terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Bíblia Hebraica e o Antigo Testamento Cristão

A expressão "mundo greco-romano" é utilizado pelos historiadores para identificarem o mundo geográfico que abrangem as cercanias do Mediterrâneo desde a época de Alexandre, o Grande, durante os primeiros três ou quatro séculos do Império Romano.
Alexandre foi indiscutivelmente o conquistador mundial mais significativo na história da civilização Ocidental. Em 356 a.C., ele teve que assumir o trono da Macedônia como apenas vinte anos de idade, após seu pai, o rei Filipe II, ter sido assassinado. Apesar de sua juventude ele cultiva o sonho de conquistar as terras do Mediterrâneo Oriental. Rapidamente demonstra ser um estrategista militar brilhante, e corajosamente - alguns diriam impiedosamente - invadiu a Grécia ao Sul e foi conduzindo seus exércitos ao longo das regiões costeiras da Ásia Menor (Oriente moderno) para o Oriente, alcança a região da Palestina (onde viviam Israel e outros povos) e chega às fronteiras do grande Egito. Depois de tantas conquistas parte ousadamente para o coração do Império Persa, derrubando o monarca persa Dario, e estendendo seus territórios tão distantes como a Índia moderna.
Alexander é particularmente significativo na história da civilização Ocidental por causa de seu projeto de unidade cultural sobre os povos conquistados do Mediterrâneo oriental. Em sua juventude, ele fora pupilo do grande filósofo grego Aristóteles e a partir de então torna-se convencido de que a cultura grega era superior a todas as outras. Como conquistador, deu uma dimensão universal para o idioma grego, que posteriormente gerou um grego popular denominado de Coiné; fez o maior empreendimento imobiliário daquela época, ordenando a construção cidades de estilo grego, com ginásios, teatros e banhos públicos, para servir como centros administrativos e comerciais. Além disso, ele geralmente incentivava a adoção da cultura e da religião gregas em todas as suas cidades, especialmente entre as classes superiores. Os historiadores chamaram este processo cultural de "helenismo".
Após a morte precoce de Alexandre na idade de trinta e três (323 a.C.), seu reino foi dividido entre seus principais generais, que evidentemente não conseguiram manter o mesmo nível de comando político dele. Durante seus reinados e os de seus sucessores, o helenismo (ou seja, a cultura grega) permaneceu florescendo nos grandes centros urbanos ao redor do Mediterrâneo Oriental (menos em áreas rurais). Ao longo deste período, mesmo diante das continuas alterações fronteiriças e alternâncias de reis e reinos, uma pessoa podia viajar de uma parte do antigo domínio de Alexandre para a outra e se comunicando razoavelmente através da língua comum do dia-a-dia, o grego Coiné. Além disso, os viajantes sentiam-se relativamente em casa na maioria das grandes cidades, por causa do padrão helenista - costumes, instituições, tradições e religiões gregas. Assim, mais do que em qualquer outro tempo da história antiga, o Mediterrâneo oriental que emergiu na esteira de Alexandre experimentou uma forma de unidade cultural e cosmopolita (um "cosmopolita" é um "cidadão do mundo", ao contrário de uma pessoa que pertence apenas a uma localidade).
Ao sucederem o pódio do domínio territorial, o império Romano mergulhou no contexto do mundo helenístico e aproveitou plenamente a sua unidade, promovendo o uso da língua grega, aceitando aspectos da cultura grega, e até mesmo assumindo características da religião grega, a tal ponto que o panteão grego e panteão romano de deuses e deusas passaram a ser considerados como o mesmo, apenas com nomes diferentes (um dos maiores sincretismos religiosos da história).
Esta unificação tão ampla e complexa alcançada através do helenismo cultural e da política imperial de Roma são sintetizadas no termo "mundo greco-romano".

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
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http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/


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Referências Bibliográficas
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos, 2006.
Charlesworth, J. H. The Old Testament Pseudepigrapha. (Hendrickson Publishers, 2010).
Pseudepigrapha, Apocrypha and Sacred Writings - http://www.pseudepigrapha.com/
The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge [Dictionary edition] http://www.ccel.org/ccel/schaff/encyc09.html?term=Pseudepigrapha,%20Old%20Testament
 YOUNG, Edward J. Introdução ao Antigo Testamento. Vida Nova, São Paulo, 1964.

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