Em muitos momentos as nossas vidas são
invadidas repentinamente por tragédias que nos deixam atordoados e muitas vezes
abalam as nossas convicções. Como reagir a esses acontecimentos?
Reafirme a soberania de Deus
O grande diferencial do cristão que fundamenta
sua vida e fé nos princípios bíblicos é que ele sabe que o Deus em quem crê e
confia é Soberano sobre todas as coisas. A soberania de Deus implica que Ele
tem poder absoluto para fazer tudo quanto Ele queira, no momento que Ele
deseja, onde e como Ele determinar. O salmista declara em alto e bom som que o
trono de Deus está estabelecido nos céu e portanto, sua soberania incluiu os
céus e a terra ou seja, sobre tudo e sobre todos.
A História humana nunca esteve ao esmo, pois
Deus sempre esteve conduzindo o roteiro de acordo com Seu propósito eterno. A
primeira reação nossa diante da tragédia que nos invade deve ser reconhecer que
Deus é totalmente soberano. Mas essa soberania de Deus é exercida em perfeita
harmonia com Sua bondade, sabedoria, amor e onisciência. O consolo para o
coração crente está nessa verdade absoluta de que Deus está ativamente
envolvido em tudo que acontece em sua vida; Deus nunca está longe e alienado
dos fatos que acontecem na nossa história; ao contrário, Deus está sempre perto
e presente.
Essa foi a diferença entre Jó e sua esposa,
pois enquanto Jó reconhece a Soberania de Deus em todas as tragédias que
invadiram violentamente suas vidas, a sua esposa olha apenas para a situação
caótica em que ele se encontra e na dor que lhes acometeu. O brado dela: “nega teu Deus e morra” é a expressão de
um coração dilacerado pela dor das perdas, mas nas palavras de Jó: “O Senhor deu e o Senhor tirou louvado seja o
nome do Senhor”, é o desabafo de um coração que reconhece a Soberania de
Deus.
O salmista quando acometido pela
tragédia exorta a si mesmo dizendo: “Espera
ó minha alma no Senhor!” Esperar é sinônimo de confiar de que Deus sabe o
que faz; esperar é ter absoluta convicção de que a Providência de Deus será
manifestada no tempo certo, pois Deus nunca chega atrasado; esperar em Deus é
beber da água da viva esperança que refrigera a alma e alegra o coração.
Em momentos de dificuldades e tragédias, o Cristão
deveria proclamar em alto e bom som: “O
Senhor reina!”
Descanse em Deus
Um grande diferencial entre o crente e aquele
que se recusa crer é que o primeiro tem onde descansar alma atribulada pelas
circunstâncias violentas da vida e o segundo não encontra lugar para descansar.
Não há lugar melhor para fazer descansar nossa alma do que na presença de Deus.
O povo de Israel tinha, como temos também, a
tendência natural de se afastar de Deus e todas as vezes que eles faziam isso
acabavam se defrontando com graves problemas e adversidades. O profeta Jeremias
vai declarar aos seus contemporâneos que a única saída para suas vidas eram
retornarem ao caminho da comunhão com Deus e somente quando eles assim fizessem
eles haveriam de encontram descanso para suas almas.
O senhor Jesus em determinado momento de seu
ministério terreno faz uma declaração extraordinária: “Venham a mim todos que estão casados e sobrecarregados e Eu os
aliviarei”. Vivemos dias em que o índice de suicídios tem aumentado
assustadoramente – mas as pessoas preferem tamparem seus ouvidos às palavras
convidativas de Jesus; a grande maioria das pessoas prefere fugir de Jesus em
vez de vir a Ele.
O coração genuinamente crente aprende a
descansar em Deus; ao invés de se deixarem dominar pelas ansiedades e
solicitudes da vida eles optam por trocarem seus jugos pesados e árduos de
carregar pelo fardo suave e leve de Jesus. Sabem que quando acometidos pelas
violentas tragédias da vida o melhor a fazer é descansar na Providência Soberana
de Deus. O crente sabe que Deus nunca falhou e nunca falará, por isso ele
descansa no caráter imutável de Deus no meio das circunstâncias mutáveis da
vida.
Um garoto estava tranquilo e sossegado assentado
em um banco de um navio que enfrentava uma terrível tempestade; o navio subia e
descia as grandes ondes e as pessoas gritam em desesperando, pois o navio
poderia afundar a qualquer momento; um passageiro apavorado com as
circunstâncias perigosas ficou intrigado com a tranquilidade daquele garoto e
se aproximando dele perguntou: “Menino
você não está vendo o perigo em que estamos; você não sabe que essa grande
tempestade pode afundar nosso navio a qualquer momento? Por que você está
assentado tão tranquilo e sossegado? O garoto com um pequeno sorriso lhe
respondeu: “Eu conheço o capitão desse
navio, é o meu pai e ele já enfrentou muitas tempestades como essa e sempre
chegou no porto em segurança!” Se você de fato conhece o Deus a quem serve,
não importa o tamanho da tempestade, você sabe que Ele te conduzira ao porto
seguro.
Lembre-se de sua salvação
Quando somos acometidos pelas dificuldades e
tragédias, a tendência natural é nos focarmos nelas – o que será da minha vida
agora, certamente pensou a mulher de Jó. Perdemos tudo e se não bastasse agora
meu marido foi tomado de chagas da cabeça aos pés – o que será de nós!
É preciso nos lembrarmos que a vida não
consiste apenas das coisas materiais; a nossa vida vai além deste mundo. Jesus
diante da dor e sofrimento de Marta com a morte de Lazaro seu irmão, faz essa
declaração: “Eu sou a ressurreição e a
vida e aquele que crê em mim ainda que morra, viverá” e olhando para Marta
pergunta: “você crê nisso?”. O apóstolo Paulo faz
uma declaração extraordinária: “se Cristo não ressuscitou somos os mais
miseráveis sobre a terra”, ou seja, para Paulo se a nossa fé está focada apenas
nas coisas deste mundo e nesta vida, somos os mais estúpidos e ignorantes entre
todas as pessoas. Esse evangelicalismo barato e vulgar, com sua mensagem
materialista-hedonista, não pode trazer consolo e esperança nas horas em que as
grandes tragédias invadem a vida.
A grande e maravilhosa mensagem contida no
Evangelho é que em Cristo Jesus somos salvos. A salvação coloca tudo na
perspectiva correta. Saber e crer no plano de salvação estabelecido e efetuado
por Deus por meio de Jesus Cristo é elevar uma alma do tumulto terrestre para
as verdades eternas! É manter a sanidade mental em meio aos problemas implacáveis
temporais desta vida ao contemplar a realidade da eternidade. Quando nos
lembramos das realidades da Salvação que temos em Cristo tudo na nossa vida é
colocada na perspectiva adequada.
O genuíno Evangelho da Graça começa com Deus –
seu Caráter; sua Sabedoria que permeia todas as coisas; sua Santidade; sua
Justiça e Misericórdia que duram para sempre. Quando tragédia e sofrimento invade uma vida -
não importa o quão difícil ela seja, quão grave ela pode parecer, como incapacitante
pode parecer – é preciso trazer à memoria as Verdade do Evangelho, das
Promessas Eternas contidas no Evangelho; nas coisas maravilhosas, que nem olhos
viram e nem ouvidos ouviram, que estão preparadas para aqueles que creem.
Jesus Cristo veio buscar e salvar o perdido;
Ele veio para dar vida e vida eterna a todo que nele crer. Ele amorosamente,
sacrificialmente se entregou por nós; morreu a nossa morte, para que pudéssemos
ter a sua vida. Ele sofreu todo o juízo
e ira de Deus para que pudéssemos ser justificado diante do tribunal santo e
perfeito de Deus. Quando nos lembramos de que somos salvos única e
exclusivamente pela graça, mediante a fé, o nosso coração se enche de gratidão,
mesmo quando acometidos pelas mais terríveis tragédias desta vida. O fato de
que somos salvos nos transporta para as realidades eternas e todas as tragédias
desta vida tornam-se passageiras.
Mestre, o Mar Se Revolta.
Mestre, o mar
se revolta
As ondas nos
dão pavor:
O céu se
reveste de trevas:
Não temos um
salvador!
Não se te dá
que morramos?
Podes assim
dormir.
Se a cada
momento nos vemos,
Sim, prestes a
submergir?
- As ondas
atendem ao meu mandar: Sossegai!
Seja o
encapelado mar
A ira dos
homens, o gênio do mal:
Tais águas não
podem a nau tragar,
Que leva o
mestre do céu e mar,
Pois todos
ouvem o meu mandar:
Sossegai! - sossegai!
Convosco estou
para vos salvar: Sossegai!
- Mestre, quão
grande tristeza
Me quer hoje
consumir.
E a dor que
perturba minha alma,
Te implora
"vem me acudir!"
De ondas do
mal que me encobrem,
Quem me fará
sair?
Pereço,
pereço, oh mestre
Te rogo: Vem
me acudir!
- Mestre,
chegou a bonança,
Em paz vejo o
céu e o mar!
O meu coração
goza calma
Que não poderá
findar.
Fica comigo,
oh! Meu mestre,
Dono da terra
e céu,
E assim
chegarei bem seguro
Ao porto,
destino meu.
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan
Pereira
Mestre em
Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia
Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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