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Gênesis
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Êxodo
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Levítico
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Números
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Deuteronômio
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Deus: em hebraico, ’elohim — 1.1,12; 19.29; 24.42; 28.3;
35.11; 45.9; 50.24 - um substantivo plural e a palavra hebraica mais
utilizada para Deus (aparece 2.750 vezes em todo o AT). Seu significado
básico é “supremo” ou “poderoso”. Este é o nome usado com mais frequência
quando se refere aos tratos de Deus com a criação em geral ou com as nações
do mundo à parte de sua aliança com Israel. Os demônios conhecem Deus como “Elohim”
(Tg 2.19), mas nunca como Yahvé – assim como os deístas e até mesmo os ateus.
Elohim na Septuaginta é “Theos” usado unicamente para se referir ao Deus
monoteísta de Israel. É Deus como criador, provedor e sustentador de toda a
vida no planeta Terra (cf. Sl 19.1-6; 104). O uso hebraico desse termo em
Gênesis é interpretado por muitos estudiosos como sendo “o plural de
majestade”. Diferentemente de um plural normal, os escritores hebreus utilizam
esse plural para expressar uma “Plenitude de Divindade”. A forma plural dessa
palavra tem sido tradicionalmente reconhecida como indicadora da Trindade -
Deus é um, mas também é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.
Céu:
em hebraico, shamayim
— 1.1,8,9; 2.1; 8.2; 11.4; 14.22; 24.3; 28.12. Essa palavra pode se referir à
atmosfera terrestre (2.1,4,19) ou pode se referir à criação de todas as invisíveis
(anjos, céu como trono de Deus - Sl 14.2). Pode se referir ao cosmos como um
todo: onde as estrelas e os planetas se movem, bem como às milhares de galáxias.
Terra:
em hebraico, ’erets
— 1.1,10; 4.16; 12.1; 13.10; 41.36; 31.3; 35.12. O termo pode se referir a
uma terra específica, país ou todo o planeta; ou expressar um conceito
cosmológico de um mundo inoperante de pré-criação. Pois, a Bíblia está
escrita na linguagem da descrição para fins teológicos, ainda que não seja anticientífica,
mas pré-científica. O conceito para o restante da narrativa de Gênesis é de
que toda terra pertence a Deus como seu Criador (Sl 24.1), de maneira que
quando Deus promete aos israelitas a terra de Canaã, ele promete o que é dele.
A terra de Canaã tornou-se tão representativa da Aliança de Deus para com os
israelitas (12.1) que se tornou uma de suas características identificadoras —
o “povo da terra” (13.15; 15.7).
Semente (descendente, descendência)
em hebraico, zera' — 1.11,29; 3.15-16;
15.18; 17.19; 28.14; 48.19; 32.12. A palavra hebraica para descendência pode
literalmente significar a semente de uma planta (1.11-12) ou pode
figurativamente significar a progênie de alguém. Após a queda surgem duas
espécie de sementes: a do maligno e a de Deus pela qual haverá de ser gerado o
Messias, o descendente da mulher que esmagara o poder
da serpente que é Satanás (3.15; Nm 24.7; Is 6.13; Gl 3.16). Como tal, o
termo ganha grande relevância na Bíblia por meio da descendência de Abraão,
pois tanto coletivamente em Israel como singularmente em Cristo, Deus
alcançaria seu povo para salvá-lo (15.3).
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Livrar: em hebraico, natsal — 3.8; 5.18; 21.13; 22.7,10,26;
23.31 —, esse verbo pode significar “tomar”, “libertar”, “resgatar”. É muitas
vezes usado para descrever a obra de Deus na libertação (3.8) ou no resgate
(6.6) dos israelitas da escravidão, Deus não apenas ouve e vê a situação de
seu povo, mas desce em seu socorro. O salmista confia que Deus vai livra-lo
não apenas do pecado em si, mas do peso da culpa (Sl 51.14). Deus pode
libertar os israelitas porque Ele é supremo sobre todo o panteão de deuses egípcios
(18.8-10).
Consagrar: em hebraico, qadash — 28.3,41; 29.9,33,35; 30.30;
32.29 —essa palavra é preciosa, pois significa que Deus mesmo haverá de
“tornar santo”, “declarar distinto” ou “separar” para si mesmo aqueles que
Ele salva. O propósito de Deus ao libertar os israelitas da escravidão no
Egito, era torna-los uma nação santa, separada, distinta de entre todas as
nações do mundo. Todos os milagres realizados no Êxodo tinham como propósito
didático que os israelitas compreendessem que eles eram Seu povo e que Ele
era Seu Deus (6.7).
Lavar: em hebraico, rachats — 2.5; 19.10; 29.4,17; 30.18,21;
40.12,30 —, lavar ou banhar-se. Esse termo foi utilizado tanto em contextos
religiosos, relacionado com consagração, como culturais (higiene). O ritual
da lavagem era extremamente importante na purificação dos sacerdotes para o
culto no tabernáculo (40.12). A lavagem com água simbolizava a limpeza
espiritual, a preparação necessária para entrar na presença de Deus (Sl 26.6;
73.13). Os profetas do AT usaram esse imaginário do arrependimento (Is 1.16;
Ez 16.4). O antigo costume de lavar o pé de um convidado era parte da
hospitalidade ainda praticada nos dias de Jesus (Gn 18.4; Jo 13.5). O
apóstolo Paulo aplica o conceito de “lavar” para descreve a redenção em
Cristo como um “lavar regenerador” (Tt 3.5), efetuado pelo Espírito Santo. Os
infindáveis debates sobre a forma de batismo perde totalmente a relevância,
pois o único batismo que salva é o efetuado pelo Espírito Santo.
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Oferta: em hebraico, qorban —
2.1,4,5; 4.35; 6.18; 7.14,33; 9.4; 10.14 —, significa “sacrifício”, “oferta”,
“oblação”, literalmente, descreve aquilo que é “levado para junto do altar”
ou “o que traz para perto de Deus”. O fato de que os israelitas podiam se
aproximar de Deus para trazer suas ofertas revela a misericórdia dele. Apesar
das pessoas serem pecaminosas e rebeldes, Deus instituiu um sistema
sacrifical por meio do qual o povo podia se reconciliar com ele. Cada um dos
sacrifícios prescrito apontavam para a morte de Jesus na cruz, como ensina
Hebreus Jesus é a oferta final, a oferta que pôs fim à necessidade de outras
ofertas. Por meio da morte sacrifical de Cristo, fomos reconciliados com Deus
de uma vez por todas (Hb 10.10-18). Uma resposta adequada à morte de Jesus
por nós é oferecer nossa vida em sacrifício vivo a Deus (Rm 12.1). Porção memorial: em hebraico, ‘azkarah — 2.2,9,16; 5.12; 6.15; 23.24; 24.7 —, A palavra para
porção memorial está relacionada ao verbo hebraico zakar, que significa “lembrar”.
Significa a lembrança por parte do adorador do caráter gracioso de Deus e de
sua generosidade, principalmente a lembrança e bênção de Deus para o adorador.
Era queimada com incenso no altar de maneira que o doce sabor que ascendia ao
céu era considerado como um louvor a Deus da parte do adorador. Parte desta
oferta era redirecionada para o sacerdote, para o sustento dele e sua família.
Sangue: em hebraico, dam — 1.5;
3.17; 4.7; 8.15; 9.9; 16.18; 17.10; 20.11 —, relacionada à palavra hebraica ‘adam, que significa “vermelho” (Gn 25.30) e se refere a
sangue. Isso pode ser o sangue de animais (Êx 23.18) ou de seres humanos (Gn
4.10). Ele passou a ser reconhecido como o princípio da vida muito antes de
ser cientificamente provado. O AT iguala vida com sangue (Gn 9.4; Dt 12.23),
que vividamente ilustra a santidade da vida humana (Gn 9.6). Segundo o NT,
“sem derramamento de sangue não há perdão” do pecado (Hb 9.22). Portanto, é
investido de qualidades purificadoras, expiatórias e reverentemente
simbólicas, de maneira que a ênfase no sangue nos sacrifícios do AT apontavam
para o sangue que Cristo derramaria, isto é, a vida que ele daria por nós (Rm
5.9; 1Co 11.25- 26).
Jubileu: em hebraico, yobel —
25.9,12,30,40,54; 27.18,24 —, literalmente significa “carneiro” ou “chifre de
carneiro” (Êx 19.13; Js 6.5). Devia ser tocado no dia da Expiação, quando o sacrifício
pelo pecado deles era aceito por Deus, de maneira que deveriam perdoar as
dívidas de seus devedores, assim como Deus havia perdoado suas dívidas
(pecado); escravos eram libertados, a terra descansava, a propriedade da
família era resgatada (25.10-17). Esse
termo está associado com o ano de jubileu em Levítico 25.10 e em Números 36.4.
O quinquagésimo ano era um ano de “jubileu” para os hebreus, marcado pelo
toque das trombetas (25.9). Durante aquele ano, os israelitas O fato de Jesus
citar Isaías 48.8-9 parece indicar que ele igualou seu ministério terreno aos
princípios do ano de jubileu (Lc 4.18-19). No contexto do NT o jubileu
significa a verdadeira liberdade de nossas dívidas e escravidão espirituais,
a serem compradas por Cristo e a serem publicadas no mundo pelo som do
evangelho.
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Sacrifício: em hebraico, zebach — 6.17; 7.17,29,47,59,77; 15.3,5,8
—, provém de um verbo que significa “abater para oferta”. O pecado gera a
morte e para não exterminar a raça humana Deus estabelece nas leis da Aliança
de que aceitaria o sacrifício de um animal em lugar do ofertante; o sacerdote
ofereceria sacrifícios em nome de um adorador ao queimá-los no altar (Êx 20.24).
Sob a lei, os sacrifícios de animais tinham um propósito principal, cobrir ou
expiar o pecado (Lv 22.21; Hb 9.22), de maneira que o pecado de um indivíduo
era simbolicamente transferido para o animal sacrificado, propiciando uma
expiação temporária que tinha de ser repetida todos os anos, pois somente
lidava parcialmente com o pecado (Hb 10.4). Desta forma os sacrifícios do AT
se constituíam em “sombra das coisas boas que estavam por vir” e anunciavam a
vinda do grande Sumo Sacerdote, que, na plenitude dos tempos, seria "oferecido
de uma vez por todas pelos pecados de muitos". Os sacrifícios pertenciam
a uma economia temporária, a um sistema de tipos e emblemas que serviam a
seus propósitos e agora perderam sua função (Is 53; 1Co 5.7; Hb 9.10).
Ungido: em
hebraico, mashach — 3.3; 6.15; 7.1,10,84,88;
35.25 —, um verbo que significa “molhar ou cobrir uma pessoa com azeite”. É
uma das palavras chaves de toda a Bíblia; Reis, sacerdotes e profetas eram
ungidos no início do culto (8.12; 16.32; 2Sm 2.4; 5.3; 1Rs 19.15-16). Esse
ritual identificava uma pessoa ou um objeto como separado para os propósitos
especiais de Deus. Durante o êxodo, Deus mesmo ordenou a construção do
Tabernáculo e a partir dele muitos objetos foram ungidos, inclusive o próprio
tabernáculo. O óleo da unção era uma mistura requintada de azeite com
especiarias (7.1). Esse óleo especial simbolizava a consagração do
tabernáculo e de todos os seus utensílios a Deus. Jesus Cristo é o Ungido do
Senhor e, portanto, Arão é um tipo de Cristo. Assim como Cristo é o Ungido de
Deus, assim a igreja, em virtude de sua união e unicidade com ele, é ungida
com ele, e isso desde o princípio. Contemplemos Cristo, como fonte e
segurança de todas as nossas esperanças e a igreja Nele.
Voto: em hebraico, neder — 6.2,21; 15.3; 21.2; 30.2-3,9,13
—, um voto a Deus é um compromisso voluntário de fazer algo que o agrada ou
de se abster de certas práticas, a fim de demonstrar devoção a ele. Tanto homens
como as mulheres poderiam fazer um “voto”
e em Números 30 temos a regulamentação segundo a Lei; um exemplo vívido de
voto no AT é o do nazireu (6.1-21). O voto tem duas formas básicas: a
incondicional que é um “juramento” em que alguém faz sem esperar nada em
troca (Sl. 116.4); a condicional onde a pessoa espera que Deus intervenha em
sua situação (Gênesis 28.20-22). Os "votos" geralmente aconteciam
em situações graves. A Bíblia admoesta o crente a não fazer votos por
impulso, já que são feitos diante de Deus, o juiz justo e santo (Ec 5.4). O
motivo da admoestação é que um voto feito a ele é vinculante e deve ser
cumprido.
Autoridades, líderes: em
hebraico, zaqen — 11.16,24,25,30;
16.25; 22.4,7 —, uma palavra que significa “ancião” e trás a ideia de
autoridade. No AT, essa palavra se refere a uma pessoa idosa, em idade muito
avançada (Gn 44.20; Jó 42.17) ou a uma pessoa madura que tinha autoridade na
comunidade israelita (Êx 3.16; Js 8.33). Tais pessoas serviam como juízes (Êx
18.12), conselheiros (Ez 7.26) e oficiais governantes (Dt 19.12; Rt 4.2). A
posição dessas pessoas era de grande honra (Pv 31.23; Is 9.15). Além da idade
(segundo a tradição hebraica, um líder tinha de ser um homem de pelo menos 50
anos), uma autoridade tinha de mostrar sua maturidade ao temer a Deus, ser
verdadeiro e não cobiçar (Êx 18.21).
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Decretos: em hebraico, choq —
4.1,14; 5.1; 6.1; 7.11; 10.13; 16.12; 28.15; 30.16 —, transmite diversos
significados no AT, inclusive um verbo que significa “fazer leis” ou “gravar”
(Pv 8.15; Is 10.1; 49.16). Muitas vezes, se refere a mandamentos, ordens
civis, prescrições legais e leis rituais decretadas por alguém em posição de
autoridade — por uma autoridade humana (Mq 6.16) ou pelo próprio Deus (6.1).
A lei de Moisés inclui mandamentos (miswah), julgamentos (mispat) e decretos
(choq) (4.1-2). Israel foi convocado a obedecer aos decretos de Deus e
prometeram fazê-lo (26.16-17). Como rei da terra, Deus emite decretos que
regulam o mundo da natureza (o mar, Provérbios 8.29 ; chuva, Jó 28.26) e da
humanidade (Daniel 4.24). Deus também decreta o reinado do rei messiânico (Salmo
2.7).
Juramento: em hebraico, shaba' —
6.3; 7.8; 10.20; 13,17; 19.8; 29.13; 31.7 —, o verbo traduzido “jurar” está
relacionado à palavra utilizada para o número sete. Na verdade, o verbo
significa “vincular-se de forma plena”; isto é, “sete vezes”. Na antiguidade,
os juramentos eram considerados sagrados. As pessoas prometiam ser fiéis à
sua palavra independentemente do custo pessoal. O AT descreve Deus fazendo um
juramento (Gn 24.7; Êx 13.5). Ele não foi obrigado a fazer isso; não tinha
que jurar para garantir que sua própria palavra fosse cumprida. Antes, ele
fez um juramento a fim de garantir ao seu povo que suas promessas eram
completamente dignas de confiança.
Culto: em hebraico, shachah
— 4.19; 8.19; 11.16; 26.10; 30.17 —, essa palavra mais comum para “adoração”
literalmente significa “fazer com que alguém se deite prostrado”. Na
antiguidade, uma pessoa se prostrava diante de outra que possuísse status
superior. Pessoas se curvavam diante do rei para expressar submissão completa
ao reinado dele. Seguindo o exemplo das pessoas de fé da antiguidade, o
verdadeiro culto cristão deve expressar mais do que amor a Deus; deve
expressar submissão à sua vontade.
Amaldiçoado,
maldito: em hebraico, ’arar — 7.26; 13.17; 27.15,20,23; 28.16,19
—, literalmente, significa “ser objeto de maldição”. Uma maldição é o oposto
de uma bênção. Deseja ou roga doença ou destruição sobre uma pessoa ou um
objeto. Deus amaldiçoou a serpente depois do pecado de Adão e Eva (Gn 3.14,17).
Jeremias, em desespero, amaldiçoou o homem que trouxe notícia de seu
nascimento (Jr 20.14-15). A seriedade da aliança de Deus para com seu povo é
ilustrada pela ameaça de uma maldição sobre qualquer pessoa que a violasse
(28.60-61). No NT, Paulo ensinou que Cristo se tornou “maldição” por nós,
para nos livrar da maldição da lei (Gl 3.13).
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Utilização livre
desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências
da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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