A Soberania de Deus sobre a História é claramente
manifestada no estabelecimento de Impérios, assim como também a causa direta de
suas quedas. Poucos impérios influenciaram tantos, em tantos lugares, por tanto
tempo como o império grego. As conquistas de Alexandre o Grande a partir de 334 a.C., quando desembarcou em
Trôade, até sua morte, na Babilônia em 323 a.C., demarca o momento da
introdução do pensamento grego no mundo. Suas conquistas transformaram vida no
Oriente Próximo e a cultura helenística espalhou-se rapidamente por todos esses
países. O comércio internacional progrediu vigorosamente sob o novo clima
cultural e político.
Ainda hoje o mundo ocidental ainda sente indelevelmente
os efeitos do chamado helenismo. As contribuições da civilização grega para a
implantação e expansão do cristianismo têm sido estudas exaustivamente,
perfazendo milhares de páginas de pesquisas e ainda há muito a ser pesquisado.
Vejamos alguns aspectos do império grego que contribuíram efetivamente à
expansão da mensagem cristã:
§Helenismo: As conquistas de Alexandre o Grande transformaram o modus vivendi no Oriente Próximo e a cultura
helenística espalhou-se rapidamente por todos esses países. O comércio
internacional progrediu vigorosamente sob o novo clima cultural e político. Helenismo,
que é o substantivo derivado do verbo “ellenizo” (falar grego), originalmente
significava o uso adequado da língua grega. Na Grécia do século IV, era uma
exigência para distinguir o grego do estrangeiro, pois os estrangeiros tinham
se tornado tão numeroso que tornou-se um risco cultural, pois se constituía em uma
influência corruptora do idioma dos próprios gregos. Por esta razão a retórica fazia parte integrante do
currículo acadêmico no Liceu de Atenas, que era dividida em cinco partes
denominadas de “virtudes da dicção”, cuja
premissa básica era o Helenismo, ou seja, a gramatica e correta utilização da
linguagem grega sem qualquer corrupção estrangeira (bárbaros). Posteriormente,
fora da Grécia o termo foi adquirindo um sentindo cultural mais amplo de adoção
do estilo de vida grego. Com o desenvolvimento do cristianismo, helenismo
passou a incluir também um sentido religioso abarcando todas as manifestações cúltica
não apenas dos gregos, mas de todas as religiões não cristãs (pagãs), sendo
esse o sentido que os chamados Pais da
Igreja, principalmente de origem grega, fizeram uso deste termo em suas
obras polemistas, onde defendem e fazem distinção entre o cristianismo e as
demais religiões.
§Idioma
Grego (Koinê): Sem dúvida alguma a
maior contribuição do helenismo foi popularizar a língua grega. O grego Koinê
(popular) tornou-se a língua comercial-cultural de âmbito internacional (o
inglês dos nossos tempos).
Como
a maioria dos judeus, após a diáspora,[1] permaneceu
vivendo foram da Palestina, houve a necessidade de se efetuar uma tradução da
Bíblia Hebraica para a língua grega, que recebeu o nome de Septuaginta e/ou Versão
dos Setenta (LXX),[2] e
que foi amplamente utilizada nas Sinagogas espalhadas por todo
o Império Romano.
O
cristianismo, apesar de iniciar na Palestina, nasce permeado pelo helenismo. A
literatura cristã, ainda que fosse escrita por judeus, com exceção de Lucas,
utilizou-se da língua grega popular para comunicar sua mensagem e desta forma
se universalizar. O foco irradiador deste cristianismo
helenizado foi a cidade de Antioquia, substituindo Jerusalém (o
centro judaico) e onde pela primeira vez os seguidores de
Cristo são denominados de cristãos (christianoi).
O apóstolo
Paulo compreendia muito bem o processo transcultural helenista
e utilizou-se dele para expandir o cristianismo, partindo sempre das sinagogas
espalhadas por todo o mediterrâneo, onde o grego era falado e a Septuaginta era
utilizada, por isso a razão de se encontrar tantos prosélitos nessas
sinagogas. Suas inúmeras correspondências, portanto, suas argumentações, foram
elaboradas nesse contexto helenista e na língua grega, o que se pode comprovar
pela sua utilização das citações da Septuaginta e não dos textos hebraicos.
Entretanto, torna-se precipitado concluir que Paulo e os demais
escritores neotestamentários foram totalmente absorvidos pela mentalidade e
conceitos gregos, ao contrário, o pensamento deles continuou hebraicamente
concreto e não filosoficamente abstrato como
no pensamento grego.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências
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[1] Diáspora
[Dispersão]: é utilizado para se referir os judeus que após o Cativeiro
Babilônico optaram por permanecerem morando fora da Palestina (https://reflexaoipg.blogspot.com/search/label/Gloss%C3%A1rio%20B%C3%ADblico)
[2] Septuaginta
[LXX]: foi a primeira tradução da Bíblia Hebraica para uma outra língua, no
caso, o grego. Foi realizada no período de 250 a.C., sendo amplamente utilizada
pelos judeus da diáspora que estavam perdendo o contato com a língua materna. É
conhecida também pelo nome de “Setenta” abreviada pelos algarismos romanos LXX.
No cristianismo primitivo foi fundamental para comunicar a mensagem evangélica
tanto aos judeus quanto aos gentios (https://reflexaoipg.blogspot.com/search/label/Gloss%C3%A1rio%20B%C3%ADblico)
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