1. Foi escrito pelo apóstolo Paulo. Timóteo é nomeado coemitente.
2. Foi
escrito em Roma durante a primeira prisão de Paulo, por volta de 62 d.C.
3. É uma
carta de tom estritamente particular, ainda que Paulo estenda sua saudação à
pequena comunidade que funcionava na casa de Filemom. As epístolas a Timóteo e
Tito, embora dirigidas a uma pessoa, tratavam de assuntos envolvendo toda a
igreja.
4. A
carta é principalmente uma solicitação a um cristão chamado Filemom para
receber de volta um escravo fugitivo chamado Onésimo. O escravo havia
fugido de seu dono, e chegando em Roma, acaba encontrando o apóstolo Paulo que
o evangeliza e o leva a professar a fé Cristo. Então Paulo o mandou de volta a
Filemom com esta carta.
5. A
carta é uma joia de beleza literária. Este fato é quase universalmente
admitido. A epístola às vezes foi comparada a uma carta de Plínio, o jovem (um
governador romano por volta de 90 d.C.), que escreveu a um amigo instando-o a
não condenar de volta à escravidão um ex-escravo que o havia ofendido. A carta
de Plínio também é cheia de graça e beleza, mas não tem os fundamentos
espirituais nem a fervorosa seriedade da carta a Filemom.
6. O
próprio Onésimo é um dos portadores da carta a Filemom. Ele viajou com Tíquico,
que entregou as cartas aos Efésios e aos Colossenses. Observe que os mesmos
homens entregaram Colossenses e Filemom (Cl 1.1; Fm 1); que Paulo se
autodenomina prisioneiro em ambas as epístolas (Cl 4.10; Fm 1); que as mesmas
pessoas enviam saudações em ambas as epístolas (Cl 4.12-14; Fm 23-24) e que em
Colossenses 4.7-9 Onésimo é chamado de "um de vocês '' e que
Tíquico deve dar-lhes notícias pessoais.
7.
Embora Filemom seja uma carta particular, ela foi considerada uma escritura
inspirada pela igreja desde o início. Até Marcião, um dissidente herético do
final do século II, que rejeita muitos documentos neotestamentário, incluiu
esta pequena carta em sua lista resumida de epístolas paulinas autênticas.
Orígenes, um dos líderes cristãos no início do século III cita os versos 9 e 14
como Escritura.
8.
Muitos líderes cristãos do quarto século desaprovaram a epístola e
pensaram que tratava de um assunto muito insignificante para ser parte das
Escrituras. Eles estavam interessados apenas em controvérsias de
credibilidade e autoridade eclesiástica. Todavia, muito antes deles Tertuliano
e Eusébio (em sua História Eclesiástica), de igual forma, a colocam entre as
cartas evidentemente paulinas: verdadeira, genuína e reconhecida e além desses,
também Jerônimo Crisóstomo e Teodoro de Mopsuéstia (ou Teodoro de Antioquia) defenderam
esse precioso documento habilmente.
9. É
difícil para nós acharmos que o assunto em discussão em Filemom é de pouco
valor. Paulo está tratando da vida de um convertido (Onésimo), portanto, irmão
em Cristo. Onésimo é, portanto, um representativo de todos os cristãos que se encontravam
e ainda hoje se encontram em situações semelhantes. Nos dias do apóstolo Paulo, talvez a metade da população de Roma — centenas de milhares de pessoas — era composta de escravos. Muitos historiadores afirmam que o Império Romano precisava
de meio milhão de escravos todo ano para construir monumentos,
trabalhar nas minas, lavrar os campos e suprir servos para
as enormes vilas dos abastados. Essa pequena carta de Paulo é um oásis
pois mostra
que os princípios do Evangelho trazem o bem para nós em todas as situações da
vida, pequenas e grandes.
10. A
carta apresenta o conceito de DEVER de forma muito vívida. Onésimo deviria
cumprir seu dever, apesar de sua mudança de condição espiritual em Cristo. O
apóstolo faz um jogo de palavras com o nome “Onésimo” que significa “útil” no
verso 11 quando escreve: “antes [Onésimo] não foi útil para você, mas agora é útil
para você e para mim”.
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Referências
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Colossenses e Filemom. São Paulo: Tradutores Ezia C. Mullins, Hope
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Equipe de colaboradores da Cultura Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008.
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