terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Apocalipse: Glossário

Abadom: No Primeiro Testamento ocorre seis vezes sempre como um nome de local (lit. [lugar de] destruição; perdição; inferno) relacionado com Seol (lugar dos mortos), onde toda a vida, conforto, luz e alegria se extinguem (Jó 26.6; Sl 88.11; Pv 27.20). Apesar de a bondade e sabedoria de Deus não serem ali manifestada não significa que Deus esteja ausente, pois nada está oculto de Seus olhos (Jó 26.6). No Segundo Testamento “Abadom”, que no grego recebe o nome de “Apoliom”, aparece uma única vez (Ap. 9.11) e identifica não mais um lugar, mas um ser maligno “o anjo do poço sem fundo; anjo do abismo”, que não deve ser confundido com o próprio Satanás.
Abismo: “Ábyssos” é usado na LXX para traduzir o hebraico “e hom” que é utilizado muitas vezes como sinônimo de inferno (hades, Sheol); local de confinamento. No Segundo Testamento, ocorre apenas duas vezes fora do Apocalipse (Lucas 8.31 e Romanos 10.7), na primeira dessas referências, denota a morada dos maus espíritos; e na segunda, a morada dos mortos - isto é, Hades. Quatro capítulos do Apocalipse fazem referência ao grande “abismo” ( 9.11; 11. 7; 17.8; 20.1, 3). Além disso, um desses capítulos se refere a “o poço do abismo sem fundo” ( 9.1-2]). Aqui é um lugar onde residem os espíritos maus, portanto, todas as entidades que entram ou saem do abismo são espirituais. Mas Satanás não é soberano neste lugar, pois ao final ele será amarrado e lançado nesse abismo de onde jamais sairá. É desse abismo que os demônios saem para influenciar os seres humanos a se rebelarem contra Cristo e sua Igreja. Ao final esse abismo será o lugar do grande julgamento de toda a maldade quer dos demônios, quer seja daqueles que permanecerem rebeldes contra o Cristo e seu Reino.
Abominável: refere-se a todos os que são detestáveis, por causa de seus pecados; todos aqueles cuja conduta é ofensiva para Deus. Assim, incluiria aqueles que vivem em pecado aberto; que praticam vícios detestáveis; cuja conduta provoca repugnância e aversão da parte de Deus  (Ap. 21.8).
Abominações: Uma coisa ou coisas abominadas ou detestadas. Em Ap 17. 4, 5, referem-se à iniquidade resultante de toda luxuria e sensualidade mundana (carnaval brasileiro). Em Ap 21.27 está associada à mentira e a todo desejo relacionado ao mal. Toda religião esplêndida, lucrativa ou elegante acaba por desembocar no rio das abominações, assimilando tudo aquilo que Deus proíbe e condena.
Acusador: Temos aqui outra denominação dada à Satanás - "acusador dos irmãos". A palavra usada aqui - κατήγορος katēgoros, em edições posteriores do Novo Testamento κατήγωρ katēgōr - significa corretamente "um acusador", aquele que culpa outro ou cobra outro por um crime (Ap. 12.10); a descrição de Satanás como acusador concorda com a opinião dos antigos hebreus em relação ao seu caráter (Jó 1.9-11; 2.4-5; Zc 3.1-2; 1Cr 21.1). A frase "dos irmãos" refere-se aos cristãos, ou ao povo de Deus; seu propósito é denegrir o caráter e diminuir a influência do testemunho cristão - assim, os mártires foram e continuam acusados. Nos primeiros séculos do cristianismo, os crimes da natureza mais horrível foram lançados aos cristãos e essas calúnias tinham como objetivo impedir a extensão da igreja cristã.
Adultério: União ilícita considerada censurável em termos sociais, religiosos, morais ou legais.  Conforme usado em Apocalipse 2.22 sob a influência da figura de Jezabel muitos cristãos estavam abandonando a fé em Cristo, para se deitar na cama da idolatria e da luxuria. Mas ela e todos que com ela adulteram haverão de enfrentar o terrível juízo de Deus. A cama do pecado será seu leito de doença e angústia.
Aflições/Adversidades: (Ap 6.12-13; 8.7-13; 16.1-16; cf. Sl 34.19; Is 30.20; 48.10; 1Pe 4.12-13; Mt 1.29,32-33).  Mesmo após a conversão os cristãos continuam a sofrer as consequências nefastas do pecado - como perseguição, feridas, doenças, aflições, pragas, sol, calor, vento, sede e fome - devem ser interpretados tanto como literais, bem como simbólicas [representativos de uma realidade espiritual]. As tribulações, as aflições e as adversidades são para nos induzir a nos lembrarmos de Deus e nos arrependermos (Ap 9. 20-21; 16.9,11); aprendermos a paciência; sirvamos a outros que estão em maior necessidade do que nós mesmos e colocarmos nossas vidas em ordem, definindo prioridades adequadas. Somente nos Novos Céus e Nova Terra os cristãos estarão completamente livres de todas estas aflições e adversidades.
Alfa e ômega: “O primeiro e o último”; um dos nomes que Jesus recebe no Apocalipse e que indica a natureza eterna de Sua vida, missão e destino (Apocalipse 1.8,11; 21.6; 22.13). Alfa é a primeira, Ômega a última letra do alfabeto grego e na literatura bíblica o começo e o fim de uma coisa representa a totalidade, a completude, portanto, Jesus Cristo é o Alfa e o Ômega, o começo e o fim; isto é, nele tudo se inicia e somente nele tudo se conclui.
Altar: O lugar do sacrifício não somente de animais, mas também para sacrificar grãos, frutas, vinho e incenso. No Primeiro Testamento era o lugar e o meio pelo qual o pecador poderia se relacionar corretamente com Deus, pois era impossível se achegar a Deus a não ser por meio do altar. Na nova dispensação Cristo não somente é o Sumo Sacerdote, que faz a intermediação, como o próprio altar do sacrifício, pelos quais todos os cristãos em todas as épocas podem se relacionar corretamente com Deus (Ap 6.9; 8.3-5; 9.13; 14.18; 16.7).
Amém: A palavra "Amém" no hebraico ‘certamente’, vem de uma raiz que significa ‘ser firme, estável, confiável’ e relaciona-se diretamente à "verdade", "certo", "fiel". Em Ap. 3.14 é utilizada como um nome pessoal, referindo-se ao Senhor Jesus e significa que Jesus é eminentemente verdadeiro e fiel em tudo o que ele afirma. Tanto suas promessas quanto seus juízos haverão de se realizar, sem qualquer sombra de dúvida. No caso especifico é um alerta para as igrejas mornas em todas as épocas. Em Isaías 65.16 a melhor tradução é o “Deus do Amém”, em vez de “o Deus da verdade”.
Ametista: Pedra preciosa de quartzo cristalizado que varia de cor azul pálida a profunda cor púrpura; no Primeiro Testamento era símbolo do Sumo Sacerdote (Ex 28.19; 39.12) e parte integrante no peitoral usado por ele durante as celebrações e ofícios; no Apocalipse (21.20) é a décima segunda pedra incluída na fundação da muralha da Nova Jerusalém.
Amilenismo – interpreta o milênio de Ap 20 como o período de tempo entre a primeira e segunda vinda de Cristo. Cristo reina no céu com todos aqueles que foram regenerados e morreram. 
Anjo: Literalmente, um mensageiro para comunicar notícias ou informações; um espírito, ou um ser espiritual inteligente à serviço de Deus para comunicar sua vontade ao ser humano; em sentido negativo, um espírito maligno; como, o anjo do abismo sem fundo (Ap. 9). Os "anjos" são mencionados quase trezentas vezes nas Escrituras, e estão ausentes apenas dos livros de Rute, Neemias, Ester, as cartas de João e Tiago.
Anticristo [falso mestre; falso profeta]: “Anti” significa “contra” ou “no lugar de”, portanto, o Anticristo pode se referir a qualquer pessoa que é contra Cristo ou que falsamente afirma ser Cristo (Mt 24.23-24; 1 Jo 2.18; 4.3 ). O Anticristo está relacionado ao governante mundial que se manifestará durante o período da Tribulação. Ele é alguém que se opõe a Cristo e que procura usurpar o lugar de Cristo como o falso Messias dos judeus (1 Jo 4.3; Ap 13.1-10). Quando Jesus voltar, ele irá expor o Anticristo como um impostor, derrotá-lo na batalha do Armagedom, e reinar com sua Igreja por mil anos [tempo completo] na terra.
Antipas: A ideia de que o nome seja (Anti Papa) não se sustenta gramaticalmente. Todas as circunstâncias levam a supor que este líder da igreja de Pérgamo foi martirizado em um surto popular, e não em uma perseguição exercida sob a autoridade do Império Romano, muito recorrente em diversas cidades, pois os cristãos eram acusados de toda sorte de malefícios e catástrofes naturais que sobrevinham, pois não adoravam os deuses. O diácono Estêvão (Atos 7) foi morto pelos judeus e o apóstolo Paulo foi apedrejado por uma multidão na cidade de Listra  até que se supusesse que ele estava morto (Atos 14.19).
Apocalipse: Um termo às vezes usado para se referir tanto ao livro como ao conteúdo do último livro do Segundo Testamento e que encerra o cânon bíblico, já que a palavra “revelação” vem do grego “apokalupsis”.
Apocalíptica – gênero literário com ênfase em eventos globais e cataclísmicos. Essa literatura proliferou no período 200 a.C. e 200 d.C. Há claras distinções entre elas e o livro do Apocalipse.
Apoliom [Abadom]: É o equivalente grego de Abadom hebraico (o anjo do abismo). O escritor evangélico John Bunyan utiliza está figura em sua obra alegórica “Progresso do Peregrino”, quando Apoliom tenta matar o Peregrino, mas perde a batalha e foge (capto. 9).
Apostasia [dissensão] a apostasia é um sinal escatológico do dia iminente do Senhor, precursor do último dia de julgamento (Apocalipse 2.2-5; 2.14-16,20-22; 3.1-2,14-19). A apostasia é caracterizada pela divisão, espírito de rebelião contra o Espírito do Senhor, corrupção e falta de unidade dentro da comunidade cristã; Satanás procura introduzir pessoas que possam produzir apostasia ou dissensões na igreja gerando conflitos internos, disputas, desentendimentos, mágoas e divisões. A apostasia nos últimos dias assumirá as seguintes formas: 1) O ensino de falsas doutrinas; ênfase nas tradições que não se relacionam com a salvação evangélica; o materialismo e hedonismo caracterizado pela busca constante de riqueza, sucesso, poder e influência; 2) nesses últimos dias o padrão para se receber aprovação serão humanistas e não bíblicos; 3) aceitação de professores e líderes cuja referência não é somente a Palavra de Deus; 4) um evangelicalismo complacente e apático; 5) o esfriamento do amor e comportamento caridoso, expresso na negligência e indiferença para com os pobres, os inválidos, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros.
Apóstolos: Enviado, embaixador ou mensageiro encarregado para cumprir as instruções do agente de comissionamento. O substantivo apóstolos aparece setenta e nove vezes no Segundo Testamento (dez nos Evangelhos, vinte e oito em atos, trinta e oito nas epístolas e duas no Apocalipse). Na igreja de Éfeso surgiram pessoas que se autodenominavam apóstolos, e tentaram impor seus erros aos outros sob pretexto desta falsa autoridade apostólica, mas depois de examinados foram reprovados (Ap. 2.2). Em Apocalipse 21.14 os nomes dos apóstolos foram registrados no muro da nova Jerusalém, como memorial de seu trabalho missionário e pastoral, mas também como um representativo de todos os cristãos. Podemos destacar que Pedro não é a única pedra apostólica cuja pregação Cristo edifica sua Igreja. O próprio Cristo é o verdadeiro fundamento: os doze são fundamentos apenas em relação ao seu testemunho apostólico sobre Ele.
Arca da Aliança: Também conhecida como Arca do Testemunho ou Arca do Testamento (Ap 11.19). Desde sua origem no Êxodo sempre foi o marco da presença de Deus no meio de seu povo e a memória de sua Aliança com suas implicações de bênçãos e maldições. Na epístola aos Hebreus, principalmente nos capítulos nove e dez, o autor explica à luz do sacrifício de Jesus Cristo o simbolismo de cada peça contida no Tabernáculo, incluindo a Arca. Se no Primeiro Testamento a Arca era um símbolo da Aliança de Israel com Deus, aqui ela é a representação da Aliança de Deus com todos os povos e nações, pois o Evangelho será pregado no mundo inteiro.   
Armagedom: Monte de Megido [uma cidade na planície de Jezreel a cerca de 20 milhas do Monte Carmelo e 16 milhas de Nazaré]. Aparece apenas uma vez no Apocalipse (16.16). A derrota e a morte do rei Josias ocorreram perto do vale de Megido quando ele atacou o faraó Neco do Egito, embora o profeta Jeremias o avisasse para não fazê-lo. Desta forma aquela região do Armagedom passou a simbolizar o desastre e a destruição que vem do julgamento de Deus pela desobediência. (2Rs 23.29-30, 2Cr 35.22) Na transposição para o livro do Apocalipse é a descrição do lugar em que ocorrerão as últimas grandes batalhas que resultarão na destruição final dos incrédulos e desobedientes e na inauguração do Novo Céu e a Nova Terra (Ap 16.16; cf. Jl 3.14; Zc 14.1-2).
Arrebatamento – evento que compõe a segunda vinda de Cristo onde os crentes se encontrarão com Ele nos ares.
Ásia Menor: A localização geográfica onde estão inseridas as sete igrejas que recebem as correspondências enviadas pelo próprio Jesus Cristo. Constitui-se também no pano de fundo dos acontecimentos narrados no livro e o representativo de todas as igrejas em todos os lugares e tempo, até o retorno glorioso de Cristo. A Ilha de Patmos na qual João está exilado e onde escreve o Apocalipse está nessa região.
Água da Vida: A água viva é a vida eterna em Cristo (21.6, 22.1, 17). Nenhuma promessa deve falhar: os necessitados e sedentos sempre serão convidados a virem a Ele, pois sempre haverão de encontrar novas fontes de vida nele. (Cf. Is 55.1, Jo 4.10-14; 7.37-38). A benção é prometida livremente, como um presente sem garantia, sem dinheiro e sem preço. Consolação refrescante, que satisfará todos os anseios e as expectativas mais exaltadas dos cristãos; felicidade que sempre fluirá para eles, como a água de uma fonte perene. Este é a essência das boas novas de Deus – essa água viva é gratuita para todos os que têm sede de salvação e justiça (22.17).
Árvore da Vida: Os redimidos agora viverão para sempre em um corpo glorificado (2.7, 22.14, 22.19). O Rio e Árvore têm o mesmo epíteto, e trazem o mesmo presente para os cidadãos da Nova Jerusalém. Todas as bênçãos que Jesus dá são sintetizadas na literatura joanina, como vida. A única vida verdadeira é viver como servos redimidos de Deus, e a vida é nossa aqui e agora, se somos dele. Essa é uma referência muito significativa, pois nos arremete novamente ao Jardim do Éden, onde o pecado lançou fora o primeiro casal e produziu a morte; mas em Jesus Cristo somos novamente inseridos nesse Jardim, pois ele é o restaurador de todas as bênçãos perdidas. Cristo traz de volta o Éden e retira a espada flamejante; e, em vez do querubim que impede que se coma do fruto da Árvore da Vida, agora temos o convite gracioso de Jesus: "Venham! Comam; e vivam para sempre".
Babilônia [a grande Babilônia]. No livro do Apocalipse a “Babilônia” é o símbolo de toda corrupção e imoralidade. Ela é descrita em sua grandeza (16.19; 17.18; 18.2; 18.10; 18.16; 18.18-19; 18.21) e seu "domínio sobre os reis da terra" (17.18), mas seu objetivo é perverter todo o mundo e as nações (17.15; cf. 17.1; 14. 8; 17. 2; 18. 3; cf. 18.23). Além disso, Babilônia tem uma relação especial com a besta (17.3), de modo que o as atividades malignas da cidade prostituta é o mesmo da besta (17.7). A primeira referência a ela é um juízo de destruição definitiva (14.8); ela atrai como um para raio o juízo de Deus (16.17-21; especialmente v. 19). Ela não somente é a fonte das abominações na terra (17.5), como se constitui na grande responsável pelo martírio dos cristãos (17.6; 18.24). A ironia apocalíptica é que a Babilônia vai ser destruída pelo seu próprio aliado a Besta (17.16-17) é resultante do decreto de Deus (17.17) e definitiva (18.9-19), pois no não há lugar para ela na Nova Criação que Jesus Cristo está estabelecendo. “Babilônia era a grande inimiga de Israel nos tempos do Antigo Testamento (Isaías 21: 9; Jeremias 50: 2; 51: 8) e aqui está a capital da civilização apostata final, o símbolo da sociedade humana organizada politicamente, economicamente e religiosamente em oposição e desafio a Deus” (LADD, 2008, p. 194). 
Balaão (Doutrina de): O profeta pagão chamado Balaão, da região da Mesopotâmia, foi contratado pelos inimigos do povo de Israel para amaldiçoa-los, mas Deus reverteu o resultado final. Todavia, Balaão orientou a Balaque, rei dos moabitas que o havia contratado, como induzir os israelitas a pecarem para que perdessem o favor de Deus (Nm 31.16; Dt 23.4; cf. 2Pe 2.15; Jd 1.11). A "doutrina de Balaão" (Ap 2.14) implica em todo e qualquer utilização da mensagem evangélica para beneficio próprio e toda falsa pregação que incentiva a libertinagem hedonista. Os cristãos da cidade de Pérgamo foram repreendidos pelo próprio Cristo, através de João, por aderirem a essa doutrina perniciosa. [Nestes últimos tempos tem predominado no evangelicalismo brasileiro está forma espúria e condenável de pregação].
Babilônia: Uma cidade célebre situada no Eufrates, cujo fundamento original é descrito sob a palavra Babel – a origem da confusão de línguas e divisão de nações. Sob Nabucodonosor, Babilônia atingiu o ápice de sua grandeza e esplendor, em consequência da opulência e do luxo dos habitantes, a corrupção e a licenciosidade dos costumes e da moral foram levados a um extremo assustador. Seu próprio nome passou a simbolizar tudo o que é materialista, mundano, mau e perverso. Durante os dias do apóstolo João, Roma simbolizou a Babilônia. No entanto, ao longo do tempo, Babilônia tornou-se um nome simbólico aplicado a qualquer poder, império ou "grande cidade, que reina sobre os reis da terra" (Ap 17.18). Babilônia representa adoração falsa, ideologias espúrias, religião corrupta e estilos de vida imorais. As cabeças e chifres da “Besta” simbolizam os governos mundanos, reinos, poderes, povos e governantes do mundo que abraçaram o materialismo e o modo de vida babilônico. Ela é chamada de “mãe das prostituições e abominações”, “mãe das abominações” e “a prostituta que está assentada sobre muitas águas” (Ap 17.1, 5, 12), e “o nome da blasfêmia” (Ap 13.1; 17.3). O termo “Babilônia” também pode ser uma designação usada para representar o mundanismo, o materialismo, o hedonismo e a maldade em geral. As características da Babilônia identificadas no livro do Apocalipse incluem o seguinte. Babilônia derrama o sangue dos santos e dos profetas (Ap 16.6; 17.6; 18.24); é conhecida por seu prazer de extrema riqueza e luxo extravagante (Ap 17.41; 18.3,11-16); é caracterizada por imoralidade sexual e apetites indulgentes (Ap 17.1-2,5); tem domínio sobre todas as nações (Ap 17.15,18; 18.3, 23-24); seu destino deve ser a destruição juntamente com os reis que, por causa de seus enganos, farão guerra ao Cordeiro e aos santos. “Então um anjo poderoso levantou uma pedra de forma semelhante à duma pedra de moinho, jogou-a no oceano e bradou. Babilônia, aquela grande cidade, será atirada fora, como eu atirei esta pedra, e desaparecerá para sempre. Nunca mais haverá ali o som da música - não haverá mais pianos, nem saxofones, nem trombetas. Nenhuma indústria de espécie alguma jamais existirá novamente lá, e não mais se moerá grão. Escuras, bem escuras serão as noites dela; nem uma única lâmpada numa janela jamais se verá outra vez. Não mais os sinos alegres de casamento, nem vozes felizes de noivos e noivas. Seus negociantes eram conhecidos ao redor do mundo e ela enganava todas as nações com as suas feitiçarias. E ela foi também responsável pelo sangue de todos os profetas e santos martirizados" (Ap 18.21-24; cf. 17.14-16).
Balança (na mão): Instrumento usado para pesagem (Ap 6.5-6); dois pratos suspensos em cordas presas a um raio de equilíbrio, cujo feixe é suspenso por um cordão no centro, suspenso por um anel ou gancho, mas também eram mantidos pela mão [o símbolo atual da justiça]. Ela é carregada pelo terceiro cavaleiro do Apocalipse e é uma representação figurativa das provações e tribulações do ser humano. Assegura que a equidade prevalecerá em todos os negócios entre Deus e a humanidade; DEUS sabe o quão pesado é cada fardo e cada sofrimento, por esta razão, Ele sabe o quanto seus servos podem suportar. Enquanto a balança de Deus é justa, a balança humana é corrupta, pois seus juízes aceitam subornos e são influenciados pelas circunstâncias. O grande conforto do cristão é que ele será pesado pela balança de Deus e não dos homens.
Besta: Uma combinação de poder civil e religioso. Em Daniel, as feras representavam os quatro impérios universais. A palavra grega traduzida por “besta” em Apocalipse é “therion”. Essa palavra denota um animal - especialmente um animal selvagem - e, por extensão, um ser totalmente selvagem. O escritor usa therion em seu sentido natural uma única vez (6.8), mas os outros 30 o termo é usado em seu sentido figurado, referindo-se a um agente utilizado por Satanás para se opor a Deus, ao Cordeiro e aos santos. A maioria das ocorrências de therion é encontrada nos capítulos 13 e 17, onde temos a descrição de “uma besta saindo do mar” (13.1) [mar é um símbolo do abismo (11: 7)], “outra besta saindo da terra” (13.11) e “uma besta escarlate” [. . .] tinha sete cabeças e dez chifres ”(17.3). Pelo menos uma delas (13.11-18), é aparentemente o mesmo que o falso profeta (comp. 13.11-14; 19.20).Em contraste com a Besta surge a figura do Cordeiro (Ap 5.6). Em algum momento surge a figura de um Cordeiro deformado, pois “falava como dragão”, simbolizando os falsos profetas e anticristos, ou seja, uma pessoa, poder ou influência que defende e propaga o mal, ainda que transvestido de cristianismo (Ap. 13.11).
Bem-Aventuranças [Bênçãos]: O Senhor Jesus pronuncia várias bênçãos sobre os justos que ouvem e atendem a revelação dada por meio de Seu servo João. Essas bênçãos são geralmente referidas como bem-aventuranças. No transcorrer do livro há uma série de bem-aventuranças, e por serem sete significa que se trata de uma alegria (bênção) perfeita e/ou completa (1.3 [x2]; 14.13 [x2]; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Cada uma delas segue uma fórmula consistente que insta o leitor/ouvinte a ler/ouvir, entender e fazer aquilo que é pronunciado neste livro de profecia. Todos os cristãos que ouvem e obedecem a Palavra de Deus podem esperar as seguintes bênçãos que João menciona: eles participarão da “árvore da vida ... no paraíso de Deus e herdarão a vida eterna” (Apocalipse 2. 7; 22 . 2,14); ao morrerem neste mundo “descansarão de seus labores; e as suas obras os seguem ”(Ap 14.13); eles não sofrerão a “segunda morte [ou espiritual]”; eles se tornarão “sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Ap 2.11; 20.6; 20.14; 21.8; cf. Sl 116.15); receberão “maná escondido” [o Pão da Vida (João 6.51),  um “novo nome” e uma “pedra branca” que é uma referência à aceitação e aprovação de Deus; eles receberão a "estrela da manhã" (Ap 2.28); reinarão com Deus “sobre muitos reinos” e serão feitos “reis e sacerdotes” (Ap 1.5-6; 2.26; 5.9-10; 22.3); seu nome não será removido do Livro da Vida, e Cristo “confessará seus nomes” perante o Pai e os anjos do céu e os vestirá em “vestes brancas” ou, em outras palavras, em glória celestial; eles serão convidados a “andar com Cristo” e serão bem-vindos à “ceia das bodas do cordeiro” (Ap 2.17; 3.2,5; 6.11; 7.14; 19.8-9,14; 21.27; cf. Mt 10.32-33; 2Tm. 2.12); eles viverão na Nova Jerusalém (Ap 3.12); compartilharão os tronos reais com o Pai e Jesus Cristo e se sentarão no meio deles (Ap 3.21; 4.2; 6.16; cf. Rm 8.17-18); eles herdarão tudo o que Deus tem, e eles se tornarão filhos e filhas de Cristo e Ele os aceitará como Seus "chamados, escolhidos e fiéis" (Ap 17.14; 21.7; cf. At 17.29; Rm 8.16-17; Gl 4.7; Hb 12.9).
Berilo: uma joia transparente de uma cor verde azulada, donde é chamado pelos lapidários, agua marina. A primeira da quarta fileira de pedras preciosas no peitoral do sumo sacerdote (Ex 28.20; 39.13); é a oitava pedra usada na fundação do muro da Nova Jerusalém (Ap 21.20).
Blasfêmia: O nome dado a Besta que surge do mar ((Ap 13.1; 17.3). Este nome se encaixa porque é o objetivo da besta suplantar o único e verdadeiro Deus (Ap 2.9; 13.5-6; 16.9, 11, 21). Blasfemar é depreciar ou profanar o nome de Deus [usar o nome de Deus para explorar os neófitos]; alegar ser Deus ou fingir possuir atributos e poderes divinos.
Dia do Senhor – evento que compõe a segunda vinda de Cristo como um todo para a consumação de todas as coisas. O julgamento e a destruição dos inimigos de Deus são características marcantes desse dia (interpretação amilenista).

Escatologia – literalmente o “estudo das últimas coisas”. O termo abarca questões relativas a vida após a morte, bem como os eventos relativos ao fim dos tempos.


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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