Quanto vale uma vida? Muitas vezes não damos
valor algum à vida, pois na maior parte do nosso tempo a desperdiçamos
prodigamente. Da mesma forma que o personagem mais novo da parábola contada por
Jesus, nós gastamos a nossa preciosa vida em momentos fúteis e a trocamos continuamente por coisas que
não tem valor algum, ou seja, nas palavras da parábola – gastamos a nossa vida
dissolutamente, descontroladamente, desregradamente, sem critérios. Mesmo
diante do quadro pandêmico que acabamos de sair, milhões de pessoas se preparam
para quatro dias de carnaval, aonde pretende dar vasão à todas concupiscências de
suas mentes e corações – desejos, ambições e devassidão – tempo de total
irracionalidade.
Todavia, a vida é preciosa demais para gasta-la
frivolamente. O tempo urge e a areia da ampulheta jamais para de cair até o
último grão de vida se esvair. Deveríamos valorizar cada minuto da vida, fazer
com que cada tempo fosse utilizado de forma adequada, visando o bem estar
pessoal, mas que se transforma em bem estar social: família, amigos e a própria
sociedade humana como um todo. Mas acima de tudo deveríamos gastar nosso precioso
tempo de vida naquilo que não trará medo quando você (eu) tiver que enfrentar
a morte.
É justamente disso que se trata o Memento mori.
Não tem nada haver com a morbidez (prazer) na morte, mas sim, pensando no fim
da vida e/ou sua brevidade, valorizar cada tempo e torna-lo útil e prazeroso. Quando paramos e
pensamos na nossa finitude e brevidade, começamos a valorizar e revalorizar o
nosso tempo de vida. Começamos a estabelecer prioridades melhores e buscar
valores mais elevados.
O nosso tempo é curto, as oportunidades são
limitadas. Nesse tempo de loucura e caos, viver com inteligência e sabedoria
torna-se desafiante e exige muita atenção e discernimento. Com muita facilidade
somos arrastados para uma super agenda; nos vemos envolvidos em centenas de
coisas ao mesmo tempo; e como Marta nos afadigamos com tantas coisas – quando na
verdade uma coisa somente importa. O Memento mori é justamente para pararmos,
pensarmos e respondermos: O QUE REALMENTE IMPORTA? Se tivesse que
escolher apenas uma única coisa na minha vida, o que eu escolheria? – essa é a
pergunta fundamental.
Viver com inteligência e sabedoria,
significa entender as consequências de seus atos, pois com raríssimas oportunidades nos recuperarmos das más escolhas ou decisões erradas que tomamos sem
qualquer reflexão. Assim como ocorreu com o jovem pródigo da parábola, contada por Jesus, que para
piorar sua situação, teve que enfrentar uma seca terrível e uma consequente onda
de desemprego que lhe deixou completamente sem eira e sem beira. Quando arrogantemente e estupidamente rompeu
todos os laços familiares e partiu para uma terra distante, ele jamais poderia
imaginar que acabaria morando em um chiqueiro, desejando comer a comida que era destinada aos porcos.
A nossa vida está sujeita a mudanças dramáticas
e até mesmo irreversíveis, que podem ocorrer a qualquer momento: um derrame, um
ataque cardíaco, um acidente. Mas mesmo que venhamos ou estejamos vivendo nossas
vidas da idade madura, ainda podemos não experimentar a realização. Muitas pessoas envelhecem muito mal, em decorrência das escolhas irrefletidas dos anos de juventude. E retomando a parábola de Jesus citada acima, aqui lembramos do segundo filho, o irmão do pródigo, que não saiu de casa, mas viveu uma vida amargurada, frustrada, decepcionado com o próprio pai, o irmão e consequentemente com todos e com tudo - era profundamente infeliz.
Memento mori é o tempo de reflexão; de pensar e
valorizar as coisas simples, a alegria de um sorriso, o trabalho (que não necessariamente
tem que ser uma maldição); sobre amar e ser amado; sobre caminhar, viajar, estudar,
uma noite com amigos, a celebração familiar do natal, a leitura de um bom
livro, um bom filme, enviar uma mensagem para alguém.
Mas cada uma destas pequenas coisas
podem ser um fardo pesado; podem ser frustrantes, chatos, irritantes e sem
vida. Mas quando considerados à luz da eternidade, podem se revestir de uma
beleza incomparável: sentir o prazer de respirar, desfrutar da companhia de
outras pessoas, apreciar a beleza ao redor, oferecer e/ou receber um gesto de
bondade, enfim, descobrir a preciosidade e encanto da vida. O resultado é que
você vai desenvolver uma vida saudável e com qualidade.
Muitas pessoas, porém, podem achar que Memento mori seja uma atitude mórbida, desequilíbrio psíquico; alguma anormalidade. É evidente que há sempre esse risco, quando se torna algo obsessivo. Mas para que isso não venha a ocorrer devemos tomar as Escrituras bíblicas como parâmetros, de maneira que ela não permitirá que extrapolemos os limites saudáveis desses momentos. Outro auxilio indispensável é a oração: Senhor, nos dê a cada dia o necessário e que possamos nos contentar com isso. Que as nossas atividades cotidianas sejam para o teu louvor e glória. Quando fazemos desta forma a nossa vida torna-se cada vez mais preciosa e encantadora.
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