Estas duas perguntas podem conter
muitas semelhanças, mas a resposta de cada uma delas conduz a respostas finais
muito distintas.
Um jovem pastor luterano passou anos
lutando contra o nazismo e por fim foi preso e por fim condenado à morte. O seu
nome era Dietrich Bonhoeffer e enquanto aguardava o desfecho final ele escreveu
inúmeras cartas a parentes e amigos. Em uma delas, escrita para escrita a Maria
von Wedemeyer, ele exprime a sua convicção que, nos anos vindouros, ou
seja nos dias atuais, a grande questão para os cristão seria não Quem é Jesus
Cristo, mas Quem é Jesus Cristo para mim?
Como mencionei no início elas possuem
semelhanças, mas são distintas em seu cerne. O que as distinguem?
A primeira questão é levantada por
qualquer pessoa que se disponha a pesquisar e escrever sobre Jesus Cristo. Ele
é um personagem histórico controverso e ao longo dos séculos tem suscitado
intermináveis teses e debates acadêmicos. Milhões de páginas já foram e com
certeza continuarão a serem produzidas sobre esta questão. Mas sejam quais
foram as conclusões destes exaustivos trabalhos literários e acadêmicos, o fato
é que não muda uma vírgula na vida de seus escritores/pesquisadores.
Mas a segunda formulação: Quem é Jesus
Cristo para mim? É pessoal! Não se trata e não se contenta com uma resposta,
ainda que honesta e correta, sobre a pessoa de Jesus Cristo, mas do que Ele
representa e o que Ele significa para minha vida e para minha história presente
e futura.
Vivenciamos hoje a multiplicação da
informação. O google e tantos outros motores de busca nos possibilitam em
alguns minutos termos acesso a milhares de páginas e pesquisas sobre todos e
quaisquer assuntos que possa nos interessar. Se colocarmos agora em um destes
buscadores “Jesus Cristo” milhares de endereços eletrônicos surgirão a ponto de
não termos tempo suficiente para examinar cada um deles. A nossa cultura está
fascinada e inundada pela informação, mas poucos são aqueles que exigem
qualquer compromisso pessoal com o tema pesquisado. E esta ausência de
compromisso pessoal com o tema pesquisado, neste caso em particular Jesus Cristo,
produzira milhões de informações, MAS NENHUM COMPROMISSO COM ELE. E está tem
sido a grande artimanha do inferno nestes séculos pós iluminismo. O que Satanás
não suporta em hipótese alguma é qualquer compromisso pessoal com Jesus Cristo.
Ele tem que ser mantido à distância como se deve fazer com qualquer objeto de
estudo. Nada de envolvimento pessoal. Jesus Cristo deve ser apenas um tema e/ou
objeto de estudo e pesquisa – nada mais.
Nunca se falou, escreveu, estudou,
debateu, produziu tanto sobre Jesus Cristo, como nos nossos dias atuais.
Todavia, poucas gerações se postam de forma tão alienantes de Jesus e Seu
Evangelho, como as gerações destes últimos milênios.
Todavia, muitos cristãos, espero que o
leitor seja um deles, estão descobrindo que informação sobre Jesus Cristo não é
suficiente, não satisfaz a sede da alma e não produz perspectiva futura
tranquilizadora. É preciso algo mais. Um compromisso de obediência e fé. E isso
só é possível para aqueles que podem responder com toda convicção o que Jesus
Cristo é para sua vida.
Na teologia se faz distinção entre a
igreja como organização e a igreja como corpo de Cristo. Participar da primeira
não implica que a pessoa de fato automaticamente faz parte da segunda.
Desde Constantino para hoje a grande
preocupação passou a ser em arrolar pessoas na igreja organizacional. Antes ser
membro da igreja implicava em perda, perseguição e muitas vezes em martírio;
depois ser membro da igreja institucional passou a ser uma busca implacável pela
prosperidade, status social e vida confortável.
Antes para receber o batismo e ser
arrolado como membro em uma igreja cristã exigia-se um compromisso de
obediência vivencial dos princípios estabelecidos pelo Senhor Jesus Cristo e
registrados nas Escrituras bíblicas. Hoje basta a pessoa frequentar regularmente
e contribuir financeiramente com a respectiva instituição religiosa e se a
contribuição for muito boa, a frequência presencial pode ser bastante
flexibilizada.
Quando estudamos sobre a vida das
mulheres e homens que responderam de forma pessoal e vivencial a pergunta sobre
quem era Jesus para suas vidas, verificamos rapidamente o quão distantes
estamos desta realidade. Talvez esteja sendo muito duro, mas vivemos o mais
baixo nível de espiritualidade desde os primeiros séculos do cristianismo.
Nunca houve um número tão grande de “cristãos” destituídos de um compromisso de
obediência e fé nas Escrituras. O
inferno nunca vendeu tanto a “fé sem compromisso de obediência” como nestes
últimos dias atuais. Não é sem razão que Jesus levantou esta questão olhando
para os nossos dias: “Quando o Filho do Homem retornar encontrará, pois, fé
na terra? Lucas 18.8” A qual fé Jesus está se referindo?
Certamente não é a fé genérica reproduzida pelas informações
literárias/acadêmicas; mas a fé pessoal vivencial daqueles que tem um
compromisso de obediência com a Sua vontade e propósito.
Cada um de nós tem que responder à
esta questão singular: Quem é Jesus na sua vida? Ter dúvida sobre a resposta ou
simplesmente ignorá-la revela sua resposta. Quando Jesus Cristo não produz
qualquer impacto na sua vida; se o Evangelho não produz mudanças radicais em
sua forma de ver e viver sua vida; significa que Jesus Cristo é apenas um
produto de conhecimento e pesquisa e nada mais. Mas sou constrangido a lhe
dizer que este conhecimento, por mais amplo que seja, não vai lhe salvar a
alma.
Quem
é Jesus Cristo para mim? Quem é Jesus Cristo na minha vida? Esta é a questão
que preciso responder com toda convicção de meu coração; esta é a pergunta que expressa
a fé salvadora e vivencial. Não fico satisfeito com menos do que um compromisso
de obediência com a vontade de meu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Meu objetivo
maior na vida é estar a cada dia mais semelhante a Ele, a ponto de ser
identifico com Ele em tudo que penso e faço.
Quem é
Jesus Cristo na sua vida?
Utilização
livre desde que citando a fonteGuedes,
Ivan PereiraMestre
em Ciências da Religião.me.ivanguedes@gmail.comOutro
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