Como vimos os quatro primeiros versos desta epístola aos
Hebreus formam um prologo e no qual ele introduz uma pequena, mas de
incomparável beleza, composição poética/hínica composta de sete (numero que
trás ideia de perfeito/completo) atributos ou características que enfatizam a
superioridade do Filho em relação às revelações anteriores.
Nos
versos 1 e 2 o autor deixa claro que Deus falou antes de varias formas e meios,
mas hoje fala através do Filho. Todavia, aqui há uma dificuldade para os
leitores primários desta carta, pois para os judeus a cruz era símbolo de
maldição e vergonha. Era necessário que esses leitores pudessem ver a cruz pela
manifestação daquele que
sofreu nela. Era urgente, e continua sendo para os atuais leitores, discernirem
com muita clareza quem é esse Filho
que morreu na cruz. Para isso o escritor vai se utilizar de uma pequena
composição poética/hínica de sua autoria ou de outrem:
“o herdeiro[1]
da criação do Pai” (v.2) – nesta expressão vemos a preeminência que
Deus dá ao Seu Filho – somente Ele se constitui por direito herdeiro de tudo
quanto o Pai trouxe à existência.[2] O apóstolo Paulo
escrevendo aos Colossenses (1.16) ensina que tudo que foi criado, que veio a
existir, o foi para Cristo; o salmista (Sl 2) falando sobre a relação do Pai e
do Filho declara: “Tu és o meu Filho ...
pede-me, e eu te darei as nações por herança e os fins da terra por sua
possessão”; e no Apocalipse (11.5) João como um repórter que está fazendo a
cobertura exclusiva da conclusão da História humana registra: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso
Senhor (Pai) e do Seu Cristo e Ele (Filho) reinará para todo o sempre”.
Portanto, é a conclusão do escritor de Hebreus, esse que foi enviado pelo Pai
(Deus), esse seu último mensageiro, é o único herdeiro (senhor, dono) legítimo de
todas as coisas criadas e assim o Filho é superior tanto aos anjos quanto aos
profetas. E deste modo, se com Ele padecermos também com Ele seremos
constituídos co-herdeiros sobre todas as coisas (Rm 8.17).
“o agente da criação do Pai” (v. 2) – por e através de[3]
quem Ele criou os mundos e o universo e as idades do tempo [Ele fez, produziu, construiu, operou e
organizou em ordem] - o Filho é herdeiro porque participou ativamente de
toda ação criadora. O evangelista João inicia sua narrativa evangélica de forma
muito semelhante: “No princípio era o
Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus "e que" todas as coisas vieram a
existir por meio de "Ele"
(a Palavra) e, à parte Dele, nada que veio a existir surgiu (Jo 1.1, 3). O
termo
“mundo” (no grego aion)
não significa tão somente o mundo material, mas "as idades, os tempos, a História", de maneira que Jesus como
"Agente" de Deus criou tanto o mundo (planeta) e tudo quanto nela há,
e que conduz seus acontecimentos históricos. O apóstolo Paulo refutando a
"heresia colossense" (endossada no presente pelas Testemunhas de
Jeová) de que Jesus era um ser criado, argumenta em conformidade com Hebreus de
que todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele e que tudo permanece
sustentado unicamente por Ele: “pois nele
foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram
criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo
subsiste” (Cl 1.16,17). Ambos os escritores neotestamentários estão dando
testemunho contundente da Deidade do Filho, pois somente Deus pode criar
(retornando sempre ao Gênesis – “criou
Deus os céus e a terra”). Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, o princípio e o
fim (Ap 1.8), mas em sua arrogância e completa ignorância o ser humano se nega
a curvar-se diante de Cristo reconhecendo seu Senhorio, mas o fato é que a
minha e a sua vida está nas mãos Dele.
Mas é no verso três que o autor faz uma das mais
extraordinárias revelações a respeito do Jesus eterno e glorioso (cf. João
1.1-18; Fp 2.6-11; e Cl 1.15-17). Se antes Deus havia se revelado através das
pessoas imperfeitas e limitadas (profetas, sacerdotes e reis), agora Deus vai
se revelar de forma plena e perfeita no Filho – “O Filho é o resplendor da glória
de Deus e a expressão exata do seu ser,” (v.3a).
Ele é,
mais literalmente, "quem é"
- este particípio denotando o que o Filho é continuamente (presente) em Si
mesmo essencialmente e independentemente de Sua manifestação no tempo – Jesus
Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente! Nunca houve um tempo em que Ele não
era e nunca haverá um tempo que deixara de Ser. E para reforçar a ideia da
transcendência do Filho o escritor utiliza duas maravilhosas figuras:
“o resplendor[4]
da glória[5]
de Deus” – o termo grego (apaugasma) trás a ideia de algo gerado da mesma substância, mas
distinguível dela, de maneira que o Filho irradia/resplandece a glória do Pai,
mas também Ele é possuidor de glória própria (Eu sou a luz do mundo). Na
controvérsia ariana (onde Ários ensinava que o Filho era
um ser criado, inferior a Deus o pai na natureza e dignidade, ainda que fosse o
primeiro e mais nobre de todos os seres criados – fundamento teológico das
Testemunhas de Jeová)
essa designação do Filho foi fundamental para provar que Ele é gerado
eternamente e não veio a existir por um ato da vontade do Pai, mas
essencialmente Ele é tão divino quanto o Pai (Eu e o Pai somos um – João 10.30).
Os leitores judeus que estivessem familiarizados com essas descrições do
Primeiro Testamento (versão Septuaginta) da glória (doxa) de Yahvé entenderiam com clareza qual a
intenção da descrição do autor ao declarar que Jesus era o resplendor da glória
divina, mas, ao contrário de Moisés, agora eles poderiam contemplar a face
gloriosa de Deus "na face de Cristo" (2Cor 4.6). Está é uma mudança
extraordinária entre a mensagem do Primeiro e do Segundo Testamento. Enquanto
no Primeiro unicamente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano no Santo
do Santo, no Segundo todo cristão tem livre acesso ao lugar Santíssimo, por
meio de Jesus Cristo.
“e a expressão exata do seu ser” (cf. 2Co
4.4; Cl 1.15, 16). Tudo o que Deus é, Cristo é. A própria semelhança de Deus, a
própria divindade de Deus, a mesma divindade da divindade, está em Cristo Jesus
(Spurgeon). A “expressão exata” (charaktḗr – caráter)[6]. O autor está afirmando
aos seus leitores que, seja qual for a essência divina, Jesus é a expressão
perfeita dela. Fica implícito, portanto, tanto a divindade de Jesus Cristo
quanto a pluralidade de Deus. Jesus é idêntico a Deus Pai, todavia distinto
dele – “Aquele que vê
a mim, vê o Pai que me enviou” (Jo 14.9), porque Jesus é a expressão
exata dos atributos do Pai, de modo que tudo o que Deus é, Jesus é igualmente,
e Paulo corrobora esta verdade afirmando que Jesus "é a imagem do Deus invisível"
(Cl 1.15). Desta forma podemos concluir que o resplendor de Sua glória fala da unicidade ou identidade de Jesus
com Deus o Pai, enquanto a representação
exata de Seu ser fala da distinção de Jesus e, portanto, da pluralidade da
Divindade - "o Filho de Deus é uma
Pessoa distinta do Pai e, no entanto, Una com Ele na Divindade. Ele é Seu
igual, como sendo a representação perfeita de Sua essência" (Vine).
“sustentando todas as coisas por sua
palavra poderosa”, pois Jesus Cristo é Deus. Aqui temos a dimensão da
obra e poder de Cristo. A expressão trás a ideia de uma ação ativa e dinâmica
continua (presente) de inteiração entre o Criador e Sua criação – oposta à
ideia passiva e estática dos deístas. O Senhor Jesus mantém a ordem e harmonia
de tudo que foi criado, bem como suas múltiplas relações umas com as outras,
unicamente pelo Seu poder. Deste modo, os oceanos são mantidos em seus lugares,
os rios continuam correndo para o mar; os corpos
celestes são mantidos em suas órbitas. Por Ele todas as coisas foram criadas no
passado, por Ele todas as coisas consistem no presente e por Ele todas as
coisas devem ser reconciliadas no futuro "pois Dele e por Ele e para Ele são todas as coisas. Para Ele seja a
glória para sempre. Amém.” (Rm 11.36). Todas as coisas (do grego pas) referem-se à
totalidade, o universo considerado como um todo – nada é pequeno demais e nada
é grande de mais – do microcosmo ao macrocosmo – todas as coisas dependem da
sustentação de Cristo.
O ser humano arrogante e prepotente
rejeita tal ideia. Esta verdade bíblica contraria todo o ensino moderno
autossuficiente das academias racionalista e antropocentrista.
Entretanto, o
ensino bíblico é claro e direto, sem qualquer espaço para dúvidas, de que Cristo
sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder e que todas as coisas
incluem a preservação da nossa existência diária. Por esta razão muito antes de
Hebreus o escritor de Provérbios já exortava seus contemporâneos: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as suas vereda” (Pv 3.5,6).
“pela palavra[7] do seu poder” - a palavra falada de Cristo é aquela pela qual
o poder do Filho é manifesto. Palavra (Rhema) como
usada aqui em Hebreus 1.3 refere-se à palavra ativa e poderosa, é a
mesma palavra pela qual Cristo falou e tudo o que não existia passou a existir
– “Pela fé entendemos que os mundos foram
preparados pela palavra ( rhema ) de Deus, de modo que o que é visto não foi
feito de coisas que são visíveis” (Hebreus 11.3). Portanto, jamais devemos
nos esquecer de que esta é a mesma "Palavra" que
Ele fala para aqueles que são Sua “própria possessão"
– ou seja, a que Ele falou a você esta semana em e através da Sua Palavra –
pregação, estudo bíblico ou mesmo na leitura devocional. Oh! Como precisamos
nos lembrar de que a Bíblia não é apenas qualquer palavra, mas é a palavra do
Seu poder, a própria palavra pela qual Seu poder onipotente se manifesta em
nossa vida e através dela! Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito de Cristo nos fala
hoje! Esta
palavra (rhema) de Cristo tem poder
(dumanis, de dunamai = poder) e expressa ideia de um poder inerente que reside em algo em
virtude de sua própria natureza. Paulo se referindo ao Evangelho de Cristo escreve:
o evangelho ... é o poder ( dunamis ) de Deus para a salvação de todo aquele
que crê, primeiro do judeu e também do grego"(Rm 1.16). O Evangelho é
diferente de qualquer outra mensagem, pois tem um poder inerente, porque é Deus
falando. Você está ouvindo? Você está confiando na palavra do Seu poder
para sustentá-lo em qualquer circunstância ou aflição difícil que você esteja
vivenciando atualmente?
Sob
Seus olhos atentos,
seus
santos habitam com segurança;
Aquela
mão que sustenta toda a natureza
Deve
guardar bem seus filhos.
-
Drodidge
Em
tempo e por toda eternidade, Jesus é tudo de que precisamos.
“havendo
feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados” - efetuou em pessoa a reconciliação entre Deus
e o homem (Phillips). A grande mensagem para os leitores da carta aos
Hebreus é que esse Jesus Cristo que é o herdeiro de todas as coisas, que criou
o mundo, que é a expressão plena da glória de Deus e que tudo sustenta com o
poder de
sua palavra – é o mesmo que os purifica[8] de todos os pecados e os
reconcilia com Deus! "Da glória da
pessoa de Cristo, ele passa a mencionar a glória de sua graça" (Matthew
Henry). Jesus Cristo mesmo e nenhum outro agente nos limpa de toda a imundícia
do pecado – Ele mesmo retira toda lepra que nos cobria da cabeça aos pés – Ele
mesmo efetua a nossa purificação se colocando em nosso lugar como cordeiro sem
mancha e sem defeito – Ele mesmo é o Sumo sacerdote que faz o sacrifício junto
a Deus – por está razão Jesus pode clamar no Gólgota: “Tudo está consumado!” O pensamento de fazer a purificação dos pecados já é uma antevisão da
obra de Cristo como Sumo Sacerdote, que desempenha um papel tão proeminente no
transcorrer da epístola (Vicent). “Esta
verdade deve ter parecido especialmente notável para aqueles a quem o livro de
Hebreus foi escrito pela primeira vez. A cruz foi uma pedra de tropeço para os
judeus, mas o escritor não se desculpa por isso. Em vez disso, ele mostra que é
uma das sete excelências da glória de Cristo” (MacArthur).
“assentou-se à destra da majestade nas alturas”
– O sumo sacerdote na Antiga Aliança adentrava ao santo do santo, oferecia o sacrifício
e saia; mas o Senhor Jesus entra no lugar santíssimo, oferece a si mesmo como sacrifício
e permanece assentado no trono de sua glória. O sumo sacerdote do passado necessitava
de no ano seguinte, oferecer outro sacrifício expiatório; mas nosso Senhor
completou Sua expiação e agora, “não
resta mais sacrifício pelos pecados” (Hb 10.26), pois não resta mais pecado
para ser purificado - “Mas Cristo
entregou-Se a Si mesmo a Deus pelos nossos pecados, como um único sacrifício
duma vez para sempre, e depois Se assentou no lugar de maior honra à direita de
Deus esperando que os seus inimigos sejam postos debaixo dos seus pés. Pois por
meio daquela oferta única Ele tornou perfeitos para sempre aos olhos de Deus
todos quantos Ele está santificando” (Hb 10.12–14). O assentar-se (gr. kathizo)
representa um ato formal e digno e é uma referência é a glorificação e ascensão
do Filho e Sua posição real como Rei. O Filho assentado à direita nunca é usado
para o estado pré-existente de Cristo, co-igual ao Pai, mas sempre de Seu
estado exaltado como Filho do homem, depois de seus sofrimentos. Agora, como
nosso Mediador, Ele "intercede por
nós" na presença de Deus (cf. Rm 8.34). "Esta posição foi uma ratificação do perfeito cumprimento de tudo o que
Ele realizou em Seu sacrifício expiatório (fazendo expiação) pelos pecados"
(Vine). O assentar-se é o indicativo de que a obra sacerdotal de Cristo foi
completa, diferentemente dos sacerdotes levíticos que nunca se sentaram no
tocante ao seu trabalho no tabernáculo porque seu trabalho nunca estava
completo, nunca estava concluído. Esta posição Cristo assentado à direita de
Deus, um lugar de honra privilegiada, é mencionada em Hebreus cinco vezes
tornando-se uma frase chave e que o escritor deseja que seus leitores percebam
sua relevância e compreendam plenamente o seu sentido.
O Nome de Jesus
É poderoso,
O Nome de Jesus
É sobre todos,
Nome mais doce,
Nome mais lindo,
Nome sublime,
É o Nome de Jesus!
O Nome de Jesus
levanta os mortos,
O Nome de Jesus
Sara os feridos,
Nome mais santo,
Nome mais puro,
Nome bendito,
É o Nome de Jesus!
(Adhemar de Campos)
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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N.T.
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[1] Uma palavra grega composta (kleros = lote + nomos = algo parcelado, atribuído), mas Kleronomos significa não
apenas alguém que herda ou obtém uma porção, mas também significa alguém que toma posse da porção. O termo ocorre 15
vezes na literatura neotestamentária [sendo três vezes em Hebreus] - Mt 21.38;
Mc 12.7; Lc 20.14; Rm 4.13, 14; Rm 8.17; Gl 3.29; 4.1, 7 ; Tt 3.7 ; Hb
1.2; 6.17; 11.7; Tg 2.5. Também trás a
ideia de domínio e autoridade.
[2] Herdeiro por direito de filiação “esse é o meu Filho em quem tenho todo meu
prazer” ressoa a voz celestial no momento do batismo de Jesus.
[3] É a
preposição grega ( dia ) que demarca algo que é realizado ou
efetuado. Em outras palavras, o Filho como Herdeiro é também o
"Agente Intermediário", realizando o trabalho de criação.
[4] (apaugasma de apaugázo =
emite luz ou esplendor, por sua vez derivado de apó = de +augázo =
brilho). Pode significar brilho
refletido (Calvino, Thayer) ou refulgência como os pais
gregos sustentam. Não é precedido pelo artigo definido, que torna o termo
altamente descritivo de caráter ou natureza.
[5] No grego (Doxa) é usada
repetidamente na Septuaginta grega (LXX) para descrever a (Shekinah) glória de Deus.
[6] Esse termo foi usado no grego
clássico em referência a estampa em moedas ou uma gravura, um selo. Mais tarde,
passou a significar a impressão em si, geralmente gravada, cortada ou estampada
na forma de um caractere, uma letra, uma marca ou um sinal. Essa impressão ou
marca com suas características particulares foi considerada a representação
exata do objeto cuja imagem foi obtida.
[7] Do grego (rhema) do verbo rheo = falar -
dizer, falar ou proferir palavras definidas. Refere-se à palavra falada,
especialmente uma palavra proferida por uma voz viva.
[8] O termo Katharismos é
usado na Septuaginta do ritual de limpeza dos leprosos (Lv 14.2; Êx 29.36 ), e
do ritual de purificação dos pecados por meio de sangue (Êx 30.10; Nm 14.18).
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