segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Epístola aos Hebreus: O Prólogo – A Glória do Filho (1.3-4)



            Como vimos os quatro primeiros versos desta epístola aos Hebreus formam um prologo e no qual ele introduz uma pequena, mas de incomparável beleza, composição poética/hínica composta de sete (numero que trás ideia de perfeito/completo) atributos ou características que enfatizam a superioridade do Filho em relação às revelações anteriores.
Nos versos 1 e 2 o autor deixa claro que Deus falou antes de varias formas e meios, mas hoje fala através do Filho. Todavia, aqui há uma dificuldade para os leitores primários desta carta, pois para os judeus a cruz era símbolo de maldição e vergonha. Era necessário que esses leitores pudessem ver a cruz pela manifestação daquele que sofreu nela. Era urgente, e continua sendo para os atuais leitores, discernirem com muita clareza quem é esse Filho que morreu na cruz. Para isso o escritor vai se utilizar de uma pequena composição poética/hínica de sua autoria ou de outrem:
o herdeiro[1] da criação do Pai” (v.2) – nesta expressão vemos a preeminência que Deus dá ao Seu Filho – somente Ele se constitui por direito herdeiro de tudo quanto o Pai trouxe à existência.[2] O apóstolo Paulo escrevendo aos Colossenses (1.16) ensina que tudo que foi criado, que veio a existir, o foi para Cristo; o salmista (Sl 2) falando sobre a relação do Pai e do Filho declara: “Tu és o meu Filho ... pede-me, e eu te darei as nações por herança e os fins da terra por sua possessão”; e no Apocalipse (11.5) João como um repórter que está fazendo a cobertura exclusiva da conclusão da História humana registra: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor (Pai) e do Seu Cristo e Ele (Filho) reinará para todo o sempre”. Portanto, é a conclusão do escritor de Hebreus, esse que foi enviado pelo Pai (Deus), esse seu último mensageiro, é o único herdeiro (senhor, dono) legítimo de todas as coisas criadas e assim o Filho é superior tanto aos anjos quanto aos profetas. E deste modo, se com Ele padecermos também com Ele seremos constituídos co-herdeiros sobre todas as coisas (Rm 8.17).
o agente da criação do Pai” (v. 2) – por e através de[3] quem Ele criou os mundos e o universo e as idades do tempo [Ele fez, produziu, construiu, operou e organizou em ordem] - o Filho é herdeiro porque participou ativamente de toda ação criadora. O evangelista João inicia sua narrativa evangélica de forma muito semelhante: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus "e que" todas as coisas vieram a existir por meio de "Ele" (a Palavra) e, à parte Dele, nada que veio a existir surgiu (Jo 1.1, 3). O termo
“mundo” (no grego aion) não significa tão somente o mundo material, mas "as idades, os tempos, a História", de maneira que Jesus como "Agente" de Deus criou tanto o mundo (planeta) e tudo quanto nela há, e que conduz seus acontecimentos históricos. O apóstolo Paulo refutando a "heresia colossense" (endossada no presente pelas Testemunhas de Jeová) de que Jesus era um ser criado, argumenta em conformidade com Hebreus de que todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele e que tudo permanece sustentado unicamente por Ele: “pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Cl 1.16,17). Ambos os escritores neotestamentários estão dando testemunho contundente da Deidade do Filho, pois somente Deus pode criar (retornando sempre ao Gênesis – “criou Deus os céus e a terra”). Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim (Ap 1.8), mas em sua arrogância e completa ignorância o ser humano se nega a curvar-se diante de Cristo reconhecendo seu Senhorio, mas o fato é que a minha e a sua vida está nas mãos Dele.
            Mas é no verso três que o autor faz uma das mais extraordinárias revelações a respeito do Jesus eterno e glorioso (cf. João 1.1-18; Fp 2.6-11; e Cl 1.15-17). Se antes Deus havia se revelado através das pessoas imperfeitas e limitadas (profetas, sacerdotes e reis), agora Deus vai se revelar de forma plena e perfeita no Filho – “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser,” (v.3a).
            Ele é, mais literalmente, "quem é" - este particípio denotando o que o Filho é continuamente (presente) em Si mesmo essencialmente e independentemente de Sua manifestação no tempo – Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente! Nunca houve um tempo em que Ele não era e nunca haverá um tempo que deixara de Ser. E para reforçar a ideia da transcendência do Filho o escritor utiliza duas maravilhosas figuras:
o resplendor[4] da glória[5] de Deus” – o termo grego (apaugasma) trás a ideia de algo gerado da mesma substância, mas distinguível dela, de maneira que o Filho irradia/resplandece a glória do Pai, mas também Ele é possuidor de glória própria (Eu sou a luz do mundo). Na controvérsia ariana (onde Ários ensinava que o Filho era um ser criado, inferior a Deus o pai na natureza e dignidade, ainda que fosse o primeiro e mais nobre de todos os seres criados – fundamento teológico das Testemunhas de Jeová)  essa designação do Filho foi fundamental para provar que Ele é gerado eternamente e não veio a existir por um ato da vontade do Pai, mas essencialmente Ele é tão divino quanto o Pai (Eu e o Pai somos um – João 10.30). Os leitores judeus que estivessem familiarizados com essas descrições do Primeiro Testamento (versão Septuaginta) da glória (doxa) de Yahvé entenderiam com clareza qual a intenção da descrição do autor ao declarar que Jesus era o resplendor da glória divina, mas, ao contrário de Moisés, agora eles poderiam contemplar a face gloriosa de Deus "na face de Cristo" (2Cor 4.6). Está é uma mudança extraordinária entre a mensagem do Primeiro e do Segundo Testamento. Enquanto no Primeiro unicamente o sumo sacerdote podia entrar uma vez por ano no Santo do Santo, no Segundo todo cristão tem livre acesso ao lugar Santíssimo, por meio de Jesus Cristo.
e a expressão exata do seu ser” (cf. 2Co 4.4; Cl 1.15, 16). Tudo o que Deus é, Cristo é. A própria semelhança de Deus, a própria divindade de Deus, a mesma divindade da divindade, está em Cristo Jesus (Spurgeon). A “expressão exata” (charaktḗr caráter)[6]. O autor está afirmando aos seus leitores que, seja qual for a essência divina, Jesus é a expressão perfeita dela. Fica implícito, portanto, tanto a divindade de Jesus Cristo quanto a pluralidade de Deus. Jesus é idêntico a Deus Pai, todavia distinto dele – “Aquele que vê a mim, vê o Pai que me enviou” (Jo 14.9), porque Jesus é a expressão exata dos atributos do Pai, de modo que tudo o que Deus é, Jesus é igualmente, e Paulo corrobora esta verdade afirmando que Jesus "é a imagem do Deus invisível" (Cl 1.15). Desta forma podemos concluir que o resplendor de Sua glória fala da unicidade ou identidade de Jesus com Deus o Pai, enquanto a representação exata de Seu ser fala da distinção de Jesus e, portanto, da pluralidade da Divindade - "o Filho de Deus é uma Pessoa distinta do Pai e, no entanto, Una com Ele na Divindade. Ele é Seu igual, como sendo a representação perfeita de Sua essência" (Vine).
sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa”, pois Jesus Cristo é Deus. Aqui temos a dimensão da obra e poder de Cristo. A expressão trás a ideia de uma ação ativa e dinâmica continua (presente) de inteiração entre o Criador e Sua criação – oposta à ideia passiva e estática dos deístas. O Senhor Jesus mantém a ordem e harmonia de tudo que foi criado, bem como suas múltiplas relações umas com as outras, unicamente pelo Seu poder. Deste modo, os oceanos são mantidos em seus lugares, os rios continuam correndo para o mar; os corpos celestes são mantidos em suas órbitas. Por Ele todas as coisas foram criadas no passado, por Ele todas as coisas consistem no presente e por Ele todas as coisas devem ser reconciliadas no futuro "pois Dele e por Ele e para Ele são todas as coisas. Para Ele seja a glória para sempre. Amém.” (Rm 11.36). Todas as coisas (do grego pas) referem-se à totalidade, o universo considerado como um todo – nada é pequeno demais e nada é grande de mais – do microcosmo ao macrocosmo – todas as coisas dependem da sustentação de Cristo.
            O ser humano arrogante e prepotente rejeita tal ideia. Esta verdade bíblica contraria todo o ensino moderno autossuficiente das academias racionalista e antropocentrista.
Entretanto, o ensino bíblico é claro e direto, sem qualquer espaço para dúvidas, de que Cristo sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder e que todas as coisas incluem a preservação da nossa existência diária. Por esta razão muito antes de Hebreus o escritor de Provérbios já exortava seus contemporâneos: “Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as suas vereda” (Pv 3.5,6).
“pela palavra[7] do seu poder” - a palavra falada de Cristo é aquela pela qual o poder do Filho é manifesto. Palavra (Rhema) como usada aqui em Hebreus 1.3 refere-se à palavra ativa e poderosa, é a mesma palavra pela qual Cristo falou e tudo o que não existia passou a existir – “Pela fé entendemos que os mundos foram preparados pela palavra ( rhema ) de Deus, de modo que o que é visto não foi feito de coisas que são visíveis” (Hebreus 11.3). Portanto, jamais devemos nos esquecer de que esta é a mesma "Palavra" que Ele fala para aqueles que são Sua “própria possessão" – ou seja, a que Ele falou a você esta semana em e através da Sua Palavra – pregação, estudo bíblico ou mesmo na leitura devocional. Oh! Como precisamos nos lembrar de que a Bíblia não é apenas qualquer palavra, mas é a palavra do Seu poder, a própria palavra pela qual Seu poder onipotente se manifesta em nossa vida e através dela! Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito de Cristo nos fala hoje!  Esta palavra (rhema) de Cristo tem poder (dumanis, de dunamai = poder) e expressa ideia de um poder inerente que reside em algo em virtude de sua própria natureza. Paulo se referindo ao Evangelho de Cristo escreve: o evangelho ... é o poder ( dunamis ) de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego"(Rm 1.16). O Evangelho é diferente de qualquer outra mensagem, pois tem um poder inerente, porque é Deus falando. Você está ouvindo? Você está confiando na palavra do Seu poder para sustentá-lo em qualquer circunstância ou aflição difícil que você esteja vivenciando atualmente?
Sob Seus olhos atentos,
seus santos habitam com segurança;
Aquela mão que sustenta toda a natureza
Deve guardar bem seus filhos.
- Drodidge
Em tempo e por toda eternidade, Jesus é tudo de que precisamos.

“havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados” - efetuou em pessoa a reconciliação entre Deus e o homem (Phillips). A grande mensagem para os leitores da carta aos Hebreus é que esse Jesus Cristo que é o herdeiro de todas as coisas, que criou o mundo, que é a expressão plena da glória de Deus e que tudo sustenta com o poder de
sua palavra – é o mesmo que os purifica[8] de todos os pecados e os reconcilia com Deus! "Da glória da pessoa de Cristo, ele passa a mencionar a glória de sua graça" (Matthew Henry). Jesus Cristo mesmo e nenhum outro agente nos limpa de toda a imundícia do pecado – Ele mesmo retira toda lepra que nos cobria da cabeça aos pés – Ele mesmo efetua a nossa purificação se colocando em nosso lugar como cordeiro sem mancha e sem defeito – Ele mesmo é o Sumo sacerdote que faz o sacrifício junto a Deus – por está razão Jesus pode clamar no Gólgota: “Tudo está consumado!O pensamento de fazer a purificação dos pecados já é uma antevisão da obra de Cristo como Sumo Sacerdote, que desempenha um papel tão proeminente no transcorrer da epístola (Vicent). “Esta verdade deve ter parecido especialmente notável para aqueles a quem o livro de Hebreus foi escrito pela primeira vez. A cruz foi uma pedra de tropeço para os judeus, mas o escritor não se desculpa por isso. Em vez disso, ele mostra que é uma das sete excelências da glória de Cristo” (MacArthur).
assentou-se à destra da majestade nas alturas” – O sumo sacerdote na Antiga Aliança adentrava ao santo do santo, oferecia o sacrifício e saia; mas o Senhor Jesus entra no lugar santíssimo, oferece a si mesmo como sacrifício e permanece assentado no trono de sua glória. O sumo sacerdote do passado necessitava de no ano seguinte, oferecer outro sacrifício expiatório; mas nosso Senhor completou Sua expiação e agora, “não resta mais sacrifício pelos pecados” (Hb 10.26), pois não resta mais pecado para ser purificado - “Mas Cristo entregou-Se a Si mesmo a Deus pelos nossos pecados, como um único sacrifício duma vez para sempre, e depois Se assentou no lugar de maior honra à direita de Deus esperando que os seus inimigos sejam postos debaixo dos seus pés. Pois por meio daquela oferta única Ele tornou perfeitos para sempre aos olhos de Deus todos quantos Ele está santificando” (Hb 10.12–14). O assentar-se (gr. kathizo) representa um ato formal e digno e é uma referência é a glorificação e ascensão do Filho e Sua posição real como Rei. O Filho assentado à direita nunca é usado para o estado pré-existente de Cristo, co-igual ao Pai, mas sempre de Seu estado exaltado como Filho do homem, depois de seus sofrimentos. Agora, como nosso Mediador, Ele "intercede por nós" na presença de Deus (cf. Rm 8.34). "Esta posição foi uma ratificação do perfeito cumprimento de tudo o que Ele realizou em Seu sacrifício expiatório (fazendo expiação) pelos pecados" (Vine). O assentar-se é o indicativo de que a obra sacerdotal de Cristo foi completa, diferentemente dos sacerdotes levíticos que nunca se sentaram no tocante ao seu trabalho no tabernáculo porque seu trabalho nunca estava completo, nunca estava concluído. Esta posição Cristo assentado à direita de Deus, um lugar de honra privilegiada, é mencionada em Hebreus cinco vezes tornando-se uma frase chave e que o escritor deseja que seus leitores percebam sua relevância e compreendam plenamente o seu sentido.
O Nome de Jesus
É poderoso,
O Nome de Jesus
É sobre todos,

Nome mais doce,
Nome mais lindo,
Nome sublime,
É o Nome de Jesus!

O Nome de Jesus
levanta os mortos,
O Nome de Jesus
Sara os feridos,

Nome mais santo,
Nome mais puro,
Nome bendito,
É o Nome de Jesus!

(Adhemar de Campos)

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
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[1] Uma palavra grega composta (kleros = lote + nomos = algo parcelado, atribuído), mas Kleronomos significa não apenas alguém que herda ou obtém uma porção, mas também significa alguém que toma posse da porção. O termo ocorre 15 vezes na literatura neotestamentária [sendo três vezes em Hebreus] - Mt 21.38; Mc 12.7; Lc 20.14; Rm 4.13, 14; Rm 8.17; Gl 3.29; 4.1, 7 ; Tt 3.7 ; Hb 1.2;  6.17; 11.7; Tg 2.5. Também trás a ideia de domínio e autoridade.
[2] Herdeiro por direito de filiação “esse é o meu Filho em quem tenho todo meu prazer” ressoa a voz celestial no momento do batismo de Jesus.
[3] É a preposição grega ( dia ) que demarca algo que é realizado ou efetuado. Em outras palavras, o Filho como Herdeiro é também o "Agente Intermediário", realizando o trabalho de criação.
[4] (apaugasma de apaugázo = emite luz ou esplendor, por sua vez derivado de apó = de +augázo = brilho). Pode significar brilho refletido (Calvino, Thayer) ou refulgência como os pais gregos sustentam. Não é precedido pelo artigo definido, que torna o termo altamente descritivo de caráter ou natureza.
[5] No grego (Doxa) é usada repetidamente na Septuaginta grega (LXX) para descrever a (Shekinah) glória de Deus.
[6] Esse termo foi usado no grego clássico em referência a estampa em moedas ou uma gravura, um selo. Mais tarde, passou a significar a impressão em si, geralmente gravada, cortada ou estampada na forma de um caractere, uma letra, uma marca ou um sinal. Essa impressão ou marca com suas características particulares foi considerada a representação exata do objeto cuja imagem foi obtida.
[7] Do grego (rhema) do verbo rheo = falar - dizer, falar ou proferir palavras definidas. Refere-se à palavra falada, especialmente uma palavra proferida por uma voz viva.
[8] O termo Katharismos é usado na Septuaginta do ritual de limpeza dos leprosos (Lv 14.2; Êx 29.36 ), e do ritual de purificação dos pecados por meio de sangue (Êx 30.10; Nm 14.18).

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