Quinta-feira 18:00 - 14 de Nisan (2 de abril de 33 d.C.) Sexta-feira 15:00 - 15 de Nisan (3 de abril de 33 d.C.) |
Depois de quase três anos intensos de ministério itinerante
por todas as vilas e cidades da Palestina Judaica, com raríssimas e rápidas incursões
em territórios gentios (Mc 7.24-30, cf. Mt 15.21-28; Jo 4.1-42) finalmente – chegou a hora! Em varias ocasiões Jesus
havia dito: “Ainda não é
minha hora!” (Jo 2.4; 7.6, 30; 8.20). Ou seja, o tempo (kairós) de
maturação do projeto salvífico elaborado desde antes da fundação do mundo e a
razão pela qual havia se esvaziado de toda sua glória e assumido a plenitude de
nossa humanidade com todas as implicações dela ainda não havia alcançado seu ápice.
Mas agora ao realizar sua última entrada
em Jerusalém Jesus declara: “A hora
chegou” (Jo 12.23, 27; 13.1; 17.1).
Sua última entrada na cidade de Jerusalém é totalmente
distinta das ocasiões anteriores quando passou quase despercebido. Naquele
primeiro dia da semana (domingo) montando um jumentinho, característico das
entradas triunfantes de reis vitoriosos, e encarnando as mensagens dos
profetas, Jesus é ovacionado pelos peregrinos que advêm de todas as partes da
Palestina, bem como de outros países (Atos 2.5-11), para participarem da maior
festa do calendário religioso judaico – a Páscoa. Na medida em que Jesus
adentra pelo portão principal em direção ao Templo pessoas voluntariamente começaram
a lançar suas capas e folhas de palmeiras à frente de sua montaria enquanto
cantavam trechos dos salmos messiânicos – “Hosana!
Bendito o quem vem em nome do Senhor” [Yahvé
– Deus da Aliança] (Salmo 118.25,26).
Toda essa convulsão popular dispara imediatamente o
alarme entre as autoridades religiosas judaicas, temerosos da perda de sua
autoridade e poder sobre a população através do Templo e as autoridades
romanas, representadas na figura de Pilatos (Prefeito) da cidade e Herodes
(Governador) da região, que estavam ali para reprimir quaisquer vestígios de
rebelião dos contumazes e obstinados judeus.
Jesus faz da pequena vila de Betânia sua base nessa
última semana. Pela manhã vai à Jerusalém aonde os embates com as autoridades
religiosas vão tomando proporções cada vez mais intensas e explosivas e no
começo da noite retorna ao aconchego dos amigos de Betânia – Lazaro o
ressurreto e suas irmãs Marta e Maria. No afã de calarem Jesus definitivamente
as facções religiosas judaicas se unem contra seu inimigo comum – planejam em
detalhes como matar Jesus. Encontram em Judas Iscariotes o elo fraco e a
maneira ardilosa, como uma serpente, de empreender seus planos mortíferos. Tudo
está pronto – a Hora chegou!
Nos
próximos artigos estaremos acompanhando em contagem regressiva as últimas horas
de Jesus antes de sua morte no calvário. A minha expectativa é de que na medida
em que relembramos esses momentos cruentos possamos compreender o quão profundo
o mal é inerente na natureza humana decaída; mas também nos apercebermos o
quanto Jesus de fato e verdade nos amou e refletirmos sobre o preço
incalculável que Jesus pagou pela nossa redenção!
Foi para te livrar.
Meu sangue ali verti
E posso te salvar.
Morri, morri na cruz por
ti,
Que fazes tu por mim?
Vivi assim por ti,
Sofrendo a intensa dor!
E tudo fiz aqui
Por ser teu Salvador.
A fim de te salvar.
A vida consegui
E agora ta vou dar.
Eu trouxe a salvação,
Dos altos céus favor.
É livre o meu perdão,
É grande o meu amor.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
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revista e ampliada).
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