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O
livro do Apocalipse contém Sete Bem Aventuranças. A primeira
esta logo nas linhas iniciais "Bem aventurado o que lê e os que ouvem" (1.3).
A segunda
Bem Aventurança demora um pouco aparecer "BEM
AVENTURADOS OS MORTOS QUE MORREM NO SENHOR" (14.13).
Os cristãos evangélicos brasileiros encontram muita
dificuldade para compreenderem a verdadeira dimensão e importância das Bem
Aventuranças contidas no Apocalipse, pois enquanto gozam não apenas de
liberdade religiosa, mas de status social (ainda que o preço tenda a ser muito
alto), aqueles cristãos dos dias do Apocalipse estavam debaixo de uma opressão
enorme e muitos estavam sendo mortos por causa de sua fé em Jesus.
Enquanto para aqueles primeiros irmãos cada uma das Bem
Aventuranças era balsamo para suas almas afadigadas pelas opressões advindas
sobre eles e tônico revigorante para a fé que estava sendo provada ao extremo;
para os cristãos brasileiros, que vivem um cristianismo light em constante
flerte com a sociedade na busca da ascensão social, estas Bem Aventuranças não
repercutem com intensidade em suas vidas cotidianas.
"BEM
AVENTURADOS OS MORTOS QUE MORREM NO SENHOR"
A partir de 14.6 o escritor começa a descrever o que
aguarda futuramente aqueles primeiros irmãos da fé. Os capítulos 14 a 20
constituem o "vale da sombra da morte" pelos quais eles
terão que passar. Mas a mensagem evangélica jamais foi fatalista ou
desesperadora, de maneira que ao final o seu Pastor sempre haverá de
conduzi-los aos "pastos verdejantes e as águas tranquilas"
como está descrito de forma impressionante nos capítulos 21 e 22.
A segunda Bem Aventurança vem logo após uma sequência de
três anúncios angelicais. O primeiro é o anuncio de que é chegada o dia do
julgamento (14.6-7); o segundo prenuncia a queda da Babilônia; e o terceiro
anúncio declara a definitiva derrota do poder maligno. Estes três anúncios
reafirmam uma verdade: os impérios déspotas (representado naquele momento pelo
Império Romano) já estão condenados e a sentença já esta sendo executada. É
fundamentada nesta verdade que se sustenta a perseverança dos cristãos quem
obedecem à vontade de Deus e não negam a sua fé em Jesus (14.12) e ainda que o
martírio preencha toda a retina deles, encontram fé e animo para declararem em
alto e bom som com toda a ousadia da fé cristã: "FELIZES OS QUE
MORREM NO SENHOR!" E somente podem morrer no
Senhor aqueles que verdadeiramente vivem e perseveram nEle.
Então, após o testemunho da perseverança e fé daqueles
crentes, "uma voz dos céus", ou seja, uma voz
investida de poder e autoridade divina dá ordem para que João registre e o Espírito
é testemunha: "Felizes os que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz
o Espírito, eles são verdadeiramente benditos, pois agora descansarão de todas
as suas fadigas e provações; porque as boas obras deles os acompanham para o
céu!" (14.12-13). Estas
palavras é uma afirmação de Deus, e não do evangelista.
Ainda que esta Bem Aventurança visasse em primeiro plano
aqueles leitores iniciais, o seu efeito esparge sobre todos os crentes em todos
os lugares e em todo o tempo - todos os que morrem no Senhor são Bem
Aventurados. E esta felicidade vem em dose dupla:
1ª)
"descansam de seus trabalhos" A palavra
grega utilizada aqui para "descanso" trás a ideia de "ser
refrescado, revigorado". A palavra original para "trabalhos"
significa "serviço ou tarefa realizada debaixo de intensa pressão".
Aqueles primeiros cristãos e todos os que servem a Cristo com integridade
sempre sofrerão intensa pressão por parte da sociedade corrupta e seu mentor
Satanás. O próprio Senhor antecipou esta situação ao fazer o precioso convite:
"Vinde a mim todos os que lutam e que estão
sobrecarregados, e eu darei descanso para suas almas" (Mt 11.28),
mas neste contexto o descanso tem a dimensão da glória celestial e eterna; as
maiores e mais terríveis lutas e pressões deste mundo, tornam-se
totalmente insignificantes, diante da Bem Aventurança eterna.
2ª) "suas
obras os seguem" Tudo quanto os cristãos realizam em e por Cristo
será plenamente reconhecido e valorizado pelo seu Senhor e Salvador. Os
genuínos crentes jamais entrarão na glória de mãos vazias, mas levarão consigo
cada uma das oportunidades que lhe foi concedido para investir o que é, e o que
tem, em benefício da causa do seu Senhor. Infelizmente, uma grande parcela dos
atuais cristãos, vive indiferentemente, como aquele personagem da parábola que
recebeu apenas um talento e o enterrou, ou esbanjando dissolutamente os bens de
seu Senhor, pensando que ele vai demorar em voltar, como outro personagem de
parábola.
"BEM AVENTURADOS OS MORTOS QUE MORREM NO SENHOR"
É importante destacar também o aspecto contrastante entre
o final do incrédulo e do crente. Enquanto o destino final dos incrédulos é
descrito como de tormento eterno (14.11); o destino
eterno dos bem aventurados, em decorrência de sua fé, perseverança e
serviço e descrita como de plena e eterna tranquilidade e paz.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http.//historiologiaprotestante.blogspot.com.br//
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Comentário (1.1-3)
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Li gostei, é muito importante conhecer mais a respeito dessa matéria tão importante para o nosso crescimento espiritual. Eu sou um admirador de tudo concernente a escatologia. Amém.....
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