No princípio era o verbo e o verbo
era Deus
e o verbo estava com Deus ...E o
verbo se fez carne e habitou entre nós...
(Jo 1:1,14)
As folhas do calendário de 2020 estão passando rapidamente e mais uma
vez as primeiras luzes e os primeiros sons alegres do Natal começam a serem
percebidos.
O Natal é uma época incomparável, pois nos faz pensar na VIDA.
Os evangelistas Mateus e Lucas optaram
por registrarem alguns dos importantes acontecimentos e eventos que interagiram
diretamente no nascimento de Jesus. O primeiro, objetivando seus leitores
judaicos, vai entrelaçando as profecias do AT e atualizando sua efetivação no
nascimento daquele que tantos profetas pré anunciaram e que cada descendente de
Abraão fiel aguardavam ansiosamente. Lucas cujos leitores eram
de origem estrangeira, ou seja, não eram tão familiarizados com o pano de fundo
judaico e suas profecias, opta por apresentar os personagens principais,
fazendo uma narrativa dual de João Batista, o precursor, e Jesus. E na
alternância destas duas histórias o evangelista agrega os demais personagens
sendo que Jesus sempre é o foco principal e no final, como em ato apoteótico,
Jesus é proclamado como aquele que veio para Salvar o ser humano de sua
situação desesperadora.
Mas o evangelista João, que não trás nenhum detalhe da
infância de Jesus, mas também diferentemente de Marcos que
inicia sua narrativa a partir de seu batismo no rio Jordão, o quarto
evangelista inicia sua narrativa evangélica com um hino incomparável
em sua beleza e que demonstra não somente a origem Humana de Jesus, quando de
Seu nascimento de Maria, mas também a sua origem Divina.
Muitos estudiosos entendem que este hino já era cantado nas primeiras comunidades
cristãs dos dias do Evangelista e pensando na maneira como iniciaria a
apresentação do personagem central de sua narrativa e provavelmente já tendo
conhecimento das narrativas elaboradas por Mateus e Lucas,
ele opta por inserir este hino que de forma incomparável apresenta Jesus Cristo
como a palavra substancial do Deus vivo, salvador de todos aqueles que cressem
ou viessem a crer.
O hino nos proporciona uma visão cósmica do Cristo em quem Deus revela o
mistério, que segundo Paulo, estava “escondido desde antes dos séculos e
predeterminado para a nossa glória” (1Co 2.7,8).
A palavra Logos para se referir ao Jesus preexistente,
esta vinculada à ideia de revelação pela Palavra, comprovação da presença e da
ação do Deus vivo revelando Seu próprio mistério. Jesus, portanto, é a
intervenção direta de Deus na História da humanidade pela Sua Palavra pessoal;
Deus, por meio de Jesus Cristo, esgota o que nos tem a dizer!
“Ninguém jamais viu Deus, o Unigênito que está no seio do Pai, foi ele
que no-lo manifestou” (1.18).
João inicia sua narrativa evangélica com a declaração de que a Revelação
máxima de Deus, esta unicamente na pessoa de Jesus Cristo, cuja glória o
evangelista expressa através de dois movimentos entrelaçados: em
um, ao se referir ao Cristo, ele se transfere ao principio de todas as
manifestações de Deus e, para tal fim, utiliza-se dos termos utilizados na
narrativa da Criação e do Novo Gênesis; no outro
movimento, ele faz entender que a ação criadora e salvadora de Deus jamais
será corretamente compreendida a não ser em função da glória revelada por meio
de Jesus Cristo.
A pessoa de Jesus é o cerne das narrativas evangélicas. A única
preocupação dos escritores do Novo Testamento foi, sem qualquer sombra de
dúvida, a de dar uma resposta a esta questão sobre quem Ele era.
Portanto, suas narrativas não são amontoadas de teorias abstratas, mas testemunhos singulares sobre
Aquele que foi visto por olhos humanos, apalpado por mãos humanas, apresentado
por palavras ouvidas por criaturas humanas.
Jesus Cristo!
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