REFLEXÃO BÍBLICA: maio 2025

sábado, 31 de maio de 2025

Salmos em Paráfrase – Quando Multiplicam Meus Inimigos - Salmo 3

Paráfrase Português

Salmo de Davi, quando fugia de Absalão, seu filho.

Senhor, olha quantos problemas estão vindo contra mim,
parece que todo mundo quer me derrubar.
Tem gente dizendo que nem Tu podes me ajudar.

Mas eu sei que Tu me proteges, me fortaleces,
és quem me faz seguir de cabeça erguida.
Gritei por ajuda, e lá do Teu lugar santo,
Tu me escutaste.

Deitei e dormi tranquilo,
porque sei que Tu me sustentas.
Não vou ter medo, nem se uma multidão vier contra mim.

Vem, Senhor, me socorre!
Já derrubaste os que me atacam,
já quebraste a força dos maus.

Só Tu podes salvar, Senhor,
E tua bênção sempre está com o teu povo.

Obs.: Para saber o que é uma paráfrase leia o Salmo 1.

Versão Hebraica

מִזְמוֹר לְדָוִד בְּבָרְחוֹ מִפְּנֵי אַבְשָׁלוֹם בְּנוֹ

יְהוָה מָה־רַבּוּ צָרָי רַבִּים קָמִים עָלָי
רַבִּים אֹמְרִים לְנַפְשִׁי אֵין יְשׁוּעָתָה לּוֹ בֵאלֹהִים סֶלָה
וְאַתָּה יְהוָה מָגֵן בַּעֲדִי כְּבוֹדִי וּמֵרִים רֹאשִׁי
קוֹלִי אֶל־יְהוָה אֶקְרָא וַיַּעֲנֵנִי מֵהַר קָדְשׁוֹ סֶלָה
אֲנִי שָׁכַבְתִּי וָאִישָׁנָה הֱקִיצוֹתִי כִּי יְהוָה יִסְמְכֵנִי
לֹא־אִירָא מֵרִבְבוֹת עָם אֲשֶׁר סָבִיב שָׁתוּ עָלָי
קוּמָה יְהוָה הוֹשִׁיעֵנִי אֱלֹהַי כִּי־הִכִּיתָ אֶת־כָּל־אֹיְבַי לֶחִי שִׁנֵּי רְשָׁעִים שִׁבַּרְתָּ
לַיהוָה הַיְשׁוּעָה עַל־עַמְּךָ בִרְכָתֶךָ סֶּלָה

Obs.: No hebraico o verso primeiro identifica a ocasião em que Davi compôs este Salmo. O Salmo propriamente dito inicia no verso dois.

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Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

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quinta-feira, 22 de maio de 2025

REFLEXÃO – DE QUEM É A CULPA?

Transferência de culpa é anunciação de tragédia.

Estamos vivenciando uma avalanche liberal que um dia destruirá a sociedade brasileira, nos moldes do que está acontecendo em muitos países da Europa e outros lugares do mundo. É inacreditável como a maioria está sendo influenciada e manipulada por minorias, em uma distorção completa do que significa democracia. Uma atitude egoísta por parte de um evangelicalismo hedonista e materialista que se esconde por trás de uma fraseologia “não quero me envolver" continua a florescer, enquanto as liberdades pelas quais nossos antepassados lutaram continuam a se desgastar em um ritmo alarmante.

Quem é o culpado por avalanches de corrupções e bandidagens cuja intenção é esfacelar a sociedade brasileira? Quem é o culpado por um sistema falido de educação, saúde e segurança? Quem tem produzido e reproduzido a falácia mórbida de que mais governo, leis e coações são necessários? Onde está a origem dos problemas que tanto tem nos afligido?

Certamente que a gênesis está na péssima formação familiar. A máxima ainda é verdadeira: "Como vai a família, assim vai a nação". Quem vem solapando (minando sorrateiramente) os alicerces da família? Os chamados “poderes constituídos”. O que contribuiu muito para o colapso da casa? Os "poderes constituídos" sob a influência maligna infernal trabalha 24h incansavelmente "reestruturar" o lar como Deus queria. Está sendo feita ações permanentes para remover Deus do lar, da escola, dos gabinetes judiciais, legislativos, e todas as facetas da vida social e privada.

A mensagem de Deus para filhos “obedeçam a seus pais no Senhor, porque isso é justo. Honra teu pai e mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas no terra" (Efésios 6.1-4). Deus também espera que os pais admoestem seus filhos a fazer o que é certo e a corrigir ou disciplinar os filhos quando eles escolhem se rebelar - "E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão sobre o teu coração; e tu ensiná-los-ás diligentemente a teus filhos, e deles falarás assentado em tua casa, e quando passares por ali o caminho, e quando te deitares, e quando te levantares" (Deuteronômio 6.4-7).

Enquanto as pessoas estiverem determinadas a banir Deus e Seu ensinamentos do lar, eles colherão exatamente o que outras nações estão colhendo hoje - uma atitude "descuidada" em relação à moral e o próximo.

Um governo nefasto está tirando dos pais o seu dever de corrigir e disciplinar biblicamente seus filhos. A palavra de Deus é muito clara de que são os pais (não o governo) os responsáveis direto pela criação e orientação primária de seus filhos: "Aquele que poupa a sua vara odeia o seu filho; Mas quem o ama o corrige cedo. (Provérbios 19.18). “Disciplina teu filho, vendo que há esperança; E não coloque seu coração nesta destruição” (23.13-14). “Não negueis a correção da criança; A vara e repreensão dão sabedoria; Mas a criança entregue a si mesma envergonha sua mãe” (29.17). “Corrige teu filho, e ele lhe dará descanso; sim, ele dará prazer à tua alma” (Provérbios 29.17).

As pessoas devem desejar fazer o que é certo, aprender e respeitar o próximo. Os pais ensinam esses princípios aos filhos - não cabe a órgãos governamentais legislar sobre isso. O que os legisladores corruptos almejam não é a melhoria educacional e moral, mas um controle cada vez maior sobre a vida das pessoas. Contente-se com as migalhas que caem das mesas dos legisladores e fique quieto.

O silêncio mórbido da grande maioria evangélica brasileira sobre os desmanche da família e do pátrio poder, cobrará sua fatura em um futuro muito próximo. Quando nossas crianças forem proibidas de lerem a bíblia e de orarem, alguns tentarão reagir, mas será tarde demais.

A transferência de culpa é uma cortina de fumaça e encobrimento, uma desgraça e uma tragédia! As pessoas devem ser responsabilizadas por suas ações e omissões.

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Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

Universidade Presbiteriana Mackenzie

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Eclesiastes: Leitura Devocional– Que proveito tem a pessoa de todo o seu trabalho? (1.3)

Depois de iniciar suas palavras afirmando que “tudo é vaidade” o Pregador vai lançar uma série de perguntas (retóricas) para que seus ouvintes respondam (para si mesmos).

Estas perguntas têm como objetivo comprovar sua tese inicial de que “tudo neste mundo [vida] é vaidade”.

Até mesmo as coisas mais nobres e necessárias.

Até mesmo aquelas que nos dão satisfação e alegria.

Essas perguntas tornam-se mais incômodas à medida que envelhecemos e olhamos para o propósito de nossas realizações de vida.

Pergunta nº 1 - Que proveito tem a pessoa de todo o seu trabalho?

Jesus expressou um pensamento semelhante em Marcos 8.36 - Que aproveita [qual o proveito] da pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Em outras palavras – do que vale trabalhar a vida inteira SEM A PERSPECTIVA DA ETERNIDADE.

O apostolo Paulo oferece uma boa resposta para a pergunta do Eclesiastes: “tudo que fazemos, das mais simples como comer e beber, até as mais complexas, deve ser feita para a Glória de Deus”.

TODOS os recursos que Deus nos dá devem ser investidos em propósitos eternos – devem ser utilizados para glorificar o Nome de Deus.

A vida do crente não pode ter como propósito maior acumular bens; subir na escada da ascensão social; não podemos ser dominados por uma motivação meramente consumista materialista. Somente encontraremos prazer e alegria no nosso Trabalho quando o fazemos na perspectiva da eternidade, quando nossa motivação é investirmos na expansão do Reino de Deus.

Quando Deus se agrada de nosso trabalho e nos abençoa?

- Quando o primeiro objetivo é a glória Dele;

- Quando o que fazemos e construimos contribui para a expansão do Reino;

- Quando nossas atividades contribuem para nossa maturidade espiritual.

Se tudo o que temos e fazemos contém esse tripé, todo o nosso trabalho será para o louvor da glória de Deus.

Não podemos perder a perspectiva de Deus sobre o nosso trabalho.

Para Reflexão

Não devemos ser acumuladores. Quanto realmente precisamos para viver?

Como podemos ser mais criativos com nossos recursos materiais para investirmos nos objetivos eternos?

O quanto nosso entendimento da brevidade da vida (tudo é vaidade; tudo é passageiro) deve mudar a perspectiva do nosso trabalho.

O que você tem em suas mãos? Uma vara? Alguns pães e peixes? Invista o que você tem dinheiro, tempo, habilidade, dons, tendo o tempo todo e em todo o tempo a perspectiva da Eternidade.

VAMOS ORAR!

Nosso Deus eterno nada somos e podemos fazer sem Ti;

Que tudo que viermos a fazer,

Seja para o louvor de Tua glória!

Amém.

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Guedes, Ivan Pereira

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quarta-feira, 21 de maio de 2025

Salmos em Paráfrase – Deus no Controle - Salmo 2

Paráfrase Português

Por que estão as nações deste mundo em alvoroço? Por que as pessoas deste mundo planejam, tramam e conspiram planos tão inúteis?

Os líderes mundiais se colocaram contra Deus e estão determinados a desafiá-Lo em todas as decisões que tomam.

Mas Deus não será zombado. Seu governo final no mundo não será abalado. Na verdade, Ele zombará deles ao declarar para todos ouvirem: "Coloquei o meu rei escolhido no trono em Jerusalém, no meu santo monte". (E eu acrescentaria, não pelo voto do povo, mas pela designação divina do Deus Todo-Poderoso.)

Para Meu Filho, eu digo estas palavras - palavras que o mundo deve nunca esquecer - Para Jesus, eu digo: "Você é meu Filho. Hoje eu te gerei. Apenas peça, e eu te darei as nações como tua herança; os quatro cantos do mundo são Teus para possuir.

"Chegará o dia, mais cedo ou mais tarde, em que os quebrarás com vara de ferro; Você vai despedaçá-los em pedaços como cerâmica.

Então, para todos os líderes mundiais, digo: "Sirva ao Senhor com temor reverente. Regozije-se com o privilégio que Deus lhe deu, mas trema em Sua santa presença. Dobrai os joelhos e beijai a mão de Seu Filho, submetendo-vos plenamente ao governo soberano de Jesus. Caso contrário, se você não fizer isso, corre o risco de acender o fogo de Sua ira que um dia o destruirá.

Obs.: Essa belíssima paráfrase é de Dewey Bertolini (Dewey Bertolini | Still Standing).

O título não é dela, mas deduzido do conteúdo do Salmo.

Versão Hebraica

לָֽמָּה רָֽגְשׁוּ גוֹיִם,
וּלְאֻמִּים יֶהְגּוּ רִיק?
יַתְיַצְּבוּ מַלְכֵי אֶרֶץ,
וְרוֹזְנִים נוֹעֲצוּ יַחַד,
עַל־יְהוָה וְעַל־מְשִׁיחוֹ.

נְנַתְּקָה אֶת־מוֹסְרוֹתֵימוֹ,
וְנַשְׁלִיכָה מִמֶּנּוּ עֲבֹתֵימוֹ!

יוֹשֵׁב בַּשָּׁמַיִם יִשְׂחָק,
אֲדֹנָי יִלְעַג לָמוֹ.
אָז יְדַבֵּר אֵלֵימוֹ בְּאַפּוֹ,
וּבַחֲרוֹנוֹ יְבַהֲלֵמוֹ:

וַאֲנִי נָסַכְתִּי מַלְכִּי,
עַל־צִיּוֹן הַר־קָדְשִׁי.

אֲסַפְּרָה אֶל־חֹק,
יְהוָה אָמַר אֵלַי:
בְּנִי אַתָּה,
אֲנִי הַיּוֹם יְלִדְתִּיךָ.

שְׁאַל מִמֶּנִּי וְאֶתְּנָה גוֹיִם נַחֲלָתֶךָ,
וּתְחֻמוֹת אֶרֶץ אֲחֻזָּתֶךָ.
תְּרוֹעֵם בְּשֵׁבֶט בַּרְזֶל,
כִּכְלִי יוֹצֵר תְּנַפְּצֵם.

וְעַתָּה מְלָכִים הַשְכִּילוּ,

וְעַתָּה מְלָכִים הַשְכִּילוּ,
הִוָּסְרוּ שֹׁפְטֵי אָרֶץ.
עִבְדוּ אֶת־יְהוָה בְּיִרְאָה,
וְגִילוּ בִּרְעָדָה.

נַשְּׁקוּ בֵן פֶּן־יֶאֱנַף,
וְתֹאבְדוּ דֶּרֶךְ,
כִּי־יִבְעַר כִּמְעַט אַפּוֹ.
אַשְׁרֵי כָּל־חוֹסֵי בוֹ!

Obs.: No hebraico não há título, é identificado apenas pela expressão - תהילים ב' (Tehilim Bet), que significa "Salmo 2".

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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Epistola aos Gálatas - Devocional (1.1-10) Somente Um Evangelho

Ainda que não haja uma concordância universal está é a primeira ou uma das primeiras correspondências do apostolo Paulo. Ele e Barnabé haviam anunciado o Evangelho na região da chamada Galácia do Sul e Paulo escreve depois do fim desta viajem, provavelmente de Antioquia (49 D.C.), tornando-a a mais antiga das epístolas de Paulo. A favor desta data é o fato que Paulo não menciona a decisão do Concílio de Jerusalém (At 15) que estava relacionado diretamente com as questões dos judaizantes, deixando a transparecer que primeiro e tão importante Concílio ainda estava ainda por acontecer.

A Epístola aos Gálatas, assim como sua coirmã epistola aos Romanos, foram o grito de batalha da Reforma Protestante do Século XVI porque elas contêm o Manifesto de Paulo da Justificação pela Fé.

A epístola aos Gálatas foi traduzida como “a escritura da Liberdade Cristã”. Lutero tinha esta Epístola em especial consideração. Nos dias de Paulo ela sustenta uma polêmica poderosa contra os Judaizantes e seus ensinos legalistas (no século XVI confronta o Catolicismo e suas inumeráveis aberrações teológicas).

Alguns falsos mestres adentraram às comunidades cristã recém estabelecidas na Galácia e começaram a ensinar, dentre outras coisas, que várias das práticas cerimoniais do Antigo Testamento deviam serem adotadas pela Igreja Cristã. Deste modo, o apóstolo escreve refutando com veemência este falso evangelho com base na Lei e obras e passa a demonstrar a superioridade da justificação pela fé e a santificação pelo Espírito Santo.

Além disto, estes Judaizantes não só proclamavam um evangelho falso, mas buscavam desacreditar o apostolado de Paulo. Por esta razão, nos primeiros dois capítulos, Paulo defende seu apostolado e a mensagem por ele pregada. Depois, nos capítulos 3 e 4 ele expõe a doutrina genuína

da graça, a doutrina da justificação pela fé somente. Alguns, porém,

estavam refutando dizendo que tal doutrina levaria a licenciosidade, então o apóstolo demonstra que a liberdade Cristã não significa de modo alguma autorização para qualquer tipo de licenciosidade ou depravação. Deste modo, os capítulos 5 e 6 demonstram claramente que os cristãos devem aprender a viver pelo poder do Espírito e que não devem manifestar os frutos da carne (pecado) mas o fruto do Espírito (santificação).

Nesta Epístola encontramos a elaboração do Falso Evangelho:

· distorcem a verdade - fazem com que ensine o que nunca foi feito para ensinar;

· subtraem verdades fundamentais da mensagem;

· e por fim, acrescentam à mensagem evangélica outros aspectos secundários.

Essa era a tática dos judaizantes aqui, que estavam amalgamando todo ranço do judaísmo à mensagem libertadora do Evangelho de Cristo. John Phillips observa corretamente que "A carta não apenas visava silenciar os judaizantes, mas também foi projetada para definir, de uma vez por todas, exatamente o que o cristianismo realmente é" (p. 18, 2004).

Esta pequena epistola aos crentes da Galácia é um testemunho do amor, zelo e compromisso que o apostolo Paulo, ainda em seus primeiros anos, tinha para com seu Senhor e Salvador e para com a Mensagem que lhe fora delegada pelo próprio Cristo. Neste sentido, Paulo torna-se intransigente.

Para & Pense

▪ Você está disposto a defender o Evangelho bíblico hoje?

▪ Como você entende e vive a Liberdade Cristã?

▪ Você tem compromisso e coragem para ser intransigente em

relação à defesa do Evangelho bíblico?

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Guedes, Ivan Pereira

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Referências Bibliográficas

CATRON, James L. R. Nuevo Testamento - panorámica general. EUA. Editorial ECS Ministries, 2010. [1ª Ed. Digital].

PHILLIPS, John. Exploring Galatians: An Expository Commentary. Grand Rapids: Kregel Publications, 2004.

FINDLAY, G. G. The Epistle to the Galatians. The Expositor’s Bible, vol. 5. Grand Rapids. Baker Book House. 1982.

GUTHRIE, Donald. Gálatas – Introdução e Comentário. São Paulo. Vida Nova, 2008.

TENNEY, Merrill C. Gálatas – Escritura da Liberdade Cristã. São Paulo. Vida Nova, 1967.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Leitura Devocional 1ª Epistola de João – As Três Maiores Ilusões do Ser Humano (1.6 – 2.2)

Há um ditado bem brasileiro que diz – “me engana que eu gosto” – e expressa o comportamento daquelas pessoas que se deixam iludir, sem se preocupar de verificar se de fato aquilo é verdadeiro e até mesmo quando constatado que se trata de uma inverdade, ela não muda sua diretriz, permanecendo no erro.

O velho apostolo João está tratando nesse início desta sua primeira correspondência sobre as três maior ilusões nas quais as pessoas vivem, e não estão interessadas em se desvincular delas. Vejamos cada uma delas:

É possível ter comunhão com Deus e ainda andar em pecado (1.6-7).

Muitas pessoas rejeitam a Cristo por acreditarem que são boas e que fazem o suficiente para merecer a salvação, assumindo que já são filhos de Deus. Esta forma equivocada de pensar gera resistência quando se afirma que, sem Cristo, não há salvação ou verdadeira comunhão com Deus.

O mundo está em trevas e, por causa do pecado, o ser humano não consegue enxergar Deus claramente. Isso explica por que tantos vivem na idolatria e na confusão espiritual. Assim como o cego curado por Jesus teve sua visão restaurada após obedecer (João 9.1-7), somente em Cristo o ser humano pode ver a Deus plenamente.

Nenhuma tecnologia, ciência ou intelecto humano pode alcançar o conhecimento verdadeiro de Deus por conta própria. João enfatiza que Deus precisou vir ao mundo e se revelar à humanidade. Jesus disse: "Quem vê a mim, vê o Pai que me enviou" (João 14.9).

Paulo observou na Grécia que "Ao passar e contemplar as vossas devoções, encontrei um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO" (Atos 17.23). Em seu registro evangélico o próprio João declarou: "E a luz brilha nas trevas, e as trevas não a compreenderam" (João 1.5)

Muitos acreditam que podem ter Comunhão com Deus, e manter suas práticas pecaminosas. Cumprir ritos religiosos não substitui uma vida comprometida com a luz divina. A Bíblia é clara: Se alguém diz que está salvo e vive nas trevas, está mentindo. Deus é luz, e quem anda nas trevas não está em comunhão com Ele. Luz e trevas não podem coexistir. Pois onde há luz não há trevas, e onde impera as trevas há completa ausência de luz.

O conceito de trevas refere-se à ausência de fótons. Quando fótons (partículas de luz) estão presentes, há iluminação; quando estão ausentes, há escuridão.

Assim, se uma fonte de luz estiver presente, a escuridão não pode "permanecer"; ela se dissipa proporcionalmente à quantidade de luz emitida. Portanto, na física, luz e trevas são opostas, mas não coexistem no mesmo espaço ao mesmo tempo. João está utilizando esta verdade para ilustrar o princípio espiritual.

Desta forma você tem que escolher entre andar na luz, vivendo em compromisso com a Palavra de Deus e sendo moldado por ela, ou viver pelos padrões desta sociedade depravada e sendo moldado por ela. Ou você está cada dia mais parecido com Cristo, ou está cada dia mais semelhante a este mundo que jaz no maligno.

O ser humano não é totalmente pecador e depravado (1.8-9)

Paulo ensina que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3.23). A solução providenciada por Deus é clara: "Se admitirmos/confessarmos livremente que pecamos, achamos Deus totalmente confiável e direto – Ele perdoa nossos pecados e nos torna completamente limpos de tudo o que é mau" (1 João 1.9).

O sangue de Jesus purifica constantemente aqueles que vivem em comunhão com Ele. Como no exemplo do rei Davi, o arrependimento sincero resulta em perdão total e restauração diante de Deus. Por outro lado, os que camuflam seus pecados apodrecem seus ossos, suas vidas secam e volta ao pó.

A pessoa pode se tornar justa e sem pecado por conta própria (1.10-2.2)

Nada tem levado mais pessoas ao inferno do que esta inverdade. Enquanto a pessoa nega seu pecado, ela não percebe sua necessidade de um Salvador. Alguém escreveu no muro – Jesus é a resposta – no dia seguinte outra pessoa escreveu – e qual é a pergunta? Se uma pessoa não sabe a pergunta ela jamais vai procurar uma resposta.

Jesus afirmou: "Os que não estão doentes não precisam de médico, mas os que estão doentes sim" (Mateus 9.12). E em outra ocasião: "Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento" (Lucas 5.32), e por fim "O Filho do homem veio buscar e salvar o que se perdeu" (Lucas 19.10).

A verdadeira comunhão com Deus exige reconhecer e confessar os pecados,

orar, louvar e buscar a Deus continuamente (e não apenas nos domingos).

Conclusão

O Evangelho é para aqueles que reconhecem sua necessidade de salvação. Quem deseja ter comunhão com Deus precisa abandonar as ilusões falsas, aceitando com exclusividade a graça redentora oferecida unicamente por Jesus.

VAMOS ORAR!

Meu Deus! Que eu possa ver a minha necessidade diária de perdão.

Limpe e purifique minha mente e coração,

para que possa viver na Tua presença,

e ter alegria em fazer a Tua vontade.

Em nome de Jesus. Amém

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Referências Bibliográficas

CALVINO, João. Comentário das Epístolas Gerais. Traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Editora Fiel, 2015. (Série Comentários Bíblicos).

HENDRIKSEN, Guillermo. Juan – comentário del Nuevo Testamento. Michigan: Subcomission Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1980.

MORRIS, Henry M. The New Defender's Study Bible. Nashville, TN: World Publishing, 2006.

PACK, Frank. O Evangelho Segundo João. São Paulo: Vida Cristã, 1983.

ROBERTSON, Archibald Thomas. The Robertson's Word Pictures of the New Testament. Broadman Press, 1932, 1933 [1960].

STOTT, John R.W. I, II, e III João – Introdução e Comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 1982.

TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento – sua origem e análise. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1972.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Salmos em Paráfrase - Aquele que é Amado de Deus - Salmo 1

O que são Paráfrases
Primeiramente é preciso esclarecer que uma paráfrase não é uma tradução do texto bíblico que busca reproduzir o sentido literal do referido texto. Hoje temos boas traduções em português.
Uma paráfrase tem como proposta apresentar uma versão adaptada e interpretativa, mas que procura manter o significado central, de maneira que continua enfatizando a mensagem espiritual, conectando sua mensagem à vivência cristã. No caso de um texto salmódico, uma boa e confiável paráfrase deve enfatizar e destacar elementos que auxiliem na aplicação prática do ensinamento bíblico.
Uma das razões pela qual uma paráfrase se faz uso de paráfrase, como por exemplo dos Salmos, é para atrair a atenção do leitor habitual destes textos, revestindo-os com uma nova roupagem linguística, não permitindo ou ao menos minimizando a desatenção que um texto bastante conhecido provoca naturalmente no leitor.
Uma boa paráfrase não teve ter pretensão de produzir um “novo” e “inédito” texto, mas renová-lo e/ou revigora-lo, mantendo para isso palavras e frases dorsais, de maneira que possa reconquistar velhos e conquistar novos leitores.
Da mesma forma, uma paráfrase não é um comentário, no sentido clássico, mas deve ser mais adequado defini-la como uma reflexão sobre o texto bíblico. Desta forma muitas vezes não estará particularmente próximo dos textos originais – hebraico e grego. Os textos poéticos hebraicos são espinhosos para os tradutores, de maneira que as melhores e mais apuradas traduções nem sempre são tão harmoniosas em seus resultados finais. Há traduções que diferem em acentuados graus de divergência uma das outras.
O exercício devocional a que me proponho desta série de artigos está centrada nos textos dos Salmos, os quais muitos deles são bastante conhecidos e muitos até memorizados.
Não pretendo fazer qualquer comentário do texto, pois o propósito é deixar o texto falar por si mesmo e comunicar sua própria mensagem (evidentemente com a iluminação do Espírito Santo, que a vivifica e frutifica no coração e na vida de nós leitores).

SALMO 1 – Aquele que é Amado de Deus

Como Deus deve gostar de você—

você não anda nas trilhas dos que vivem na cegueira,

não se detém com os que nada valem,

não se senta entre os que pensam saber tudo.

Em vez disso, você se alegra na Palavra de Deus,

medita nas Escrituras dia e noite.

Você é como uma árvore plantada junto às águas,

dando continuamente frutos frescos em todo o tempo,

nunca perdendo uma folha,

sempre florescendo.

Você não é semelhante em nada com os ímpios,

que são como poeira levada pelo vento—

sem defesa no tribunal,

má companhia para os inocentes.

Deus guia o caminho que você percorre.

Mas o caminho deles não leva a lugar algum.

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

me.ivanguedes@gmail.com

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