A
oração foi sempre o meio pelo qual Jesus se relacionou e se harmonizou com a
Vontade Perfeita do Pai. Logo após submeter-se ao batismo por João, no rio
Jordão, Ele vai para o deserto e ali passa quarenta dias orando; durante os
quase três anos de Ministério vamos encontra-lo orando; nas últimas horas que
antecedem sua Morte, Jesus aproveita para orar; e ainda que uma das suas orações
mais conhecida seja a aquela feita no Getsemani, esta não foi sua última oração
... a
última vez em que Jesus ora ... foi na Cruz:
Contudo,
Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Costumamos
orar em templos, em quartos, jardins ou em lugares mais tranquilos, mas a última oração de Jesus foi numa Cruz; as
pessoas amaldiçoam na cruz, elas gritam na cruz, as pessoas se revoltam na cruz
... mas Jesus escolhe orar na cruz!
Ali
pregado na cruz, Jesus não ora por Si
mesmo. As dores eram insuportáveis; o deboche e frieza dos soldados
revelavam toda insensibilidade humana para com o sofrimento do outro; e
certamente o abandono por parte de seus discípulos dilacerava ainda mais o
coração de Jesus. Mas apesar de tudo isso, Ele encontra força e disposição para
orar em favor de todos eles e não por Si mesmo!
O tempo verbal utilizado pelo evangelista
Lucas traz a ideia de uma ação continua ou repetida, o que
significa que Jesus faz está oração várias
vezes, durante as horas que permaneceu ali pregado na cruz. Ele não orou
apenas uma ou duas vezes, mas repetidamente
ele ora: “Pai, perdoa-lhes ... Pai, perdoa-lhes ... Pai, perdoa-lhes ...”;
até que sua garganta e sua boca secaram e as palavras não mais podiam ser
pronunciadas.
Jesus orou por aqueles que o abandonaram, ainda que os tenha amado até o fim; orou por aqueles que o prenderam e condenaram, mesmo sabendo que
ele era inocente; orou por aqueles que o
chicotearam, humilharam e o pregaram naquela cruz; Jesus escolheu
orar por todos eles e não por si mesmo.
E o
que Jesus ora, o que Ele realmente está pedindo ao Pai? Para compreendermos o real sentindo da oração de Jesus é
preciso distinguir qual a palavra que ele utiliza para “perdoar”. Há duas palavras gregas usadas no NT para expressar
perdão. Uma traz a ideia bem conhecida de “esquecer,
apagar” o que significa que quando Deus perdoa nossos pecados Ele apaga ou
não mais se lembra do pecado perdoado. Mas a palavra utilizada aqui no texto de
Lucas é uma que encontramos em outros dois textos de Mateus; no primeiro texto
alguns pais desejam trazer seus filhos pequenos para serem abençoados por Jesus
e os discípulos estão impedindo que elas se aproximem então Jesus percebendo
diz: “Deixai as crianças virem, não as impeçais”, a palavra “deixar” é a mesma palavra usada por
Jesus “perdoa-lhes” (19.14). No
segundo texto temos a cena na cruz onde um soldado molha a esponja no vinagre e
tenta oferecer a Jesus ali pregado, para aliviar sua agonia, mas os demais
soldados começam a dizer: “deixe-o
(não interfira) sozinho, vamos ver se Elias vem salvá-lo” (27.28-29).
Somando
o sentido destas duas referências com a de Lc temos o real sentido da oração de
Jesus na cruz: “Pai, não os impeçam de
que venham a mim”. Pai dê aos soldados romanos que me pregaram uma chance
de se arrependerem; Pai dê à multidão furiosa a chance de se conciliarem
contigo; Pai dê a todo pecador a oportunidade de ser redimidos; Pai, estou pagando o preço, desvie a sua ira
deles e dê-lhes a chance de se arrependerem e serem perdoados de seus pecados”.
O
apostolo Pedro, alguns anos depois, escrevendo sua segunda carta reafirma esta oração de Jesus: “Ele (Deus) é longânimo para convosco, não querendo que ninguém pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pe 3.9).
Deus
tem alongado sua paciência e tem retido seu juízo, atendendo a oração de Seu
Filho no calvário.
Por
mais de dois mil anos as pessoas estão sendo convidadas para se arrependerem e
crerem em Jesus para que seus pecados sejam perdoados e elas sejam salvas.
Talvez tenhamos mais dois mil anos, talvez não.
Hoje
o perdão e a salvação estão sendo oferecidos, mas até quando? A bíblia não diz!
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan
Pereira Mestre em Ciências da Religião.
Universidade
Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
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Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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Paz,muito bom essa entrepletação.
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