segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

AS MÃOS E OS CRAVOS

 

A frase ao lado deve nos levar a uma reflexão profunda sobre os acontecimentos que são registrados nos evangelhos sobre a última semana do ministério de Jesus.
Em todo o tempo de seu ministério Jesus sabia que o encerramento seria no Calvário. Seguindo a narrativa proposta por Marcos percebemos que todo o esforço de Satanás foi de impedir ou ao menos desviar Jesus da cruz.
Logo após se deixar batizar por João, às margens do rio Jordão, Jesus é impelido para o deserto pelo Espírito Santo, e ao final de um tempo de jejum e oração ele foi tentado por Satanás e ainda que aparentemente o teor das tentações nada tenha a ver com a cruz, o objetivo é fazer com que Jesus assuma Sua própria agenda e abandone a agenda do Pai que incluía a morte na cruz.
Ao final de seu primeiro dia intenso de ministério, na cidade de Cafarnaum, no dia seguinte Jesus toma tempo para orar logo bem cedo. Pedro, ainda chamado de Simão, fazendo-se porta-voz dos discípulos e da multidão, encontrando-o tenta demove-lo de continuar em sua trajetória sacrificial e propõe que Jesus permaneça na cidade e faça dela a base fixa de seu ministério, mas Ele resiste e impõe o propósito original indo a outros lugares.
Quando começa sua última subida para Jerusalém, comunica aos discípulos que o desfecho final será sua morte. Imediatamente Pedro, novamente como representante dos demais, insiste veementemente com Jesus para que não deixe que isto aconteça em hipótese alguma, mas na resposta Dele fica claro que Seu compromisso era com a vontade do Pai e não com a vontade humana.
Já no final, algumas poucas horas antes de ser traído e preso, ainda no jardim do Getsêmani, Jesus alerta pela última vez seus discípulos de que o abandonaram diante da pressão dos acontecimentos que estão por vir e mais uma vez Pedro assume seu papel de porta-voz e com o apoio de seus colegas declara que jamais O deixariam. Em momento algum Jesus se entusiasmo com esta declaração de fé e a triste realidade provou que a fragilidade deles era muito maior do que qualquer fé que pudessem ter.
Nestes rápidos apanhados de alguns momentos do ministério de Jesus, podemos perceber com toda clareza que a cruz não foi chamais um acidente inesperado ou uma triste fatalidade na vida dele. Ao contrário, em todo o tempo Jesus sabia que enfrentaria a cruz com todas as suas terríveis consequências de dor, sofrimento e morte.
Jesus sabia que suas mãos, que trouxeram e modelaram o Universo; as suas mãos que foram fonte de inesgotáveis milagres e prodígios; suas mãos que acariciaram e abençoaram as criancinhas, as viúvas e todas aquelas pessoas que abandonadas e alienadas pela sociedade e foram acolhidas por elas; estas mesmas mãos seriam perfuradas de forma cruenta pelos insensíveis cravos!

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

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