Poucos textos bíblicos revelam uma
ambiguidade tão grande em sua interpretação quanto o texto romântico de
Cantares. Um comentarista judeu medieval, Saadia, disse que o Cântico dos
Cânticos é um livro para o qual a chave foi perdida (cf. TANNER, 1997, p. 23-46).
A
grande maioria daqueles que dele se aproximam tem duas reações extremas e contratantes:
espiritualizam cada vírgula e ponto de sua narrativa esvaziando-o de qualquer
vestígio de sensualidade e sexualidade, ou pendularmente vão para o outro
extremo, erotizando cada frase e cada cena entre os amantes que em muitos casos
transforam a linda relação dos personagens vulgar e desfigurando totalmente sua
mensagem bíblico-religiosa. O comentarista bíblico Elissen (1999) afirma: "poucos livros da Bíblia têm sido tão
incompreendidos como Cantares [Cântico dos Cânticos]”.
Esse pequeno livro bíblico tem sido
interpretado das mais diversas formas e utilizado para fundamentar as mais
discrepantes teses religiosas e sociais, como bem sintetiza Cavalcanti em sua
interessante abordagem dessa literatura bíblica:
Desde seu reconhecimento como livro sagrado, o Cântico
tem sido objeto das mais diversas e múltiplas tentativas de interpretação para
justificar o parti pris dos exegetas quanto à sua natureza.
Entre os judeus, registram-se 134 comentários
interpretativos ao Cântico dos Cânticos entre os séculos XI c XV c mais de
quinhentos a partir do século XVI2. Na literatura cristã, mais
particularmente católica, o comentário ao Cântico chegou a constituir-se num
verdadeiro subgênero da exegese bíblica. Raro é o mosteiro medieval onde não
sejam encontrados manuscritos com comentários sobre o livro. Pope resenha uma
centena de comentários medievais e pelo menos quatrocentos comentários gerais
ou sobre aspectos particulares do Cântico entre o século XVI e o ano de
publicação de sua exaustiva obra, ao fim do terceiro quartel do século XX, numa
bibliografia cm que só estão mencionados praticamente livros em alemão,
francês, holandês, inglês, italiano e latim.
Tantas e tão disparatadas interpretações ao longo dos
séculos contribuíram para tornar ainda mais obscuro o poema e do emaranhado
delas é preciso ressaltar apenas aquelas mais consistentes e verossímeis, deixando
de lado as que são evidentemente delirantes (2005, p. 47).
Para
uma compreensão correta do significa e da mensagem do livro de Cantares é
preciso levar em conta o fato de que ele se insere dentro de um conjunto de
documentos bíblicos, ou seja, sua identidade esta diretamente vinculada à sua
presença no Cânon hebraico.[1]
Evidente que este fato por si mesmo não responde a priori a questão da origem
do poema ou as influências que possa ter sofrido, mas também não pode ser
simplesmente ignorado. O centro gravitacional do texto continua sendo a
tradição judaico-cristã.
Essa
longa e variada história interpretativa do Cântico dos Cânticos pode ser
sintetizada em três grupos:[2]
a. Interpretações alegóricas: que resistem em
destacar o amor erótico como o principal assunto do Cântico dos Cânticos,
interpretando sua linguagem e figuras incisivas sempre à luz de princípios
religiosos e de metáforas matrimoniais, reforçada por semelhanças com outros
textos bíblicos.
b. Interpretações naturalistas: pendularmente tratam
a narrativa como sendo livro que retrata delicada e sensivelmente o amor
erótico, ainda que não rompam totalmente com a intertextualidade bíblica e estabeleçam
pontes teológicas, socioculturais e antropológicas entre o Cântico dos Cânticos
e a experiência do amor humano.
c. Interpretações míticas: que tentam
estabelecer um paralelo entre os mitos eróticos do Antigo Oriente,
especialmente os casamentos hierogâmicos[3] e
a relação entre as divindades e a sexualidade humana .
Interpretações Alegóricas
Desde quando aceito como parte
integrante do cânon veterotestamentário a literatura de Cantares criou no
mínimo um incomodo para os zeladores das literaturas religiosas judaicas.[4] Desta
forma, para minimizar o desconforto de inserir um texto onde não há uma única
menção do nome de Deus e nem faz quaisquer referência cultual, os intérpretes
judeus utilizaram o método alegórico para fazer uma relação do amor entre Deus
e a nação de Israel, e os intérpretes cristãos seguiram a mesma trilha mudando
a relação para o amor entre Cristo e Sua noiva, a igreja. Mas tanto os
judeus quanto os cristãos foram tecendo detalhes cada vez mais minuciosos que
acabaram por exorbitarem o sentindo do texto em favor de uma interpretação
fantasiosa. Como tão bem expressa Jacques Liébaert concluindo que o método
alegórico transforma a Bíblia numa “floresta de símbolos” (2000, p. 101).
De
acordo com o dicionário de teologia Vida a “alegoria
é uma história em que os pormenores correspondem a um significado ‘oculto’,
‘mais elevado’ ou ‘mais profundo’, que o revelam”. Para o comentarista
bíblico-teológico Walter Kaiser a interpretação alegórica:
“assume que existe uma comparação não expressa no texto
bíblico que permite ao intérprete fazer uma relação ao sentido terreno, literal
e o sentido celestial, mais profundo, para aumentar o tom espiritual, impacto e
significado do que de outra forma seria material terreno, apagado e datado´´.
Kaiser (2007, p. 208).
Uma das poucas vozes
dissonantes na Idade Média foi Nicolau de Lira (1270-1349), que resgata do
limbo a interpretação literal da Bíblia. Isso foi primordial para que outros
expoentes importantes também retornassem a este estilo de interpretação e
posteriormente influenciando fortemente Lutero e grande parte dos comentaristas
bíblicos reformados. João Calvino (1509-1564), reconhecido por sua capacidade
exegética, não se utilizou da interpretação alegórica das Escrituras, optando
pelo método histórico e gramatical.
Interpretação Alegórica Judaica
Os rabinos judeus aconselhavam seus
jovens a não lê-lo até que eles tivessem 30 anos de idade, para que eles não
inflamassem "as chamas da luxúria”.
Traços da interpretação
alegórica do Cântico dos Cânticos são encontrados tão cedo quanto o Mishnah judaico[5] e seguida também no Targum.[6] Prosseguiu esta interpretação
no período medieval através dos comentaristas judeus Saadia, Rashi e Ibn
Ezra. O Targum interpreta o livro como expressão do amor misericordioso de
Deus para com o Seu povo que se manifesta em diversos períodos da história
hebraica do Êxodo até a vinda do Messias (CAVALCANTI, 2005, p. 49). Em sua
dissertação de mestrado Silva coloca um modelo elaborado por Raphael Loewe, da
divisão do Cântico dos Cânticos, em cinco partes, onde o Targum interpreta
alegoricamente toda história de Israel:
A)
Cant. I,2-III,6. Refere-se ao Êxodo, à revelação
sinaítica, ao bezerro de ouro; os méritos dos patriarcas e a construção do
tabernáculo. O tema repetido é a entrada triunfal de Israel a Canaã, como o
clímax.
B)
Cant. III,7-V,1. Refere-se ao templo de Salomão e sua
dedicação. A devoção dos sacerdotes. Deus convida Israel a compartilhar o
templo e compara sua castidade à da noiva.
C)
Cant. V,2-VI,1. Refere-se ao pecado de Israel, à perda
das duas tribos e meia. Israel narra confidentemente sua paixão por Deus. Os profetas
o ajudam a redescobrir seu amor por meio do arrependimento.
D)
Cant. VI,2-VII,11. Aqui Deus aceita sua oração, ele louva
sua devoção ao culto e à inteligência rabínica.
E)
Cant. VII,12-VII,14. Refere-se ao exílio causado pelo Império
Babilônio. A noiva (Israel) pede a Deus que seja acessível a suas orações.
Israel pede para que seja renovada a intimidade com Deus para sempre. Deus lhe
assegura que os gentios não poderão dissolver seu amor e que a devoção de
Israel à Torá no exílio será recompensada.
Partindo desse modelo o
biblista brasileiro Tércio Machado Siqueira, conclui que a alegria da
libertação do Egito e da restauração do povo é tanta que a tradição judaica viu
por bem compará-la à alegria do noivo e da noiva, como faz o profeta Jeremias,
expondo como equivalentes a voz de júbilo e a voz de alegria, a voz do noivo e
a voz da noiva ( SIQUEIRA, 1995, p. 27).
De acordo Meir Matzliah
Melamed ainda hoje os judeus interpretam o livro de Cantares como sendo “símbolo do amor de Deus pela Congregação de
Israel, sendo o dia de sábado seu intermediário” e que “apesar das expressões de amor e nostalgia
parecerem referir-se ao amor humano e à beleza física feminina, seu objetivo
não é outro senão descrever alegoricamente as virtudes do povo de Israel e sua
fidelidade ao Criador e a Seus preceitos, como também o amor de Deus a Seu povo
predileto” (2001, p. 648 e 655).
Interpretação Alegórica Cristã[7]
Posteriormente
os comentaristas cristãos seguiram a mesma linha interpretativa judaica, substituindo
as figuras de modo a contemplar no texto poético a relação de Jesus como noivo
e a Igreja como noiva. A
escola alegórica dominou o cenário interpretativo do século III ao XVI, mas passou
a ser alvo crescente de muitas críticas e desde o século XVIII foi perdendo espaço
em decorrência de novas formas interpretativas.
Quando
de fato este ponto de vista foi adotado pela primeira vez por cristãos não é
conhecido. Temos evidência de que existe já era adotado Hipólito (cerca
200 d.C.), embora tenhamos apenas fragmentos de seu comentário. Orígenes
tornou-se o grande campeão da interpretação alegórica do Cântico dos Cânticos.[8] Além
de uma série de homilias, ele produziu um comentário em dez volumes sobre o
livro.[9] Ele
foi influenciado pela interpretação judaica e por seu contemporâneo mais velho Hipólito,
mas é preciso realçar o fato de que ele também foi fortemente influenciado duas
correntes de pensamento de sua época: o ascetismo e as tendências gnósticas que
consideravam o mundo material como o mal. Fazendo uma junção dos conceitos
platônicos e gnósticos em relação à sexualidade, Orígenes foi desnaturalizando
(desumanizando) o Cântico e transformando-o em um drama espiritual livre de
toda carnalidade (humanidade). Os leitores-ouvintes eram fortemente admoestados
a mortificarem a carne e a não tomarem nem a linguagem e nem as figuras do
texto sagrado como referência às funções sexuais, mas todo o ensino do livro
tinha que ser aplicar tudo para a vida espiritual do cristão.
Para
o professor de filosofia Paul P. Gilbert em sua “Introdução à teologia medieval” (1999, p. 39-41) na Idade Média os
exegetas cristãos entendiam que o texto bíblico possuía, além do sentido
literal, mais três sentidos: Alegórico
ou dogmático – a procura pela verdade cristológica do
texto; Moral ou ético -
a procura pela ética comportamental do viver cristão; Anagógico [místico] ou escatológico – a procura
pela relação mística com Deus ou do Reino de Deus. Esses quatro
"sentidos" foram sintetizados por Agostinho da Dácia em seu famoso
dístico de 1827: "a letra ensina os
fatos nos quais crês alegoricamente, que realizas moralmente e na direção dos
quais tendes anagogicamente".
A
interpretação alegórica dos detalhes do texto de Cantares é extremamente
abundante, mas os exemplos a seguir são suficientes se ter uma ideia de como o
texto foi tratado. Aquele que é trazido para as câmaras do rei (1.4) são
aqueles que Cristo trouxe para Sua igreja; os seios da amada em (4.5) são identificados
como representativo das duas partes da bíblia cristã (o Velho e o Novo Testamento);
e a “colina do incenso" em (4.6) é uma referência àqueles cristãos que
crucificam seus desejos carnais e por isso são exaltados ou recebidos como
cheiro suave ao Senhor.
As
vozes dissidentes ao longo desses períodos foram raras e nulas.[10]
Os maiores líderes cristãos adotaram esta abordagem hermenêutica. Não
menos do que o grande teólogo Agostinho[11]
assumiu esse mantra, chegando mesmo a defender de que a única finalidade para a
relação sexual é a procriação e, indo onde ninguém foi, afirmava que antes da
queda [pecado] de Adão não foi necessário a relação sexual" (GLICKMAN,
1976, p. 176).
Outro nome relevante, Jerônimo
(331-420), que produziu a Vulgata Latina, enalteceu a forma de interpretar de Orígenes
e abraçou a maioria de seus pontos de vista, resultando que ele foi o maior
instrumental da introdução da interpretação alegórica nas igrejas
ocidentais. O piedoso Bernardo de Clairvaux (1909-1153) pregou oitenta e
seis sermões sobre o Cântico dos Cânticos, utilizando apenas os dois primeiros
capítulos, tomado por uma obsessiva interpretação alegórica no esforço de
purificá-la de qualquer sugestão de "luxúria
carnal".
Mais
comentários foram escritos sobre Cantares na Idade Média do que sobre qualquer
outro livro do Antigo Testamento: só a partir do século XII temos umas trinta
obras. E mesmo após o grande movimento da Reforma Protestante no
século XVI, muitos líderes e estudiosos reformados se aproximaram do livro
alegoricamente, incluindo John Wesley, Matthew
Henry,[12] E. W.
Hengstenberg, C. F. Keil, e H. A. Ironside.
No
Brasil colonizado por um catolicismo ilustrado e posteriormente recolonizado
por um protestantismo inoculado pelo pietismo, somente restou a ambos
arraigar-se na interpretação alegórica do livro de Cantares. Foi a única forma
de “conter” os ímpetos carnais e
sensuais de uma população tropical e carnavalesca, que transpira sensualidade.
Ainda
que os evangélicos brasileiros sejam herdeiros de seguimentos protestantes que
optaram pela interpretação histórica-gramatical, por exemplo os calvinistas, na
prática o que se tem é na verdade uma interpretação alegórica, ou talvez algo
ainda mais nocivo para qualquer livro, seu completo ostracismo. Nas pregações
dominicais e nos encontros de estudos bíblicos o pequeno Cântico dos Cânticos é
quase que totalmente ignorado. É como se as lideranças não soubessem o que
fazer com essa literatura inspirada. Não ousam tira-la do cânon bíblico, mas
também não se encorajam para pregá-la, estuda-la e inseri-la em suas liturgias
dominicais. Essa atitude é profundamente lamentável, visto que a sociedade
brasileira está completamente à deriva no caos da imoralidade e promiscuidade,
sem um farol que lhes possa apontar os perigos dos rochedos fatídicos, que a
levaram ao naufrágio mortal.
Uma
luz no final do túnel, para o livro de Cantares, começa a surgir. Muito
timidamente e contida nos centros acadêmicos os biblicistas evangélicos tentam
se desvencilhar dessa camisa de força alegórica e começam a fazerem uso de
outras ferramentas hermenêuticas para explorarem toda a riqueza contida dentro
dessa literatura bíblica e expô-la novamente para os ouvidos e corações
carentes de uma expressão amorosa límpida e saudável. Pois como disse o
apóstolo Paulo: “toda a Escritura é útil para.....”.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan
Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Dra. Hozanete Lima; Co-orientador: Prof. Dr. Márcio Dantas].
YOUNG, Edward J. Una
introduccion al Antiguo Testamento. USA: Ed. TELL, 1977 [1ª versão
espanhol].
[1] As questões de autoria, data, e
canonicidade do livro foi sinteticamente abordada em artigo anterior (http://reflexaoipg.blogspot.com.br/search/label/AT%20-%20Cantares)
[2] Carlos Mesters propõe uma outra série
histórica de interpretação de Cantares: interpretação natural ou empírica,
interpretação mítica ou cultural, interpretação popular ou histórica e a
interpretação mística ou alegórica.
[3] Hierogâmico: Casal ou
casamento sagrado.
[4] Filo, o mais importante alegorista
judeu-alexandrino, disse que a alegorização é necessária para evitar expressões
aparentemente contraditórias ou impróprias de Deus.
[5] A Mishná, também
conhecida como Mixná ou Mixna (em hebraico משנה, "repetição", do
verbo שנה, ''shanah, "estudar e revisar") é uma das principais obras
do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da tradição
oral judaica, chamada a Torá Oral. Embora a Mishná tenha sido
definido por volta de 200 d.C., as opiniões expressas dentro dela muitas vezes
datam de vários séculos antes. Na Mishna está escrito: “O mundo inteiro não e digno do dia em que o Cântico dos Cânticos foi
dado a Israel. Todos os livros são santos, mas o Cântico dos Cânticos e o mais
santo de todos”.
[6] Targum:
è uma versão do Antigo Testamento para o aramaico em prol dos judeus que
retornam do cativeiro, a partir da tradução oral do texto hebraico nas
sinagogas (quando o povo não entendia mais o hebraico), posteriormente foi
preservado por escrito. O Targum judaico apresenta o poema do Cântico como uma
síntese da História de Israel desde Moisés, evocando a libertação do Egito, a
lei, a construção do Templo, o exílio e o retorno.
[7] Segundo Joseph Fitzmyer (1997, p.
91), dentre os comentaristas bíblicos da antiguidade que se destacaram no
método alegórico estão Orígenes (185-254),
Clemente (150-250), Dionísio
Magno (†264) Atanásio(296-373), Dídimo, o
cego (313-398), Gregório de Nissa (330-395), Basílio(330-379), Cirilo
de Alexandria (†444) e Gregório Magno (540-604).
[8] Defendeu a alegoria, pois ele
acreditava que a Bíblia estava repleta de enigmas, parábolas, afirmações de
sentido obscuro e problemas morais. Orígenes desconsiderou quase que totalmente
o sentido literal e normal das escrituras.
[9] Infelizmente, a maioria dos
manuscritos gregos de Origens sobre o Cântico dos Cânticos foi perdida ou
destruída. Quatro livros foram traduzidos para o latim por Rufinus e duas
homilias foram traduzidas por Jeronimo.
[10] Os líderes da igreja em Antioquia
percebendo que o sentido
literal das escrituras estava se perdendo com o método
de interpretação alegórico de Alexandria, resgataram o estudo dos textos
bíblicos nas línguas originais e a partir de então produziram diversos
comentários sobre os livros da Bíblia. Para eles o elo entre o Antigo e o Novo Testamento
eram as profecias e a tipologia, ao invés da alegoria. A interpretação para
eles, também podia incluir a linguagem figurada. Dois dos maiores intérpretes
desta escola foram: Teodoro (350-428) e João Crisóstomo (354-407).
[11] Dizia ele que o grande teste para saber
se uma passagem tem sentido alegórico é o do amor. Se uma interpretação
apresenta algum sentido contraditório, o texto deve ser alegorizado.
[12] Matthew Henry, século XVII, insistiu
na visão espiritualizada (alegórica) e advertiu contra a leitura de Cantares
"com mente carnal" e segundo ele essa interpretação traz perigo de
"morte" e "veneno".
Que beleza de texto! Extasiada com verdades tão profundas e ignoradas e o modo tão didático que vc as expôs. Que venha a luz do conhecimento sobre as trevas da ignorância. parabéns!
ResponderExcluirFico feliz de encontrar ressonância deste artigo. Sendo possível compartilhe em suas redes sociais.
ExcluirExcelente dedução. estou escrevendo um roteiro para um musical dobre esse livro . Trazendo para os dias de hoje as duas personagens centrais . minha abordagem é um interpretação mais voltada para o romantismo sem esconder as palavras (seios e coxas) que essas interpretações gnósticas e que algumas chegam a a ser tão fundamentalista que dá até um arrepio só de ler ... tentando dar um sentido espiritual pra o que é físico.
ResponderExcluirQue boa noticia! Mantenha-me informado sobre o musical.
ExcluirComo posso usar o capítulo 5;6 em uma mensagem.
ResponderExcluirGostei muito do conhecimento que adquiri,obrigado!