quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Grandes Perguntas: Como Lidar com as Tragédias?



Em muitos momentos as nossas vidas são invadidas repentinamente por tragédias que nos deixam atordoados e muitas vezes abalam as nossas convicções. Como reagir a esses acontecimentos?
Reafirme a soberania de Deus
O grande diferencial do cristão que fundamenta sua vida e fé nos princípios bíblicos é que ele sabe que o Deus em quem crê e confia é Soberano sobre todas as coisas. A soberania de Deus implica que Ele tem poder absoluto para fazer tudo quanto Ele queira, no momento que Ele deseja, onde e como Ele determinar. O salmista declara em alto e bom som que o trono de Deus está estabelecido nos céu e portanto, sua soberania incluiu os céus e a terra ou seja, sobre tudo e sobre todos.
A História humana nunca esteve ao esmo, pois Deus sempre esteve conduzindo o roteiro de acordo com Seu propósito eterno. A primeira reação nossa diante da tragédia que nos invade deve ser reconhecer que Deus é totalmente soberano. Mas essa soberania de Deus é exercida em perfeita harmonia com Sua bondade, sabedoria, amor e onisciência. O consolo para o coração crente está nessa verdade absoluta de que Deus está ativamente envolvido em tudo que acontece em sua vida; Deus nunca está longe e alienado dos fatos que acontecem na nossa história; ao contrário, Deus está sempre perto e presente.
Essa foi a diferença entre Jó e sua esposa, pois enquanto Jó reconhece a Soberania de Deus em todas as tragédias que invadiram violentamente suas vidas, a sua esposa olha apenas para a situação caótica em que ele se encontra e na dor que lhes acometeu. O brado dela: “nega teu Deus e morra” é a expressão de um coração dilacerado pela dor das perdas, mas nas palavras de Jó: “O Senhor deu e o Senhor tirou louvado seja o nome do Senhor”, é o desabafo de um coração que reconhece a Soberania de Deus.
            O salmista quando acometido pela tragédia exorta a si mesmo dizendo: “Espera ó minha alma no Senhor!” Esperar é sinônimo de confiar de que Deus sabe o que faz; esperar é ter absoluta convicção de que a Providência de Deus será manifestada no tempo certo, pois Deus nunca chega atrasado; esperar em Deus é beber da água da viva esperança que refrigera a alma e alegra o coração.
Em momentos de dificuldades e tragédias, o Cristão deveria proclamar em alto e bom som: “O Senhor reina!”
Descanse em Deus
Um grande diferencial entre o crente e aquele que se recusa crer é que o primeiro tem onde descansar alma atribulada pelas circunstâncias violentas da vida e o segundo não encontra lugar para descansar. Não há lugar melhor para fazer descansar nossa alma do que na presença de Deus.
O povo de Israel tinha, como temos também, a tendência natural de se afastar de Deus e todas as vezes que eles faziam isso acabavam se defrontando com graves problemas e adversidades. O profeta Jeremias vai declarar aos seus contemporâneos que a única saída para suas vidas eram retornarem ao caminho da comunhão com Deus e somente quando eles assim fizessem eles haveriam de encontram descanso para suas almas.
O senhor Jesus em determinado momento de seu ministério terreno faz uma declaração extraordinária: “Venham a mim todos que estão casados e sobrecarregados e Eu os aliviarei”. Vivemos dias em que o índice de suicídios tem aumentado assustadoramente – mas as pessoas preferem tamparem seus ouvidos às palavras convidativas de Jesus; a grande maioria das pessoas prefere fugir de Jesus em vez de vir a Ele.
O coração genuinamente crente aprende a descansar em Deus; ao invés de se deixarem dominar pelas ansiedades e solicitudes da vida eles optam por trocarem seus jugos pesados e árduos de carregar pelo fardo suave e leve de Jesus. Sabem que quando acometidos pelas violentas tragédias da vida o melhor a fazer é descansar na Providência Soberana de Deus. O crente sabe que Deus nunca falhou e nunca falará, por isso ele descansa no caráter imutável de Deus no meio das circunstâncias mutáveis da vida.
Um garoto estava tranquilo e sossegado assentado em um banco de um navio que enfrentava uma terrível tempestade; o navio subia e descia as grandes ondes e as pessoas gritam em desesperando, pois o navio poderia afundar a qualquer momento; um passageiro apavorado com as circunstâncias perigosas ficou intrigado com a tranquilidade daquele garoto e se aproximando dele perguntou: “Menino você não está vendo o perigo em que estamos; você não sabe que essa grande tempestade pode afundar nosso navio a qualquer momento? Por que você está assentado tão tranquilo e sossegado? O garoto com um pequeno sorriso lhe respondeu: “Eu conheço o capitão desse navio, é o meu pai e ele já enfrentou muitas tempestades como essa e sempre chegou no porto em segurança!” Se você de fato conhece o Deus a quem serve, não importa o tamanho da tempestade, você sabe que Ele te conduzira ao porto seguro.
Lembre-se de sua salvação
Quando somos acometidos pelas dificuldades e tragédias, a tendência natural é nos focarmos nelas – o que será da minha vida agora, certamente pensou a mulher de Jó. Perdemos tudo e se não bastasse agora meu marido foi tomado de chagas da cabeça aos pés – o que será de nós!
É preciso nos lembrarmos que a vida não consiste apenas das coisas materiais; a nossa vida vai além deste mundo. Jesus diante da dor e sofrimento de Marta com a morte de Lazaro seu irmão, faz essa declaração: “Eu sou a ressurreição e a vida e aquele que crê em mim ainda que morra, viverá” e olhando para Marta pergunta: “você crê nisso?”. O apóstolo Paulo faz uma declaração extraordinária: “se Cristo não ressuscitou somos os mais miseráveis sobre a terra”, ou seja, para Paulo se a nossa fé está focada apenas nas coisas deste mundo e nesta vida, somos os mais estúpidos e ignorantes entre todas as pessoas. Esse evangelicalismo barato e vulgar, com sua mensagem materialista-hedonista, não pode trazer consolo e esperança nas horas em que as grandes tragédias invadem a vida.
A grande e maravilhosa mensagem contida no Evangelho é que em Cristo Jesus somos salvos. A salvação coloca tudo na perspectiva correta. Saber e crer no plano de salvação estabelecido e efetuado por Deus por meio de Jesus Cristo é elevar uma alma do tumulto terrestre para as verdades eternas! É manter a sanidade mental em meio aos problemas implacáveis temporais desta vida ao contemplar a realidade da eternidade. Quando nos lembramos das realidades da Salvação que temos em Cristo tudo na nossa vida é colocada na perspectiva adequada.
O genuíno Evangelho da Graça começa com Deus – seu Caráter; sua Sabedoria que permeia todas as coisas; sua Santidade; sua Justiça e Misericórdia que duram para sempre.  Quando tragédia e sofrimento invade uma vida - não importa o quão difícil ela seja, quão grave ela pode parecer, como incapacitante pode parecer – é preciso trazer à memoria as Verdade do Evangelho, das Promessas Eternas contidas no Evangelho; nas coisas maravilhosas, que nem olhos viram e nem ouvidos ouviram, que estão preparadas para aqueles que creem.
Jesus Cristo veio buscar e salvar o perdido; Ele veio para dar vida e vida eterna a todo que nele crer. Ele amorosamente, sacrificialmente se entregou por nós; morreu a nossa morte, para que pudéssemos ter a sua vida.  Ele sofreu todo o juízo e ira de Deus para que pudéssemos ser justificado diante do tribunal santo e perfeito de Deus. Quando nos lembramos de que somos salvos única e exclusivamente pela graça, mediante a fé, o nosso coração se enche de gratidão, mesmo quando acometidos pelas mais terríveis tragédias desta vida. O fato de que somos salvos nos transporta para as realidades eternas e todas as tragédias desta vida tornam-se passageiras.
Mestre, o Mar Se Revolta.
Mestre, o mar se revolta
As ondas nos dão pavor:
O céu se reveste de trevas:
Não temos um salvador!
Não se te dá que morramos?
Podes assim dormir.
Se a cada momento nos vemos,
Sim, prestes a submergir?

- As ondas atendem ao meu mandar: Sossegai!
Seja o encapelado mar
A ira dos homens, o gênio do mal:
Tais águas não podem a nau tragar,
Que leva o mestre do céu e mar,
Pois todos ouvem o meu mandar:
Sossegai! - sossegai!
Convosco estou para vos salvar: Sossegai!

- Mestre, quão grande tristeza
Me quer hoje consumir.
E a dor que perturba minha alma,
Te implora "vem me acudir!"
De ondas do mal que me encobrem,
Quem me fará sair?
Pereço, pereço, oh mestre
Te rogo: Vem me acudir!

- Mestre, chegou a bonança,
Em paz vejo o céu e o mar!
O meu coração goza calma
Que não poderá findar.
Fica comigo, oh! Meu mestre,
Dono da terra e céu,
E assim chegarei bem seguro
Ao porto, destino meu.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

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