída pelos exercítos da Assíria 150 anos mais tarde;
Sua localização era estratégica pois ao mesmo tempo vigiava os movimentos de Judá (Sul) e mantinha controle sobre as terras mais ricas de seu Reino.
Acabe:
Filho de Onri, reinou por 22 anos;
Casou-se com Jezebel, mulher idólatra, filha de Etbaal, rei dos sidônios,  construiu em Samaria um templo a Baal e o serviu (I Reis 16.30.33).
Tomou a vinha de Nabote e foi confrontado pelo profeta Elias;
Foi castigado com um dos piores períodos de seca da história.
Morreu em combate contra a Síria, quando estava disfarçado de um soldado comum;
Seu corpo foi lambido pelos cães, em cumprimento a profecia de Elias (1Rs 21.19);
Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o Senhor: Mataste e ainda por cima tomaste a herança? Dir-lhe-ás mais: Assim diz o Senhor: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo.
Seu Reinado foi tão perverso e idolatra que a expressão “a casa de Acabe” tornou-se sinonimo para referências a todos os reinados ruins (II Reis 21.2s; cf. Miqueias 6.16).
Acazias
Filho de Acabe (I Reis 22.40; II Reis 1. 1-18) Reinou 2 anos (I Reis 22.52);
E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; porque andou nos caminhos de seu pai, como também nos caminhos de sua mãe, e n os caminhosde Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel. E serviu a Baal, e se inclinou diante dele, e indignou ao SENHOR, Deus de Israel, conforme tudo quanto fizera seu pai (I Reis 22.52-54)
Tentou fazer aliança com o rei Josafá (Sul), mas não conseguiu;
Acazias caiu pelas grades de um quarto alto, buscou socorro em Baal-Zebute, deus de Ecrom, mas adoeceu e morreu (II Reis 1.2-18).
Enviou duas tropas soldados para prenderem o profeta Elias, ambas foram incineradas por fogo advindo dos céus (II Reis 1.9ss.)
A luta entre o rei Acazias e o profeta Elias era decorrente da disputa entre os deuses filisteus (Baal-Zebube, de Ecrom) e Yahve.
Jorão (Jeorão em algumas versões)
Reinou 12 anos (II Reis 3.1; II Reis 1.17);
Irmão de Acazias e também filho de Acabe (II Reis 3.1; II Reis 8.16; II Reis 8.25-29);
E fez o que era mau aos olhos do senhor; porém não como seu pai, nem como sua mãe; porque tirou a estátua de Baal, que seu pai fizera.
Pediu ao rei Josafá (Judá) e aos reis de Edom para irem com ele à guerra contra os moabitas(II Reis 3.5-27);
Ficaram sem água e apelaram ao profeta Eliseu, que somente atendeu por causa da presença do rei Josafá (Sul), conforme (II Reis 3).
O profeta Eliseu diversas vezes avisou o rei Jorão dos movimentos da Síria, de maneira que os israelitas sempre venciam as batalhas;
Mas apesar de testemunhar inumeras vezes o poder de Yahweh, Jorão aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate - que fizera pecar a Israel; não se apartou deles (II Reis 3. 2-3).
Em nova batalha, agora aliado ao rei Acazias (Sul), mais uma vez contra a Síria, em Ramote-Gileade, o rei Jorão foi ferido (II Reis8.28,29; II Crônicas 22.5-7).
O profeta Eliseu é orientado por Yahweh para ungir a Jeú como novo rei
Morreu pelas mãos de Jeú (II Reis 9.14-25)

4ª Dinastia: Casa de Jeú (841-753 a.C.)  
5 reis: Jeú, Jeoacás, Jeoás, JeroboãoII e Zacarias
Jeú
Reinou 28 anos (II Reis 10.36)
Foi ungido pelo profeta Eliseu ( II Reis 9.1-13) rei de Israel quando estava em Ramote-Gileade; quando ainda o rei Jorão estava vivo, o que caracteriza um golpe de Estado.
Extermina a casa do rei Acabe/Jezabel: Os cães lamberam o sangue dela, exatamente como o profeta Elias havia profetizado antes (II Reis 9.34-37); reuniu, com um ardil, e matou todos os profetas de Baal e destruiu o seu templo (II Reis 10.15-30);
Por essa atitude contra a idolatria Yahweh confirmou a dinastia de Jeú até a quarta geração (II Reis 10.30; 15.12).
Todavia, Jeú não se apartou de seguir os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, a saber, dos bezerros de ouro, que estavam em Betel e em Dã. Não teve cuidado de andar com todo o coração na lei do Senhor, Deus de Israel, nem se apartou dos pecados de Jeroboão que fez pecar a Israel (II Reis 10 29-31).
Em decorrência deste comportamento mau,  na área política, houve enfraquecimento de Israel e o território foi reduzido pois Hazael, rei da Síria sobe contra Israel e conquista toda a terra desde o Jordão ao nascente de Gileade, os gaditas, os rubenitas e os manassitas. 
E para não perder o restante, teve que pagar tributos ao rei da Assíria Salmanasar III, conforme consta no chamado Obelisco Negro (agora no Museu Britânico), onde um relevo retrata o que parece ser um embaixador de Jeú ajoelhado diante do rei assírio e trazendo-lhe presentes. A inscrição declara: “O tributo de Jeú (Ia-ú-a), filho de Onri (Hu-um-ri) [querendo dizer sucessor de Onri]; dele recebi prata, ouro, uma tigela-saplu de ouro, um vaso de ouro com fundo pontiagudo, taças sem pé, de ouro, baldes de ouro, estanho, um bastão para o rei.” (PRITCHARD,1969. p. 281).
 O rei Jeú morreu e foi sepultado em Samaria (II Reis 10.32-36)
Jeoacaz (Acazias, rei de Judá (Sul) também é chamado de Jeoacaz (II Crônicas 21.17)
Reinou 17 anos (II Reis 13.1) filho de Jeú (II Reis 13.1; II Reis 10.35);
Reino como co-regente com o pai, Jeú, os três primeiros anos;
Diante do caos político-econômico, pois Hazael, rei da Síria, oprimia os israelitas há anos, decorrente do comportamento idolatra do seu pai, ele clama a Yahweh, que levanta os assírios contra a Síria, aliviando a situação.
E fez o que era mal aos olhos do Senhor; porque seguiu os pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, o qual os deu na mão de Hazael, rei da Síria, e na mão de Ben-Hadade, filho de Hazael, todos aqueles dias (II Reis 13.2-9)
Seu exército sofreu grandes perdas para os sírios, ficando apenas com 50 cavaleiros, 10 carros e 10.000 infantes.
Morreu e foi sepultado em Samaria (II Reis 13.8-10).
Jeoás (algumas versões trazem a grafia de Joás)
Reinou 16 anos (II Reis 13.10) - filho de Jeoacaz (II Reis 13.9);
E fez o que era mal aos olhos do Senhor; não se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel, porém andou neles (II Reis 13.11)
Procurou o velho profeta Eliseu, que lhe disse que haveria de vencer três batalhas contra os Sírios (II Reis 13.15-19)
Com essas vitórias reconquistou muitos territórios israelitas sob controle dos sírios;
Sem a orientação de Yahweh, o rei Amazias de Judá (Sul) atacou o reino do Norte, mas foi vergonhosamente derrotado.
Nesta ocasião Jeoás marchou contra Jerusalém e destruiu parte de seus muros (II Reis 14.1-14; II Crônicas 25.5-24);
Morreu Jeoás e foi sepultado em Samaria (II Reis 13.13 14)
Jeroboão II  
Reinou 41 anos (II Reis 14.23) - filho de Jeoás (II Reis 14.23)
Jeroboão II pelejou e reconquistou Damasco e Hamate, pertencentes a Judá (II Reis 14.25-29);
E fez o que era mal aos olhos do Senhor; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel (II Reis 14.24)
Provavelmente por causa deste triste refrão, seu longo reinado ocupa pouco espaço nas narrativas históricas (II Reis 14.23-29);
Mas é no seu reinado que os profetas Amós e Oséias exercem seu ministério, repreendendo e condenando suas práticas idolatras, depravadas e opressora.
Com o enfraquecimento dos assírios e dos sírios, Jeroboão ampliou o território israelita até os limites de Davi e alcançou grande prosperidade econômica;
Mas com a prosperidade veio toda sorte de desvios religiosos-sociais; que foram duramente condenados pelos profetas:
Opressão dos ricos sobre os pobres (Amós 2.6,7)
Religiosidade estéril e ritualista (Amós 5.21-24)
Falsa mensagem de segurança (Amós 6.1-8)
Tanto Jeroboão quanto o povo rejeitaram a mensagem do profeta (Amós 7.10-17)
Em 722 a.C. Samaria foi tomada e seus habitantes deportados pelos exércitos da Assíria. O Reino do Norte nunca mais foi reestabelecido.

Esses próximos e últimos reis de Israel representam o período mais medíocre e pernicioso da curta história do Reino do Norte. O escritor de Crônicas ignora por completo a trajetória desses últimos reis nortistas, até porque está centrado na história de Judá, que permanecerá, mesmo após o Cativeiro Babilônico.

Zacarias (Não confundir com o profeta Zacarias)
Reinou 6 meses (II Reis 15.8) - filho de Jeroboão II (II Reis 14:29; II Reis 15.8)
Último governante da dinastia de Jeú (II Reis 15.12)
O refrão continua: “E fez o que era mal aos olhos do Senhor, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel” (II Reis 15.9).
Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele, e o feriu diante do povo, e o matou, e reinou em seu lugar (II Reis 15.10-11).
Salum
Reinou apenas um mês (II Reis 15.13) - filho de Jabes (II Reis 15.10 e 13
Menaém, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria, e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar (II Reis 15.14-15).
Menaém
Reinou 10 anos - II Reis 15.17 - filho de Gadi (II Reis 15.14,17)
Iniciou seu reinado da forma mais violenta possível:
Então, Menaem feriu a Tifsa e todos os que nela havia, como também seus termos desde Tirza, porque não lha tinham aberto; e os feriu, pois, e todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio (II Reis 15.16).
Depois de dez anos de governo, onde relativamente expressou certo temor a Yahweh, ele retoma o caminho pernicioso de seus antecessores:
E fez o que era mal aos olhos do Senhor; todos os seus dias  se não apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, que fez pecar a Israel (II Reis 15.18)
Cada vez mais acossado pelo Império Assírio, o rei Menaém  têm que pagar tributo mil talentos de prata a Pul, rei  da Assíria para  não ser levado cativo (II Reis 15.19-20).
A Morte de Menaém (II Reis 15.21-22)
Pecaías
Reinou 2 anos (II Reis 15.23) -  filho de Menaém (II Reis 15.23)
O refrão nefasto se repete: “E fez o que era mal aos olhos do Senhor; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho e Nebate, que fez pecar a Israel” (II Reis 15.24).
E Peca, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié; e com ele estavam cinquenta homens dos filhos dos gileaditas e o matou e reinou em seu lugar (II Reis 15.25-26).
Prevalecia o regime de assassinatos, violência sobre violência, de maneira que o reino de fato não poderia permanecer.
Peca
Reinou 20 anos (II Reis 15.27) - filho de Remalias (II Reis 15.25; cf. Isaias 7.1,4).
Há uma sucessão de reis, mas o refrão é o mesmo:
E fez o que era mal aos olhos   do   Senhor; nunca   se   apartou   dos   pecados de Jeroboão, filho e Nebate, que fez pecar a Israel (II Reis 15.28-29).
Diante da ameaça crescente do império Assírio, tenta uma aliança com o rei Acaz de Judá (Sul), mas foi malsucedido. Revoltado leva cativo duzentos mil judeus: mulheres, filhos e filhas (II Crônicas 28.8).
Ao retornar à Samaria encara mais uma invasão dos assírios, agora com Tiglate-Pileser, que tomou a Ijom, e AbelBeteMaaca, e a Janoa, e   a Quedes, e a   Hazor, e a  Gileade, e à Galiléia,  e  à toda  a  terra de Naftali, e os levou cativos para a Assíria (II Reis 15.29)
Diante desta política equivocada e fracassada: “Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu,e o matou, e reinou em seu lugar, no  vigésimo  ano  de Jotão,   filho  de Uzias” (II Reis 15.30-31)
Ora, o mais dos atos de Peca e tudo quanto fez, eis que estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Israel (II Reis 15.31 – esta fonte histórica se perdeu).
Oséias
Reinou 9 anos  (II Reis 17.1) -  filho  de  Elá (II Reis  15.30; 17.1)
Oséias será o último rei de Israel (Norte)
Foi respaldado pelo governo assírio, a quem estavam subordinados.
Com a morte de Tiglate-Pileser, o rei israelita se alia ao rei do Egito, deixando de pagar os tributos aos assírios.
A reação Assíria foi violenta: mandou Oséias para prisão, e após um terrível cerco de três anos invadiram a cidade e a destruíram, levando sua população para o cativeiro e trazendo outros povos para habitar em Samaria e demais regiões de Israel.
Essa era a razão, quando nos dias de Jesus, os judeus repudiavam os Samaritanos, classificando-os de judeus impuros.
Esta foi a chamada primeira Diáspora. A população israelita foi levada para as regiões da Babilônia, e outras áreas, sob o domínio dos assírios.
Quando pouco mais de cem anos, os judeus também foram levados cativos, agora pelos próprios babilônios, que haviam subjugado os assírios, encontram seus coirmãos já estabelecidos nas cidades do Império

O rei Oséias foi apenas a gota que fez transbordar o cálice da ira e Deus sobre o Reino de Israel (Norte). Desde seu início com Jeroboão I, todos os demais reis cantaram o mesmo refrão: “E  fez   o que  era mal aos olhos do Senhor;” ainda que no caso dele: “contudo, não como os reis de Israel  que  foram antes dele” (II Reis 17.2).
A narrativa abaixo do historiador bíblico transparece toda melancolia do triste fim de um Reino, que apesar de todos os rogos insistentes de Deus, para que se arrependessem e retornassem à Aliança, optaram por permanecerem rebeldes e desobedientes:
“No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos. E sucedeu assim pôr os filhos de Israel pecarem contra o SENHOR, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito;  e temeram a outros deuses. E rejeitaram os seus  estatutos  e o   concerto que   fizera   com seus pais, como também os testemunhos com que protestara contra eles; e andaram após a vaidade e ficaram  vãos, como também após as nações que estavam em roda deles, das quais o SENHOR lhes tinha dito que não fizessem como elas. E deixaram todos os mandamentos do SENHOR, seu Deus, e fizeram imagens de fundição, dois bezerros; e fizeram um ídolo do bosque, e se prostraram perante todo o exército do céu, e serviram a Baal. Também fizeram passar pelo fogo a seus filhos e suas filhas, e deram-se a adivinhações, e criam em agouros; e venderam-se para fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, para o provocarem à ira. Pelo que o SENHOR muito se indignou contra Israel e os tirou de diante da sua face; nada mais ficou, senão a tribo de Judá. Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera. Pelo que o SENHOR rejeitou a toda semente de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os tirou de diante da sua presença. Porque, depois que o Senhor rasgou a Israel da casa de Davi, e eles fizeram rei a Jeroboão, filho de Nebate, Jeroboão apartou a Israel de seguir o SENHOR e os fez pecar um grande pecado. Assim, andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles. Até que o SENHOR tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim, foi Israel transportado da sua terra à Assíria, onde permanece até ao dia de hoje (II Reis 17.15-23).

A QUEDA DE SAMARIA - REINO NORTE - ISRAEL SE DEU EM  722 a.C.
O Reino Norte é derrotado e levado cativo para Assíria, por Salmaneser, rei da Assíria em 722 a.C (II Rs.17.3-6; 18.9-12)
Aproximadamente 208 anos após a divisão do Reino Unido.


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/


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Referências Bibliográficas
BUIS, Pierre. O livro dos Reis. Tradução de Maria Cecília de M. Duprat. São Paulo: Paulus, 1997. [Cadernos Bíblicos; 70].
FRANCISCO, Clyde T.  Introdução ao Velho Testamento. Rio de Janeiro: JUERP, 1969.
GARDNER, Paul (Editor). Quem é quem na bíblia sagrada – a história de todos os personagens da bíblia. Tradução de Josué Ribeiro. São Paulo: Vida, 1999.
Halley, H. Manual Bíblico. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Nova Vida, 1983.
HOFF, Paul.  Os livros históricos. São Paulo: Vida, 1996. 
MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo nos livros dos Reis. Rio de Janeiro: JUERP, 1983. 

PRITCHARD, James B. (Ed.). Ancient Near Eastern Texts – Relating to the Old Testament. New Jersey: Princeton University Press, 1969.