sábado, 24 de agosto de 2024

Paulo: Alegria e a Tribulações Paradoxo de uma Vida Cristã Autêntica


Poucos cristãos de fato conhecem a vida do apostolo Paulo. O livro de Atos tem uma proposta ampla de registrar a expansão da Igreja e do Evangelho e ainda que Paulo seja o personagem relevante da segunda parte desta narrativa histórica de Lucas, e por esta proposta o historiador não se detém em muitos detalhes peculiares da vida do apostolo dos gentios.

Para construirmos um desenho mais detalhado de Paulo é necessário nos debruçarmos em suas epístolas. Serão nelas que encontraremos momentos em que o apostolo abre seu coração e derrama sua alma, compartilhando suas alegrias e dissabores no exercício de seu ministério apostólico de missionário itinerante.

Certamente será em sua segunda carta aos crentes de Corinto que poderemos ouvi-lo em seus momentos mais agudos. Evidente que ele não entra nos mínimos detalhes de cada situação aflitiva que teve que enfrentar, mas os leitores primários desta correspondência tinham pleno conhecimento de muitos destas particularidades.  

Em sua correspondência anterior (1Coríntios 15.32) Paulo se refere como que “lutando com feras[1] referindo-se às tribulações enfrentadas em seu longo ministério na cidade de Éfeso.[2]

A natureza da crise não é especificada na epístola, mas os coríntios sabiam bem a que ele estava se referindo, pois eles devem se consolar e esperar no sofrimento e libertação de Paulo (2 Coríntios 1.3-7). Ele está ansioso para abrir seu coração para eles sobre o assunto e dizer-lhes sobre a alegria e tribulações que estão inseparável e paradoxalmente unidas na vida de todos que se dispõem à pregação do Evangelho.

Ele registra nesta epístola uma pequena biografia onde menciona parte de sofrimentos e dificuldades suportados por causa do Evangelho (2Co 11.23-29). Em outras correspondências ele fala de Prisca e Áquila que arriscaram seus pescoços por ele (Rm 16.4); alerta Timóteo de seu adversário Alexandre, o latoeiro, que lhe fez muito mal (2Tm 4.14-17); e descreve seu trabalho em Éfeso em termos de “uma porta aberta. . . e muitos adversários” (1Co 16.9).

As batalhas dele chegaram ao auge na experiência compartilhada aqui nesta epístola (1.8-10). Ele chega a contemplar a própria morte e pensou que havia chegado ao final de sua jornada. E quando a libertação veio, ele reconhece a ação milagrosa de Deus atendendo as orações e a compara a uma ressurreição.

Mas em vez desistir de seu ministério, a fraqueza e o sofrimento que experimentou serviram para fazê-lo confiar e depender ainda mais do poder de Deus, que trabalha nele e por meio dele, e para não confiar em si mesmo (2Co 4.7-5.10).

Abaixo uma pequena síntese de suas lutas mencionadas:

·       O motim de Demétrio (At 19.23-41), aqui o sistema judiciário romano ficou ao lado do apostolo e não deram atenção às acusações de seus adversários.

·       Lutando com feras” (1Co 15.32). Aqui ele usa uma imagem muito conhecida, pois as arenas estavam repletas de pessoas sendo destroçadas por feras selvagens para delírio das multidões. Certamente tratava-se de pessoas extremamente violentas ou que usaram de extrema violência contra sua vida. Sua determinação e persistência em proclamar o Evangelho trouxe risco para sua vida e outros que com ele estavam associados. Esta é uma experiência representa um presságio do que estaria por vir e que quase acabou com a vida e a obra de Paulo em Éfeso.

·       Julgamento em Tribunal Estadual. Ele faz referência a numerosas prisões (2Co 11.23). A comunidade judaica em Éfeso se associa aos opositores de Paulo, os mercadores da deusa Diana, para explorar a situação e acusarem o apostolo de ser fomentador de tumultos. Se tivessem obtido êxito, seguido de condenação, poderia ter levado Paulo à sentença de morte.

·       Açoitamento em uma corte judaica. Não conseguindo condenar Paulo em um tribunal romano, os judeus mesmos, reunidos em um tribunal eclesiástico puramente judaico, aplicaram-lhe a sentença (espúria) de trinta e nove chicotadas (2Co 11.23).

·       Doença. É possível que esse perigo fosse uma doença que quase mostrou-se fatal. Certamente ele enfrentou muitas enfermidades, mas está que ele não identifica foi extremamente grave (2Co 12.7-10). É possível associar um estresse e consequente depressão após a amarga humilhação da "dolorosa visita" (2 Coríntios 2.1). Uma dupla terrível capaz de prostrar o mais valente dos cristãos enfermidade/depressão. O profeta Elias experimentou algo semelhante, mas da mesma forma com que Deus sustentou seu profeta do passado, sustentou e renovou as forças e animo do precioso apostolo e missionário.

·       Problemas nas Igrejas (2Co 11.28), as fontes era as mais diversas, desde legalistas, libertinos, falsos irmãos e outros. Paulo era constantemente pressionado em seu ministério apostólico-missionário. Um exemplo clássico é a relação conflitante com a própria Igreja em Corinto, em algum momento aqui o apostolo enfermo e exaurido emocionalmente (foi humilhado, e até sua aparência foi motivo de críticas – sem porte físico, eloquência/oratória fraca, calvo...) quase levando-o ao colapso potencial de seu campo missionário.

·       O ódio dos judeus. Eles nunca o perdoaram por ter abandonado as fileiras do judaísmo. E mais do que isso, suas pregações e testemunho alcançava a menina dos olhos dos judeus da diáspora (viviam fora de Jerusalém) os chamados “prosélitos” (gentios que se submetiam aos rituais judaicos, incluindo a circuncisão) e os “tementes a Deus” (que mesmo adotando o judaísmo não se submetiam à circuncisão – mormente oficiais romanos). Além das mulheres gentias que se refugiavam na religião judaica, para fugirem dos rituais das religiões que as sujeitavam à rituais regados à libertinagem sexual. Todos esses segmentos ao ouvirem a mensagem do Evangelho pregado por Paulo abandonavam o judaísmo e formavam as primeiras comunidades cristãs. Isto fica evidente quando fala à igreja em Éfeso - ele fala de "provações que me sobrevieram por causa das tramas dos judeus" (At 20.19); e quando de sua última visita a Jerusalém (para entregar as ofertas recolhidas), foram “judeus da Ásia” (At 21.27) que incitaram as multidões do templo a linchar Paulo (e por muito pouco não conseguiram). O apostolo foi salvo pelas tropas romanas que o retiraram de suas terríveis mãos de ódio.

    Sua pregação da salvação pela graça confrontava o judaísmo legalista e aguerrido ao cumprimento dos rituais da Lei. O seu desejo de alcançar seus contemporâneos étnicos o motivava a entrar de cidade em cidade primeiramente nas sinagogas e anunciar o Evangelho. Essa atitude transtornava seus adversários que utilizavam dos meios lícitos e ilícitos para mata-lo.

    Ainda mais, os chamados judaizantes de Jerusalém (queriam fazer uma mistura de judaísmo e cristianismo – de Graça e Lei), que discordavam da pregação de Paulo “somente pela fé mediante a graça” saíram de Jerusalém, municiados com cartas de credenciamento, para corrigir o que acreditavam ser as interpretações errôneas de Paulo (Gl 2.2; Co 10-13).

Em outra frente, Paulo teve que lidar com chamados libertinos que desejavam amalgamar o Evangelho da graça com os princípios emanados de um gnosticismo libertino, desvirtuando a genuína liberdade em Cristo.

Todavia, apesar das provações e tribulações, a mensagem proclamada por Paulo prevaleceu e continua prevalecendo até os dias deste século 21. Mas no pico desta crise compartilhada aqui (2Co 1.8), todo projeto da missão gentia estava em jogo, Paulo estava em risco de morte, de maneira que sua peculiar mensagem do Evangelho corria o risco de ser varrido pelas diversas perseguições acima mencionadas.

Mas a graça de Deus sempre foi maior do que todas as ameaças e pressões sofridas por Paulo e sobreviveu à provação para consolidar seu trabalho e a cada provação ele descobria que o Evangelho era eficaz tanto na fraqueza quanto na força.

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Referências Bibliográficas

KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento - 2 Coríntios. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2019.

KRUSE, Colin. 2 Coríntios. São Paulo: Edições Vida Nova, 1994. [Série Introdução e Comentário].

MILLOS, Samuel Pérez. 2 Coríntios - Comentario Exegético Al Texto Griego del Nuevo Testamento. Vida Publishers, 2020. [Edição Espanhol].

ROBERTSON, A. T. Épocas na vida de Paulo. Tradução A. Bem Oliveira, 3ª ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1987.

REID, Daniel G., HAWTHORNE, Gerald F., MARTIN, Ralph P. (Orgs.). Dicionário de Paulo e suas cartas. São Paulo: Paulus Editora, 2008.

SANDERS, E. P. Paulo, a Lei e o Povo Judeu. Traduzido do inglês por José Raimundo Vidigal. São Paulo: Paulus, 1990.



[1] Pode ser uma referência tirada das terríveis cenas dos Coliseus romanos, onde prisioneiros e posteriormente milhares de cristãos foram destroçados pelas feras selvagens.

[2] Lucas registra mais particularmente o grande tumulto causado por Demétrio, o ourives (At 19. 23-41).

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Livreto: Três Vezes Amor

 

As Parábolas contadas pelo Senhor Jesus e registrada pelos evangelistas, exercem uma atração irresistível sobre todos os que leem.

É impossível a qualquer leitor dos Evangelhos permanecer indiferente com sua beleza, plasticidade, singeleza e praticidade. Mais ainda, é impossível ler essas parábolas e ao final não ficar a pensar nas implicações da verdade nelas inseridas.

O termo parábola é de origem grega e etimologicamente significa "a colocação de uma coisa ao lado da outra para fins de comparação". É um símile[1] em que se mostra certa analogia entre os fenômenos naturais e da vida cotidiana, visando expressar elevados princípios ou ideais que se deseja ensinar aos que as ouvem e/ou leem. As parábolas refletem o contexto rural e cotidiano da Palestina no século I.

De forma básica a parábola é um instrumento didático que na boca de Jesus alcançou seu ápice. É através delas que Jesus vai ensinar os princípios espirituais mais elevados e que se constituem nos pilares de Seu Evangelho do Reino de Deus.

Sob título escolhido “Três Vezes Amor” inserimos um subconjunto de parábolas registradas pelo evangelista Lucas, que de forma maravilhosa expressam o amor imensurável de Deus por todos aqueles que estão perdidos.

O convite está feito: Venha se encantar e maravilhar com o amor de Deus por nós.

 

Me. Ivan Pereira Guedes

  Lucas 15.3-32

Este capítulo do evangelho escrito por Lucas pode ser tranquilamente chamado de “Departamento de Perdidos e Achados” de Deus. Nesses poucos trinta e dois versos são registrados três das mais encantadoras parábolas contadas pelo Senhor Jesus Cristo. O tema único que as vinculam é a determinação de Deus em buscar e restaurar o ser humano perdido à comunhão consigo mesmo:

1.      A ovelha perdida (Lucas 15.3-7)

2.       A moeda perdida (Lucas 15.8-10)

3.      O filho perdido (Lucas 15.11-32)

Segundo Lucas os primeiros ouvintes se constituem dos discípulos e uma pequena multidão de pessoas das mais diversas e em sua maioria eram desvalidos e párias sociais, mas também um diminuto número de religiosos judaicos[2]. E Jesus que sempre vai além das aparências e sonda mentes e corações e tendo consciência da dureza implacável destes religiosos que se consideram acima dos demais (versos 1 e 2) deseja através desta parábola tripartida ensinar-lhes o valor inestimável que uma única pessoa tem para Deus. O amor de Deus é personalizado!

Veremos cada uma destas parábolas procurando realçar suas peculiaridades e ratificando o ensino central que as unem – o amor salvífico de Deus.

 Disse Jesus a respeito de Si mesmo:

O Filho do homem veio buscar e salvar o que se perdeu” (Lc 19.10). 

A Ovelha Perdida (Lc 15.3-7)

Então Ele lhes contou esta parábola, dizendo...

          Apesar de serem três parábolas elas são coletivamente uma única parábola, subdividida em três ilustrações extraídas por Jesus do cotidiano dos seus ouvintes. E para muitos comentaristas bíblicos, dentre os quais R Kent Hughes, elas se constituem em "o coração do Terceiro Evangelho"[3].

As três parábolas nos dizem

não tanto sobre uma ovelha perdida como um pastor em busca,

não tanto sobre uma moeda perdida como uma mulher em busca,

não tanto sobre um filho perdido como um pai amoroso.

E tudo isso fala de nosso Pai Celestial. 

(Gary Inrig)[4]

A Perda

A parábola inicia com a nota da perda. Um pastor perde uma ovelha de seu rebanho: (“Quem dentre vós, tendo cem ovelhas, se perdeu uma delas...” v.

4). Esta pessoa tenha um rebanho considerável. Na prática a perda de uma única ovelha não lhe causaria um prejuízo irreparável.

A Busca

Todavia, o pastor imediatamente começa sua busca. Ele procura porque se importava com suas ovelhas, pois sabia que por si mesma ela jamais encontraria o caminho de volta ao aprisco seguro e seria uma presa fácil para toda sorte de predadores implacáveis que a noite escondia.

A busca exige dele determinação e perseverança. Ele empenha todos os seus esforços físicos e mentais na tarefa, vasculhando os vales e cumes das colinas íngremes e perigosas.

A busca é implacável, assim como no filme em que um pai procura incansavelmente sua filha que fora raptada e seria vendida como escrava. O pastor não se permite descansar – a ovelha perdida deve ser encontrada!

E quando finalmente a encontra - que alegria!

A Mensagem

Jesus estava dizendo, que assim como aquele pastor procurou incansavelmente a ovelha que se havia perdido, Ele veio para buscar o ser humano que se encontrava nesta mesma condição de perdição – mas Jesus haverá de ir muito além, pois dará sua própria vida para salvar os perdidos.

O conceito exposto aqui por Jesus é revolucionário, pois os rabinos judaicos até concordam que Deus acolhe os pecadores arrependidos, mas Jesus vai além ao ensinar que Deus empenha-se em buscar o perdido (visto como no caso da ovelha, os pecadores jamais poderão encontrá-lo por si mesmos).

A bíblia nos ensina que Jesus Cristo, o Senhor do Universo, deixou sua glória e se revestiu da nossa miserável condição humana, unicamente para nos buscar; Ele vem ao nosso encontro, ele nos procura até encontrar. Não importa em que condição ou onde quer que estejamos Ele vai nos encontrar. Como diria um bom mineiro – é amor demais da conta!

Pascal um grande cientista ouviu uma pregação que abriu seu entendimento em relação a encontrar Deus: “Você não seria procurando por mim se eu já não tivesse encontrado você.” Somente encontramos a Deus porque Ele vem ao nosso encontro e se deixa ser encontrado por nós. Como tão claramente afirma o hino:

A minha alma estava longe

Do caminho de Deus

Eu era cego e desprezível pecador

Mas Jesus já transformou

Minhas trevas em luz

Quando ele estendeu sua mão para mim

Esta é a experiência de todas e cada pessoa que foi encontrada por Cristo.  Ele sabe onde estamos, sabe nosso nome e nossa história desde quando estávamos sendo formado ainda no ventre de nossa mãe.  O apostolo Paulo declara que mesmo ele sendo o maior dentre os pecadores Jesus veio ao encontro dele no caminho de Damasco ... “Saulo, Saulo...”. Ele também vai chamar você pelo nome!

Ele nos encontra em meio aos nossos fracassos; nos encontra em meio às nossas crises; ele nos encontra quando nem mesmo encontramos a nós mesmos!

Em meio à toda desesperança do mundo, de toda dor e sofrimento que nos acercam, saiba de uma coisa...Jesus vai te encontrar.

Alegria Por Encontrar

Uma característica marcante nas três histórias é que elas terminam com um convite para uma celebração festiva: “Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha que estava perdida” (vv. 5, 6).

          Mas Jesus dá a dimensão eterna desta festa: “Assim, eu vos digo, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não preciso de arrependimento” (v. 7).

          A alegria da salvação que se inicia na terra se estende eternidade adentro. Cristo morreu e ressuscitou para que tenhamos vida e vida eterna. Reflexões finais

As palavras do profeta Isaías são esclarecedoras: “Todos nós somos como ovelhas perdidas e sem direção”. Mas Jesus nos procura até encontrar e nos leva para estarmos com Ele para sempre. 

A moeda perdida (Lucas 15.8-10)

Então Ele lhes contou esta parábola, dizendo...

          Se um pastor de ovelhas não tinha muito valor aos olhos dos fariseus e religiosos que estavam ouvindo Jesus, quando ele utiliza a figura de uma mulher para ilustrar a segunda parábola certamente eles se sentiram ainda mais irritados.

          A ênfase continua sendo a mesma: Deus valoriza cada pessoa. No caso da ovelha uma em cem, e no caso da moeda uma em dez. E o mais extraordinário é que Deus busca o perdido e não o contrário. Para os rabinos judeus e demais religiões isso é inconcebível, pois as pessoas devem buscar a Deus e nunca o contrário. Todavia, Jesus quer deixar claro que o amor e graça de Deus o move a buscar aquele que está perdido senão ele continuaria irremediavelmente perdido. 

          Jesus novamente começa com uma pergunta: “que mulher que ganhando dez dracmas [moedas de prata], representando dez dias de trabalho, não acenderia uma lâmpada, pegaria uma vassoura e varreria cuidadosamente toda a casa para encontrar a dracma que faltava (verso 8)? Essa dracma equivale a um dia de trabalho duro. Quando ela a encontra, ela convoca suas amigas e vizinhas para celebrarem juntas (verso 9). O dinheiro é o que ela necessita para permanecer abrigada ou alimentar sua casa. Ela e sua família sofreriam se a moeda permanecesse perdida.

          Jesus não separa a necessidade física da necessidade espiritual – ambos estão amalgamados e constituem a totalidade da vida humana. A dicotomia entre a vida física e a vida espiritual é que tonar o ser humano sem direção ou perdido neste mundo.

A Busca Persistente

As casas na Palestina do primeiro século eram geralmente escuras, então ela começa sua busca acendendo uma lâmpada. O piso mormente era de terra batida coberta de juncos secos e corredeiras; e procurar uma moeda num chão como aquele era como dizemos no popular, procurar uma agulha num palheiro. A mulher varre o chão na esperança de que pudesse ver a moeda refletir à luz do lampião ou ouvir seu som quando empurrada pela vassoura. Ela tinha que estar totalmente concentrada nesta tarefa.

Observamos que os três verbos utilizado: acender, varrer e procurar estão no tempo presente hebraico o que denota atividade continua e ininterrupta. A mulher não deixou nada ao acaso. Ela persistentemente vasculha cada centímetro do chão, remove qualquer objeto que possa impedi-la de encontrar sua moeda perdida.

Uma pequena partícula é fundamental na narrativa: até.  A determinação dela não era “se”, mas até que encontrasse a moeda perdida, o que implica mais do que um mero olhar ou busca superficial, inclui uma procura diligente, séria e tenaz, não poupando esforços, pois o que se procura tem valor no mais alto grau. É no superlativo que Deus procura até encontrar cada um de nós.

Alegria por Encontrar

“E quando a encontrou, chamou suas amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo; pois encontrei a moeda que tinha perdido.

Alegrar-se é uma ênfase nesta parábola tríplice. Assim como o pastor antes e o pai na sequência são tomados de grande e esfuziante alegria por encontrar o que estava perdido.

          Infelizmente nos alegramos com coisas de pequeno e até insignificante valor, mas não conseguimos nos alegrar sobremaneira quando uma pessoa é encontrada por Deus.

O salmista Asafe se perdeu enquanto desejava a prosperidade dos ímpios e somente recuperou a genuína alegria e felicidade quando foi encontrado por Deus e então declarou a todas as pessoas: “O Senhor (Yahweh) é o meu bem maior”.

Não se contente com as migalhas que este mundo pode oferecer, mas se alegre com a eternidade que somente Deus pode te dar.

O Filho Perdido (Lucas 15.11-32)

Então Ele lhes contou esta parábola, dizendo...

          Concluindo esta parábola tríplice Jesus conta a história de um jovem que cansado e fadigado da casa do seu pai, solicita sua parte da herança e vai para uma terra distante, rompendo desta forma seus laços familiares.

          Entre todas as parábolas contadas por Jesus com certeza essa é uma das mais conhecidas e populares. É impossível lermos este texto não pensarmos em nós e nossas atitudes para com Deus – rompemos nossos laços filiais com Deus e nos alienamos de sua presença.

          Ao nos afastarmos de Deus ficamos à mercê deste mundo tenebroso. E tudo que este mundo ilusoriamente oferece transforma-se em miséria, sofrimento e morte.

          Esta parábola de Jesus nos arremete aos primeiros capítulos de Gênesis, onde o ser humano criado à imagem e semelhança de Deus e vivendo no jardim perfeito, escolhe deliberadamente afrontar a Deus, se rebelar contra a vontade de Deus e como resultado torna-se alienado da presença amorosa do Criador e passa a conviver entre espinhos e abrolhos.

          Aquele jovem tinha tudo e ficou sem nada. Uma das cenas mais forte da parábola é quando aquele rapaz assentado contempla os porcos (para os judeus imundos) e deseja se alimentar da comida deles, mas nem mesmo isso lhe era permitido fazer.

          Mas foi somente então que ele se lembra da fartura que tinha na casa do pai! O que eu fiz com minha vida? E a partir de então ele faz uma retrospectiva da sua miserável história. Agora ele tem duas alternativas: permanecer ali naquela vida deplorável até a morte, ou, tomar uma outra atitude.

          Motivado pela lembrança do amor e bondade de seu pai, que até mesmo tratava seus mais humildes trabalhadores com dignidade, aquele rapaz se levanta e toma uma extraordinária decisão: “levantar-me-ei e irei para o meu pai”.

          A expressão “se levantar” está relacionada com a “ressurgir dentre os mortos”. É como se o jovem entendesse que a saída da casa do pai gero a morte e que somente retornando a casa do pai voltaria a ter vida.

          E o discurso que ele preparou para falar ao pai implica claramente que ele reconhece toda sua indignidade e se rende totalmente ao amor bondoso e generoso do pai. Todo seu discurso pode ser sintetizado na expressão: “não sou digno”. Não sou merecedor de nenhuma manifestação amorosa e misericordiosa de Ti. Na minha ignorância e arrogância rompi nossos vínculos familiares, portanto, se for possível me receba como um de seus trabalhadores diaristas e ficarei satisfeito.

          Somente quando olhamos para nós mesmos e vemos o quão miserável pecador somos – somente quando olhamos para o mundo como uma vara de porcos – é que estaremos prontos para compreendermos e recebermos com humildade e gratidão o amor imensurável e a graça indescritível do nosso Deus e Pai celestial.

          A maioria dos ouvintes de Jesus se reconhecem na miserabilidade deste jovem e desejam tomar a mesma decisão que ele tomou, mas os fariseus cheios de si mesmo e dominados pela arrogância, se colocam acima do jovem da parábola e por conseguinte da maioria dos desvalidos e parias sociais que ali se encontram ouvindo as palavras de Jesus.

          Na medida em que o jovem se aproxima da casa do pai, mil coisas lhe passam pela mente. Sua única esperança e que fortalece seus pés para que não parem e voltem para a companhia dos porcos, é o amor bondoso do pai.

          E quando ainda distante ele contempla o portão da casa do pai, seu coração dispara...chegou a hora...pela última vez repassa mentalmente o discurso preparado para o reencontro: “pai não sou digno ...”.

          Mas para indescritível surpresa daquele jovem maltrapilho e fedendo a porcos eis que o velho pai vem correndo (não andando) em sua direção e antes mesmo que possa dizer-lhe o discurso preparado, o pai o abraça e beija, coloca-lhe o anel no dedo (sinais de filiação) roupas novas e sandálias nos pés (sinal de dignidade) e começa a gritar: “Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado)...a pequena multidão de desvalidos e desesperançados vibram e gritam o coro proferido pelo pai: “Estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado!”.

E ao entrarem para a festa oferecida pelo pai pelo retorno do filho, a pequena multidão continuam entoando o cântico de gratidão daquele pai: “estava morte e reviveu, estava perdido e foi encontrado”, e nos céus os seres celestiais e as miríades de anjos e de todos aqueles que já foram encontrados fazem coro e eco: “estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado”. Aleluia e glória a Deus hoje e por todos os séculos.

O que você está esperando? Levante-se! Ouça o convite de Jesus:

“Venha a mim!”.

Deixe imediatamente a companhia dos porcos e volte agora mesmo para o seu e nosso Pai Celeste.

 

Conclusão

          Por que a maioria das pessoas são indiferentes para com a mensagem do Evangelho?

Porque elas se assemelham aos fariseus que mesmo ouvindo Jesus contar essas três pequenas histórias não compreenderam, e mais ainda, se indignaram com Jesus. Tais pessoas não admitem que estão perdidas. Jesus é muito claro: “eu vim buscar (encontrar) e salvar os que estão perdidos”.

Se você entende que está perdido, pode ter certeza de que Jesus vai encontrá-lo quando e onde você estiver. É assim que a graça salvadora de Deus funciona.

 


[1] SÍMILE - Lat. simifis, semelhante. Figura de pensamento, até certo ponto sinônimo de comparação, o símile dela se distingue na medida em que se caracteriza pelo confronto de dois seres ou coisas de natureza diferente, a fim de ressaltar um deles. Dicionário de termos literários - Massaud Moisés.

[2] Os fariseus e escribas e demais similares judaicos não apenas repudiavam os ouvintes de Jesus, eles estavam continuamente resmungando (tempo imperfeito), “Este recebe pecadores e come com eles” (v. 2).

[3] Hughes, R. Kent. Luke : that you may know the truth. Crossway is a publishing ministry of Good News Publisher, 2015.

[4] Gary Inrig, The Parables: Understanding What Jesus Meant. Editora Our Daily Bread Publishing, 2011.

 

  

©IVAN P. GUEDES

Direitos reservados

Proibida a reprodução por quaisquer meios

sem a autorização expressa do autor

 

Sobre o Autor

Mestrado em Ciências da Religião (Universidade Presbiteriana Mackenzie)

Pós-Graduação em História do Cristianismo (Universidade Metodista)

Bacharel em Teologia (Seminário Presbiteriano "José Manoel da Conceição")

 

Atividade Docente

Faculdade Paschoal Dantas – Curso de Teologia

Seminário Bíblico do Brasil

Seminário de Teologia Latino-Americano (Jovens da Verdade)

 

Obra Publicada

O Protestantismo na Cidade de São Paulo - Presbiterianismo: Primórdios e desenvolvimento do presbiterianismo (2014)

 

  

Ivan Pereira Guedes

CPF:***.641.238.***

Chave Pix

me.ivanguedes@gmail.com

Colabore com este ministério

 

 


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Leitura Devocional 1ª Epistola de João – Testemunho Pessoal e Ocular (1.1-4)

 

O apostolo João foi o último dos apóstolos a morrer. Quando escreve esta carta está com mais de 80 anos de vida. É um ancião! Portanto, tudo que ele escreve em sua carta é um testemunho pessoal do que Viu e Ouviu diretamente de Jesus Cristo – o qual conviveu pessoalmente por quase três anos. João Testemunhou pessoalmente sua Morte e Ressurreição...

O viu sendo pregado na cruz

O viu ser sepultado no túmulo

Foi dos primeiros a ver o Túmulo Vazio

Testemunhou Jesus Cristo Ressurreto

O viu ser elevado aos Céus

Seu testemunho é corroborado por sua coragem e intrepidez, quando juntamente com Pedro, diante do Sinédrio, (autoridade maior do judaísmo) declarou sem qualquer dúvida:

“Não podemos de deixar de falar (proclamar, ensinar) do que temos Visto e Ouvido, pois importa mais obedecer a Deus do que aos homens”.

João abre sua correspondência com esta preciosa declaração...

Verso 1 - [ESTAMOS escrevendo] sobre a Palavra de Vida - Aquele que existiu desde o princípio, a quem ouvimos, a quem vimos com nossos [próprios] olhos, a quem olhamos [por nós mesmos] e tocamos com nossas [próprias] mãos. (Bíblia Ampliada - Lockman).

"O que foi desde o início." Jesus foi desde o princípio. É com palavras semelhante que ele inicia sua narrativa evangélica (cf. João 1.1). Este é um ponto central a respeito da divindade de Jesus, que os apóstolos pregavam incansavelmente, todavia - me parece que isso está esquecido pelos evangélicos líquidos dos dias atuais – pouco se fala da Divindade de Jesus – parece até que eles têm vergonha de Declarar que Jesus Cristo é Deus...alguns ficam constrangido...outros evitam de fazer tal declaração...).

Alerta...ao humanizar Jesus e esvaziar sua Divindade se destrói o fundamento do Evangelho. Pois, Jesus não foi apenas um homem bom, um profeta, um líder ou um inovador. Um mártir da paz... Ele é desde o Princípio – o Verbo que se fez carne – o Deus Eterno que Criou todas as Coisas e as sustenta com Poder de Sua Palavra. Ele existiu desde antes do início do mundo, o que significa que Ele é Deus.

JESUS É DEUS

OU JESUS NÃO É NADA

A questão é: Quem é Jesus para Você?

Dessa resposta depende a Sua Salvação!

João escreveu 5 livros da Bíblia que estão em nossa Bíblia:

§  Evangelho — "Creia!"

    • Epístolas — "Tenha certeza!"
      • Apocalipse — "Esteja Pronto!"

W E Vine acrescenta que a ideia é: "Tendo sido preexistente, Ele (Jesus) se manifestou. Nunca no Evangelho (escrito por João) nem nesta epístola ele diz "o que veio a ser", o que implicaria que Cristo teve um começo (como ensinam algumas expressões religiosas pseuda cristãs).

Jesus não começou a ser, Ele essencialmente "sempre foi". Mas no tempo de Deus (kairós) esse Jesus que sempre existiu abriu mão de sua glória eterna e se fez GENTE (Verbo) e foi gerado, nasceu, cresceu e viveu entre nós (os discípulos) e manifestou a glória do Pai. Os próprios apóstolos (entre eles João) conviveram com Ele (caminharam com Ele, comeram com Ele, se alegraram com Ele e se entristeceram com Ele...).

Estas primeiras palavras de João remetem seus leitores às primeiras palavras do livro de Genesis: “No princípio Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1), deste modo, Cristo é Criador do início deste mundo, então obviamente Ele tinha que estar presente antes que ele fosse criado, o que sustenta Sua eternidade. Raciocínio semelhante se aplica aos versos iniciais da narrativa evangélica de João: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas vieram a existir por meio Dele, e fora d'Ele nada se fez/foi criado (Jo 1.1-3).

 

Henry Morris comenta as palavras iniciais de João nesta carta:

Observe a semelhança entre os versos iniciais do evangelho de João e sua primeira epístola; ambos começando com uma referência à criação.

O evangelho de João olha para trás antes do início dos tempos, quando só Deus existia, portanto, Jesus Cristo era Deus (Ele estava lá com Deus criando). Em sua epístola, por outro lado, prossegue daquele início dos tempos (Gênesis 1.1) para a encarnação do "Verbo" eterno, que se tornou "o Verbo da vida", a manifestação do Pai por meio de "Seu Filho Jesus Cristo" (1 João 1.3).

Por sua vez Paul Apple afirma que Jesus Cristo teve...Existência contínua desde o início com manifestação particular no tempo e no espaço; o Cristo divino não veio apenas sobre Jesus em Seu batismo (alguns estavam e continuam ensinado esta heresia). A frase "no princípio" é fundamental em nesta primeira carta de João ocorrendo 8x em 7 versos (1 João 1.1; 2.7, 13, 14, 24; 3.8, 3.11).

Muitos estudiosos entendem e defendem que João estava escrevendo de Éfeso, onde serviu muitos anos como pastor, de maneira que a intenção desta sua carta é que fosse distribuída entre todas as igrejas da região, incluindo as sete igrejas de Apocalipse 2 e 3. Ele está escrevendo para leitores de uma geração mais jovem testemunhando de que ele e os outros apóstolos realmente ouviram Jesus falar (João 5.24), O viram com seus próprios olhos (João 1.18), O "contemplaram" em Sua glória (João 1.14) e O tocaram com suas próprias mãos (Lucas 24.39).

Em seu comentário A. T. Robertson chama atenção para o complemento “vimos com nossos olhos" mostra...não era imaginação da parte de João, não era uma ilusão de ótica, pois Jesus tinha um corpo humano real. Ele podia ser ouvido e visto.

Razão pela qual João está escrevendo está carta: “E estas coisas vos escrevemos, para que a vossa alegria seja plena”.

Exercício...

Lápis colorido...marque todas as vezes que aparece a expressão escrevi/escrevemos...

Tudo o que está escrito nas Escrituras tem por intenção produzir em nós a Alegria da Salvação! Pois, toda e quaisquer dúvidas nos roubam esta preciosa alegria. As pessoas estão doentes (as chamadas psicossomáticas) porque não tem alegria em seus corações (não são felizes com o que são e o que tem). O alerta de João para seus leitores é que não permitam que a dúvida se aloje em suas mentes e corações e venham a corroer esta preciosa alegria da salvação.

A dúvida que gera a insatisfação é o joio que Satanás semeia nos corações dos seres humanos. A verdadeira alegria está em Jesus Cristo e João sabia que qualquer dúvida que se tenha sobre Jesus Cristo é terreno fértil para as ervas daninhas do inferno para sufocar e se possível matar a nossa Alegria...Por esta razão há um crescente número de crentes tristes e frustrados, pois sua Alegria foi sufocada pela semente do joio da dúvida.

Leia o que João está escrevendo:

E estas coisas vos escrevemos, para que a vossa alegria seja plena.

PLENA...e não apenas uma alegria pobre e miserável... circunstancial, mas uma Alegria Plena/Total/Que se espalha por cada pedacinho da nossa vida...Alegria Contagiante...que faça com que as pessoas desejem experimentarem desta mesma Alegria...

Alegria que o Mundo não pode oferecer, pois não a possui...

Alegria que o Dinheiro não pode comprar

Alegria que o Poder jamais experimentará...

VAMOS ORAR!

 

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

me.ivanguedes@gmail.com

Outro Blog

http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/

     

Referências Bibliográficas (citadas)

APLLE, Paul G. Tests of Eternal Life - A Devotional Commentary on the Book of 1 John. January, 2002.

MORRIS, Henry M. The New Defender's Study Bible. Nashville: TN - World Publishing, 2006.

ROBERTSON, Archibald Thomas. The Robertson's Word Pictures of the New Testament. Broadman Press 1932,33. [1960].

VINE, W. Collected writings of W. E. Vine. Nashville: Thomas Nelson, 1996.

Referências Bibliográficas (geral)

CALVINO, João. Comentário das Epístolas Gerais. Traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Editora Fiel, 2015. [Série Comentários Bíblicos].

HENDRIKSEN, GUILLERMO. Juan – comentário del Nuevo Testamento. Michigan. Subcomission Literatura Cristiana de la Iglesia Cristiana Reformada, 1980.

PACK, Frank. O Evangelho Segundo João. São Paulo: Vida Cristã, 1983.

TENNEY, Merrill C. O Novo Testamento – sua origem e análise. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1972.

STOTT, John R.W. I, II, e III João – Introdução e Comentário. Edições Vida Nova, 1982.

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