Para
muitos que leem o Apocalipse[1]
pela primeira vez, particularmente um recém convertido, o livro lhe parece algo
enigmático e assustador, cheio de símbolos, os quais dificultam o seu
entendimento. Mas, com uma crescente compreensão bíblica, analisando-o à luz do
contexto bíblico, estando atento às palavras dos profetas, dos apóstolos, ao
sermão profético e ao significado dos símbolos ele se tornara reconhecível e
estimulante e se transformara numa radiosa mensagem de fé e esperança para os
cristãos e igrejas de todos os tempos e até a consumação dos séculos.
Uma razão por que ele
parece enigmático é por causa do estilo apocalíptico em que foi escrito. A
linguagem apocalíptica utilizada pelo escritor era imediatamente compreensível
para os seus primeiros leitores no final do primeiro século, mas não é um
estilo comum nestes primeiros dias do século vinte e um e por esta razão
torna-se uma barreira para se compreender a mensagem do livro.
A proposta deste
singelo trabalho é preencher um pouco mais as lacunas de nossa compreensão e
demonstrar como ambas as escrituras do AT e NT, fornecem as chaves para a interpretação do livro do
Apocalipse.
Uma visão mais ampla pode ser alcançada apenas estudando as muitas
referências que se cruzam dentro do Apocalipse e em particular os contrastes
decorrentes disto. É destacável também a forma com que a mensagem do AT foi apreendida
e interpretada dentro da perspectiva neotestamentária. É facilmente perceptível
não apenas a unidade do próprio livro, mas sua unidade com o restante da
palavra de Deus, o que o torna um instrumento indispensável. O melhor
comentário do Apocalipse é a própria Escritura e qualquer outro comentário pode
tornar a água turva, como tão bem coloca Alexander em seu comentário:
“O livro do Apocalipse não deve e não pode ser interpretado
senão pela Palavra de Deus, e para compreender bem a Palavra de Deus e não nos
afastarmos de sua verdade é preciso tomar sempre o cuidado de procurar O QUE A
BÍBLIA DIZ DA BÍBLIA. Realmente, em sua diversidade, a Bíblia é a única
intérprete de si mesma” (ALEXANDER, 1987, p.16).
Outra
forte razão pela qual o Apocalipse é frequentemente relegado à periferia das
Escrituras (juntamente com outras partes apocalípticas) é por causa de seu
simbolismo indigesto. Por causa disto ele não pode ser lido apressada ou superficialmente,
mas para aquele que se aproximar dele com diligência contemplara seus preciosos
e incomparáveis tesouros.
Ainda outra razão por que ele não é frequentemente
lido está na forte advertência de
22:18-19 sobre acrescentar ou retirar qualquer palavra da profecia. Porém as bênçãos de 1:3 e 22:7 devem servir de
grande incentivo a que seja lido, ouvido e entendido.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br//
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Referências Bibliográficas
ALEXANDER, H.E. Apocalipse. São Paulo: Ed. Ação Bíblica do Brasil, 1987.
BARCLAY, William. El Nuevo Testamento, vol. 16. Argentina,
Buenos Aires: La Aurora, 1975.
MUNDLE W. “Revelação”, NDITNT, IV.
[1] O substantivo “apokalypsis” provém do
verbo grego, “apokalyptõ”, que é composto de duas palavras: “apo” = “de” e
“kalyptõ” = “encobrir, ocultar”. Assim, o verbo “apokalyptõ” significa:
“desvendar, descobrir, revelar, etc..”.
E o substantivo “apokalypsis” significa: “manifestação, revelação,
etc..” Quanto a uma pesquisa mais
detalhada: (MUNDLE, pp. 221-226; e BARCLAY, 1975, pp. 29ss).
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