Quando uma criança nasce seus pais, familiares e amigos
não fazem a mínima ideia do que ele virá a ser quando crescer. Há muitos
planos, principalmente dos pais, mas são apenas suposições e expectativas – se
elas se concretizaram somente os dias futuros poderão atestar.
A jovem judia Maria se preparava para casar-se e tudo já
estava acertado, o contrato de casamento havia sido estabelecido e em pouco
tempo seu marido legal, porém ainda não de fato, viria busca-la e então o
casamento se concretizaria. Mas um dia lhe apareceu um anjo e lhe comunicou que
Deus a havia escolhido para dela gerar o Salvador. A partir daquele momento
tudo na vida da jovem Maria mudou.
Já na companhia de José, que a acolheu orientado por
Deus, são obrigados mediante um decreto do Imperador Romano a empreenderem uma
viagem longa e cansativa até sua cidade (vila) de origem. Chegando na pequena
Belém da Judeia a jovem grávida sente as contrações do parto e ali,
improvisados em uma estrebaria ela concebe um menino. Ainda extenuada pelo
grande esforço do parto natural Maria pega pela primeira vez o menino Jesus em
seus braços e enquanto ela o amamenta pela primeira vez o contempla e pensa:
o que será deste menino? Como Deus haverá de realizar seus planos eternos na
vida dele?
Algumas pistas foram sendo dadas à Maria e José sobre o
que veria a ser aquela criança. Os primeiros foram os pastores que haviam
testemunhado o coral angélico e testemunham aos pais o que os anjos cantaram
sobre aquele menino e Maria “guardou todas estes testemunhos em seu coração (Lc
2.19). Outros testemunhos vão sendo acrescentados sucessivamente: “Ele reinará sobre a casa de Jacó para
sempre; o seu reino nunca acabará” (Lc 1.33); “Hoje, na cidade de Davi, um Salvador nasceu para vocês; ele é o
Cristo, o Senhor” (Lc 2.11); e algumas não tão positivas – “Uma espada também perfurará sua própria
alma” (Lc 2.35). Maria tinha muito em que pensar sobre aquele bebê em seus
braços!
Diferentemente das narrativas evangélicas, que tratam do
nascimento e ministério de Jesus, o livro do Apocalipse é elaborado para nos
apresentar o Jesus Cristo glorificado. De fato, não é o Jesus Cristo que as
pessoas em geral gostam de pensar. O Jesus que emerge das páginas do Apocalipse
está assentado em seu trono e reina soberanamente e efetuara o juízo sobre
todos os habitantes da terra. Ainda nos primeiros versos de abertura do livro
temos uma referência sobre Jesus Cristo, o mesmo bebê que Maria havia segurado
em seus braços, mas que agora tornou-se tudo aquilo para o qual Ele havia
nascido: “Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos
e o príncipe dos reis da terra” (Ap. 1.5). certamente Maria já havia
falecido quando João registra este testemunho glorioso sobre quem é Jesus.
Portanto, o natal cristão não celebra um simples
nascimento de um menino-deus que veio ensinar algumas coisas boas às pessoas e
depois de ser covardemente traído e morto em uma cruz – se transformou em um
mártir da paz. O natal cristão bíblico é MUITO MAIS do que essa ideia
comercializada barata e vulgar. O Natal cristão bíblico CELEBRA o nascimento de
“Jesus
Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o soberano
dos reis da terra”. Creio que está perspectiva apocalíptica do Natal
deve nos levar a uma reflexão muito mais profunda sobre o real e verdadeiro
sentindo do Natal. Essas três frases devem nos ajudar a compreender e apreender
a verdadeira identidade do bebê nascido na pequena vila de Belém e que foi
seguro e amamentado pela primeira vez pela jovem Maria. Quem é essa criança?
Ele
é Fiel - “Jesus Cristo, que é a fiel testemunha”. Uma das coisas mais difíceis nos dias
atuais é encontrar alguém em que de fato e de verdade podemos confiar e
principalmente confiar a nossa própria vida. Em uma Sociedade movida a fake
news descobrir quem fala a verdade e em que podemos confiar é um tremendo
desafio. Mas João declara com todas as letras que podemos confiar plena e
totalmente em Jesus Cristo, pois Ele é “fiel” e seu testemunho e cada uma de
suas palavras, que foram registradas, são imutavelmente verdadeiros. Quando
Jesus fala, ele fala apenas a verdade. Quando interrogado por Pilatos, momentos
antes de ser condenado e morto na cruz, Jesus faz essa declaração: “Eu para isso nasci, e para isso vim ao
mundo, a fim de dar testemunho da
verdade. Todo aquele que é da verdade
ouve a minha voz” (João 18.37). Ele foi fiel até a morte e morte de cruz e
Ele revelará a verdade no final – toda mentira, por mais bonita e
resplandecente que possa parecer, será lançada no inferno com o diabo, pai da
mentira, e seus anjos.
Portanto, o Natal cristão bíblico é uma questão de
Verdade ou Mentira. Toda pessoa tem que lidar com essa questão fundamental
sobre Jesus - posso confiar nele? Algumas pessoas responderão sim, outras
dirão não. Este é o ponto de partida, mas também é o ponto final de todas as
demais questões que envolvem nossa vida aqui e na eternidade. A Bíblia contém
318 afirmativas (versículos) que declaram que Jesus Cristo voltará em poder e
glória – muitos dizem: “não vou me
preocupar com isso, pois não vai acontecer” e você o que diz? João e
milhões de pessoas têm crido em Jesus por todos esses séculos, pois Ele é a
fiel testemunha – Ele é a Verdade e a Vida.
Ele
tem todo o Poder – “Jesus Cristo, que é o primogênito dentre os mortos”.
Posso confiar a minha vida plenamente a Jesus porque Ele venceu a morte – Ele
ressuscitou. Ele é o primogênito de milhares de milhares que com Ele também
haverão de ressuscitar no último dia! Em seu ministério terreno Jesus
ressuscitou algumas pessoas – mas todas elas vieram a morrer novamente. Mas
quando Jesus ressuscitou, deixou aquele túmulo vazio para nunca mais retornar.
Para consolar o coração de Maria pela perda de seu irmão Lazaro o Senhor
declara a ela: “Eu sou a ressurreição e a vida e todo aquele que crer em mim,
ainda que morra, viverá” – a ressurreição de Jesus é a declaração definitiva da
vitória da vida em relação à morte. Por isso Paulo e todos os cristãos do
primeiro século e de todos os séculos até hoje podem cantar com toda convicção:
“Tragada
foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó
inferno, a tua vitória?”. Nosso último inimigo foi completamente
derrotado por Jesus Cristo na sua ressurreição (I Co 15.26). Para todo o
cristão a morte não é mais um prejuízo, mas lucro – não inspira mais medo – mas
a expectativa da vida eterna e da glória celestial. Era essa viva esperança que
sustentava os cristãos nos Coliseus romanos e essa convicção da vitória sobre a
morte que impactava violenta e profundamente a vida daqueles que ali
testemunhavam suas mortes atrozes.
Portanto, o natal bíblico celebra não apenas o nascimento
de Jesus, mas sua completa vitória sobre a morte, pois Ele é o “primogênito dentre os que morreram e
ressuscitaram”. Posso descansar plenamente em Jesus Cristo, pois Ele tem
todo o poder aqui e na eternidade. A
vida, a salvação e a eternidade estão Nele!
Ele
é soberano – “Jesus Cristo, que é o soberano dos reis da terra”. A
palavra “soberano” significa que Ele é a autoridade máxima sobre todos os
governantes da terra. Ele não é apenas mais um rei/governante – o seu domínio
se estende sobre toda a terra. Todos terão que prestar contas a Jesus Cristo.
Todos os governos se originam de poderes humanos, mas a soberania de Jesus
emana do próprio Deus eterno – o Criador e Sustentador de todas as coisas. Todo
governo humano tem um inicio e um fim – mas o Governo de Jesus não tem inicio e
nem fim – pois Ele é Soberano desde a eternidade e por toda a eternidade –
Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, o Principio e o Fim.
O ser humano em sua arrogância e estultícia pensam que
são os senhores do mundo. Onde estão os imperadores romanos? Mortos. E seu
grande império? Desapareceu. Mas dois mil anos depois, a Igreja de Cristo
permanece viva e ativa sobre a terra e nada e ninguém a pode destruir, pois o
Senhor da Igreja é o Soberano sobre toda a terra. Os Obama, Putin, Sarkozy,
Merkel, Temer e Bolsonaro passaram – desapareceram, mas o Senhor Jesus Cristo e
Seu Reino permaneceram para sempre!
Aos olhos nus parece que tudo está perdido. A violência,
a corrupção, a maldade parece que prevalecera no mundo. Quando olhamos em volta
temos a falsa sensação de que Satanás é quem governa os reis da terra. Mas
saiba que isso não permanecera assim. Satanás está submetido aos propósitos de
Deus e temporariamente, pois em breve – muito mais breve do que muitos pensam –
Jesus retornará ao palco mundial. As
mesmas mãos que um dia foram cravadas na cruz – essas mesmas mãos governara o
mundo. O Cordeiro reinará pelos séculos dos séculos e seu governo não terá
fim. Ainda que nossos olhos não consigam ver agora – esteja certo de que Jesus
Cristo é o “Soberano sobre todos os reis
da terra”. É assim que a História humana será concluída – é disso que trata
o livro do Apocalipse. Quer saber como a História termina – leia o Apocalipse.
Portanto, o natal bíblico é a declaração e a celebração
da Soberania de Jesus Cristo sobre tudo e sobre todos. Os acontecimentos
singelos do nascimento de uma criança em uma vila da Judeia e num humilde
estábulo, jamais despertaria o interesse da grande mídia. Com exceção de
Herodes, nenhum outro rei da terra tomou conhecimento desse acontecimento. Mas
aquele bebê surpreendeu e continua surpreendendo o mundo inteiro. Por onde Seu
Evangelho é proclamado pessoas são transformadas e o servem com alegria.
Que nesse natal você possa reconhecer Jesus Cristo como
Senhor e Salvador de sua vida. Que nesse natal você possa confiar sua vida a
Ele! Porque:
Jesus Cristo é fiel!
Jesus cristo é poderoso!
Jesus Cristo é soberano!
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes,
Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro
Blog
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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Lindo e cativante texto. Obrigada Rv Ivan Guedes. Jesus é o nosso Senhor.
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