As
Parábolas contadas pelo Senhor Jesus e registrada pelos evangelistas, sempre me
atraíram. Estes pequenos textos onde Jesus expressa seus extraordinários
ensinos de forma tão singular nos leva a perscrutar os ministérios do Reino de
Deus. Espero ter sua companhia enquanto na companhia daqueles primeiros
ouvintes haveremos de ouvir e
aprender com o
Mestre através de Suas Parábolas.
Introdução
Introdução
É
impossível a qualquer leitor dos Evangelhos permanecer indiferente ao ler as
muitas parábolas ali registradas. Mesmo aqueles que as leem como literatura
ficam encantados com sua beleza,
plasticidade, singeleza e praticidade. Quem não se sente atraído
pelas figuras que emergem destes pequenos textos: o filho pródigo, o bom samaritano, o mercador de
pérolas, a ovelha perdida. É impossível ler algumas destas parábolas
e ao final não ficar a pensar nas implicações da verdade nelas inseridas.
O
termo parábola é de origem grega. Etimologicamente significa "a colocação de uma coisa ao lado da outra para fins de
comparação". É um símile[1] em
que se mostra certa analogia entre os fenômenos naturais e da vida cotidiana,
visando expressar elevados princípios ou ideais que se deseja ensinar aos que
as ouvem e/ou leem. As parábolas refletem o contexto rural e cotidiano da Palestina no século I:
- A parábola não tem uma origem fantástica, sem base na vida real.
- Jesus extrai suas parábolas da vida cotidiana dele e de seus ouvintes. Muitas de suas figuras são do campo: do semeador, do trigo, joio, mostarda, ovelha perdida, ninhos, tocas, do fazendeiro e seu arado, do fazendeiro paciente, da chuva, do sol, das flores e dos pássaros ...
- Ele também nos fala sobre o clima: da nuvem no Oeste que anuncia chuva, do vento sul que traz calor, da figueira com botões que anuncia o verão, dos campos brancos de trigo que pedem a colheita e dos lavradores prontos para colher as recompensas.
- Nas parábolas encontramos aspectos do cotidiano familiar: sobre a mulher que amassa uma grande quantidade de pão, do fermento que ela coloca na massa, do filho que sai de casa, mas retorna, da mulher varrendo a casa à procura da moeda perdida etc.
- Ele também nos fala sobre a vida do povoado: as brincadeiras na praça da aldeia, o
jogo de casamentos e funerais ...
- Os personagens das parábolas são pessoas reais: dois tipos de construtores; ambos os lados em luta; o fazendeiro rico e seus grandes celeiros; o servo incansável; o desempregado esperando na praça; o camponês que descobre um tesouro no campo; o comprador ou negociador de pedra preciosa ...
- Finalmente, eles nos falam sobre eventos reais, mesmo que alguns deles não sejam tão comuns como os outros: o ladrão noturno; casamentos e empregadas domésticas não convidadas; o juiz iniquo ...
- A parábola não tem uma origem fantástica, sem base na vida real.
- Jesus extrai suas parábolas da vida cotidiana dele e de seus ouvintes. Muitas de suas figuras são do campo: do semeador, do trigo, joio, mostarda, ovelha perdida, ninhos, tocas, do fazendeiro e seu arado, do fazendeiro paciente, da chuva, do sol, das flores e dos pássaros ...
- Ele também nos fala sobre o clima: da nuvem no Oeste que anuncia chuva, do vento sul que traz calor, da figueira com botões que anuncia o verão, dos campos brancos de trigo que pedem a colheita e dos lavradores prontos para colher as recompensas.
- Nas parábolas encontramos aspectos do cotidiano familiar: sobre a mulher que amassa uma grande quantidade de pão, do fermento que ela coloca na massa, do filho que sai de casa, mas retorna, da mulher varrendo a casa à procura da moeda perdida etc.
- Ele também nos fala sobre a vida do povoado: as brincadeiras na praça da aldeia, o
jogo de casamentos e funerais ...
- Os personagens das parábolas são pessoas reais: dois tipos de construtores; ambos os lados em luta; o fazendeiro rico e seus grandes celeiros; o servo incansável; o desempregado esperando na praça; o camponês que descobre um tesouro no campo; o comprador ou negociador de pedra preciosa ...
- Finalmente, eles nos falam sobre eventos reais, mesmo que alguns deles não sejam tão comuns como os outros: o ladrão noturno; casamentos e empregadas domésticas não convidadas; o juiz iniquo ...
De
forma básica a parábola é um instrumento
didático que na boca de Jesus alcançou seu ápice. É
através delas que Jesus vai ensinar aos seus discípulos os princípios
espirituais mais elevados e que se constituem nos pilares de Seu Evangelho do
Reino de Deus.
Minimizar
o valor e a importância das parábolas é incorrer em gravíssimo equivoco, pois,
o prejuízo para a compreensão da mensagem e do ensino de Jesus será
incalculável. Elas são partes
integrantes do conjunto de ensino de Jesus e ocupam
singular espaço nas narrativas evangélicas como prova definitiva de seu valor.
Distinções
Distinções
Uma compreensão
melhor do caráter
peculiar da parábola fica mais evidente quando a distinguimos de
alguns outros gêneros
literários com os quais ela se assemelha:
Fábula: A Parábola difere da Fábula por duas grandes razões - primeiro, a Fábula ultrapassa a ordem natural das coisas, o que nunca acontece com a Parábola. Na Fábula plantas, animais ou quaisquer outros objetos podem falar e agir como se fossem humanos; a Parábola trabalha sempre com o mundo real e não cria qualquer situação inverossímil. Em segundo lugar, a Fábula visa uma ética meramente humana e terrena, muitas vezes em detrimento dos valores morais mais elevados e espirituais; a Parábola, proferida por Jesus, tem seu cerne nas verdades espirituais, de maneira que visa o que deve ser em vez do que se convém ser. Em nenhum momento Jesus faz pouco das coisas que geram mal e infelicidade na vida das pessoas, ainda que as exponha de forma nua e crua.
Mito: a sua origem está na necessidade que as pessoas tinham, e ainda continua tendo, de explicar os fenômenos naturais ou determinadas crenças e costumes (neste sentido há muitos mitos dentro das comunidades evangélicas contemporâneas). Eles acabam se transformando em contos populares e o princípio que lhes deu origem se perde; se no Mito a história vem a ser tudo, na Parábola a história é apenas um meio condutor para ensinar o princípio permanente. Pode se afirmar que o Mito parte de uma lei e termina em um fato, enquanto a Parábola inversamente parte de um fato e estabelece uma lei.
Alegoria: Esta distinção é fundamental para o estudo, interpretação e aplicação do ensino extraído das Parábolas. É por não compreender corretamente a distinção entre estes dois tipos literários que muitos acabam ensinando ou afirmando verdades que jamais foram ensinadas por Jesus em suas Parábolas. A Alegoria é uma metáfora ornamentada e nela o símbolo e a verdade a ser ensinada se moldam de maneira a se transferir as qualidades de um para o outro; na Parábola a distinção entre o símbolo e a verdade é mantida o tempo todo. Enquanto na Alegoria todos os mínimos detalhes adquirem significado e importância e por isso devem ser interpretados e/ou explicados, na Parábola o foco está totalmente vinculado ao ponto central da semelhança que originou a comparação. Enquanto na Alegoria há uma infinidade de ensinos a serem buscado, na Parábola um único ensino é ensinado e os detalhes não tem valor didático.
Conclusão
Jesus não criou esta preciosa forma literária, mas com toda certeza, Ele a elevou a um nível jamais visto - uma simples comparação entre as parábolas dos rabinos judeus e as parábolas pronunciadas por Jesus deixa evidente a distância imensurável entre aqueles e Jesus.
Nas Parábolas de Jesus encontramos uma melodia e poesia que penetra profundamente na alma e no coração humano. Ela coloca em movimento todas as faculdades humanas: apela para a inteligência, para os sentimentos e para o coração.
"O mundo é o Evangelho pictórico e espiritual, e na linguagem parabólica, Jesus se revelou poeta, pela sua imaginação que subiu ao céu; santo, pela sublimidade de sua moral inexcedível; divino, pela majestade de seu caráter insuperável; e redentor, pelo seu propósito em resgatar o homem das peias que o prendem à terra". (Satilas do Amaral Camargo).
Fábula: A Parábola difere da Fábula por duas grandes razões - primeiro, a Fábula ultrapassa a ordem natural das coisas, o que nunca acontece com a Parábola. Na Fábula plantas, animais ou quaisquer outros objetos podem falar e agir como se fossem humanos; a Parábola trabalha sempre com o mundo real e não cria qualquer situação inverossímil. Em segundo lugar, a Fábula visa uma ética meramente humana e terrena, muitas vezes em detrimento dos valores morais mais elevados e espirituais; a Parábola, proferida por Jesus, tem seu cerne nas verdades espirituais, de maneira que visa o que deve ser em vez do que se convém ser. Em nenhum momento Jesus faz pouco das coisas que geram mal e infelicidade na vida das pessoas, ainda que as exponha de forma nua e crua.
Mito: a sua origem está na necessidade que as pessoas tinham, e ainda continua tendo, de explicar os fenômenos naturais ou determinadas crenças e costumes (neste sentido há muitos mitos dentro das comunidades evangélicas contemporâneas). Eles acabam se transformando em contos populares e o princípio que lhes deu origem se perde; se no Mito a história vem a ser tudo, na Parábola a história é apenas um meio condutor para ensinar o princípio permanente. Pode se afirmar que o Mito parte de uma lei e termina em um fato, enquanto a Parábola inversamente parte de um fato e estabelece uma lei.
Alegoria: Esta distinção é fundamental para o estudo, interpretação e aplicação do ensino extraído das Parábolas. É por não compreender corretamente a distinção entre estes dois tipos literários que muitos acabam ensinando ou afirmando verdades que jamais foram ensinadas por Jesus em suas Parábolas. A Alegoria é uma metáfora ornamentada e nela o símbolo e a verdade a ser ensinada se moldam de maneira a se transferir as qualidades de um para o outro; na Parábola a distinção entre o símbolo e a verdade é mantida o tempo todo. Enquanto na Alegoria todos os mínimos detalhes adquirem significado e importância e por isso devem ser interpretados e/ou explicados, na Parábola o foco está totalmente vinculado ao ponto central da semelhança que originou a comparação. Enquanto na Alegoria há uma infinidade de ensinos a serem buscado, na Parábola um único ensino é ensinado e os detalhes não tem valor didático.
Jesus não criou esta preciosa forma literária, mas com toda certeza, Ele a elevou a um nível jamais visto - uma simples comparação entre as parábolas dos rabinos judeus e as parábolas pronunciadas por Jesus deixa evidente a distância imensurável entre aqueles e Jesus.
Nas Parábolas de Jesus encontramos uma melodia e poesia que penetra profundamente na alma e no coração humano. Ela coloca em movimento todas as faculdades humanas: apela para a inteligência, para os sentimentos e para o coração.
"O mundo é o Evangelho pictórico e espiritual, e na linguagem parabólica, Jesus se revelou poeta, pela sua imaginação que subiu ao céu; santo, pela sublimidade de sua moral inexcedível; divino, pela majestade de seu caráter insuperável; e redentor, pelo seu propósito em resgatar o homem das peias que o prendem à terra". (Satilas do Amaral Camargo).
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
Artigos Relacionados
NT – Evangelhos
NT –
Introdução Geral
NT – Verbetes
[1]
SÍMILE - Lat.
simifis, semelhante.
Figura de pensamento, até certo ponto sinônimo de comparação, o símile dela se
distingue na medida em que se
caracteriza pelo confronto de dois seres ou coisas de natureza diferente, a fim
de ressaltar um deles. Constitui, por isso, uma espécie de amplificação.
Regra geral, vem expresso o elemento de coordenação dos membros comparativos (como, tal como, assim como). Dicionário de termos literários - Massaud Moisés.
muito bom….muito iluminado.
ResponderExcluir