segunda-feira, 1 de abril de 2019

APOCALIPSE – Comentário: Saudação (1.4-8)



            Nos três primeiros versos vimos João fazendo um pequeno prefácio desta composição profética e agora nessas linhas subsequentes ele faz uma apresentação pessoal aos seus leitores primários, através da saudação habitual muito semelhante às demais correspondências neotestamentárias. Mas ele vai muito além de se auto apresentar, pois o centro convergente do que irá escrever não é a sua pessoa, como provavelmente o último dos apóstolos vivos, mas aquele a quem ele tem servido – Jesus Cristo – a razão de tudo que ele vai escrever. Desde já João quer enfatizar que é Jesus Cristo que esta por trás de todos os eventos proféticos do Primeiro Testamento e que todos esses eventos serão cumpridos tão somente nele e através dele.
1.4 – João, às sete igrejas na província da Ásia - Estas são as palavras de saudação do escritor ou portador da mensagem; ele é conhecido e tem reconhecimento de sua autoridade sobre as comunidades cristãs a que se dirige e, portanto, ele simplesmente se identifica como João. É possível que houvesse mais comunidades cristãs na Ásia,[1] ou seja, atual Turquia, mas estas sete (que serão nomeadas no verso 11) são representativas de todas as demais igrejas.  O número sete ocorre 52 vezes no livro e indica plenitude divina, porque Deus terminou a obra da criação e descansou no sétimo dia (cf. Gn 2.2). O termo grego ekklesia (igreja) se refere às pequenas comunidades, inseridas dentro das cidades cosmopolitas do Império Romano. Era o termo dado às assembleias populares, onde se decidiam as grandes questões da comunidade (cf. At 19.39). Entretanto, a maioria dos cristãos não tinha direito de participar destas assembleias populares, pois não eram (polis, povo) cidadãos, mas estrangeiros, migrantes, escravos (cf 1 Pe 1.1; 1 Co 1.26); então, eles  se apropriam desta preciosa palavra para identificar que em Cristo eles se constituíam uma nova polis, que Deus, por meio de Cristo, esta formando no mundo (1 Pe 2.10).Esta mensagem era para ser lida e divulgada a todas as comunidades cristãs, como já era uma pratica comum em relação as demais epistolas contidas na nossa bíblia (cf Cl 4.15).
1.4 - Graça e paz para vocês – Esta é a saudação adequada todos os cristãos sejam gentios (graça) ou sejam judeus (paz-shalom), pois todos são salvos pela mesma graça e usufruem da mesma paz proveniente de Deus e por meio de Jesus Cristo. É típica de quase todo epistolário do NT, todas as cartas de Paulo (ex. Rm 1.7), as duas de Pedro e a segunda de João. A “graça” descreve a origem de todas as bênçãos usufruídas pelos cristãos, das quais a “paz” é um perfeito resumo delas. Aqueles que por natureza eram inimigos de Deus, e que, portanto, estavam debaixo da condenação divina, agora mediante a graça que flui da cruz, são absolvidos da condenação e reconciliados com Deus. E diferentemente da “Pax Romana” proporcionada pelo Imperador romano, que naquele momento oprimia, perseguia e matava os cristãos, esta nova “Paz” tem sua origem no próprio Deus Trino, e produz salvação e vida.
1.4 - daquele que é, e que era, e que está por vir – João designa Cristo em seu livro com três palavras gregas intraduzíveis com exatidão em português  que designam sua Divindade, sua Humanidade e sua futura vinda, um verbo e dois particípios ativos substanciados. O escritor utiliza abundantemente a elaboração ternária para se referir à Trindade, como um todo, e a cada uma pessoa dela. Hoje falamos: “Pai, Filho e Espírito Santo”, naqueles dias iniciais, quando as doutrinas e formulas litúrgica ainda estavam sendo elaboradas, os cristãos declaravam: “É-Era-Vem”; “os Sete Espíritos”; “Jesus Cristo”, que será repetida mais duas vezes (4.8 e 11.17). João esta expressando aqui como os cristãos viam e compreendiam a ação trinitária na vida deles e da igreja. Esta primeira referência se relaciona ao Deus Pai que é agora, que é desde a eternidade e que será eternamente. Assim como Deus se manifestou a Moises e ao povo de Israel, novamente o “Eu sou aquele que sou” (cf a versão grega - Ex 3.14) se manifesta ao seu povo. João altera a última parte da formula judaica tardia “aquele que será” por “aquele que vem”, substituindo o verbo e o tempo verbal, pois sua intenção é conectar a presença de Deus na história humana e particularmente na história de seu povo, Israel e Igreja, não apenas de forma factual ou pontual, mas uma presença constante e perene. Deus nunca esteve distante de Seu povo, pois Ele não apenas conduz a história, Ele é a história de Seu povo.
1.4 – e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono – aqui a referência é à segunda Pessoa da Trindade. Como já mencionamos, o numero sete refere-se a integralidade ou plenitude, e não que existem sete Espíritos Santos. No AT o profeta Isaías fala de sete (na verdade seis) modos pelos quais o Espírito haveria de se manifestar na vida do Messias/Cristo (Is 11.2-4) e Jesus mesmo indica as diversas formas pelas quais o Espírito age (João 14.16-27). Esta forma de se referir ao Espírito Santo será repetida na narrativa (3.1; 4.5; 5.6). O Espírito Santo é a fonte de toda bênção e de todo dom perfeito que vem do trono de Deus.
1.5 – e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. – Assim como a descrição de Deus Pai é tríplice, v. 4, também igualmente se faz a descrição do Filho. Estes três títulos são extraídos do Salmo 89, onde o Messias é chamado Testemunha fiel (v.38), Primogênito (v. 28) e Altíssimo sobre os reis da terra (v. 28). Testemunha esta relacionado à mártir, que é o contexto daqueles primeiros leitores (2.10,13; 3.14; 6.9; 11.7; 13.7-10;, 15; 17.6; 20.4), portanto, mediante a possibilidade de morrerem por sua fé, eles são consolados com o fato de que Jesus foi Fiel até à morte; mas Jesus é também o Primogênito (irmão mais velho, preeminência) e assim como Deus o ressuscitou dentre os mortos (Cl 1.18; Fl 2.9; Hb 5.7), assim também acontecerá com todos os seus irmãos e  irmãs (Rm 8.29; 1 Co 15.20-23) que permanecerem fieis mesmo diante do martírio; finalmente Jesus é declarado o Príncipe sobre todas as autoridades humanas, desde o menor até o maior (Ap 6.15).  João esta plenamente consciente da tendência humana em usurpar o lugar divino, pois os imperadores Júlio César, Augusto, Cláudio, Vespasiano e Tito tinham sido oficialmente declarados divinos após a sua morte pelo Senado romano, e os três últimos haviam usado o termo Divus (divino) em suas moedas. O Imperador Domiciano, enquanto João estava escrevendo, exige que seja proclamado como Dominus et Deus (Senhor e Deus). Um dos propósitos do Apocalipse é mostrar que apesar das aparências, Jesus Cristo é o verdadeiro Soberano dos reis da terra, Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Para os cristãos que vivem entre a sua primeira e a sua segunda vinda o fato de que Cristo é o Príncipe dos reis da terra que tem que ser aceito pela fé, porque a evidência da história será frequentemente contrário. Enquanto aqueles primeiros cristãos estavam dispostos a morrerem do que se curvarem diante de outro senhor, em vários momentos da história cristã e muito mais nestes últimos dias, os cristãos abriram mão desta realidade do Senhorio de Cristo e voluntariamente se curvam aos “príncipes” deste século, contentando-se com as migalhas que caem de suas mesas, desejosos de usufruírem dos benefícios passageiros deste mundo louco,  abrindo mão do direito de se assentar junto à mesa do Príncipe da Paz, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores no seu Reino Eterno.
1.5 – Àquele que nos ama e nos libertou [lavou] dos nossos pecados pelo seu sangue – Após a tríplice declaração da grandeza de Cristo, segue-se uma descrição tríplice de sua obra salvadora. O nosso Redentor, manifesta-se em eterno e imensurável amor, indescritivelmente demonstrado na Sua morte na cruz em favor de nós. A expressão “nos ama” está no tempo presente que indica uma ação continua, ou seja, Cristo nos ama constantemente e não há um único momento em que esse amor não seja manifestado a nós (Rm 5.8). Ao derramar Seu sangue – aqui como símbolo de vida (cf. Lv 17.11) – Ele nos libertou do poder do pecado, cancelando nossa dívida impagável diante do tribunal divino. Aqui temos uma das mais lindas definições de um cristão: aquele que é amado por Cristo e libertos de seus pecados. Este livro e sua mensagem tornam-se preciosa e plenamente compreendida somente por aqueles que experimentam o amor e perdão de Cristo. Estes cristãos sabem que sejam quais forem as circunstâncias neste mundo eles são mais que vencedores por Jesus que os ama. Jesus é o único que pode nos salvar da ira de Deus, como indicado pelas taças neste livro, e, finalmente, do lago de fogo, (1 Ts 1.10). Aqui, em um livro que contém o julgamento de Deus sobre toda a terra, traz-se à memória dos leitores a mensagem do Evangelho de que através da morte e ressurreição de Cristo “Deus reconciliou o mundo consigo, em Cristo, sem contar os pecados dos homens contra eles" (2 Co 5.14-21). O sangue de Jesus que efetua a purificação de todo pecado é um tema da epístola de João (1 Jo 1.7), bem como é a referência ao amor de Deus (1 Jo 4.7-11).
1.6 – e nos fez para ser um reino e sacerdotes para servir a Deus e seu Pai Literalmente “um reino de sacerdotes”. A expressão “nos fez” antecipa o ministério ou função que os salvos haverão de desenvolver na eternidade, pois além de nos amar e morrer por nós Jesus nos fez (constituiu) súditos do Reino de Deus e com a sublime função de sacerdotes (cf. Ap 5.10; 20.6; 22.5), e como sacerdotes eles tem livre acesso a Deus. A Igreja é denominada também de Reino (cf Mt 5.2-5; 19.28; Lc 22.30) A principal referência para reino e sacerdotes vem de Êxodo 19.5-6 e 1 Pedro 2.9. Na primeira referência os israelitas receberam a promessa de que, permanecendo em obediência a Deus, seriam tesouro de Deus de entre todas as nações da terra e seriam para Deus um reino de sacerdotes e uma nação santa. A tribo dos levitas foi escolhida e se construíram sacerdotes, mas com a morte de Jesus, o véu do templo foi dividido em dois, porque a partir de então todos os santos, não apenas os levitas serão constituídos sacerdotes. A segunda referência enfatiza que os cristãos são um povo escolhido, um povo exclusivo de Deus, sacerdócio real e nação santa, que irá declarar os louvores de Deus que os chamou das trevas (o reino de Satanás, Atos 26.18) para a sua maravilhosa luz. Enquanto no AT sacerdote era um mediador entre Deus e as pessoas oferecendo sacrifícios e incenso em e por seus pecados. No NT o sacerdócio dos crentes significa declarar ao mundo a boa notícia do Evangelho, que Jesus morreu por seus pecados e intercedendo, em seu nome, em favor de outros. É preciso aqui destacar o equivoca da denominada “Teologia de Domínio” cuja intepretação literal deste texto colocam os cristãos como reis deste mundo. Em momento algum o texto embasa tal ensino e isso jamais ocorrerá neste período que antecede a volta de Jesus Cristo glorificado. Como “sacerdócio real” temos autoridade espiritual para submetermos os poderes das trevas em nome de Jesus (cf. Ef 6.12; Lc 10.19; Mc 16.17, etc.), mas jamais em relação aos povos ou nações desse mundo. Quando contrariou esse princípio, ao assumir o poder temporal sobre o Império e submeteu as nações debaixo de sua autoridade eclesiástica, que a Igreja Cristã na Idade Média iniciou a sua decadência espiritual. E todas as vezes e em qualquer lugar que a Igreja assume o poder político temporal, ela perde sua essência de Igreja de Cristo.
 1.6 – a ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos! Amém. O evangelista concluiu a frase com uma doxologia (cf. Mt 6.13), a primeira no livro, que vão surgindo em sequencia crescente no transcorrer do livro: aqui a doxologia é dupla; é tríplice em 4.9,11; é quadruplica em 5.13 e sextuplica em 7.12. Aqui uma vez mais se reafirma a verdade de que Jesus Cristo é Deus, pois somente Deus pode receber a glória.  A frase “pelos séculos dos séculos”, utilizada primeiramente por Paulo (Gl 1.5) é usado vinte e uma vezes por João no Apocalipse. Esta frase grega, a mais ampla para designar o tempo, é o no plural multiplicado por seu próprio plural! Uma eternidade não é suficiente para contar as maravilhas de Cristo. Sua glória e esplendor jamais sofrerá desgaste com o passar do tempo e Ele será glorificado e exaltado infinitamente pelos salvos. Esse Amém é a expressão coletiva uníssona inclusiva de todos os salvos em todos os tempos e que lá estarão participando da mesma salvação e alegria comum. 
1.7 – Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém. – “Eis” é uma expressão imperativa utilizada para "chamar a atenção para o que pode ser visto, ouvido ou entendido mentalmente de alguma forma” e João a utiliza 26 vezes no livro do Apocalipse. Enquanto os dois versos anteriores (5 e 6) referem-se àqueles que conhecem a Jesus, este verso faz referencia àqueles que não conhecem e/ou reconhecem Jesus como Senhor e Salvador. Para aqueles que creem em Jesus o seu regresso à terra trará um corpo novo com o qual usufruirá da vida eterna no Reino de Deus, mas para aqueles que o rejeitaram ou ignoraram haverá apenas desespero e morte. A segunda vinda será pública, todo olho o verá (Zc 12.10; cf Mt 24.30), ele vai trazer castigo sobre aqueles que o rejeitaram (2 Ts 1.7-9; Ap 6.15-17; 11.18; 14.1720; 19.15), mas vai ser louvado pelos que creram (2 Ts 1.10; Ap 19.6-9). O anúncio da segunda vinda de Cristo e o consequente juízo sobre toda a humanidade é um dos grandes temas deste livro, esta primeira menção no inicio (v. 7) torna-se recorrente em todo o livro até seu penúltimo verso (Ap 3.3; 11; 6.12; 11.12; 14.14; 16.15; 17.14; 19.11; e na conclusão 22.7; 12; 20). A questão, portanto, que se deve fazer não é “O que virá?”, mas sim “Quem virá?”. Esta visão da segunda vinda de Cristo é extraída da combinação das mensagens proféticas de Daniel (7.13) e Zacarias (12.10). Em Daniel temos a imagem do Filho do Homem, o qual receberá o poder universal e eterno e que o caracteriza Cristo como aquele que vem como Senhor e Juiz do mundo (Dn 7.26); as palavras de Zacarias, citadas no evangelho de João (19.37), se constituem em um alerta terrível de juízo para todos aqueles que rejeitam a Jesus, pois em Sua volta não haverá mais tempo para arrependimento e conversão, apenas para um lamento eterno. A narrativa evangélica trás Jesus em Sua primeira vinda até o Gólgota, como Salvador do mundo; a narrativa do Apocalipse trás Jesus em toda Sua glória e poder como Juiz do mundo. A convicção deste acontecimento é enfatizada por uma dupla confirmação Sim (grego) e Amém (hebraico).
1.8 – Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.  A palavra final é do próprio Deus. Assim como Alfa e Ômega é a primeira e a última letra do alfabeto grego,[2] Deus mesmo é o começo e o fim da história, e cada página do Apocalipse demonstra esta soberania Dele na história humana. Esta designação de Alfa e Ômega é repetida no final do livro (21.6 e 22.13).[3] Jesus veio à terra e morreu na cruz (que era), ele é agora exaltado à mão direita de Deus e intercede por nós (que é) e ele está voltando em poder e glória para reinar (que está para vir ). Em Colossenses 1.15-20 o apóstolo Paulo ensinava àqueles primeiros cristãos que todas as coisas foram criadas por Cristo e para Cristo, Ele é o começo da criação, o primogênito dentre os mortos, sendo o primeiro a ressuscitar dentre os mortos. Quando Cristo retornar, Ele vai consumar esta História e os justos irão ressuscitar dentre os mortos e haverá uma nova História com um novo céu e nova terra. O “Todo-Poderoso” é uma expressão grega utilizada na versão grega (Septuaginta) sempre relacionada ao nome Yahvé (49 vezes). Das nove vezes que ocorre no Segundo Testamento, oito estão no Apocalipse uma vez em 2 Co 6.18).

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
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[1] No Segundo Testamento, não é usado no sentido amplo em que é agora, como aplicado a todo o continente, mas em sua maior significação incluiria apenas a parte sudoeste da Ásia Menor, da qual Éfeso era a capital (cf. Atos 2.9). Se havia mais de sete igrejas nessa região não é insinuado pelo autor deste livro e, nesse ponto, não temos conhecimento certo. Fica evidente que estas sete eram as principais igrejas, mesmo que houvesse outra mais.
[2] Este modo de falar é emprestado dos judeus, que expressam a totalidade das coisas nas letras א aleph e ת tau , a primeira e última letra do alfabeto hebraico; mas como João estava escrevendo em grego, ele acomoda o todo no alfabeto grego, dos quais Α alfa e Ω ômega são as primeiras e últimas letras. Os rabinos usavam a expressão "de aleph a tau" para expressar a totalidade de uma questão, desde o início até o fim. Outra curiosidade é que a junção de Aleph-tau em hebraico fazer את eth (terra, planeta).
[3] Nas narrativas evangélicas Jesus usou a expressão “EU SOU” não menos que oito vezes. Além disso, desses oito usos no Segundo Testamento, cinco deles estão no evangelho de João; e a aparição de mais dois desses usos aqui no primeiro capítulo do Apocalipse enfatiza a estreita correspondência entre ele e os outros trabalhos joaninos. É forte argumento de que uma mesma mente está por trás de ambas as literaturas.

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