Um dos primeiros povos a habitar a região mesopotâmica foram
os Sumérios, que encontrando condições apropriadas abandonaram o estilo nômade e
se estabeleceram nesta região. Bem servidos de água e alimentos, e sentindo-se
seguros pelas cadeias montanhosas ao norte e a oeste, assim como o Golfo
Pérsico ao sudoeste, e pelo não menos protetor deserto da Síria ao sul e leste,
fundaram a primeira das grandes civilizações da história humana. O nome Suméria
significa “Sul da Babilônia” e eles se autodenominaram “terra civilizada” e
eram chamados de “cabeças escuras” indicando provavelmente que sua origem era o
sul da Índia.
Os sumérios construíram os primeiros templos e palácios
monumentais, que inspiraram outras civilizações e ainda se faz presente no
ideário de muitas religiões e impérios econômicos, com suas catedrais, mega templos
e edifícios desproporcionais.
Mas também foram os primeiros a construírem uma rede de cidades-estados,
bem como provavelmente a primeira a desenvolver uma forma de registro escrito
(3100 a 3000 a.C.). Primariamente utilizaram os sinais pictográficos (figuras),
que possibilitam serem lidos em qualquer idioma. A partir destes sinais eles
desenvolveram representações fonéticas e formaram o primeiro vocabulário
iniciando a linguagem escrita sumeriana. Não é um idioma semítico, pois é uma
linguagem aglutinante (aglutinativa), na qual a raiz da palavra pode variar,
diferentemente do hebraico em que a raiz é inflexível.
Esta necessidade de registrar os fatos está relacionada
às questões econômicas e governamentais na medida em que a civilização
sumeriana se amplia e exige um controle e uma comunicação mais eficaz. As
primeiras plaquetas de argila que contêm a escrita cuneiforme demonstram claramente
essa importância. E tais plaquetas estão entre as mais antigas formas de
escrita do homem.
Outra invenção desenvolvida na Suméria foram os selos
cilíndricos, que tinham entre 2 e 6 centímetros, esculpidos com desenhos em
entalhe. Era utilizado como selos (assinaturas), no comércio (confirmação de
recebimento), construções (tijolos) e na autenticação de correspondências
legais.
Cidades-Estados
O controle e administração do império sumeriano era feito
através das chamadas cidades-estados que também se constituíam em centro
religioso, as quais se identificavam com uma determinada divindade.
Religião
Os sumérios desenvolveram uma teologia e uma cosmologia complexa
e especulativa para explicarem os ciclos
da natureza, bem como os fatos que regem os mistérios do universo e da vida
humana. Não tinham literatura sagrada e eram politeístas cujo os principais
deuses tinham sua cidade-religiosa: Enlil
- deus do ar e atmosfera (Nippur); Enki
-deus da água doce (Eridu); An - deus
supremo (Uruk); Em - grande
sacerdote (Kish); Ky - deusa da
terra – grande dama que gera; Innana
- deusa do amor – união de Na e Ky (“Afrodite” Sumeriana). Havia também
uma espécie de calendário litúrgico e festivais que demarcavam datas
especificas tais como o Ano Novo, onde eram oferecidos grandes banquetes. Os
deuses eram adorados com ofertas diárias acompanhadas de canto de hinos e
louvores. A partir do desenvolvimento religioso sumeriano temos a origem das
três religiões monoteístas atuais: judaísmo, islamismo e cristianismo.
Os Sumérios e a Bíblia
Apenas duas das grandes cidades-estados sumerianos são
mencionadas nas narrativas bíblicas: Ereque (Uruque) e a cidade de Ur, que
chegou a ser a capital da confederação de cidades (cerca de 2100 a 2000 a.C.) e
também lugar de origem de Abraão, que se constituirá na figura central nas três
maiores religiões monoteísta: judaica, muçulmana e cristã. Com a queda de Ur,
pelos babilônios, a cidade de Isin deu continuação às tradições e realizações
da Suméria.
O maior elo de ligação entre os registros bíblicos e a
civilização sumeriana esteja nos relatos sobre o dilúvio. Ainda que seja apenas
um fragmento que foi preservado, ele contém muitos detalhes significativos e
que encontram referências no livro de Gênesis (6-8). Aqui funciona a lei do pêndulo:
o relato bíblico reinou soberanamente por milhares de anos como sendo o único
relato da criação e do dilúvio, mas desde que foram descobertos os registros
sumerianos o pêndulo foi para o outro extremo, e de registro inquestionável, o
registro de Gênesis tornou-se apenas um plágio dos registros sumerianos, que sem dúvida alguma historicamente são mais antigos do que os registros israelitas. Mas
as pessoas menos céticas e mais equilibradas tem concluído que ambas as
narrativas (suméria e bíblica) são fundamentadas em histórias mais antigas,
preservadas de forma oral, e que na medida em que foram se desenvolvendo a
escrita, passaram a serem registradas. Desta forma fica mais fácil compreender
as convergências e divergências das duas versões sobre a criação e do dilúvio, bem como da construção da Torre de Babel, representada nas Zigurates, construções sempre
encontradas nas cidades sumerianas, bem como a posterior explicação para a confusão de línguas.
Evidente que houve nos primórdios um compartilhamento de
histórias comuns entre os sumerianos e demais culturas, entre elas os hebreus
de onde surgira a nação israelita.
Me. ipg
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