Foi
um dos maiores historiadores e apologista judaico-romano (37 a 103 d.C.). Seu
nome hebraico é “yosef ben Mattiyahn” (José filho de Matias) e após angariar a
cidadania romana mudou seu nome para “Tito
Flávio Josefo”.
Descendente
de uma linhagem de importantes sacerdotes (pai) e reis asmoneanos (mãe), registrou
in loco a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., quando da invasão, nos dias do
imperador romano Vespasiano, comandadas pelo seu filho Tito, futuro imperador.
As
obras de Josefo fornecem subsídios para uma compreensão mais abalizada do
judaísmo no século I, bem como do contexto histórico das narrativas evangélicas e do cristianismo primitivo (Atos). Suas obras mais importantes são:
§
Guerra dos Judeus: que se constitui em fonte primária para todos
que desejam pesquisar sobre a revolta judaica contra o Império Romano.
§
Antiguidades Judaicas: onde reconta a história do mundo sob a ótica
de um judeu. Evidentemente, que esta obra corre paralelamente às narrativas
históricas da Bíblia Hebraica (Antigo Testamento), mas também há diversas
informações, até conflitantes, que não constam nos textos canônicos.
Nestas
obras encontram-se informações primárias sobre a sociedade judaica da época de
Jesus, bem como sobre o período que viu a ruptura definitiva do cristianismo em
relação ao judaísmo; sobre as origens da Dinastia flaviana, que reinaria de 69
a 96.
Nelas
encontramos descrições minuciosas de diversos personagens que são mencionados
nas narrativas evangélicas e no livro de Atos: Pilatos, os reis Agripas e os
Herodes; suas informações embasadas pelos documentos descobertos de Qunram e
Massada, oferecem enorme credibilidade às informações contidas no Novo
Testamento.
Por
fim, não é possível compreender a dimensão da queda e destruição de Jerusalém,
sem a leitura de Josefo. Faz descrições de como o Templo foi queimado, a
quantidade de riquezas religiosas que foram consumidas pelo fogo, de como a
cidade foi totalmente destruída, o aprisionamento das lideranças sacerdotais e
judaicas, o grande número dos que foram levados escravos.
Suas
obras são fontes obrigatórias para todos que desejarem estudar a História dos
Judeus. Seu esforço é demonstrar aos romanos que o judaísmo continha uma
preciosa herança espiritual, cultural e histórica. Há em suas narrativas
diversas críticas aos judeus e de exaltação aos romanos, os quais ele admirava.
As
informações de que dispomos sobre a sua vida são encontradas principalmente em sua
autobiografia. Ele se apresenta com seu nome grego “lósepos”, filho de Matias um
sacerdote judaico e teria nascido na capital Jerusalém numa família de “cahanim”
(sacerdote), onde teria recebido uma educação profunda na Torá, além de falar e
escrever fluentemente em latim, grego. Aos treze anos de idade inicia seu
aprendizado sobre três das quatro seitas judaicas: saduceus, fariseus e
essênios. Aos dezenove anos de idade opta por aderir ao farisaísmo.
Em
64 d.C., contando com vinte e seis anos de idade, seguiu numa embaixada a Roma
onde obteve, por intermédio de Pompeia Sabina, esposa do imperador romano Nero,
a libertação de alguns sacerdotes judeus, que haviam sido condenados pelo
governador da Judeia, Marco Antônio Félix.
Ao
regressar a Judeia, Jerusalém encontrava-se à beira da revolta. Josefo procurou
dissuadir os líderes, mas os seus esforças foram inúteis, tendo os revoltosos
tomado a fortaleza Antônia. Com receio de ser acusado de partidário dos romanos
refugiou-se no Templo.
Entretanto
após a morte Manaém um dos principais líderes da revolta, uniu-se aos
sacerdotes do Sinédrio que, naquele momento aguardavam a chegada das tropas de Cássio
para sufocar a revolta, o que não se concretizou pela derrota destas.
Foi
enviado pelo Sinédrio para a Galileia. Logo após sua chegada, envia relatório
para Jerusalém informando que que os galileus estavam prestes a marchar sobre
Séforis, cidade leal à Roma. Foi designado então, pelo sinédrio para governar
militarmente a província, que fez fortificar. Defrontou-se com a oposição dos
extremistas liderados por João de Giocála, que acusava de defender a contemporização.
Após
o termino da guerra lhe é conferida a cidadania romana, onde recebe o nome de
Flávio (Josefo) pelo qual ficou então conhecido; viveu em Roma até o final de
sua vida, onde também escreveu suas obras acima mencionadas.
Me. ipg
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