A cidade de Cafarnaum ocupa um espaço muito especial nas
narrativas evangélicas, pois é aqui que Jesus iniciara de fato seu ministério
terreno. Foram os moradores desta cidade litorânea que tiveram o privilégio de
contemplarem com seus próprios olhos os primeiros milagres públicos realizados
por Jesus; foi na Sinagoga de Cafarnaum que Jesus leu e expos com poder e
autoridade nunca antes ouvida as Escrituras do Primeiro Testamento. Nem
Jerusalém e nem seu Templo, mas a distante Cafarnaum e uma simples casa foi o
lugar que Jesus escolheu para se constituir em sua base missionária e aqui
periodicamente ele vinha com seus discípulos depois de suas viagens
evangelísticas por toda Palestina judaica.
Localização
e História
Uma
das mais encantadoras imagens da Palestina judaica é o chamado mar da Galileia, também conhecido como
mar de Tiberíades ou lago de Genesaré (em
hebraico: יָם כִּנֶּרֶת; em árabe: بحيرة طبريا) que se constitui em um
extenso lago de água doce localizado
no Distrito Norte de Israel.
Ao derredor deste espaço
hidrográfico, existiam algumas cidades pesqueiras como: Genesaré (Mt 14:31, Mr 6:53, Lc 5:1) , Magdala (Mt 15:39) , Tiberíades (Jo 21:1, Jo 6:1, Jo 6:23), Cafarnaum a maior delas (Mt 4.13, Jo 6.17) , e algumas outras. Por
esta razão o lago recebeu tantos nomes diferentes – mar da Galileia[1] porque
fica na região com este nome e Mar de
Tiberíades e Lago de
Genesaré, pois, havia cidades ao redor dele com estes respectivos
nomes.
Este
belíssimo lago está intimamente relacionado com o ministério público de Jesus
Cristo. A cidade de Cafarnaum,
sua base missionária (Mt 9.1), estava em suas margens. Foi aqui que Jesus
convocou seus primeiros discípulos: Pedro e seu irmão André, e Tiago e João, e
os constituiu em "pescadores dos homens" (Mt 4.18,22 ; Mc
1.16-20 ; Lc 5. 1-11). Foi em uma das travessias desse lago
que se forma uma enorme tempestade e Jesus a acalma com uma simples ordem: “Aquietai” (Mt 8.23-27 , Mc
7.31-35 );[2] e
finalmente é às margens desse precioso lago que o Jesus ressurreto se revelou
aos seus discípulos (João 21).
É
chamado de “mar”
por causa de suas dimensões privilegiadas, chegando aproximadamente 11/14 km de
largura por 22/24km comprimento, 212 metros abaixo do nível dos
oceanos, nos lugares mais fundo próximo de 50 metros. Desta forma, as cidades
ao seu derredor movimentavam sua economia com o ramo pesqueiro, com uma
variedade grande de peixes, cerca de vinte e duas espécies.
A localização de Cafarnaum está ao longo da fronteira dos
territórios de Zebulom e Naftali (Mt 4.13) na costa noroeste do Mar da
Galileia. Sua localização é de pouco mais de três quilômetros do ponto
onde o rio Jordão desemboca no Mar da Galileia e a cerca de pouco mais de
quinze quilômetros da atual Tiberíades. Seu nome hebraico é Kfar Nahum, o que significa "vila de Nahum".[3] E apesar de não ser
mencionada no Primeiro Testamento é mencionada pelo menos dezesseis vezes no Segundo
Testamento.
A evidência arqueológica demonstra que a cidade surgiu no
século II aC, no período Hasmoneano. Nos dias de Jesus a cidade vivia seus
dias mais gloriosos, com uma população máxima de 1.500 habitantes,[4] mas apesar de não estar
entre as maiores cidades da região ela era privilegiada em sua localização
geográfica. Seus recursos econômicos eram a pesca, a agricultura
(principalmente frutas), a indústria (da pesca e a fabricação de equipamentos
tais como pedras de moagem de grãos e prensas de azeitonas de pedra basalto) e
o comércio.
Para
começar, Cafarnaum era uma cidade fronteiriça e por isso ali funcionava uma
alfândega (Mc 2.13-15)[5] ao longo da principal
estrada imperial[6]
que levava a Damasco. Era também o único assentamento na margem noroeste do
grande lago. As caravanas de comerciantes traziam seda e especiarias de Damasco
e retornavam com os peixes secos e as frutos das planícies de Genesaré. Na
costa do lago, onde Pedro e outros pescadores trabalhavam, os arqueólogos
descobriram uma área de venda de peixe.[7]
Cafarnaum comercialmente estava conectada de forma
proeminente às regiões do
norte, ou seja, a Galileia
superior, Golã, Síria, Fenícia, Ásia Menor e Chipre.[8] Por outro lado, os
contatos com o centro e sul da Palestina foram surpreendentemente
escassos, por está razão havia muita discriminação dos moradores da Judéia e
Jerusalém em relação aos habitantes de Cafarnaum e região.
As
narrativas evangélicas indicam a presença de um destacamento de soldados
romanos em Cafarnaum (Lc 7.1-10, Mt 8.5-13)[9] enfatizando a importância
da cidade como uma encruzilhada para muitos viajantes, por causa do intenso
comercio, que saiam e entravam na Tetrarquia
de Herodes Antipas.[10] A cidade tinha sobre
sua jurisdição pelo menos 8 km da costa do lago, das nascentes até ao rio
Jordão superior e ainda hoje, este lado do lago é particularmente rico para a
pesca. Provavelmente essa foi a razão pela qual Pedro e André deixaram sua
cidade de origem, Betsaida, e se instalaram em Cafarnaum como um lugar mais
adequado para sua atividade pesqueira.
Foi
em Cafarnaum e região que Jesus passou a maior parte de seu ministério terreno,
a ponto desta pequena cidade ser chamada de sua “a casa” (Mt 9.1; Mc 2.1), devido ao fato
que ela se constitui no centro do ministério de Jesus na Galileia.[11] O mais interessante é que
ele não nasceu em Cafarnaum, seus pais não viveram lá, e Ele não cresceu lá.
Jesus
era conhecido como o Nazareno, pois havia crescido em Nazaré. Mas seus
contemporâneos foram implacáveis com ele e sua mensagem a ponto de Jesus
declarar – o profeta não é reconhecido em sua própria casa. A partir de então
se transfere para Cafarnaum, onde moravam Pedro e João e Tiago e André, e nesta
cidade e seu entorno Jesus realizou mais milagres e pregou mais sermões do que
em qualquer outro lugar durante todo o ministério.
Sobre
a importância histórica desta região e desta cidade em particular o estudioso O.
Palmer Robertson, expressa com muita propriedade:
Observando
como a liderança judaica e Herodes trataram João Batista, Jesus lançou
estrategicamente Seu próprio ministério na Galileia dos gentios, em Cafarnaum,
que estava junto ao mar (Mateus 4.12-16; ver Isa. 9.1-2). Não foi sem razão que
o Senhor [Deus] indicou a Abraão que ele deveria se instalar nessa estreita
faixa de terra que se conectava a três continentes. Durante milhares de anos,
viajantes da África para a Europa, da Ásia para a África passaram pela Via
Maris, o "Caminho do Mar". Pelo mesmo local de Cafarnaum, eles
passaram, e eles continuavam a passar pelos dias de Jesus. Ao inaugurar o seu
ministério público na Galileia dos gentios ao longo da principal rota comercial
internacional, Jesus estava fazendo uma declaração. Esta terra serviria de
trampolim para todas as nações. O reino de Deus abrangeria um reino que se
estenderia para muito além das fronteiras do antigo Israel. Como Paulo indica
tão claramente, a promessa de Abraão de uma nova perspectiva da aliança
significava que seria herdeiro do cosmos (Romanos 4.13). Todas as nações,
terras e povos experimentariam as bênçãos desta regra benevolente (1996, p. 11).
Chamada
dos primeiros discípulos
Foi
na vizinhança de Cafarnaum que Jesus escolheu vários de seus apóstolos,
começando pela dupla de irmãos: Pedro e seu irmão André (Mc 1.16-18) e João e
Tiago, filhos de Zebedeu (Mc 1.19-20). Como referido acima em Cafarnaum havia
uma alfandega e, por conseguinte coletores de impostos, denominado
pejorativamente pelos judeus radicais (fariseus e escribas) de publicanos. E
foi um destes impopulares e desprezados coletores, chamado Levi (posteriormente
Mateus),[12]
que Jesus chama para fazer parte de seu grupo apostólico (Mc 2.13-14; Mt 9.9).
Pouco
antes de Sua ascensão ao céu, Jesus deu a Grande Comissão (Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho) aos seus apóstolos, agora com menos um: "os onze discípulos foram para a Galileia, para o monte
que Jesus designou para eles" (Mt 28.16). E fazia todo o
sentido a ordem de Jesus, pois Cafarnaum e a região era o entroncamento das
principais vias nacional e internacional. Era pelo “Caminho do Mar”, referido tanto no Primeiro
quanto no Segundo Testamento (Is 9.1; Mt 4.15), que os comerciantes de todo o mundo transitavam com suas
mercadorias, indo e vindo o tempo todo, e cuja cidade de Cafarnaum era o
entreposto deles. Esses detalhes nos ajudam a entender como a fama de Cristo e sua
mensagem se espalhou tão rapidamente pela Síria e
"Galileia,
Decápolis, Jerusalém, Judéia e além do Jordão" (Mt 4.23-25),
bem como posterior à sua ressurreição as comunidades cristãs se formaram
rapidamente por tantos lugares simultaneamente.
Foi a partir de Cafarnaum que Jesus começou a
"pregar o evangelho do reino de Deus" (Mc 1.14-15). Mateus declara
que Jesus começou Seu ministério aqui para cumprir a profecia do Primeiro
Testamento (Mt 4.13-16, cf. Is 9.1-2) - "A terra de Zebulom e a terra de Naftali"
eram porções da Terra Prometida que tinham sido dadas a essas tribos durante os
dias de Josué (Js 19. 10-16, 32-39). O profeta Isaías proclamou
sua mensagem mais de setecentos
anos antes da vinda de Jesus Cristo. Enquanto Nazaré está
na área tribal de Zebulom, Cafarnaum está
situada em Naftali. Ambos os nomes tribais são mencionados na mensagem de Isaías.
De acordo com o Talmude,
a tribo de Naftali controlou a área ao redor do Mar da Galileia e eles eram uma
tribo de pescadores (BT Baba Kama). Isaías, na passagem acima, também menciona
que o ministério do Messias seria na área do rio Jordão. Jesus frequentemente
cruzou o Jordão para a área de Herodes Felipe, que era conhecida naquele tempo
como Gaulinite.
A Relevância de Cafarnaum no
Ministério de Jesus
·
Tornou-se sede do ministério galileano de
Jesus (Mt 9.1).
·
Jesus ensinou na sinagoga de Cafarnaum (Mc 1.21; 3.1; Lc
4.33-38).
·
Jesus curou o servo, que estava prestes a
morrer, do centurião da guarnição militar estabelecida em Cafarnaum (Mt 8.5-13; Lc
7.1-10).
·
Jesus curou a sogra de Pedro e muitos outros
(Mt 8.14-17; Mc 1.21-34; Lc 4.31-40).
·
Os demônios foram expulsos de muitas pessoas,
e confessavam que Cristo era o Filho de Deus (Lc 4.41).
·
Jesus fez com que quatro discípulos pegassem
peixes de forma milagrosa (Lc 5.1-11).
·
Um homem paralítico foi curado quando seus
amigos o introduziram pelo teto da casa onde Jesus estava (Mt 9.1-8; Mc 2.1-12;
Lc 5.17-26).
·
Jesus levantou a filha de Jairo dentre os
mortos (Mt 9.18-26; Marcos 5.22-43; Lc 8.40-56).
·
Jesus curou a mulher que tinha um "fluxo
de sangue" a doze anos (Mt 9.20-22; Mc 5.25-34; Lc 8.43-48).
·
Jesus curou o homem com a mão ressequida no
dia de sábado na sinagoga (Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11).
·
Através de um peixe, Jesus forneceu o
dinheiro para que Pedro pagasse o imposto (Mt 17.24-27).
·
Cura do filho de um nobre da corte do rei
Herodes Antipas (Jo 4.46-54).
·
Jesus declarou ser o "pão da vida"
em um sermão na sinagoga de Cafarnaum (Jo 6.30-59).
Cafarnaum
Como Modelo de Incredulidade e Juízo
Os
moradores de Cafarnaum, Corazim e Betsaida foram os que mais presenciaram os
milagres de Jesus (Mt 11.20-24).
Todavia, Jesus pronunciou o mais duro juízo sobre seus moradores (Mt
11.21-24; Lc 10.15).
Para
a cidade de Sodoma haverá menos rigor no dia do juízo, do que para os moradores
destas cidades, que apesar do número único de
evidências que nosso Senhor lhes apresentou, não creram nele e permaneceram na incredulidade
impenitente.
O resultado é que estas três cidades foram todas destruídas, e Cafarnaum
tornou-se ruínas virtualmente desabitadas por séculos. Somente com o
estabelecimento de diversos sítios arqueológicos na região, estas cidades
voltaram a serem tiradas do limbo histórico e referidas novamente.
Quando Jesus Vive Onde Você Mora
Nas referências bíblicas o Messias é chamado “Emanuel”
que significa “Deus conosco” (Is 7.14; Mt 1.23). Jesus, o Emanuel, morou na
cidade de Cafarnaum próximo ao Mar da Galileia. Caminhou em suas ruas, comprou
em suas feiras livres (shuk). Imagine o Deus Eterno caminhando e fazendo as
coisas mais comuns possíveis! De repente alguém grita – milagre! E logo você
fica sabendo que Jesus curou algum doente ou libertou alguma pessoa possessa. A
maioria dos moradores de Cafarnaum conviveu e viu o que Jesus fez e ouviu o que
Jesus ensinou, mas apenas deram de ombros e continuaram vivendo suas vidas como
se nada de mais estivesse acontecendo. Suas vidas não foram afetadas ou
alteradas em absolutamente nada!
Diante desta incredulidade e apatia Jesus proferiu suas
mais duras e implacáveis palavras de juízo: "E
você, Cafarnaum, você será levado para o céu? Não, você vai até as
profundezas. Se os milagres que foram realizados em você tivessem sido
realizados em Sodoma, teria permanecido até hoje. Mas eu digo-lhe que será
mais suportável para Sodoma no dia do juízo do que para você" (Mt
11.23-24).
Desperta tú que dormes!
As
Escrituras alertam: “... todos os que receberam muito, muito será
exigido; e há quem foi confiado muito, muito mais será cobrado" (Lc 12.48). Haveremos
de dar conta de cada verdade ouvida e aprendida que já recebemos. É
provavelmente por esta razão que os professores serão julgados mais severamente
do que outros (Tg 3.1).
Cafarnaum ilustra para nós que vivemos
em um planeta visitado. Aquele que se chama "... Maravilhoso Conselheiro, Deus poderoso, Pai
eterno, Príncipe da Paz" (Is 9.6). A cada Natal e a cada Páscoa somos lembrados de que Ele veio viver conosco por uma curta
temporada em nossa Cafarnaum. A Sua luz resplandecente tem iluminado os
mais obscuros recantos deste mundo tenebroso. Depois que Jesus Cristo andou
pela região da Galileia ela nunca mais foi a mesma - nem o mundo tem sido o mesmo.
Diante desta verdade você tem apenas
duas alternativas: Crer em Jesus como Senhor e Salvador de sua vida ou
simplesmente dar de ombros e seguir como se nada disso tivesse alguma coisa
haver com sua vida.
Utilização livre desde que citando a
fonte
Guedes, Ivan
Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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[1][1] A Galileia se
tratava de uma região localizada no Norte de Israel, divida em duas partes, a
saber a Galileia superior no sentido norte, e um pouco
mais montanhosa, e a Galileia inferior no sentindo sul. Essa "inferior" é
mesma pela qual Jesus desenvolveu grande parte de seu ministério, no entanto, o
objetivo aqui, não é tratar da extensão territorial, mas somente para que você
compreenda que se tratava de uma grande região, a qual abrigava muitas cidades
como veremos nos mapas abaixo, que por sua vez, tinha esse grande
ajuntamento de águas nessa localidade, então se atribuiu o
nome de Mar da Galileia (Jo 6:1, 4:18, Mc 1:16), obviamente por
sua localização geográfica.
[2] Na narrativa de Mateus 8:22-27,
Marcos 4:35-41 e Lc 8:22-25, nos mostra os respectivos textos, nos apresentam
uma tempestade nesse lago, isso para nós sem dúvidas é difícil de compreender,
os lagos que conhecemos são tranquilos, calmos e quietos, não obstante, existe
uma explicação lógica para essa verdade bíblica, pois durante o dia, as águas
do mar/lago é aquecido pelo sol, e subitamente recebe correntes de ar frio
que desce da Cordilheira do Hermom conhecida também como Monte Hermom, que por
sua vez fica a não muitos quilômetros dali e durante o ano todo no seu topo
está "banhado" com neve, então quando essa massas gasosas de ar frio
se chocam com as águas quentes, levantam grandes borrascas atemorizantes, a
ponto de até os mais experientes pescadores acostumados com situações
desfavoráveis, clamarem por socorro ao Mestre que estava tranquilamente
dormindo (Mt 8:25).
[3] Muitos comentaristas identificam uma
referência ao seu habitante mais famoso, o profeta Naum. Todavia, diversos
escritores antigos ignoraram o problema desta identificação, pois liam Nahum
como um substantivo comum. Por
exemplo, Orígenes interpretou Kefar
Nahum como "a aldeia de consolação" do significado
etimológico da raiz hebraica (consolo); enquanto
Jerônimo em alguns casos traduziu o mesmo nome como "a bela cidade", do raiz hebraico (beleza).
[4] Porém, muito maior do que a pequena vila
de Nazaré, que tinha uma população aproximada de apenas 400 pessoas.
[5] Este era o trabalho de Levi ,
cobrador de impostos , que se tornou discípulo de Cristo e mais tarde foi
chamado Mateus . Os fariseus e escribas criticaram veementemente Jesus por
fazer amizade com este traidor da pátria (cobrava impostos para o Império
Romano) e com outros cobradores de impostos (Zaqueu).
[6] A grande Via Maris entre
Damasco ( Síria ) e Cesárea Marítima no Mar Mediterrâneo, e entre Tiro e Egito
. Os impostos sobre alfândega eram coletados pelos viajantes nesta encruzilhada.
[7] Esta estrutura bem construída media 2
metros de largura e 5 metros de comprimento e continha duas piscinas grandes,
bastante rasas, semicirculares, uma em cada extremidade, com uma plataforma
retangular no meio em que, presumivelmente, os peixes foram limpos e vendidos
... As duas piscinas tinham uma camada grossa de gesso estanque [Herold Weiss,
“Recent Work at Capernaum,” Bible and Spade, Vol. 10, No. 1 (Associates for Biblical Research),
1981), p. 24.].
[8] Esta conclusão baseia-se no estudo
das moedas e dos navios importados até agora encontrados nos sítios
arqueológicos em Cafarnaum.
[9] Provavelmente estabelecida a leste da
cidade judaica, sob o comando de um centurião,
não necessariamente romano, provavelmente
contratado como um dos mercenários de Herodes Antipas. Os mercenários
provavelmente não eram romanos, mas poderiam ter sido recrutados da Frígia, da
Gália ou outras regiões. Eles protegiam a fronteira, forneciam apoio para os
cobradores de impostos, que tinham que recolher os impostos prescritos e, em
geral, manterem a ordem pública.
[10] Cafarnaum ficava na fronteira política que
separava a tetrarquia de
Herodes Antipas da região da Galileia então subordinada ao seu
irmão Felipe.
[11] Além de Jerusalém, esta é a mais
importante de todas as cidades mencionadas nos relatos evangélicos, pois foi
aqui que Jesus estabeleceu sua sede para a maior parte de seu ministério
público.
[12] Os publicanos eram contratados, por
uma determinada porcentagem, para coletar os impostos e taxas das mercadorias
que circulavam e no caso particular de Cafarnaum e região, dos peixes pescados
no lago da Galileia, cujo “proprietário” era o rei. A casa aduaneira do
publicano, Mateus, deve ter ficado em algum lugar onde o Caminho do Mar (Via
Maris) passava próximo da margem do lago nos arredores da cidade.
Muito bom esse estudo. Gostei 🙏👏🙌
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