O apóstolo Paulo certamente ficaria horrorizado com as igrejas cristãs atuais, pela facilidade e naturalidade com que elas trocaram o genuíno Evangelho por outros pseudo evangelhos forjado na bigorna do inferno.
O apóstolo toma conhecimento de que
os recém-cristãos da região da Galácia estavam abandonando o Evangelho que ele
havia lhes anunciado, por uma mistura sincretista espúria e maligna.
Imediatamente toma sua pena, tinta e pergaminho e se põe a escrever-lhes em tom
pastoral severo, exortando-os de maneira contundente a não darem ouvido a quem
quer fosse que estivesse lhes ensinando qualquer outra mensagem, além daquela
que eles haviam ouvido do próprio Paulo. Pois qualquer um, mesmo que ele
próprio lhes ensinasse outro evangelho deveria ser anatematizado (amaldiçoado).
Esta correspondência paulina tem
sido o instrumento precioso do Espírito Santo para exortar e corrigir a igreja
cristã por todos os séculos até os dias atuais. Mais do que nunca precisamos
nos debruçar sobre esse documento inspirado e apreendermos seus ensinos e
aplica-los à vida das igrejas e dos cristãos do século XXI.
Nunca houve e nunca haverá outro
evangelho a não ser o Evangelho que emana das páginas bíblicas. Voltemos ao
genuíno Evangelho.
Autor e Título:
Paulo identifica-se como o
autor desta epístola com as palavras, “Paulo um apóstolo”. Além de alguns
estudiosos do século 19, ninguém questionou seriamente sua autoria. De todas as
epístolas sem dúvida alguma essa trás as marcas característica do apostolo dos
gentios - Paulinissima Paulinarum – é altamente biográfica. Depois de ampla e
profunda pesquisa, em relação a todas as questões acadêmicas e literárias
envolvendo esse documento neotestamentário o Dr. Findlay declara de forma contundente: “Não há a menor dúvida quanto a autoria,
integridade, ou autoria apostólica da Epístola aos Gálatas que tem chegado até
nós desde tempos remotos”. (1982).
O título é “Pros
Gálatas” [Para os Gálatas], sendo endereçada para “as igrejas da Galácia”. Nenhuma cidade especifica é mencionada no
endereço, mas apenas a região da Galácia - o único exemplo desse tipo nas
epístolas de Paulo. Em termos gerais, sabemos que grande parte do que hoje é
conhecido como Turquia era a Galácia daqueles dias. Seus habitantes eram "gauleses", ou "galli", que significa "povo nobre e guerreiro". A Galácia
abrangia uma extensão bastante ampla que incluía, em si, regiões como
Capadócia, Bitínia, Ponto, Licaonia e Frígia, ao Norte e cidades como Icônico, Listra,
Derbe e até Antioquia (a de Pisídia) ao Sul. Os gálatas eram cidadãos de vilas
interioranas, em vez de habitantes de grandes centros urbanos, de maneira que
as comunidades cristãs estavam espalhadas por toda a região da Galácia, sem um
grande centro em particular – seriam pequenas comunidades locais.
Data:
49 ou 55 d.C.
A data de quando Paulo
escreveu esta carta depende do destino da carta. Existem duas opiniões
principais - A Galácia do Norte e Galácia do Sul. Ryrie resume e
escreve:
No momento da
escrita desta carta o termo “Galácia” era usado tanto para se referir a
questão geográfica quanto para a questão política. A primeira e
mais antiga se referia a Ásia Central Secundária, com as cidades ao norte - Pisidian
Antioquia, Iconium, Listra, e Derbe; o
posterior se referia a província romana (organizada em 25 a.C.) isso incluiu
distritos meridionais e somente àquelas cidades mencionadas. Se a carta foi
escrita para os cristãos da Galácia do Norte, as igrejas foram fundadas na
segunda viaje missionária e a epístola foi escrita na terceira viajem
missionária, ou de Éfeso (por volta de d.C. 53) ou mais tarde (sobre 55) da
Macedônia. A favor disto é o fato que Lucas parece usar “Galácia” só para
descrever Galácia do Norte (Atos 16:6; 18:23).
Se a carta foi escrita para os cristãos da Galácia do
Sul, as igrejas foram fundadas na primeira viajem missionária, a carta foi
escrita depois do fim desta viajem (provavelmente de Antioquia, 49 D.C.,
tornando-a a mais antiga das epístolas de Paulo), e o conselho de Jerusalém
(Atos 15) esteve reunido posteriormente. A favor desta data é o fato que Paulo não
menciona a decisão do Concílio de Jerusalém que estava relacionado
diretamente com as questões dos judaizantes, indicando que o Concílio ainda não
tinha acontecido (1978, p. 1863).
Tema
e Propósito:
A Epístola aos Gálatas foi
o grito de batalha da Reforma Protestante do Século XVI porque ela distingue-se
como um Manifesto de Paulo da Justificação pela Fé. Então tinha sido traduzida
como “a escritura da Liberdade Cristã”. Lutero tinha Epístola em especial
consideração. A Epístola sustenta uma polêmica poderosa contra os Judaizantes e
seus ensinos legalistas. Eles ensinavam, entre outras coisas, que várias das
práticas cerimoniais do Velho Testamento estavam ainda relacionadas à Igreja.
Deste modo, o apóstolo escreve para refutar este evangelho falso com base na
Lei e obras e demonstrar a superioridade da justificação pela fé e a
santificação pelo Espírito Santo.
Além disto, estes
Judaizantes não só proclamavam um evangelho falso, mas buscavam desacreditar o
apostolado de Paulo. Nos primeiros dois capítulos, Paulo defende seu
apostolado e mensagem. Nestes dois capítulos Paulo demonstra convincentemente
que seu apostolado e sua mensagem vieram por revelação do Cristo ressurreto.
Depois, nos capítulos 3 e 4 ele expõe a doutrina genuína da graça, a
doutrina da justificação pela fé somente. Alguns, porém, retrucaram
imediatamente que tal doutrina levaria a licenciosidade, então o apóstolo
demonstra que a liberdade Cristã não significa de modo algum autorização para
qualquer tipo de licenciosidade ou depravação. Deste modo, os capítulos 5 e
6 demonstram claramente que os cristãos devem aprender a viver pelo poder
do Espírito e que não devem manifestar os frutos da carne (pecado) mas o fruto
do Espírito (santificação).
Termos
Importantes:
A frase “justificação pela
fé” e “liberdade da Lei” formam as palavras centrais da epístola.
Versos
Centrais:
·
2:20-21. logo, já não sou eu quem vive, mas
Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no
Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.21 Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça
é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.
·
5:1
Para a liberdade foi
que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo,
a jugo de escravidão.
·
5:13-16. Porque vós, irmãos, fostes chamados
à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede,
antes, servos uns dos outros, pelo amor.14
Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo.15 Se vós,
porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente
destruídos.16 Digo, porém: andai no
Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.
Capítulo
Chave:
O
fato de que os crentes não estão debaixo da Lei de nenhuma maneira significa a
liberdade para fazer como bem lhe agrada, mas o poder para fazer o que devemos
mediante a graça de Deus por meio do Espírito. Assim, o capítulo 5 é
fundamental. Nossa liberdade nunca deve ser usada “como uma oportunidade para
satisfazer a carne”, mas como uma base para amarmos um ao outro na força do
Espírito Santo (5.13, 16, 22-25).
Cristo
como Visto em Gálatas:
Através de Sua morte todos
os crentes morreram para a Lei e através de Cristo receberam a vida (2.20), os
crentes foram livrados da escravidão (5:1f.) e trazidos a uma posição de
liberdade. O poder da cruz fornece libertação da maldição da lei, do poder
de pecado, e da natureza pecaminosa (1.4; 2.20; 3.13; 4.5; 5.16, 24; 6.14).
Esboço:
I.
Pessoal. O Evangelho
da Graça, defesa da Justificação pela Fé (1.1-2.21)
A.
Introdução (1.1-9)
B.
O Evangelho da Graça Veio por Revelação (1.10-24)
C.
O Evangelho da Graça foi Aprovado pela Igreja em Jerusalém (2.1-10)
D.
O Evangelho da Graça foi Vindicado na Repreensão de Pedro, o Líder dos
Apóstolos (2.11-21)
II.
Doutrinal. O
Evangelho da Graça, Justificação pela Fé Explicada (3.1–4.31)
A. A Experiência dos
Gálatas. O Espírito foi recebido por Fé, Não por Obras (3.1-5)
B.
O Exemplo de Abraão. Ele foi Justificado por
Fé, Não por Obras (3.6-9)
C.
A justificação é por Fé, Não pela Lei (3.10–4.11)
D.
Os Gálatas Receberam Suas Bênçãos por Fé,
Não por Lei (4.12-20)
E.
A Lei e a Graça São Mutuamente Exclusivas (4.21-31)
III.
Prático. O Evangelho
da Graça, Justificação pela Fé Aplicada (5.1–6.18)
A.
A Posição da Liberdade. Permanente (5.1-12)
B.
A Prática da Liberdade. Sirva e Ame Um ao outro (5.13-15)
C.
O Poder da Liberdade. Liberdade no Espírito (5.16-26)
D.
O Desempenho da Liberdade. Faça o bem a Todos as pessoas (6.1-10)
E. Conclusão (6.11-18)
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
Universidade
Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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Biográficas
PAULO - Sua Conversão
NT – Epístolas Paulinas
O MUNDO DO APOSTOLO PAULO.
Estrutura Familiar
Referências
Bibliográficas
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WENHAM, G. J. e
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