quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

FLÁVIO JOSEFO - Verbete

Foi um dos maiores historiadores e apologista judaico-romano (37 a 103 d.C.). Seu nome hebraico é “yosef ben Mattiyahn” (José filho de Matias) e após angariar a cidadania romana mudou seu nome para “Tito Flávio Josefo”.
Descendente de uma linhagem de importantes sacerdotes (pai) e reis asmoneanos (mãe), registrou in loco a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., quando da invasão, nos dias do imperador romano Vespasiano, comandadas pelo seu filho Tito, futuro imperador.
As obras de Josefo fornecem subsídios para uma compreensão mais abalizada do judaísmo no século I, bem como do contexto histórico das narrativas evangélicas e do cristianismo primitivo (Atos). Suas obras mais importantes são:
§  Guerra dos Judeus: que se constitui em fonte primária para todos que desejam pesquisar sobre a revolta judaica contra o Império Romano.
§  Antiguidades Judaicas: onde reconta a história do mundo sob a ótica de um judeu. Evidentemente, que esta obra corre paralelamente às narrativas históricas da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), mas também há diversas informações, até conflitantes, que não constam nos textos canônicos.
Nestas obras encontram-se informações primárias sobre a sociedade judaica da época de Jesus, bem como sobre o período que viu a ruptura definitiva do cristianismo em relação ao judaísmo; sobre as origens da Dinastia flaviana, que reinaria de 69 a 96.
Nelas encontramos descrições minuciosas de diversos personagens que são mencionados nas narrativas evangélicas e no livro de Atos: Pilatos, os reis Agripas e os Herodes; suas informações embasadas pelos documentos descobertos de Qunram e Massada, oferecem enorme credibilidade às informações contidas no Novo Testamento.
Por fim, não é possível compreender a dimensão da queda e destruição de Jerusalém, sem a leitura de Josefo. Faz descrições de como o Templo foi queimado, a quantidade de riquezas religiosas que foram consumidas pelo fogo, de como a cidade foi totalmente destruída, o aprisionamento das lideranças sacerdotais e judaicas, o grande número dos que foram levados escravos.
Suas obras são fontes obrigatórias para todos que desejarem estudar a História dos Judeus. Seu esforço é demonstrar aos romanos que o judaísmo continha uma preciosa herança espiritual, cultural e histórica. Há em suas narrativas diversas críticas aos judeus e de exaltação aos romanos, os quais ele admirava.  
As informações de que dispomos sobre a sua vida são encontradas principalmente em sua autobiografia. Ele se apresenta com seu nome grego “lósepos”, filho de Matias um sacerdote judaico e teria nascido na capital Jerusalém numa família de “cahanim” (sacerdote), onde teria recebido uma educação profunda na Torá, além de falar e escrever fluentemente em latim, grego. Aos treze anos de idade inicia seu aprendizado sobre três das quatro seitas judaicas: saduceus, fariseus e essênios. Aos dezenove anos de idade opta por aderir ao farisaísmo.
Em 64 d.C., contando com vinte e seis anos de idade, seguiu numa embaixada a Roma onde obteve, por intermédio de Pompeia Sabina, esposa do imperador romano Nero, a libertação de alguns sacerdotes judeus, que haviam sido condenados pelo governador da Judeia, Marco Antônio Félix.
Ao regressar a Judeia, Jerusalém encontrava-se à beira da revolta. Josefo procurou dissuadir os líderes, mas os seus esforças foram inúteis, tendo os revoltosos tomado a fortaleza Antônia. Com receio de ser acusado de partidário dos romanos refugiou-se no Templo.
Entretanto após a morte Manaém um dos principais líderes da revolta, uniu-se aos sacerdotes do Sinédrio que, naquele momento aguardavam a chegada das tropas de Cássio para sufocar a revolta, o que não se concretizou pela derrota destas.
Foi enviado pelo Sinédrio para a Galileia. Logo após sua chegada, envia relatório para Jerusalém informando que que os galileus estavam prestes a marchar sobre Séforis, cidade leal à Roma. Foi designado então, pelo sinédrio para governar militarmente a província, que fez fortificar. Defrontou-se com a oposição dos extremistas liderados por João de Giocála, que acusava de defender a contemporização.
Após o termino da guerra lhe é conferida a cidadania romana, onde recebe o nome de Flávio (Josefo) pelo qual ficou então conhecido; viveu em Roma até o final de sua vida, onde também escreveu suas obras acima mencionadas.

Me. ipg



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