GÉNESIS 22:2,
12-13 |
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ב וַיֹּאמֶר קַח-נָא אֶת-בִּנְךָ אֶת-יְחִידְךָ אֲשֶׁר-אָהַבְתָּ, אֶת-יִצְחָק, וְלֶךְ-לְךָ, אֶל-אֶרֶץ הַמֹּרִיָּה; וְהַעֲלֵהוּ שָׁם, לְעֹלָה, עַל אַחַד הֶהָרִים, אֲשֶׁר אֹמַר אֵלֶיךָ. |
E [Deus] disse:
Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai à terra
de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que eu te disser
[. . .]
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יב וַיֹּאמֶר, אַל-תִּשְׁלַח יָדְךָ אֶל-הַנַּעַר, וְאַל-תַּעַשׂ לוֹ,
מְאוּמָה: כִּי עַתָּה יָדַעְתִּי, כִּי-יְרֵא אֱלֹהִים אַתָּה, וְלֹא חָשַׂכְתָּ אֶת-בִּנְךָ אֶת-יְחִידְךָ, מִמֶּנִּי. יג וַיִּשָּׂא אַבְרָהָם אֶת-עֵינָיו, וַיַּרְא וְהִנֵּה-אַיִל, אַחַר, נֶאֱחַז בַּסְּבַךְ בְּקַרְנָיו; וַיֵּלֶךְ אַבְרָהָם וַיִּקַּח אֶת-הָאַיִל, וַיַּעֲלֵהוּ לְעֹלָה תַּחַת בְּנוֹ. |
Não estendas a tua
mão sobre o menino, nem lhe faças coisa alguma; porque eu sei que temes a
Deus, pois porque não me
negaste o teu filho, o teu único filho. Então Abraão
levantou os olhos e olhou, e eis que atrás dele estava um carneiro preso
pelos chifres numa moita. E foi Abraão, e
tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto em lugar de seu filho.
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O Jesus
Cristo manifestado nas páginas do Segundo Testamento e/ou Novo Testamento
sempre esteve amalgamado nas páginas do Primeiro Testamento e/ou Antigo Testamento.
A diferença é que nas páginas neotestamentária Jesus Cristo
é um personagem explicito e nas páginas veterotestamentária Ele está implícito.
Um dos estudos
mais fascinantes da Bíblia é identificar as referências a respeito de Jesus
Cristo contidas nos textos da primeira parte da Bíblia o qual passaremos a
examinar, ainda que não todas e exaustivamente.
Neste texto de Gênesis bastante
conhecido que faz parte da narrativa da vida de Abraão, denominado o “pai da fé”
encontramos uma das mais lindas e extraordinárias referências messiânicas. O contexto
geográfico é o Monte Moriá,[1] um dos mais relevantes da
história bíblica. Foi aqui que Davi escolheu e Salomão construiu o famoso Templo
(I Samuel 6.1-22; II Samuel 24.18). Seus imensos alicerces, moldados e
depois deslocados para o cume, constituem uma maravilha arquitetônica até aos
dias de hoje. Os materiais de construção do templo consistiram em duas mil
toneladas de ouro e sete mil e quinhentas libras de prata. Aqui, os judeus de
todo o mundo faziam a sua peregrinação anual de sacrifício seguindo seu calendário
festivo estabelecido desde os tempos de Moisés. Hoje, porém, é conhecido como o
Domo da Rocha, pois abriga uma mesquita mulçumana construída durante a ocupação
árabe de Jerusalém.
Mas, séculos antes destas monumentosas construções
um solitário Abraão, acompanhado pelo seu filho da promessa Isaque, subiu lentamente
ao topo da mesma montanha e construiu ali um simples altar de sacrifício, provavelmente
com algumas pedras ali encontrada.
A questão é que Deus havia assegurado a Abraão
que ele era o escolhido para ser o pai de uma grande nação, uma nação cuja
descendência seria tão numerosa como as estrelas dos céus e a areia do mar. Mas
os anos se passaram e agora ele está envelhecido e sua esposa Sara estava para
além da idade de ter filhos. E como que completando o quadro das
impossibilidades ela era estéril.
Desta forma Deus age milagrosamente e produz
vida onde não havia a mínima possibilidade de vida e ela concebeu dando à luz
um menino que foi chamado de Isaque. Então, deu-se um nascimento milagroso, não
um nascimento virginal, mas um milagre mesmo assim. Isaque, o único filho de
Abraão e Sara torna-se o herdeiro que cumpriria a promessa que Deus tinha feito
a Abraão, mais do que isso, este menino veria a ser um tipo do próprio Messias
que haveria de nascer igualmente de uma mulher (se a participação humana), para
salvação de todo aquele que nele viesse a crer.
É possível imaginarmos a alegria
incontida de Abraão e Sara com o nascimento deste menino. Mas, tempos de bênção
na vida são frequentemente seguidos por tempos de provação. Quando o menino já está
grande, provavelmente um adolescente, Deus chama Abraão e o instrui a
sacrificar Isaque como prova da sua fé - um teste à sua confiança. A
esperança de Abraão estava na criança ou nas palavras de promessa de Deus? Esta
questão não mudou desde então, onde está de fato e de verdade a nossa
confiança? Na Palavra de Deus ou nas “bênçãos recebidas”?
E aqui temos um dos maiores modelos de fé, obediência
e confiança que podemos encontrar nas páginas da Bíblia – Abraão escolheu
depender de Deus e não do seu filho Isaque. Não houve dúvidas, nem
rebelião, nem procrastinação. Ele simplesmente creu na palavra de Deus; o
escritor da epistola aos Hebreus coloca desta forma simples e direta: "Pela
fé Abraão, sendo chamado, obedeceu [...] Por isso também de um só, e
estando este quase morto, saíram em multidão como as estrelas no firmamento em
multidão, e como a areia inumerável que está na praia do mar [...] Enquanto
Deus o estava experimentando, Abraão ainda creu em Deus e em suas promessas, e
portanto ofereceu seu filho Isaque, e estava pronto para mata-lo no altar do
sacrifício;" (Hebreus 11.8, 12, 17).
Esta caminhada de Abraão e seu filho até ao
cume do Monte Moriá está repleta de uma cena que haverá de ser reeditada dois
mil anos mais tarde, no mesmo monte, quando o Pai celeste, acompanha seu Filho e
nosso Salvador, Jesus Cristo.
Chegando ao pé do Monte, Abraão deu instruções
aos seus servos para o esperarem ali, dizendo: "Permanecei aqui com o
jumento, e eu e o rapaz iremos para o alto; e nós adoraremos, e voltaremos a
ti'." (Génesis 22.5). O que estava para acontecer no cume daquele
monte era um assunto entre pai e filho. A mesma coisa aconteceria no Monte
Calvário (a extensão norte do Monte Moriá). Durante aquelas três horas de
escuridão, enquanto Jesus jazia na cruz, a transação eterna pelo nosso pecado
teve lugar apenas entre o Pai e o Filho.
Então Abraão "tomou a lenha do
holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho" (Gênesis 22.6, NVI),
enquanto subiam a montanha. Mais uma cena ilustrativa do Calvário. Aqui temos
uma perspectiva divina. O Pai colocou a cruz de madeira nas costas feridas e
ensanguentadas do Seu próprio Filho e contempla ele a carregando para o
Gólgota, o lugar da execução.
Enquanto caminhavam juntos, Isaque, que levava
às costas a lenha para o sacrifício, perguntou ao pai: "Onde está o
cordeiro para o holocausto? (Génesis 22.7). Abraão respondeu rapidamente:
"Deus providenciará um cordeiro para o holocausto, meu filho. E foram
juntos" (Génesis 22.8). E de fato, Deus não apenas providenciará o
cordeiro, mas Ele próprio, na pessoa do Filho será o Cordeiro, o sacrifício
pelos nossos pecados. Foi precisamente evocando esta mesma cena e palavras que
Jesus disse aos judeus: "O vosso pai Abraão alegrou-se por ver o meu
dia; viu-o e alegrou-se" (João 8.56).
Ao chegar ao cume do monte Moriá, Abraão
construiu cuidadosamente um altar, colocou a lenha para o holocausto, amarrou o
seu filho Isaque e colocou-o sobre o altar. Então "Abraão estendeu a
mão e pegou no cutelo para matar o seu filho" (Genesis 22.10)".
Imediatamente, o Anjo do Senhor (Yahweh), o próprio Cristo pré-encarnado, falou
em alta voz do céu: "Não
estendas a tua mão sobre o menino, nem lhe faças nada; porque eu sei que temes
a Deus, pois não me recusaste o teu filho. Então Abraão levantou os olhos e eis
que atrás dele estava um carneiro preso pelos chifres numa moita. E Abraão foi,
tomou o carneiro e ofereceu-o [...] em lugar de seu filho" (Génesis 22.12-13).
O que passou pela mente de Abraão naqueles
instantes só podemos imaginar. Cinquenta anos antes, Deus tinha-lhe
prometido que ele teria um filho (com Sara). Trinta anos se passaram, e
Deus o lembrou da promessa. Seria preciso um milagre e Abraão creu. Em uma de
suas cartas Paulo faz esta afirmação: "Abraão creu em Deus, e isso lhe
foi imputado como justiça (Romanos 4:3)”. Deus manteve a sua palavra. E
Sara engravidou e Isaque nasceu e cresceu. Então, Deus colocou Abraão em prova,
e quando ele manteve a fé, Deus providenciou um sacrifício substituto, um
carneiro.
Esse carneiro é uma extraordinária figura do
nosso Senhor Jesus. Eu e você merecemos a morte, pois “todo aquele que
pecar, certamente morrerá” (Ezequiel 18.20) ele tomou sobre si todo o nosso
pecado, Jesus ofereceu-se como o cordeiro substituto em nosso lugar (Isaías 53).
Ele é o nosso sacrifício substitutivo e Salvador eficiente e suficiente!
O anjo de Yahweh [...] clamou a ele [Abraão]
do céu: "Não estendas a tua mão
sobre o menino, e não lhe faças nada.
"E Abraão chamou o nome daquele lugar: O
SENHOR proverá. Por isso se diz até hoje: No monte do SENHOR se proverá"
(Génesis 22.14).
Certamente que Abraão não entendeu as
implicações eternas do que estava acontecendo naquele dia, mas Jesus Cristo deixou
claro dois milénios mais tarde. Ao caminhar por aquelas mesmas ruas
empoeiradas, ele disse: "O vosso pai Abraão alegrou-se por ver o meu
dia. Ele o viu e se alegrou" (João 8.56).
Eu e você temos um Deus que providenciou e que
de fato se deu a si mesmo como o nosso sacrifício substitutivo. Não é de
admirar que quando Jesus saiu do anonimato da carpintaria para aparecer no vale
do Jordão, João Batista
apontou
na sua direção e exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"
(João 1,29).
Haveremos de encontrar Jesus em todos os livros
da Bíblia, às vezes em figura, por vezes em sombra, também em profecia. O cordeiro
providenciado para o altar de Abraão, é uma das mais linda imagens do sacrifício
perfeito e definitivo de Jesus Cristo em nosso lugar.
Utilização livre desde que citando a fonteGuedes, Ivan PereiraMestre em Ciências da Religião.me.ivanguedes@gmail.comOutro BlogHistoriologia Protestante
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