Todo mundo acha que o perdão é uma ideia adorável, até que eles tenham algo a perdoar...
Falamos
de perdão e perdoar como se fosse a coisa mais simples e fácil de se fazer. Mas
a realidade nos confronta violentamente quando, de fato e de verdade, temos que
perdoar alguém por algo que ela fez contra nós.
Há
raros cristãos como José, que, assumindo os inúmeros prejuízos que seus “amados
irmãos” lhe causaram, conseguiu perdoá-los. Ele tinha apenas 17 anos quando foi
vendido e os reencontrou com mais de 30 anos – aproximadamente 22 anos depois.
Eles não conseguiam se perdoar pelo que fizeram com José e sentiam medo e
vergonha; mas José já os havia perdoado, tinha paz consigo mesmo e ofereceu paz
a eles.
A
maioria das pessoas acha relativamente fácil perdoar ofensas menores,
especialmente aquelas que não são intencionais. Mas e quanto a transgressões
graves — abuso físico ou sexual, infidelidade conjugal, traição de amizade,
engano, rejeição pessoal, fraude? Infelizmente, a lista é longa. É quando nos
deparamos com esses casos difíceis que o perdão deixa de ser uma ideia adorável
e se torna um desafio extremamente complexo.
Durante
seu ministério, Jesus preparou seus discípulos para os dias difíceis que
estavam prestes a começar. E, sabendo como os seres humanos são propensos a
guardar rancor e buscar vingança, ele falou claramente sobre a necessidade de
perdoar todos os que praticam o mal contra nós. Primeiro, ele ensinou a orar:
“Perdoa-nos os nossos pecados, assim como nós perdoamos a quem peca contra
nós.” Sobre este princípio/mandamento, C. S. Lewis diz: “Não há a menor
sugestão de que nos seja oferecido perdão em quaisquer outros termos. Fica
perfeitamente claro que, se não perdoarmos, não seremos perdoados” (cf. Mateus
6.12, 14-15).
Para
que não percamos o ponto ou o racionalizemos, Jesus, mais tarde, conta a
história de um rei que perdoou uma dívida enorme a um de seus escravos, apenas
para descobrir que o escravo havia, posteriormente, forçado um companheiro
escravo à prisão por não lhe pagar uma dívida muito pequena. Enfurecido, o rei
entregou o escravo implacável aos torturadores. Jesus conclui dizendo: “É assim
que meu Pai celestial tratará cada um de vocês, a menos que perdoem a seu irmão
de coração” (cf. Mateus 18.21-35).
Aqueles
que receberam a graça magnânima de Deus não podem reter o perdão de seus
semelhantes. Fazer isso desonra a Deus, fere nosso próximo e envenena nossa
própria alma.
Por
mais difícil que seja, devemos perdoar — e, com a ajuda graciosa de Deus,
podemos. Ao fazermos isso, provaremos a doce liberdade e alegria conhecidas
apenas pelos corações perdoados e perdoadores.
Sejam
bondosos uns com os outros, compassivos, perdoando-se uns aos outros, assim
como Deus, em Cristo, também nos perdoou (Efésios 4.32).
Texto Adaptado e Comentado
Mere Christianity. C.S. Lewis (1960)
The Macmillan Company. p. 104.
Instituto C.S. Lewis
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