Tendemos a pensar que, ao recebermos as bênçãos de Deus, nossos corações naturalmente responderiam com gratidão e louvor. No entanto, tanto a Bíblia quanto as experiências do dia a dia revelam que isso nem sempre acontece. Na verdade, viver na abundância dessas bênçãos e da satisfação que elas trazem pode gerar perigos ocultos — efeitos colaterais - que exigem de nós uma atenção constante e uma vigilância redobrada sobre os nossos corações.
Um
exemplo claro está na advertência de Deus ao povo de Israel, enquanto se
preparavam para entrar na Terra Prometida, cheia de ricas bênçãos: “...
acautelai-vos para que não vos esqueçais do Senhor, vosso Deus” (destaque
meu). Entretanto, ao estudar a história dos israelitas em Canaã, percebemos que
essas palavras não foram plenamente entendidas ou levadas a sério. Eles
rapidamente se esqueciam de que foi Deus quem lhes concedeu aquela terra
maravilhosa e garantiu as numerosas vitórias sobre seus inimigos.
Exatamente
como Deus havia alertado, as bênçãos podiam trazer o risco de um coração
orgulhoso e afastado: “... caso contrário, quando você tiver comido e
estiver satisfeito, e tiver construído boas casas e morado nelas, e quando sua
prata e ouro se multiplicarem, e tudo o que você tem se multiplicar, então seu
coração se tornará orgulhoso e você se esquecerá do Senhor seu Deus... podes
dizer em teu coração: Meu poder e a força de minha mão me fizeram esta riqueza”
(Deuteronômio 8.11-18). Esse é um risco constante que enfrentamos em nossa
jornada cristã. Como, então, podemos evitar nos tornarmos orgulhosos e
autossuficientes em nossos corações, esquecendo de Deus?
Lewis
nos oferece uma importante perspectiva ao compartilhar sua descoberta: os
prazeres genuínos da vida são como flechas que apontam para a glória de Deus.
Ele reflete: “Desde então, tenho me esforçado para transformar cada prazer em
um caminho para a adoração. Não estou falando apenas de agradecer por isso.
Agradecer é essencial, mas o que quero dizer vai além... A gratidão proclama de
forma correta: ‘Como Deus é bom por me dar isso’. Já a adoração exclama: ‘Como
deve ser o caráter daquele Ser cujos reflexos fugazes e distantes são assim!’
Nossa mente segue o raio de sol até chegar ao próprio sol” (LEWIS, 1964, p.
117-118).
Porque
o teu amor é melhor do que a vida, os meus lábios te glorificarão. Eu te
louvarei enquanto eu viver, e em teu nome levantarei minhas mãos. Minha alma
ficará satisfeita como com os alimentos mais ricos; com lábios cantantes a
minha boca te louvará (Salmos 63:3-5 NTLH).
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