quarta-feira, 30 de março de 2016

RECONHECIMENTO PROGRESSIVO DOS LIVROS DO SEGUNDO TESTAMENTO

Desde o princípio, dentro do progresso inspirado, preservou-se livros que viriam a constituir o cânon neotestamentário. Eles foram copiados e circulavam entre as igrejas primitivas. A ausência da elaboração de uma lista oficial destes livros arrastou o processo de reconhecimento universal por vários séculos.[1]
Há fortes indicativos de que desde muito cedo, ainda que de forma embrionária, começou-se a coligir os escritos apostólicos que pudessem ser autenticados. Este trabalho incipiente constituiu-se na base onde se estruturou todo o processo canônico do Novo Testamento, como muito bem coloca Norman Geisler:
“Assim, o processo de canonização desde o início da igreja estava em andamento. As primeiramente igrejas foram exortadas a selecionar apenas os escritos apostólicos fidedignos. Desde que determinado livro fosse examinado e dado por autentica, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido fosse examinado e dado por autêntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissário apostólico, era lido na igreja e depois circulava entre os crentes de outras igrejas. As coletâneas desses escritos apostólicos começaram a tomar forma nos tempos dos apóstolos. Pelo final do século I, todos os 27 livros do Novo Testamento haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igrejas cristãs. O cânon estava completo e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros lugares. Por causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato às condições relacionados ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cânon prosseguiu durante vários séculos, até que a igreja universal finalmente reconheceu a canonicidade dos 27 livros do Novo Testamento” (1997, p. 105)

A Amplitude do Cânon Neotestamentário
                         Ainda dentro desta questão literária, podemos, de forma sucinta, elaborarmos uma classificação centrífuga, partindo dos canônicos, no que se refere à aceitação dos vários livros:
 Livros Aceitos por Todos: são chamados também de “homologoumena” [unanimemente, de acordo] e se constitui daqueles livros do cânon que foram aceitos unanimemente, desde o início, sem objeções. Em geral, dos 27 livros do NT, 20 são homologoumena.
    Livros Questionados por Alguns: são os chamados “antilegomena” [contradizer, falar contra, disputado, duvidoso] que são justamente os 7 livros que completam o total do cânon neotestamentário (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse). Não significa que eles não fossem aceitos como inspirados, mas por que foram questionados e vieram a serem reconhecidos universalmente somente em um período posterior. Todavia, eles foram autenticados desde o período apostólico e sub-apostólico, bem como pelos patrísticos (conforme Anexo 1).
  Livros Rejeitados por Todos: estes recebem também o nome de “pseudepígrafos” [escritos falsos] e foram produzidos no transcorrer dos séculos II e III. É uma literatura espúria e herética, totalmente comprometida com as idéias dos gnósticos, docéticos e ascéticos, sendo totalmente rejeitados e tendo sido classificados de “totalmente absurdos e ímpios” por Eusébio. O numero exato destas obras não se sabe, porém já foram catalogados mais de 280 destas obras.O valor destes escritos são apenas históricos.
   Livros Aceitos por Alguns: estes são chamados livros “apócrifos” [oculto, secreto] e a diferença entre estes e os anteriormente mencionados é que alguns foram acolhidos por estudiosos do período patrísticos. Mas este reconhecimento nunca foi amplo ou permanente. Geisler cita algumas razões pelas quais eles foram valorizados:
1. revelam os ensinos da igreja do século II
2. fornecem documentação da aceitação dos 27 livros canônicos do Novo Testamento
3. fornecem outras informações históricas a respeito da igreja primitiva, no que concerne à sua doutrina e liturgia.
Diante de todas estas informações, podemos afirmar com toda convicção de que os 27 livros que compõem a nossa Bíblia hoje, sempre foram autenticados desde os primórdios do cristianismo. E aqueles que não fazem parte deste cânon nunca foram integralmente e/ou unanimemente aceitos universalmente desde o princípio.

Como se Formaram os Evangelhos
CONFORME PROLOGO DE LUCAS
(Lc 1,1-4)
ETAPAS HISTÓRICAS
ETAPAS LITERÁRIAS
1º Acontecimentos
Uma vez que muitos propuseram compor um relato dos acontecimentos que se cumpriram entre nós,
2° Comunidades
foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
3º Redatores
também a mim me pareceu conveniente escrevê-la para ti por sua ordem,
4° Leitores
excelentíssimo Teófilo, para melhor conheceres a firmeza da doutrina em que foste instruído.


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/


Referências Bibliográficas
GEISLER, Normam e Nix, William, Introdução bíblica – como a bíblia chegou até nós. São Paulo: Ed. Vida, 1997.
NOGUEZ, Armando. Manual para estudar a bíblia. São Paulo: Ed. Santuário, 2004.





[1] Em sua excelente obra Geisler destaca de forma breve algumas razões pelas quais estes livros foram questionados em sua canonicidade, até meados do século IV (1997, pp. 115-118).

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