sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Evangelho: Cafarnaum a Cidade de Jesus


            A cidade de Cafarnaum ocupa um espaço muito especial nas narrativas evangélicas, pois é aqui que Jesus iniciara de fato seu ministério terreno. Foram os moradores desta cidade litorânea que tiveram o privilégio de contemplarem com seus próprios olhos os primeiros milagres públicos realizados por Jesus; foi na Sinagoga de Cafarnaum que Jesus leu e expos com poder e autoridade nunca antes ouvida as Escrituras do Primeiro Testamento. Nem Jerusalém e nem seu Templo, mas a distante Cafarnaum e uma simples casa foi o lugar que Jesus escolheu para se constituir em sua base missionária e aqui periodicamente ele vinha com seus discípulos depois de suas viagens evangelísticas por toda Palestina judaica.
Localização e História
            Uma das mais encantadoras imagens da Palestina judaica é o chamado mar da Galileia, também conhecido como mar de Tiberíades ou lago de Genesaré (em hebraico: יָם כִּנֶּרֶת; em árabe: بحيرة طبريا) que se constitui em um extenso lago de água doce localizado no Distrito Norte de Israel.
Ao derredor deste espaço hidrográfico, existiam algumas cidades pesqueiras como: Genesaré (Mt 14:31, Mr 6:53, Lc 5:1) , Magdala (Mt 15:39) , Tiberíades (Jo 21:1, Jo 6:1, Jo 6:23), Cafarnaum a maior delas (Mt 4.13, Jo 6.17) , e algumas outras. Por esta razão o lago recebeu tantos nomes diferentes – mar da Galileia[1] porque fica na região com este nome e Mar de Tiberíades e Lago de Genesaré, pois, havia cidades ao redor dele com estes respectivos nomes.
Este belíssimo lago está intimamente relacionado com o ministério público de Jesus Cristo. A cidade de Cafarnaum, sua base missionária (Mt 9.1), estava em suas margens. Foi aqui que Jesus convocou seus primeiros discípulos: Pedro e seu irmão André, e Tiago e João, e os constituiu em "pescadores dos homens" (Mt 4.18,22 ; Mc 1.16-20 ; Lc 5. 1-11). Foi em uma das travessias desse lago que se forma uma enorme tempestade e Jesus a acalma com uma simples ordem: “Aquietai” (Mt 8.23-27 , Mc 7.31-35 );[2] e finalmente é às margens desse precioso lago que o Jesus ressurreto se revelou aos seus discípulos (João 21).
É chamado de “mar” por causa de suas dimensões privilegiadas, chegando aproximadamente 11/14 km de largura por 22/24km comprimento, 212 metros abaixo do nível dos oceanos, nos lugares mais fundo próximo de 50 metros. Desta forma, as cidades ao seu derredor movimentavam sua economia com o ramo pesqueiro, com uma variedade grande de peixes, cerca de vinte e duas espécies.
            A localização de Cafarnaum está ao longo da fronteira dos territórios de Zebulom e Naftali (Mt 4.13) na costa noroeste do Mar da Galileia. Sua localização é de pouco mais de três quilômetros do ponto onde o rio Jordão desemboca no Mar da Galileia e a cerca de pouco mais de quinze quilômetros da atual Tiberíades. Seu nome hebraico é Kfar Nahum, o que significa "vila de Nahum".[3] E apesar de não ser mencionada no Primeiro Testamento é mencionada pelo menos dezesseis vezes no Segundo Testamento.
            A evidência arqueológica demonstra que a cidade surgiu no século II aC, no período Hasmoneano. Nos dias de Jesus a cidade vivia seus dias mais gloriosos, com uma população máxima de 1.500 habitantes,[4] mas apesar de não estar entre as maiores cidades da região ela era privilegiada em sua localização geográfica. Seus recursos econômicos eram a pesca, a agricultura (principalmente frutas), a indústria (da pesca e a fabricação de equipamentos tais como pedras de moagem de grãos e prensas de azeitonas de pedra basalto) e o comércio.
Para começar, Cafarnaum era uma cidade fronteiriça e por isso ali funcionava uma alfândega (Mc 2.13-15)[5] ao longo da principal estrada imperial[6] que levava a Damasco. Era também o único assentamento na margem noroeste do grande lago. As caravanas de comerciantes traziam seda e especiarias de Damasco e retornavam com os peixes secos e as frutos das planícies de Genesaré. Na costa do lago, onde Pedro e outros pescadores trabalhavam, os arqueólogos descobriram uma área de venda de peixe.[7]
            Cafarnaum comercialmente estava conectada de forma proeminente às regiões do norte, ou seja, a Galileia superior, Golã, Síria, Fenícia, Ásia Menor e Chipre.[8] Por outro lado, os contatos com o centro e sul da Palestina foram surpreendentemente escassos, por está razão havia muita discriminação dos moradores da Judéia e Jerusalém em relação aos habitantes de Cafarnaum e região.
As narrativas evangélicas indicam a presença de um destacamento de soldados romanos em Cafarnaum (Lc 7.1-10, Mt 8.5-13)[9] enfatizando a importância da cidade como uma encruzilhada para muitos viajantes, por causa do intenso comercio, que saiam e entravam na Tetrarquia de Herodes Antipas.[10] A cidade tinha sobre sua jurisdição pelo menos 8 km da costa do lago, das nascentes até ao rio Jordão superior e ainda hoje, este lado do lago é particularmente rico para a pesca. Provavelmente essa foi a razão pela qual Pedro e André deixaram sua cidade de origem, Betsaida, e se instalaram em Cafarnaum como um lugar mais adequado para sua atividade pesqueira.
Foi em Cafarnaum e região que Jesus passou a maior parte de seu ministério terreno, a ponto desta pequena cidade ser chamada de sua “a casa” (Mt 9.1; Mc 2.1), devido ao fato que ela se constitui no centro do ministério de Jesus na Galileia.[11] O mais interessante é que ele não nasceu em Cafarnaum, seus pais não viveram lá, e Ele não cresceu lá.
Jesus era conhecido como o Nazareno, pois havia crescido em Nazaré. Mas seus contemporâneos foram implacáveis com ele e sua mensagem a ponto de Jesus declarar – o profeta não é reconhecido em sua própria casa. A partir de então se transfere para Cafarnaum, onde moravam Pedro e João e Tiago e André, e nesta cidade e seu entorno Jesus realizou mais milagres e pregou mais sermões do que em qualquer outro lugar durante todo o ministério.
Sobre a importância histórica desta região e desta cidade em particular o estudioso O. Palmer Robertson, expressa com muita propriedade:
 Observando como a liderança judaica e Herodes trataram João Batista, Jesus lançou estrategicamente Seu próprio ministério na Galileia dos gentios, em Cafarnaum, que estava junto ao mar (Mateus 4.12-16; ver Isa. 9.1-2). Não foi sem razão que o Senhor [Deus] indicou a Abraão que ele deveria se instalar nessa estreita faixa de terra que se conectava a três continentes. Durante milhares de anos, viajantes da África para a Europa, da Ásia para a África passaram pela Via Maris, o "Caminho do Mar". Pelo mesmo local de Cafarnaum, eles passaram, e eles continuavam a passar pelos dias de Jesus. Ao inaugurar o seu ministério público na Galileia dos gentios ao longo da principal rota comercial internacional, Jesus estava fazendo uma declaração. Esta terra serviria de trampolim para todas as nações. O reino de Deus abrangeria um reino que se estenderia para muito além das fronteiras do antigo Israel. Como Paulo indica tão claramente, a promessa de Abraão de uma nova perspectiva da aliança significava que seria herdeiro do cosmos (Romanos 4.13). Todas as nações, terras e povos experimentariam as bênçãos desta regra benevolente (1996, p. 11).
Chamada dos primeiros discípulos
Foi na vizinhança de Cafarnaum que Jesus escolheu vários de seus apóstolos, começando pela dupla de irmãos: Pedro e seu irmão André (Mc 1.16-18) e João e Tiago, filhos de Zebedeu (Mc 1.19-20). Como referido acima em Cafarnaum havia uma alfandega e, por conseguinte coletores de impostos, denominado pejorativamente pelos judeus radicais (fariseus e escribas) de publicanos. E foi um destes impopulares e desprezados coletores, chamado Levi (posteriormente Mateus),[12] que Jesus chama para fazer parte de seu grupo apostólico (Mc 2.13-14; Mt 9.9).
Pouco antes de Sua ascensão ao céu, Jesus deu a Grande Comissão (Ide por todo o mundo e pregai o evangelho) aos seus apóstolos, agora com menos um: "os onze discípulos foram para a Galileia, para o monte que Jesus designou para eles" (Mt 28.16). E fazia todo o sentido a ordem de Jesus, pois Cafarnaum e a região era o entroncamento das principais vias nacional e internacional. Era pelo “Caminho do Mar”, referido tanto no Primeiro quanto no Segundo Testamento (Is 9.1; Mt 4.15), que os comerciantes de todo o mundo transitavam com suas mercadorias, indo e vindo o tempo todo, e cuja cidade de Cafarnaum era o entreposto deles. Esses detalhes nos ajudam a entender como a fama de Cristo e sua mensagem se espalhou tão rapidamente pela Síria e "Galileia, Decápolis, Jerusalém, Judéia e além do Jordão" (Mt 4.23-25), bem como posterior à sua ressurreição as comunidades cristãs se formaram rapidamente por tantos lugares simultaneamente.
            Foi a partir de Cafarnaum que Jesus começou a "pregar o evangelho do reino de Deus" (Mc 1.14-15). Mateus declara que Jesus começou Seu ministério aqui para cumprir a profecia do Primeiro Testamento (Mt 4.13-16, cf. Is 9.1-2) - "A terra de Zebulom e a terra de Naftali" eram porções da Terra Prometida que tinham sido dadas a essas tribos durante os dias de Josué (Js 19. 10-16, 32-39). O profeta Isaías proclamou sua mensagem mais de setecentos anos antes da vinda de Jesus Cristo. Enquanto Nazaré está na área tribal de Zebulom, Cafarnaum está situada em Naftali. Ambos os nomes tribais são mencionados na mensagem de Isaías. De acordo com o Talmude, a tribo de Naftali controlou a área ao redor do Mar da Galileia e eles eram uma tribo de pescadores (BT Baba Kama). Isaías, na passagem acima, também menciona que o ministério do Messias seria na área do rio Jordão. Jesus frequentemente cruzou o Jordão para a área de Herodes Felipe, que era conhecida naquele tempo como Gaulinite.

A Relevância de Cafarnaum no Ministério de Jesus
·         Tornou-se sede do ministério galileano de Jesus (Mt 9.1).
·         Jesus ensinou na sinagoga de Cafarnaum (Mc 1.21; 3.1; Lc 4.33-38).
·         Jesus curou o servo, que estava prestes a morrer, do centurião da guarnição militar estabelecida em Cafarnaum (Mt 8.5-13; Lc 7.1-10).
·         Jesus curou a sogra de Pedro e muitos outros (Mt 8.14-17; Mc 1.21-34; Lc 4.31-40).
·         Os demônios foram expulsos de muitas pessoas, e confessavam que Cristo era o Filho de Deus (Lc 4.41).
·         Jesus fez com que quatro discípulos pegassem peixes de forma milagrosa (Lc 5.1-11).
·         Um homem paralítico foi curado quando seus amigos o introduziram pelo teto da casa onde Jesus estava (Mt 9.1-8; Mc 2.1-12; Lc 5.17-26).
·         Jesus levantou a filha de Jairo dentre os mortos (Mt 9.18-26; Marcos 5.22-43; Lc 8.40-56).
·         Jesus curou a mulher que tinha um "fluxo de sangue" a doze anos (Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48).
·         Jesus curou o homem com a mão ressequida no dia de sábado na sinagoga (Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11).
·         Através de um peixe, Jesus forneceu o dinheiro para que Pedro pagasse o imposto (Mt 17.24-27).
·         Cura do filho de um nobre da corte do rei Herodes Antipas (Jo 4.46-54).
·         Jesus declarou ser o "pão da vida" em um sermão na sinagoga de Cafarnaum (Jo 6.30-59).
Cafarnaum Como Modelo de Incredulidade e Juízo
Os moradores de Cafarnaum, Corazim e Betsaida foram os que mais presenciaram os milagres de Jesus (Mt 11.20-24).  Todavia, Jesus pronunciou o mais duro juízo sobre seus moradores (Mt 11.21-24; Lc 10.15).
Para a cidade de Sodoma haverá menos rigor no dia do juízo, do que para os moradores destas cidades, que apesar do número único de evidências que nosso Senhor lhes apresentou, não creram nele e permaneceram na incredulidade impenitente.
O resultado é que estas três cidades foram todas destruídas, e Cafarnaum tornou-se ruínas virtualmente desabitadas por séculos. Somente com o estabelecimento de diversos sítios arqueológicos na região, estas cidades voltaram a serem tiradas do limbo histórico e referidas novamente.
Quando Jesus Vive Onde Você Mora
            Nas referências bíblicas o Messias é chamado “Emanuel” que significa “Deus conosco” (Is 7.14; Mt 1.23). Jesus, o Emanuel, morou na cidade de Cafarnaum próximo ao Mar da Galileia. Caminhou em suas ruas, comprou em suas feiras livres (shuk). Imagine o Deus Eterno caminhando e fazendo as coisas mais comuns possíveis! De repente alguém grita – milagre! E logo você fica sabendo que Jesus curou algum doente ou libertou alguma pessoa possessa. A maioria dos moradores de Cafarnaum conviveu e viu o que Jesus fez e ouviu o que Jesus ensinou, mas apenas deram de ombros e continuaram vivendo suas vidas como se nada de mais estivesse acontecendo. Suas vidas não foram afetadas ou alteradas em absolutamente nada!
            Diante desta incredulidade e apatia Jesus proferiu suas mais duras e implacáveis palavras de juízo: "E você, Cafarnaum, você será levado para o céu? Não, você vai até as profundezas. Se os milagres que foram realizados em você tivessem sido realizados em Sodoma, teria permanecido até hoje. Mas eu digo-lhe que será mais suportável para Sodoma no dia do juízo do que para você" (Mt 11.23-24).
Desperta tú que dormes!
            As Escrituras alertam: “... todos os que receberam muito, muito será exigido; e há quem foi confiado muito, muito mais será cobrado" (Lc 12.48). Haveremos de dar conta de cada verdade ouvida e aprendida que já recebemos. É provavelmente por esta razão que os professores serão julgados mais severamente do que outros (Tg 3.1).
Cafarnaum ilustra para nós que vivemos em um planeta visitado. Aquele que se chama "... Maravilhoso Conselheiro, Deus poderoso, Pai eterno, Príncipe da Paz" (Is 9.6). A cada Natal e a cada Páscoa somos lembrados de que Ele veio viver conosco por uma curta temporada em nossa Cafarnaum. A Sua luz resplandecente tem iluminado os mais obscuros recantos deste mundo tenebroso. Depois que Jesus Cristo andou pela região da Galileia ela nunca mais foi a mesma - nem o mundo tem sido o mesmo.
Diante desta verdade você tem apenas duas alternativas: Crer em Jesus como Senhor e Salvador de sua vida ou simplesmente dar de ombros e seguir como se nada disso tivesse alguma coisa haver com sua vida.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
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VERBIN, John S. Kloppenborg. Excavating Q: The History and Setting of the Sayings Gospel. Minneapolis, MN: Fortress Press 2000.




[1][1] A Galileia se tratava de uma região localizada no Norte de Israel, divida em duas partes, a saber a Galileia superior no sentido nortee um pouco mais montanhosa, e a Galileia inferior no sentindo sul. Essa "inferior" é mesma pela qual Jesus desenvolveu grande parte de seu ministério, no entanto, o objetivo aqui, não é tratar da extensão territorial, mas somente para que você compreenda que se tratava de uma grande região, a qual abrigava muitas cidades como veremos nos mapas abaixoque por sua vez, tinha esse grande ajuntamento de águas nessa localidade, então se atribuiu o nome de Mar da Galileia (Jo 6:1, 4:18, Mc 1:16), obviamente por sua localização geográfica. 
[2] Na narrativa de Mateus 8:22-27,  Marcos 4:35-41 e Lc 8:22-25, nos mostra os respectivos textos, nos apresentam uma tempestade nesse lago, isso para nós sem dúvidas é difícil de compreender, os lagos que conhecemos são tranquilos, calmos e quietos, não obstante, existe uma explicação lógica para essa verdade bíblica, pois durante o dia, as águas do mar/lago é aquecido pelo sol, e subitamente recebe correntes de ar frio que desce da Cordilheira do Hermom conhecida também como Monte Hermom, que por sua vez fica a não muitos quilômetros dali e durante o ano todo no seu topo está "banhado" com neve, então quando essa massas gasosas de ar frio se chocam com as águas quentes, levantam grandes borrascas atemorizantes, a ponto de até os mais experientes pescadores acostumados com situações desfavoráveis, clamarem por socorro ao Mestre que estava tranquilamente dormindo (Mt 8:25). 
[3] Muitos comentaristas identificam uma referência ao seu habitante mais famoso, o profeta Naum. Todavia, diversos escritores antigos ignoraram o problema desta identificação, pois liam Nahum como um substantivo comum. Por exemplo, Orígenes interpretou Kefar Nahum como "a aldeia de consolação" do significado etimológico da raiz hebraica (consolo); enquanto Jerônimo em alguns casos traduziu o mesmo nome como "a bela cidade", do raiz hebraico (beleza).
[4] Porém, muito maior do que a pequena vila de Nazaré, que tinha uma população aproximada de apenas 400 pessoas.
[5] Este era o trabalho de Levi , cobrador de impostos , que se tornou discípulo de Cristo e mais tarde foi chamado Mateus . Os fariseus e escribas criticaram veementemente Jesus por fazer amizade com este traidor da pátria (cobrava impostos para o Império Romano) e com outros cobradores de impostos (Zaqueu).
[6] A grande Via Maris entre Damasco ( Síria ) e Cesárea Marítima no Mar Mediterrâneo, e entre Tiro e Egito . Os impostos sobre alfândega eram coletados pelos viajantes nesta encruzilhada.
[7] Esta estrutura bem construída media 2 metros de largura e 5 metros de comprimento e continha duas piscinas grandes, bastante rasas, semicirculares, uma em cada extremidade, com uma plataforma retangular no meio em que, presumivelmente, os peixes foram limpos e vendidos ... As duas piscinas tinham uma camada grossa de gesso estanque [Herold Weiss, “Recent Work at Capernaum,” Bible and Spade, Vol. 10, No. 1 (Associates for Biblical Research), 1981), p. 24.].
[8] Esta conclusão baseia-se no estudo das moedas e dos navios importados até agora encontrados nos sítios arqueológicos em Cafarnaum.
[9] Provavelmente estabelecida a leste da cidade judaica, sob o comando de um centurião, não necessariamente romano, provavelmente contratado como um dos mercenários de Herodes Antipas. Os mercenários provavelmente não eram romanos, mas poderiam ter sido recrutados da Frígia, da Gália ou outras regiões. Eles protegiam a fronteira, forneciam apoio para os cobradores de impostos, que tinham que recolher os impostos prescritos e, em geral, manterem a ordem pública.
[10] Cafarnaum ficava na fronteira política que separava a tetrarquia de Herodes Antipas da região da Galileia então subordinada ao seu irmão Felipe.
[11] Além de Jerusalém, esta é a mais importante de todas as cidades mencionadas nos relatos evangélicos, pois foi aqui que Jesus estabeleceu sua sede para a maior parte de seu ministério público.
[12] Os publicanos eram contratados, por uma determinada porcentagem, para coletar os impostos e taxas das mercadorias que circulavam e no caso particular de Cafarnaum e região, dos peixes pescados no lago da Galileia, cujo “proprietário” era o rei. A casa aduaneira do publicano, Mateus, deve ter ficado em algum lugar onde o Caminho do Mar (Via Maris) passava próximo da margem do lago nos arredores da cidade.

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