A questão escatológica tem sido abordada de forma multifocal desde os
primórdios do cristianismo. O próprio apóstolo Paulo precisou corrigir uma
interpretação equivocada quanto à questão da Parousia (segunda vinda de Cristo)
e com esse objetivo escreve uma segunda epístola aos crentes em Tessalônica.
Com o passar dos séculos algumas escolas teológicas foram definindo suas
concepções escatológicas sendo atualmente aceitas pela maioria das igrejas
cristãs ao menos quatro principais: amilenismo, pré milenismo, pós milenismo e dispensacionalismo (uma variação do pré milenismo).
Desde o início Reforma, uma grande parcela das igrejas protestantes
adotaram e ensinaram alguma versão do amilenismo, uma visão espiritualizada das
promessas relacionadas ao Reino de Deus.
O amilenismo foi inicialmente articulada por Agostinho (354-430) no
século V. Sua abordagem quanto as promessas relativas ao Reino de Deus foi
espiritualizada. Para ele o Reino foi inaugurado pelo ministério terreno de
Cristo, sua morte e ressurreição é o marco zero da contagem regressiva do
estabelecimento pleno do Reino de Deus. Assim, o Reino esta continuamente sendo
estabelecido sobre a terra na medida em que o Evangelho vai sendo pregado e
crido, e simultaneamente vai enfrentando a oposição do reino mundano
representado pela Babilônia que personifica o mal e a depravação do ser humano
decaído.
Está situação permanecera até o retorno de Cristo em poder e glória,
quando todo o mal será extirpado da terra e a Igreja começará a desfrutar da
plenitude da vida eterna. Dois expoentes da Reforma Protestante (sec. XVI)
Martinho Lutero, um ex-frade agostiniano, e João Calvino adotaram essa
concepção escatológica e as estabeleceram em suas obras teológicas e
comentários bíblicos.
O amilenismo foi aceito nos círculos protestantes até o século XVII
quando surge uma interpretação denominada Pós Milenismo, impulsionada pela
concepção filosófica do positivismo, de que a História humana caminhava para
uma era de paz e fraternidade e que haveria uma cristianização mundial. Ainda
no século XIX ressurgem outra interpretação chamada Pré Milenismo que ensina
que Deus fará uma intervenção nos eventos humanos e estabelecerá Seu reino
sobre a terra.
Todavia, o pensamento amilenista continua sendo aceito por uma grande
parcela do protestantismo mundial, quer sejam liberais ou conservadores. Depois
das duas grandes Guerras Mundiais o pós milenismo entrou em colapso, pois a
visão otimista de uma humanidade fraterna foi substituída por uma visão
pessimista e racionalista.
O amilenismo mantém a aceitação do. Por sua vez a demora no cumprimento
e as diversas previsões frustradas dos acontecimentos mundiais acabaram por
minimizar a força da interpretação pré milenista. Muitos concluíram que o tempo
gasto prevendo os acontecimentos futuros, decifrando passagens bíblicas, muitas
vezes miniminiza as responsabilidades de se viver o evangelho no mundo real.
A partir do século vinte houve um redescobrimento da interpretação
amilenista com ênfase de que a mensagem do Reino de Deus é tanto para o
presente quanto para o futuro, distinta de qualquer consideração de um milênio
literal, quer antes ou depois da Parousia.
O termo milênio, em relação a expressão reino de Deus, é mencionado
apenas uma vez na Bíblia, em Apocalipse 20.1–6. O amilenismo por não incentivar
muitas especulações detalhistas leva frequentemente a um desinteresse em
profecias e tópicos relacionados, de maneira que, acaba por produzir um numero
menor de literatura do que as demais linhas interpretativas.
Teólogos que endossam a interpretação amilenista: A. B. Bruce, Abraham Kuyper, Adrio König, Agostinho, Albertus Pie-ters, Alfred Plummer, Anthony A. Hoekema, Archibald Hughes, B. B. Warfield, Bruce K. Waltke, Bruce Milne, Charles E. Hill, Cornelis Van-derwaal, David E. Holwerda, D. M. Lloyd-Jones, Edmund P. Clowney, Edward J. Young, Eusébio de Cesaréia, Everett I. Carver, Floy E. Hamil-ton, G. C. Berkouwer, Geerhardus Vos, George L. Murray, George N. H. >Peters, Gordon J. Spykman, Greg K. Beale, Herman Bavinck, Herman Ridderbos, James A. Hughes, James de Young, Jay E. Adams, Jesse Wilson Hodges, Jeronimo, Joâo Calvino, John R. W. Stott, K. A. Mathison, Leon Morris, Louis Berkhof, Martin J. Wyngaarden, Martinho Lutero, Meredith G. Kline, M. F. Sadler, Michael Wilcock, 0. Palmer Robertson, Oswald T. Allis, Patrick Fairbairn, Philip E. Hughes, Philip Mauro, R. Bradley Jones, R. C. H. Lenski, Richard Baxter, Robert B. Strimple, Robert Reymond, Ronald Hanko, S. Greijdanus, Shirley Jackson Case, Simon Kistemaker, Stanley J. Grenz, Stephen Travis, Theodore Graebner, T. T. Shields, William Childs Robinson, William E. Cox, William H. Rutgersm, William Hendriksen, W. J. Grier, William L. Lane, William Masselink e William Milligan (cf. FRASSON, Luciano Nobre).
Teólogos que endossam a interpretação amilenista: A. B. Bruce, Abraham Kuyper, Adrio König, Agostinho, Albertus Pie-ters, Alfred Plummer, Anthony A. Hoekema, Archibald Hughes, B. B. Warfield, Bruce K. Waltke, Bruce Milne, Charles E. Hill, Cornelis Van-derwaal, David E. Holwerda, D. M. Lloyd-Jones, Edmund P. Clowney, Edward J. Young, Eusébio de Cesaréia, Everett I. Carver, Floy E. Hamil-ton, G. C. Berkouwer, Geerhardus Vos, George L. Murray, George N. H. >Peters, Gordon J. Spykman, Greg K. Beale, Herman Bavinck, Herman Ridderbos, James A. Hughes, James de Young, Jay E. Adams, Jesse Wilson Hodges, Jeronimo, Joâo Calvino, John R. W. Stott, K. A. Mathison, Leon Morris, Louis Berkhof, Martin J. Wyngaarden, Martinho Lutero, Meredith G. Kline, M. F. Sadler, Michael Wilcock, 0. Palmer Robertson, Oswald T. Allis, Patrick Fairbairn, Philip E. Hughes, Philip Mauro, R. Bradley Jones, R. C. H. Lenski, Richard Baxter, Robert B. Strimple, Robert Reymond, Ronald Hanko, S. Greijdanus, Shirley Jackson Case, Simon Kistemaker, Stanley J. Grenz, Stephen Travis, Theodore Graebner, T. T. Shields, William Childs Robinson, William E. Cox, William H. Rutgersm, William Hendriksen, W. J. Grier, William L. Lane, William Masselink e William Milligan (cf. FRASSON, Luciano Nobre).
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas
CLOUSE, Robert G. Milênio-significado e interpretações. Trad.
Glauber Meyer Pinto Ribeiro. Campinas: Luz Para o Caminho, s/ano.
ERICKSON. Millard J. Opções contemporâneas na escatologia-um estudo
do milênio. Trad. Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2012.
FRASSON, Luciano Nobre. Os fundamentos da teologia sistemática. São Paulo: Editora Santos, s/ ano, s/ página.
HENDRIKSEN, William. A Vida Futura segundo a Bíblia. 3ª ed. Tradução Marcus Ferreira. São Paulo: Cultura Cristã, 2019.
FRASSON, Luciano Nobre. Os fundamentos da teologia sistemática. São Paulo: Editora Santos, s/ ano, s/ página.
HENDRIKSEN, William. A Vida Futura segundo a Bíblia. 3ª ed. Tradução Marcus Ferreira. São Paulo: Cultura Cristã, 2019.
LLOYD-JONES, Martyn. A igreja e as últimas coisas. São Paulo:
PES, [Grandes Doutrinas Bíblicas, v.3]
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