Com
toda certeza uma das figuras mais proeminentes na história do cristianismo é
sem dúvida alguma a de Saulo de Tarso
ou como ficou conhecido nas páginas das Escrituras do Novo Testamento - Paulo, o apóstolo dos gentios.
Desde
os primeiros comentaristas bíblicos cristãos, os chamados Pais da Igreja,
centenas de estudos foram produzidos sobre a pessoa e as famosas cartas de
Paulo. A Reforma Protestante do século XVI dá novo fôlego aos estudiosos para
continuarem suas pesquisas sobre este extraordinário personagem do
cristianismo. Alguns acabam chegando a conclusões exageradas sobre a
importância de Paulo em relação ao cristianismo - afirmando que ele é o
verdadeiro fundador do cristianismo como o temos hoje - evidentemente que isto
é uma hipérbole pois ainda que seu trabalho missionário e suas correspondências
possam ter uma importância enorme, o cristianismo desenvolve-se muito além da
capacidade de um único cristão. Inúmeros centros cristãos como Antioquia e
Alexandria e a própria cidade de Roma não foram estabelecidos pelo trabalho
missionário de Paulo. Sua atuação foi substancial nas aldeias, cidades e
metrópoles da região da Galácia e da Macedônia. Mas sem dúvida alguma, suas
contribuições foram imensuráveis para o pensamento cristão em muitos contextos.
Com
o racionalismo produzido no século
XIX produz-se uma nova onda de estudos, agora com ênfase mais liberal. A famosa escola crítica liberal
denominada "Escola Tubingen"
sob influência hegeliana disseca todos os escritos de Paulo contidos no NT e
reconta sob todos os ângulos possíveis e imagináveis sua vida. Mas tanto a
figura e obra de Paulo, quanto o cristianismo sobreviveram à ação corrosiva
desta Escola e seus subsequentes sucessores.
Utilizando-se
da expressão - Nova Perspectiva Sobre Paulo - James D. G. Dunn inaugura uma
nova onda de estudos sobre este querido e importante cristão do primeiro
século. Seu esforço, desde a década de 70, é demonstrar que a pregação e ensino
paulino não é um contraponto ao judaísmo do primeiro século, mas ao contrário,
ele concilia de forma extraordinária o ensino veterotestamentário judaico com
os ensinos evangélicos de Jesus. Portanto, os escritos e ensinos paulinos não
são ante judaicos, mas sim, um esforço de corrigir as distorções judaizantes de
maneira a se obter uma compreensão clara da revelação evangélica advinda por
meio de Cristo.
A
estrada aberta por Dunn com a Nova Perspectiva Sobre Paulo, não destrói ou
diminui as abordagens anteriores e nem pretende ser a única daqui para frente.
Entretanto, abre-se uma nova onda de estudos sobre o querido apóstolo dos
gentios e sua indiscutível influência no cristianismo de ontem e de hoje.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes,
Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia
Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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Referência Bibliográfica
DUNN, James D. G. A Nova Perspectiva Sobre Paulo. São
Paulo: ed. Academia Cristã/Paulus, 2011.
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