A
frase ao lado deve nos levar a uma reflexão profunda sobre os acontecimentos que
são registrados nos evangelhos sobre a última semana do ministério de Jesus.
Em
todo o tempo de seu ministério Jesus sabia que o encerramento seria no
Calvário. Seguindo a narrativa proposta por Marcos percebemos que todo o
esforço de Satanás foi de impedir ou ao menos desviar Jesus da cruz.
Logo
após se deixar batizar por João, às margens do rio Jordão, Jesus é impelido
para o deserto pelo Espírito Santo, e ao final de um tempo de jejum e oração
ele foi tentado por Satanás e ainda que aparentemente o teor das tentações nada
tenha a ver com a cruz, o objetivo é fazer com que Jesus assuma Sua própria
agenda e abandone a agenda do Pai que incluía a morte na cruz.
Ao
final de seu primeiro dia intenso de ministério, na cidade de Cafarnaum, no dia
seguinte Jesus toma tempo para orar logo bem cedo. Pedro, ainda chamado de
Simão, fazendo-se porta-voz dos discípulos e da multidão, encontrando-o tenta
demove-lo de continuar em sua trajetória sacrificial e propõe que Jesus
permaneça na cidade e faça dela a base fixa de seu ministério, mas Ele resiste
e impõe o propósito original indo a outros lugares.
Quando
começa sua última subida para Jerusalém, comunica aos discípulos que o desfecho
final será sua morte. Imediatamente Pedro, novamente como representante dos
demais, insiste veementemente com Jesus para que não deixe que isto aconteça em
hipótese alguma, mas na resposta Dele fica claro que Seu compromisso era com a
vontade do Pai e não com a vontade humana.
Já
no final, algumas poucas horas antes de ser traído e preso, ainda no jardim do
Getsêmani, Jesus alerta pela última vez seus discípulos de que o abandonaram
diante da pressão dos acontecimentos que estão por vir e mais uma vez Pedro
assume seu papel de porta-voz e com o apoio de seus colegas declara que jamais
O deixariam. Em momento algum Jesus se entusiasmo com esta declaração de fé e a
triste realidade provou que a fragilidade deles era muito maior do que qualquer
fé que pudessem ter.
Nestes
rápidos apanhados de alguns momentos do ministério de Jesus, podemos perceber
com toda clareza que a cruz não foi chamais um acidente inesperado ou uma
triste fatalidade na vida dele. Ao contrário, em todo o tempo Jesus sabia que
enfrentaria a cruz com todas as suas terríveis consequências de dor, sofrimento
e morte.
Jesus
sabia que suas mãos, que trouxeram e modelaram o Universo; as suas mãos que
foram fonte de inesgotáveis milagres e prodígios; suas mãos que acariciaram e
abençoaram as criancinhas, as viúvas e todas aquelas pessoas que abandonadas e
alienadas pela sociedade e foram acolhidas por elas; estas mesmas mãos seriam
perfuradas de forma cruenta pelos insensíveis cravos!
Utilização livre desde que
citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana
Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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