O termo “amém” tem
perdido seu real significado dentro do cristianismo evangélico. Longe de
corresponder tão somente ao significa de “assim
seja", que expressa um mero desejo, ele se reveste em sua origem de um
significado muito mais significativo de compromisso: “certamente, de fato, com certeza”, ou simplesmente: “Sim”. Na verdade, esse advérbio é derivado de uma raiz hebraica composta por três letras
(alef, mem e num – ןמֵאָ) que significa “firmeza,
solidez, segurança (fé)”. Desta forma, ao se proclamar “amém” assume-se a
responsabilidade de que aquilo que está sendo confirmado é autentico e deve ser
plenamente realizado.
No contexto bíblico “amém” significa muito mais do que
concordar com alguém (1Rs 1.36) ou aceitar uma determinada missão (Jer 11.5);
implica em assumir diante de Deus um juramento de que haverá de honrar o que
acabou de ser confirmado (Nm 5.22). Torna-se ainda mais solene quando declarado
em compromisso coletivo no contexto da Aliança (Dt 27.15-26; Ne 5.13). No
contexto cristão-evangélico podemos citar o momento do batismo e/ou profissão
de fé durante a celebração cúltica, tanto por parte da pessoa batizada, quanto
por parte da comunidade que confirma todos os votos com um “Amém! ”
Como referido acima, dentro da liturgia o “amém” adquire
novas dimensões, pois quando referido à Deus, declara-se a total confiança em
Sua Palavra, poder e bondade e que se constitui em bênção para o declarante (Ne
8.6). Portanto, torna-se uma aclamação litúrgica como podemos perceber nas
doxologias (Rm 1.25; Gl 1.5; 2Pe 3.18; Heb 13.21). O “amém” deve ser declarado
com plena consciência daquilo que está sendo confirmado, tem que haver
discernimento (1Co 14.16). Neste contexto cúltico o “amém” conclui os cânticos entoados pelos salvos na glória celeste (Ap 5.14; 19.4), onde se une à
“aleluia”.
O “amém” quando proferido por Deus é a expressão livre e
verdadeira de que haverá de manter-se fiel às Sua Palavra (tanto a bênção,
quanto a maldição); pois Ele é o Deus da verdade (amém) conforme Isaías 65.16.
Jesus
Cristo é o “amém” de Deus, pois por meio dele todas as promessas são plenamente
realizadas (2Co 1.19s) – aqui Paulo substitui o “amém” hebraico por uma palavra
grega que significa “sim”. Quando Jesus reivindica ser um enviado de Deus e que
portanto, suas palavras são verdadeiras, introduz tais declarações com um amém
(Mt 5.18, 18.3; Jo 1.51; 5.19).
Mas Jesus
Cristo não apenas proclama as verdadeiras palavras da parte de Deus, mas ele
próprio é o “Amém” de Deus por excelência – a testemunha fiel e verdadeira (Ap
3.14). Assim, para que um cristão seja fiel, ele precisa responder a Deus
uníssono com Cristo; o único “amém” eficaz é o pronunciado por Jesus na glória
(2Co 1.20). A Igreja pronuncia o “amém” em consonância dos salvos nos céus (Ap.
7.12) e ninguém pode pronuncia-lo a menos que a graça de Cristo esteja nele;
assim, o voto que encerra o Apocalipse e por extensão toda a Bíblia é selado
por um último “Amém” (Ap 22.21) que é a garantia de que tudo que nela está
contido será impreterivelmente cumprido - AMÉM!!
Me. ipg
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Referências Bibliográficas
COENEN, Lothar
(editor). O Novo Dicionário
Internacional de Teologia do Novo Testamento, v.1, ed. Vida Nova, 1989.
BARCLAY,
William. New
Testament Words. The Westminster
Press, 1974.
ROTH, Cecil. Enciclopédia Judaica – A-D. Rio de
Janeiro: Editora Tradição S/A, 1967. [Biblioteca de Cultura Judaica]
TENNEY, Merrill C.
(Org.). Enciclopédia da Bíblia, v.
1. Tradução da Equipe de colaboradores da Cultura Cristã. São Paulo: Cultura
Cristã, 2008.
TURNER,
Nigel. Christian Words, 1980. Dictionary
of Christian Theology, Angeles, 1985.
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