Introdução
Para
se entender com mais clareza os acontecimentos narrados na segunda parte da Bíblia,
denominada de Novo Testamento, é preciso compreender o seu contexto histórico
mundial, uma vez que segundo o Apóstolo Paulo o Senhor Jesus veio “na
plenitude dos tempos” (Gl 4.4). Portanto, segundo Bo Reicke, “é a História Universal, que forma o pano de
fundo e a moldura do Evangelho e da Igreja primitiva” (1996, p. 07)”.
Um
período de tempo que nos possibilita uma visão bem apurada dos acontecimentos neotestamentário
seria do ano 500 a.C., que marca a reestruturação religiosa, política e cultura
do judaísmo pós-exílio babilônico. Mas, apesar de todo o progresso alcançado
eles permaneciam ainda debaixo de uma hegemonia persa. É fundamental entender a
extraordinária relação de amor e ódio entre o judaísmo e o helenismo,
incluindo também o apogeu do império asmoneu que imprime de forma perceptível
sua marca no tempo evangélico. O período romano, desembocando na tragédia
política do judaísmo nos anos finais de 60 d.C., é onde desenrolam os
acontecimentos bíblicos do Novo Testamento e certamente deve ser esmiuçado de forma
mais cuidadosa.
As
fontes para o estudo deste amplo contexto histórico, entre outros, podem ser:
- Os livros dos últimos
profetas (Ageu, Zacarias, Malaquias) bem como alguns dos livros que são
colocados no final do cânon judaico e denominados “Escrituras” (Ester, Daniel,
Crônicas, Esdras, Neemias).
- Depois temos a
literatura denominada de apócrifos[1]
e pseudepígrafos[2]
do AT, produzidos durante o chamado “período
de silêncio” que cobrem os últimos quatrocentos
anos antes do nascimento de Cristo. Aqui também é de suma importância os
chamados escritos de Qumrã, que além
de preservarem os livros que compõe o cânon do AT também preservaram muitas
outras informações históricas deste período.
- As preciosas obras
produzidas pelo maior historiador judeu – Josefo
(37-95 d.C.) são fontes muito importantes: Guerra Judaica, Antiguidades
Judaicas, Vida de Josefo e Contra Apião.
- Vários escritores
gregos e latinos também podem trazer certo grau de contribuição, uma vez que
fizeram parte ou registraram os fatos deste período: Políbio, Deodoro, Estácio,
Tácito, Plínio – o Jovem, Suetônio e Dio Cássio.
- Os escritores do NT
contribuem de forma consistente para uma compreensão das muitas
particularidades das circunstâncias histórica dos anos iniciais da chamada era
cristã.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes,
Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia
Protestante
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Geografia Bíblica: a geografia da Terra
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[1] Entre a redação do
livro de Malaquias e a dos primeiros textos neotestamentários houve uma
produção literária judaica abundante, contudo, eles não foram inseridos no
cânone do Antigo Testamento Hebraico que os protestantes também adotam. Este
conjunto de obras que não figura nos cânones hebraico e protestante são
chamados de apócrifos. Apócrifo significa literalmente "coisas ou escritos ocultos". Este
termo é utilizado para denominar os livros judaicos que foram rejeitados,
primeiro pelo judaísmo, ainda na antiguidade, e, depois, pelo protestantismo
por que não foram considerados sagrados. Alguns deles - Tobias, Judite, A
Sabedoria de Salomão, Eclesiástico ou a Sabedoria de Jesus ben Sirac, Baruque e
A Carta de Jeremias, I e II Macabeus e acréscimos aos livros de Ester e Daniel
(Susana, Bel e o dragão, o Cântico dos três jovens) - são denominados pelos
católicos como deuterocanônicos e encontram-se nas Bíblias deste grupo
religioso.
[2] Os Pseudepígrafos são escritos judaicos
que só eram estimados dentro de determinados grupos, embora tenham surgido
quase na mesma época que os apócrifos. Dentro do significado do termo
“pseudepígrafo”, incluíram-se aqueles escritos que eram postos em circulação
sob o nome de um autor fictício. O mais das vezes tratava-se de célebres varões
piedosos da antigüidade, tais comoAdão, Henoc, Moisés, Elias, Jeremias, Baruc
ou Salomão, sob cujo nome um autor de época tardia esperava encontrar
audiência.
Glória a Deus! Por esse conteúdo!
ResponderExcluirMuito bom
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