Desde
o princípio, dentro do progresso inspirado, preservou-se livros que viriam a
constituir o cânon neotestamentário. Eles foram copiados e circulavam entre as
igrejas primitivas. A ausência da elaboração de uma lista oficial destes livros
arrastou o processo de reconhecimento universal por vários séculos.[1]
Há
fortes indicativos de que desde muito cedo, ainda que de forma embrionária,
começou-se a coligir os escritos apostólicos que pudessem ser autenticados.
Este trabalho incipiente constituiu-se na base onde se estruturou todo o
processo canônico do Novo Testamento, como muito bem coloca Norman Geisler:
“Assim, o processo de canonização desde o início da igreja
estava em andamento. As primeiramente igrejas foram exortadas a selecionar
apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse
examinado e dado por autentica, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário
apostólico, era lido fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela
assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois
circulava entre os crentes de outras igrejas. As coletâneas desses escritos apostólicos
começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos
os 27 livros do Novo Testamento haviam sido recebidos e reconhecidos pelas
igrejas cristãs. O cânon estava completo e todos os livros haviam sido
reconhecidos pelos crentes de outros lugares. Por causa da multiplicidade dos
falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionados ao
recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu
durante vários séculos, até que a igreja universal finalmente reconheceu a
canonicidade dos 27 livros do Novo Testamento” (1997, p. 105)
A Amplitude do Cânon
Neotestamentário
Ainda dentro desta questão literária, podemos, de
forma sucinta, elaborarmos uma classificação centrífuga, partindo dos
canônicos, no que se refere à aceitação dos vários livros:
Livros
Aceitos por Todos: são chamados também de “homologoumena”
[unanimemente, de acordo] e se constitui daqueles livros do cânon que foram
aceitos unanimemente, desde o início, sem objeções. Em geral, dos 27 livros do
NT, 20 são homologoumena.
Livros
Questionados por Alguns: são os chamados “antilegomena”
[contradizer, falar contra, disputado, duvidoso] que são justamente os 7 livros
que completam o total do cânon neotestamentário (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3
João, Judas e Apocalipse). Não significa que eles não fossem aceitos como
inspirados, mas por que foram questionados e vieram a serem reconhecidos
universalmente somente em um período posterior. Todavia, eles foram
autenticados desde o período apostólico e sub-apostólico, bem como pelos patrísticos
(conforme Anexo 1).
Livros
Rejeitados por Todos: estes recebem também o nome de “pseudepígrafos”
[escritos falsos] e foram produzidos no transcorrer dos séculos II e III. É uma
literatura espúria e herética, totalmente comprometida com as idéias dos
gnósticos, docéticos e ascéticos, sendo totalmente rejeitados e tendo sido
classificados de “totalmente absurdos e ímpios” por Eusébio. O numero exato
destas obras não se sabe, porém já foram catalogados mais de 280 destas obras.O
valor destes escritos são apenas históricos.
Livros
Aceitos por Alguns: estes são chamados livros “apócrifos”
[oculto, secreto] e a diferença entre estes e os anteriormente mencionados é
que alguns foram acolhidos por estudiosos do período patrísticos. Mas este
reconhecimento nunca foi amplo ou permanente. Geisler cita algumas razões pelas
quais eles foram valorizados:
1. revelam os ensinos da igreja do século II
2. fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos
do Novo Testamento
3. fornecem outras informações históricas a respeito
da igreja primitiva, no que concerne à sua doutrina e liturgia.
Diante
de todas estas informações, podemos afirmar com toda convicção de que os 27
livros que compõem a nossa Bíblia hoje, sempre foram autenticados desde os
primórdios do cristianismo. E aqueles que não fazem parte deste cânon nunca
foram integralmente e/ou unanimemente aceitos universalmente desde o princípio.
Como
se Formaram os Evangelhos
CONFORME
PROLOGO DE LUCAS
(Lc
1,1-4)
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ETAPAS
HISTÓRICAS
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ETAPAS
LITERÁRIAS
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1º
Acontecimentos
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Uma vez que muitos
propuseram compor um relato dos acontecimentos que se cumpriram entre nós,
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2°
Comunidades
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foram
testemunhas oculares e ministros da palavra,
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3º
Redatores
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também a mim me
pareceu conveniente escrevê-la para ti por sua ordem,
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4°
Leitores
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excelentíssimo
Teófilo, para melhor conheceres a firmeza da doutrina em que foste instruído.
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Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan
Pereira Mestre em Ciências da Religião.
Universidade
Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia
Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
Referências Bibliográficas
GEISLER, Normam e Nix,
William, Introdução bíblica – como a bíblia chegou até nós. São Paulo:
Ed. Vida, 1997.
NOGUEZ, Armando. Manual para estudar a bíblia. São
Paulo: Ed. Santuário, 2004.
[1]
Em sua excelente obra Geisler destaca de forma breve algumas razões pelas quais
estes livros foram questionados em sua canonicidade, até meados do século IV
(1997, pp. 115-118).
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