quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Hermenêutica: Síntese dos Métodos de Interpretação



            Quando lemos qualquer texto literário é preciso fazer algum tipo de interpretação daquilo que o autor ou autores desejaram expressar. A forma com que interpretamos o texto pode nos ajudar ou atrapalhar a compreender o sentido original ou primário com e para que o texto foi escrito. A Bíblia é na verdade uma coleção e/ou pequena biblioteca de textos, escritos por uma diversidade de autores em épocas distintas. Portanto, quando lemos um destes textos é preciso resgatar o propósito original com que e para que ele tenha sido escrito.
            A hermenêutica[1] disponibiliza as ferramentas necessárias para que o leitor possa interpretar um determinado texto. Evidentemente que ao longo dos séculos foram elaborados diversos tipos de hermenêuticas com o objetivo de aperfeiçoar os métodos interpretativos. Alguns deles são antagônicos em relação à interpretação correta dos textos bíblicos, outros são limitados e uns poucos oferecem boas ferramentas para uma interpretação saudável das literaturas bíblicas. Lembrando que nenhuma destas hermenêuticas é perfeita, pois foram elaboradas por pessoas humanas limitadas, por isso como cristão dependemos em todo o tempo da capacitação e iluminação do Espírito Santo para que possamos extrair a genuína mensagem dos textos que compõem nossa bíblia.
            O calcanhar de Aquiles de qualquer método hermenêutico que se aproxima dos textos bíblicos são os preconceitos e pressupostos de seus elaboradores. Quando o método está contaminado por uma hostilidade ou rejeição aberta da inspiração bíblica, toda aquela hermenêutica tornar-se-á prejudicada em suas premissas e certamente em suas conclusões. Por outro lado, uma interpretação supersticiosa e centrada na letra do texto, acaba por induzir tal método ao erro em seu esforço de buscar o sentido real da mensagem ali contida.
Hermenêutica Judaica
            Os judeus foram os primeiros a terem contato com os textos bíblicos, portanto, foram os primeiros a estabelecerem métodos para seu estudo. Muitos destes métodos extrapolaram os limites dos textos e adentraram a caminhos tortuosos e absurdos de interpretações fantasiosas e fictícias. Alguns intérpretes acabaram reduzindo as letras a um determinado valor numérico, de maneira que uma palavra ou expressão cuja somatória numérica de suas letras seja igual passaram a ter um mesmo significado, mesmo que em seu contexto isso seja completamente incoerente. Tal método acaba por desfigurar completamente o sentido do texto bíblico e sua mensagem fica completamente prejudicada. Evidente que os rabinos judaicos desejavam demonstrar as múltiplas excelências e sabedoria de suas literaturas sagradas, mas a utilização deste método “numérico” acabou por prejudicar o estudo desta literatura contida no Primeiro Testamento. Mas de uma forma muito cuidadosa e ponderada é possível utilizar-se de alguns aspectos da antiga exegese judaica, no que concerne a elucidação de certas doutrinas e costumes e com muita reserva no que se refere a critica do texto hebraico.
Hermenêutica Alegórica
            Este método foi muito popular entre as escolas judaicas de Alexandria. Aqui temos uma alquimia entre os métodos gregos de interpretação[2] e a interpretação dos textos bíblicos. Para as mentes filosóficas gregas muitas figuras de linguagem como teofanias e antropomorfismos, encontradas no Primeiro Testamento, eram rejeitadas como fantasiosas, de maneira que era preciso descobrir por “trás” do texto, seu real sentido ou mensagem. Desta forma, os textos bíblicos judaicos foram interpretados como se estudavam os textos da mitologia grega. Um dos mais proeminentes e que popularizou este método alegórico judaico foi Filo (Fílon) de Alexandria (20 AC – 42 DC). Para ele todos os textos bíblicos eram enigmáticos e se deveria buscar incansavelmente seu sentido moral e religioso. Um modelo de sua hermenêutica está em sua intepretação do texto de Gênesis 2.10-14, que menciona os rios que nascem a partir do Éden. Para Filo o escritor Moises deseja ensinar questões morais, de maneira que cada rio representa uma característica especifica: prudência, temperança, coragem e justiça e o rio principal de onde emanam os demais é a sabedoria de Deus.
            A partir das escolas judaicas alexandrinas este método alegórico foi adotado pelos primeiros mestres cristãos pós-apostólicos. Um de seus primeiros e mais proeminentes representantes foi Clemente de Alexandria (150-215 DC). Seus comentários bíblicos são amplamente alegorizados. Em relação aos animais impuros segundo a Lei de Moisés – o porco, o falcão, a águia e o corvo, para Clemente cada um deles representa características morais, por exemplo: o porco é o emblema da cobiça voluptuosa. Desta forma, para o método alegórico cada detalhe, ainda que insignificante ou supérfluo do texto, torna-se extremamente relevante e determinam seu sentindo e mensagem.
            Ainda que Clemente de Alexandria e muitos de seus companheiros posteriores tivessem uma profunda reverência para com as Escrituras e desejassem extrair delas o máximo de sabedoria, o fato de eles desconsiderarem o significado comum das palavras e darem vasão à imaginação interpretativa acabou por deturpar o sentido original do texto e sua mensagem. O interprete tomou o lugar do autor/escritor do texto bíblico e passou a determinar o que significa e qual a mensagem contida em determinada passagem, não importando o quão extravagante, fantasiosa ou absurda seja. Este método foi popular até a Idade Média e grandes comentaristas bíblicos como Agostinho se utilizaram deles. Isso não significa que tudo que eles produziram deve ser rejeitado ou jogado no lixo, mas apenas que devem ser lidos com acuidade. Resolve-se com muita simplicidade a presença no cânon do livro de Cantares, onde a jovem é a Igreja e o jovem é Cristo.
Hermenêutica Mística
            Um método muito semelhante ao Alegórico é a hermenêutica Mística. O objetivo é se buscar sempre o sentido espiritual do texto ou passagem. Desta forma cada palavra ou expressão bíblica deve ser perscrutada até se revelar seu sentido mais profundo. O próprio Clemente de Alexandria, revelando a confluência dos dois métodos, interpretava que as leis dadas através de Moisés continham um significado quádruplo: o natural, o místico, o moral e o profético. Já Orígenes (185-254 DC) fazendo uma analogia com a natureza humana que segundo ele é composta de corpo (σωματικός), alma (ψυχικός) e espírito (πνευματικός), afirmava que as Escrituras bíblicas continham um sentido triplo correspondente: alegórico, tropológico (moral) e anagógico[3] (místico/espiritual). No século IX Rabano Mauro (776-856 DC) propôs um método hermenêutico quádruplo: histórico, alegórico, analógico e tropológico, a diferença com a proposta de Orígenes é a introdução do aspecto histórico. Em sua opinião o texto bíblico para ser plenamente compreendido é preciso uma abordagem de acordo com os quatro métodos juntos, pois cada um deles oferece apenas uma interpretação fracionária.
            Outras variações desta hermenêutica mística foram surgindo ao longo dos séculos. Emmanuel Swedenborg (1688-1772 DC) manteve o sentido triplo com sua “Ciência das Correspondências[4], fazendo analogia dos três céus: o baixo, o meio e o superior – o natural ou literal, o espiritual e o celestial. Para ele mais relevante do que as regras gramaticais e históricas o que realmente importa é o testemunho interior do Espírito que é permanente e infalível. Essa busca pelo celestial e testemunho interior influenciou diversos movimentos posteriores como o pietista, de acordo com o qual o intérprete afirma ser guiado por uma “luz interior”, recebida como “uma unção do Espírito Santo” (1 João 2.20). As regras da gramática e o significado comum e o uso das palavras são descartados, e a Luz interna do Espírito é considerada a Reveladora permanente e infalível. No período final os pietistas da Alemanha, e os Quacres da Inglaterra e da América foram especialmente dados a essa forma de interpretar os textos bíblicos. Mas essa iluminação/luz interior torna-se falível na medida em que os interpretes bíblicos destes movimentos compreendem um mesmo texto de formas distintas e até irreconciliáveis. O grande perigo é que o sentido do texto fica refém do próprio interprete e suas emoções de maneira que sua mensagem torna-se subjetiva e em alguns casos até mesmo fantasiosa.
Métodos Racionalistas
            Mas em um movimento pendular surge com muita força o movimento racionalista, que vai se constituir em contraponto aos movimentos anteriormente mencionados. J. S. Semler (1725-1791) é o formulador do método conhecido por “Método do Acomodamento” e também é considerado o pai do Racionalismo Cristão. Ele conclui que os livros que compõe a cânon bíblico eram historicamente condicionados, de maneira que seus escritores incorreram em equívocos e erros, de maneira que cabe ao interprete (hermeneuta) identificar esses erros e corrigi-los. Em sua proposta ele afirma que os ensinamentos bíblicos sobre milagres, o sacrifício vicário e expiatório, a ressurreição, o julgamento eterno e a existência de anjos e demônios, devem ser considerados como acomodação de ideias supersticiosas, preocupações e ignorância do tempo em que os textos foram escritos. Ele ensinava que o Primeiro Testamento foi escrito para os judeus dentro de sua cultura histórica, cuja mentalidade estreita e cheia de erros não deve ser adotada como regra geral de fé e prática. Os evangelistas também estavam saturados de suas respectivas mentalidades culturais: Mateus escreve para os judeus que estavam fora da Palestina; João escreve para cristãos inseridos, em maior ou menor grau, na cultura grega. O apóstolo Paulo inicialmente esforça-se para atrair os judeus para o cristianismo, mas, percebendo que não alcançaria sucesso, volta-se para os gentios e alcançou grande distinção em apresentar o cristianismo como religião para todos os homens. Desta forma ele conclui que os diferentes livros que compõem as Escrituras serviram para suas respectivas épocas e públicos, de maneira que muitas das suas declarações podem, sem maiores formalidades, serem descartadas. Fica evidente que ele não cria na inspiração e na infalibilidade dos textos bíblicos. Seu método de interpretação necessariamente impugna a veracidade e a honra dos escritores bíblicos e do próprio Filho de Deus, pois se tornam coniventes com os padrões e a ignorância dos homens, e transforma todos aqueles que crerem na Bíblia em pessoas ignorantes que compactuam passiva ou ativamente com a mentira e o erro. Uma vez aceito tais pressupostos nossa pregação e vida cristã ficam literalmente sem fundamentação. Semler era obcecado pela ideia de que religião e teologia, assim como piedade pessoal e ensino público devem ser tratadas como coisas distintas. Infelizmente, na pratica evangelical brasileira atual podemos perceber essas dicotomias, não apenas nos movimentos neopentecostais, mas entre os chamados evangélicos históricos.
            O eminente filósofo Immanuel Kant (1724-1804) elaborou um método denominado de “Método Moral”. Ele aplica os princípios da razão pura e idealismo de seu sistema metafísico para o campo da hermenêutica bíblica. Segundo ele apesar da Escritura ser decorrente da inspiração divina, seu valor prático está em decorrência de sua capacidade em melhorar a moral humana. Seguindo este critério qualquer passagem bíblica da qual não se possa extrair uma lição moral útil, segundo a razão prática, tem-se a liberdade para suplanta-las ou lhes conferir um significado compatível com a religião da razão. Para Kant o único valor real das Escrituras são a de ilustrar e confirmar a religião da razão – ele faz com que as Escrituras se curvem diante da razão humana.
Na medida em que esses métodos até aqui mencionados, abandonam completamente o sentido gramatical e histórico da Bíblia, não existe qualquer regra confiável ou auto consistente. Tanto os métodos místicos e alegóricos, que deixa tudo sujeito à fé ou imaginação pessoal do intérprete, quanto esses métodos racionalistas, estabelecem em última instância como validador das Escrituras, o próprio interprete.
Seguindo essa metodologia racionalista encontramos o chamado “Método Naturalista”, que sem duvida dos até aqui mencionados é com certeza o a mais radical. Um modelo explícito desta hermenêutica pode ser encontrado no Comentário do Novo Testamento,[5] produzido por Heinrich Eberhard Gottlob Paulus (1761-1811), professor de Heidelberg, onde ele defende que o hermeneuta bíblico deve fazer clara distinção entre o que são fatos e o que são meras opiniões.  Declara aceitar a verdade histórica das narrativas evangélicas, todavia ensina que a maneira de explica-las é uma questão de opinião. Rejeita qualquer ação sobrenatural nos assuntos humanos e explica os milagres de Jesus como sendo atos de bondade, como demonstração de perícia médica ou como exemplos da sagacidade e tato pessoais, registradas na narrativa de uma forma característica da época e de opiniões dos diferentes escritores evangélicos. As narrativas de Jesus andando sobre as águas na verdade era Jesus andando na praia; o barco estava o tempo todo perto da costa, que quando Pedro pulou na água, Jesus foi capaz de alcança-lo e salvá-lo da praia. Mas a excitação foi tão grande e tão profunda a impressão causada nos discípulos, que para eles parecia que Jesus, milagrosamente, andou sobre as águas e foi em seu auxílio. E assim ele vai explicando cada um dos milagres dos evangelhos, como sendo apenas ações naturais que foram usadas ou interpretadas como sendo ações sobrenaturais.
Evidente que este tipo de interpretação das narrativas evangélicas contraria a mais simples noção da linguagem humana e transformam os evangelistas em motivo de total descredito e todos os que têm crido neles como pessoas destituídas de qualquer capacidade de pensar inteligentemente.
Na sequencia temos David Federico Strauss (1808-1874) exegeta e teólogo alemão que através de sua obra “A vida de Jesus analisada criticamente”,[6] cuja primeira edição foi 1835 impactou as academias cristãs. Seu método foi denominado de “Mítico” e foi fundamentado na doutrina de Hegel (panteísta) em que a ideia de Deus e do absoluto não surge ou se revela ao individuo sobrenaturalmente, mas está desenvolvida na consciência da humanidade. Desta forma, para Strauss, a ideia messiânica se desenvolveu gradativamente na consciência dos judeus de maneira que quando Jesus apareceu a expectativa estava maturada. Jesus, um judeu de notável beleza e força de caráter, que por sua excelência e conduta sábia, causou uma forte impressão em seus amigos e parentes. Para Strauss a ressurreição de Jesus foi um processo inconsciente de imaginação mítica dos primeiros seguidores de Jesus, formado a partir de lendas messiânicas do Primeiro Testamento. Nesta esteira ele vai interpretar todos os relatos evangélicos como sendo uma apropriação do conhecimento geral oferecido nos escritos da bíblia hebraica, incluindo toda literatura apócrifa. Em suas primícias Strauss nega os milagres e que todas as narrativas que se diferem devem ser falsas (míticas). Segundo ele nenhum dos evangelhos foi escrito por testemunhas oculares, mas são recopilações de outros escritos, e que no máximo apenas quatro epístolas de Paulo são autênticas. Evidente que Strauss é muito mais produto de sua época racionalista, do que os evangelistas do seu tempo histórico. As (des)construções dele são muito mais elaboradas do que as narrativas simples dos evangelhos. Ele sabia muito bem, mas não levou em consideração ou simplesmente omitiu, que uma mitologia para ser criada precisa de muito tempo, todavia as narrativas sobre Jesus circularam em um período muito curto, quando ainda havia inúmeras testemunhas oculares dos fatos registrados pelos evangelistas e pregada pelos cristãos em toda parte, podendo facilmente ser desmentidas ou confrontadas. Sua interpretação mítica não teve aceitação entre as academias cristãs e tem muito poucos seguidores nos dias atuais.
            Como diz um ditado popular: “em porteira que passa um boi, passa uma boiada”, a perspectiva racionalista motivou muitos outros autores a explorarem os textos bíblicos. Ainda que as propostas de F. C. Baur, Renan, Schenkel e tantos outros possam ter relativas diferenças de abordagem, eles compactuam com a ideia de que os textos bíblicos não são inspirados e estão infectados de erros e mentiras.   
            Nessa perspectiva temos Bruno Bauer (1809-1882), da influente Escola Tübingen. Ele rejeita a teoria mítica de Strauss seu contemporâneo e defende que nos embates pela primazia apostólica dos discípulos de Pedro e Paulo, no desenvolvimento da Igreja Primitiva, se originam a maior parte dos escritos neotestamentários. O livro de Atos seria um esforço em acomodar e acalmar os dois partidos, escrito na primeira parte do segundo século. Em sua opinião o cristianismo é fruto da fértil imaginação de um grupo de judeus que viveram no final do primeiro século, e que só escreveram suas ideias na primeira metade do segundo. Uma de suas críticas a Strauss é que o colega não havia sido efetivamente contundente em suas analises históricas da literatura bíblica.
            Por sua vez, Renan sustenta a ideia de lendas em relação à origem dos evangelhos e que os relatos dos milagres de Jesus, assim como os milagres associados aos santos medievais, são decorrentes de uma religiosidade ignorante e cega de seus adeptos e mesmo uma dose de fraude piedosa. Assim como os ensaios de Daniel Schenkel (1813-1885) que procura tornar inteligível a vida e o caráter de Cristo tirando-o do divino e milagroso e apresentando-o como um homem comum.
            O cômico, se não fosse trágico, é que cada um destes críticos desconstroem os demais. Strauss desmonta o método naturalista de Paulus e Baur por sua vez provou que a teoria mítica de Strauss é insustentável. Joseph Ernest Renan[7] (1823-1892) também um crítico e contemporâneo deles, demonstra que a proposta de Baur de facções petrina e paulina sejam a origem para a literatura neotestamentária é fictícia. Por sua vez o método utilizado por Renan é destituído de ordem e suas críticas fruto de um espírito capcioso, carente de qualquer convicção ou seriedade, e que empreende qualquer tipo de meio para alcançar seu objetivo.        
            O que podemos perceber claramente é que cada um deles introduzem suas próprias ideias aos textos bíblicos, fazendo com que os escritos bíblicos digam ou afirmem coisas que jamais imaginaram. Mas todos nós corremos esse mesmo risco, ainda que seja em doses menores, quando nos aproximamos com nossos pressupostos teológicos, filosóficos, sociológicos, econômicos, psicológicos e queremos que os textos bíblicos afirmem o que nós já definimos como verdade. A pseudo teologia da prosperidade usa e abusa de interpretações mirabolantes para curva o texto bíblico à sua concepção e seus pressupostos. Muitos destes estudiosos citados estavam revestidos de roupas de sinceridade e até mesmo de piedade, todavia, essas e outras características nobres do espírito humano não justificam uma única interpretação distorcida das verdades bíblicas contida nas Escrituras, que foram e continuam a ser as únicas capazes de nos ensinar, repreender, corrigir e instruir em justiça, afim de que sejamos perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra (2 Timóteo 3.-16-17).

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
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Referências Bibliográficas
ALTER, Robert; KERMODE, Frank. Guia Literário da Bíblia. São Paulo: Fundação editora da UNESP, 1997.
BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. Trad. Denise Meister. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
BRUCE, F. F. Merece Confiança o Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
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BRUGGEN, Jacob Van. Para ler a Bíblia: uma introdução à leitura da Bíblia. Traduzido por Theodoro J. Havinga. São Paulo: Cultura Cristã, 1998.  
CARLSON, D. A.; MOO, D. J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.
COMPAGNON, A. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. Cleonice Paes Barreto Mourão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
DOCKERY, S. David. Hermenêutica Contemporânea à luz da Igreja Primitiva. Traduzido por Álvaro Hattnher. São Paulo: Vida, 2005.
ENGELS, Friedrich. O Cristianismo Primitivo. Rio de Janeiro: Laemmert, 1969.
FEE, Gordon D. & Douglas Stuart. Entendes o que lês? Traduzido por Gordon Chown. São Paulo: Vida Nova, 2002.
HALL, Christopher A. Lendo as Escrituras com os Pais da Igreja. Tradução Rubens Castilho. Viçosa, MG: Ultimato, 2000.
HANSEN, J. A. Alegoria, Construção e Interpretação da Metáfora. São Paulo: Hedra; Campinas: Editora da UNICAMP, 2006.
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SIFOLELI, Israel. Manual de Hermenêutica bíblica. São Paulo, Fonte Editorial, 2016.
_______________. A Leitura da Bíblia na Perspectiva de João Calvino: uma introdução à hermenêutica calvinista a partir dos Salmos de lamento. Dissertação não publicada. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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ZUCK, Roy B. A Interpretação Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1994.

BEEKMAN, John e CALLOW, John. A Arte de Interpretar e Comunicar a Palavra Escrita - Técnicas de Tradução da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1992.






[1] Esse termo vem do grego, hermeneutikòs, que significa «interpretação», ou «arte de interpretar».
[2] Entre os gregos, a alegoria tinha por nome hyponoia, considerada como o sentido oculto ou subterrâneo, percebido em Homero, a partir do século VI, para dar uma significação aceitável àquilo que se tornara estranho e para desculpar o comportamento dos deuses, que parecia doravante escandaloso (COMPAGNON, 2010, p. 56). O método alegórico foi usado pelas escolas filosóficas gregas no afã de interpretar os poemas de Homero e Hesíodo, e reduzir os problemas teóricos e religiosos entre a tradição religiosa e a herança filosófica.
[3] Anagogia é um derivado grego cujo significado é elevar, subir, conduzir para o alto. Há registros dele em português desde o séc. XV com o significado de 1) arrebatamento, êxtase místico, elevação da alma na contemplação das coisas divinas, 2) interpretação mística dos símbolos e alegorias das Sagradas Escrituras (Cfr. Aurélio).
[4] A noção mais geral que pode ser dada da teoria das correspondências poderia ser afirmada dizendo que tudo na ordem natural e humana tem uma correspondência com a ordem espiritual .
[5] Philologisch-kritischer und historischer Commcntar über das neue Testament. 4 vols. 1800-1804.
[6] A perspectiva racionalista de Strauss foi adotada mais tarde por Ernest Renan, em seu famoso e não menos polêmico “A vida de Jesus”.
[7] Exerceu muita influência na posição cética ante o cristianismo dos intelectuais franceses da segunda metade do século XIX, através de sua obra “La Vie de Jésus” (1863).

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