quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Leitura Devocional 1ª Epistola de João – Testemunho Pessoal e Ocular (1.1-4)

 

O apostolo João foi o último dos apóstolos a morrer. Quando escreve esta carta está com mais de 80 anos de vida. É um ancião! Portanto, tudo que ele escreve em sua carta é um testemunho pessoal do que Viu e Ouviu diretamente de Jesus Cristo – o qual conviveu pessoalmente por quase três anos. João Testemunhou pessoalmente sua Morte e Ressurreição...

O viu sendo pregado na cruz

O viu ser sepultado no túmulo

Foi dos primeiros a ver o Túmulo Vazio

Testemunhou Jesus Cristo Ressurreto

O viu ser elevado aos Céus

Seu testemunho é corroborado por sua coragem e intrepidez, quando juntamente com Pedro, diante do Sinédrio, (autoridade maior do judaísmo) declarou sem qualquer dúvida:

“Não podemos de deixar de falar (proclamar, ensinar) do que temos Visto e Ouvido, pois importa mais obedecer a Deus do que aos homens”.

João abre sua correspondência com esta preciosa declaração...

Verso 1 - [ESTAMOS escrevendo] sobre a Palavra de Vida - Aquele que existiu desde o princípio, a quem ouvimos, a quem vimos com nossos [próprios] olhos, a quem olhamos [por nós mesmos] e tocamos com nossas [próprias] mãos. (Bíblia Ampliada - Lockman).

"O que foi desde o início." Jesus foi desde o princípio. É com palavras semelhante que ele inicia sua narrativa evangélica (cf. João 1.1). Este é um ponto central a respeito da divindade de Jesus, que os apóstolos pregavam incansavelmente, todavia - me parece que isso está esquecido pelos evangélicos líquidos dos dias atuais – pouco se fala da Divindade de Jesus – parece até que eles têm vergonha de Declarar que Jesus Cristo é Deus...alguns ficam constrangido...outros evitam de fazer tal declaração...).

Alerta...ao humanizar Jesus e esvaziar sua Divindade se destrói o fundamento do Evangelho. Pois, Jesus não foi apenas um homem bom, um profeta, um líder ou um inovador. Um mártir da paz... Ele é desde o Princípio – o Verbo que se fez carne – o Deus Eterno que Criou todas as Coisas e as sustenta com Poder de Sua Palavra. Ele existiu desde antes do início do mundo, o que significa que Ele é Deus.

JESUS É DEUS

OU JESUS NÃO É NADA

A questão é: Quem é Jesus para Você?

Dessa resposta depende a Sua Salvação!

João escreveu 5 livros da Bíblia que estão em nossa Bíblia:

§  Evangelho — "Creia!"

    • Epístolas — "Tenha certeza!"
      • Apocalipse — "Esteja Pronto!"

W E Vine acrescenta que a ideia é: "Tendo sido preexistente, Ele (Jesus) se manifestou. Nunca no Evangelho (escrito por João) nem nesta epístola ele diz "o que veio a ser", o que implicaria que Cristo teve um começo (como ensinam algumas expressões religiosas pseuda cristãs).

Jesus não começou a ser, Ele essencialmente "sempre foi". Mas no tempo de Deus (kairós) esse Jesus que sempre existiu abriu mão de sua glória eterna e se fez GENTE (Verbo) e foi gerado, nasceu, cresceu e viveu entre nós (os discípulos) e manifestou a glória do Pai. Os próprios apóstolos (entre eles João) conviveram com Ele (caminharam com Ele, comeram com Ele, se alegraram com Ele e se entristeceram com Ele...).

Estas primeiras palavras de João remetem seus leitores às primeiras palavras do livro de Genesis: “No princípio Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1), deste modo, Cristo é Criador do início deste mundo, então obviamente Ele tinha que estar presente antes que ele fosse criado, o que sustenta Sua eternidade. Raciocínio semelhante se aplica aos versos iniciais da narrativa evangélica de João: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas vieram a existir por meio Dele, e fora d'Ele nada se fez/foi criado (Jo 1.1-3).

 

Henry Morris comenta as palavras iniciais de João nesta carta:

Observe a semelhança entre os versos iniciais do evangelho de João e sua primeira epístola; ambos começando com uma referência à criação.

O evangelho de João olha para trás antes do início dos tempos, quando só Deus existia, portanto, Jesus Cristo era Deus (Ele estava lá com Deus criando). Em sua epístola, por outro lado, prossegue daquele início dos tempos (Gênesis 1.1) para a encarnação do "Verbo" eterno, que se tornou "o Verbo da vida", a manifestação do Pai por meio de "Seu Filho Jesus Cristo" (1 João 1.3).

Por sua vez Paul Apple afirma que Jesus Cristo teve...Existência contínua desde o início com manifestação particular no tempo e no espaço; o Cristo divino não veio apenas sobre Jesus em Seu batismo (alguns estavam e continuam ensinado esta heresia). A frase "no princípio" é fundamental em nesta primeira carta de João ocorrendo 8x em 7 versos (1 João 1.1; 2.7, 13, 14, 24; 3.8, 3.11).

Muitos estudiosos entendem e defendem que João estava escrevendo de Éfeso, onde serviu muitos anos como pastor, de maneira que a intenção desta sua carta é que fosse distribuída entre todas as igrejas da região, incluindo as sete igrejas de Apocalipse 2 e 3. Ele está escrevendo para leitores de uma geração mais jovem testemunhando de que ele e os outros apóstolos realmente ouviram Jesus falar (João 5.24), O viram com seus próprios olhos (João 1.18), O "contemplaram" em Sua glória (João 1.14) e O tocaram com suas próprias mãos (Lucas 24.39).

Em seu comentário A. T. Robertson chama atenção para o complemento “vimos com nossos olhos" mostra...não era imaginação da parte de João, não era uma ilusão de ótica, pois Jesus tinha um corpo humano real. Ele podia ser ouvido e visto.

Razão pela qual João está escrevendo está carta: “E estas coisas vos escrevemos, para que a vossa alegria seja plena”.

Exercício...

Lápis colorido...marque todas as vezes que aparece a expressão escrevi/escrevemos...

Tudo o que está escrito nas Escrituras tem por intenção produzir em nós a Alegria da Salvação! Pois, toda e quaisquer dúvidas nos roubam esta preciosa alegria. As pessoas estão doentes (as chamadas psicossomáticas) porque não tem alegria em seus corações (não são felizes com o que são e o que tem). O alerta de João para seus leitores é que não permitam que a dúvida se aloje em suas mentes e corações e venham a corroer esta preciosa alegria da salvação.

A dúvida que gera a insatisfação é o joio que Satanás semeia nos corações dos seres humanos. A verdadeira alegria está em Jesus Cristo e João sabia que qualquer dúvida que se tenha sobre Jesus Cristo é terreno fértil para as ervas daninhas do inferno para sufocar e se possível matar a nossa Alegria...Por esta razão há um crescente número de crentes tristes e frustrados, pois sua Alegria foi sufocada pela semente do joio da dúvida.

Leia o que João está escrevendo:

E estas coisas vos escrevemos, para que a vossa alegria seja plena.

PLENA...e não apenas uma alegria pobre e miserável... circunstancial, mas uma Alegria Plena/Total/Que se espalha por cada pedacinho da nossa vida...Alegria Contagiante...que faça com que as pessoas desejem experimentarem desta mesma Alegria...

Alegria que o Mundo não pode oferecer, pois não a possui...

Alegria que o Dinheiro não pode comprar

Alegria que o Poder jamais experimentará...

VAMOS ORAR!

 

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

me.ivanguedes@gmail.com

Outro Blog

http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

     

Referências Bibliográficas (citadas)

APLLE, Paul G. Tests of Eternal Life - A Devotional Commentary on the Book of 1 John. January, 2002.

MORRIS, Henry M. The New Defender's Study Bible. Nashville: TN - World Publishing, 2006.

ROBERTSON, Archibald Thomas. The Robertson's Word Pictures of the New Testament. Broadman Press 1932,33. [1960].

VINE, W. Collected writings of W. E. Vine. Nashville: Thomas Nelson, 1996.

Referências Bibliográficas (geral)

CALVINO, João. Comentário das Epístolas Gerais. Traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Editora Fiel, 2015. [Série Comentários Bíblicos].

HENDRIKSEN, GUILLERMO. Juan – comentário del Nuevo Testamento. Michigan. Subcomission Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1980.

PACK, Frank. O Evangelho Segundo João. São Paulo: Vida Cristã, 1983.

TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento – sua origem e análise. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1972.

STOTT, John R.W. I, II, e III João – Introdução e Comentário. Edições Vida Nova, 1982.

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