quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Apocalipse: Jesus Cristo Glorificado


            Quando lemos as páginas das narrativas evangélicas que compõe o nosso Segundo Testamento [NT] temos uma percepção de Jesus humano, que nasceu e viveu e morreu em tudo semelhante a nós, mas como bem disse Paulo, “porém sem pecado”. Desta forma não é difícil nos identificarmos com Ele e de nos aproximarmos dele. É por esta razão que muitos não “cristãos” e até mesmo aqueles que não apreciam a religião gostam de falar e usar Jesus como exemplo e modelo. É o mártir da paz; é o pedagogo por excelência; é o modelo de ser humano e etc. Não é difícil gostar e apreciar o Jesus evangélico.
            Mas quando lemos o livro do Apocalipse contemplamos um Jesus Cristo totalmente diferente: revestido de glória, poder e majestade. No último livro da bíblia Jesus Cristo está assentado no Trono e reina soberanamente sobre toda a terra. Esse Jesus Cristo exaltado não agrada as pessoas; elas ficam chocadas e horrorizadas com esse Jesus que derrama o juízo sobre as nações; elas não podem suportar um Jesus que estabelece sua vontade soberana como padrão para a raça humana; eles rejeitam violentamente esse Jesus que julgará os vivos e os mortos e que lançara os condenados no inferno juntamente com o diabo e seus anjos. E atualmente até mesmo grande parcela dos evangélicos tem ignorado esse Jesus que perscruta as mentes e os corações; esse Jesus que jamais se deixa controlar por pseudos líderes; a grande maioria dos evangélicos ignora ativa e passivamente esse Jesus do Apocalipse, pois não querem se curvar diante dele e adora-lo, pois o que realmente desejam é apenas se servir Dele para saciarem suas necessidade de poder e riqueza. Mas é esse Jesus Cristo ressuscitado, ascendido e glorificado que se revela em toda sua plenitude nas páginas do último livro da bíblia; é esse Jesus Cristo ressuscitado, ascendido e glorificado que precisamos conhecer e proclamar diante desse quadro de decadência moral e religiosa que a sociedade brasileira tem vivenciado. Não haverá esperança alguma para o Brasil se não proclamarmos a tempo e fora de tempo e por todos os meios possíveis esse Jesus Cristo ressuscitado, ascendido e glorificado.
            O primeiro verso do Apocalipse declara que o livro é “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer,...”. Esta declaração pode ser interpretada de dois modos, como o “Apocalipse daquele que é Jesus Cristo” ou como o “Apocalipse que vem de Deus e mediado através de Jesus Cristo”. Não há razão para se discutir, pois ambas são verdadeiras. O Apocalipse nos revela o Cristo ressurreto, ascendido e glorificado como nenhum outro livro na bíblia.  Nele encontraremos muitos títulos divinos dados a Jesus Cristo. Logo no inicio do livro Jesus não é chamado de Justo ou Messias, que eram as ênfases de Jesus em sua vida terrestre em sua função de Salvador, conforme registrado nos Evangelhos. Cristo revela sua origem divina porque ele é Deus.
Mike Biclke em seu livro “Uma paixão por Jesus” diz que a fim de vencer a perseguição e as tentações do mundo é necessário conhecer a Jesus na intimidade. Meditando nas descrições de Jesus fornecida no Apocalipse é possível alcançarmos esta intimidade.
            Em 1.1 encontramos que Deus deu a Jesus Cristo o Apocalipse para mostrar a seus servos o que deve logo acontecer. De modo direto no começo do livro Jesus pode ser visto como o Senhor mostrando a seus servos o que lhes reserva o futuro próximo.
            Em 1.5-7 Jesus Cristo é descrito como.
A fiel testemunha.
O primogênito dos mortos.
O soberano dos reis da Terra.
Aquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados por seu sangue.
Aquele que nos constituiu para sermos um reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai.
Pois a ele pertence a glória e o poder para sempre.
Aquele que virá novamente e todo o mundo o verão.
            Em 1.13 nós achamos “um semelhante a filho de homem” no meio das sete igrejas. Esta ênfase em sua humanidade, a qual nunca perdeu mesmo quando ele ascendeu ao céu, revela que o universo é controlado por um homem, o primeiro entre muitos irmãos. Então segue uma descrição deste homem glorioso “com vestes talar e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã e como a neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força” (1.13-16). A visão dele foi o bastante para fazer João cair aos seus pés como se morto. Jesus então se refere a alguns de seus títulos divinos (o “eu sou”).
Eu sou o Primeiro e o Último.
Eu sou o que Vive; Eu estive morto, e agora sou aquele que vive para sempre.
Eu possuo as chaves da morte e do inferno.
            Então, vêm as cartas dirigidas às sete igrejas, enviadas por aquele que caminha no meio delas e cujos olhos ardentes observam sua condição. Ele elogia o que é bom e reprova e corrige o que é ruim. Ele mesmo se apresenta e promete recompensas divinas para aqueles que permanecerem fieis:
I. Eféso. Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro (2.1).
II. Esmirna. Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver (2.8).
III. Pergamo. Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes (2.12).
IV. Tiatira. Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido (2.18).
V. Sardes. Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (3.1).
VI. Filadélfia. Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (3.7).
VII. Laodicea. Estas coisas, diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus (3.14).
            Em Ap 5 vemos Cristo como o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, como aquele que triunfou. Ele está de pé no centro do trono de Deus cercado pelos seres viventes e entre os anciãos ocupando o centro do céu. Ele é então introduzido como “um Cordeiro como tendo sido morto” (5.6 - cf. Isaías 53.7).
            Em 5.7 Ele é o único que tem o direito, em toda criação, de tomar o rolo da mão do Pai. Ele é então louvado pelos quatros ser viventes como aquele que é merecedor de abrir os selos. Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (5.9,10).
            Ele é então louvado pelos anjos como aquele que é merecedor. “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (5.12).
            Ele é então louvado por toda a criação. Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (5.13). Jesus é adorado junto com Deus.
            Em Ap 6 ele é aquele que abre os sete selos para revelar o conteúdo do rolo.
            Em 7.14 nós temos a extraordinária descrição da grande multidão que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e se fizeram puros. Em 7.17 nós achamos o Cordeiro descrito como o Pastor que os conduz às fontes da água viva.
            Em 12.5 ele é descrito como aquele “que há de reger todas as nações com cetro de ferro”.
            Em 13.8 o livro da vida pertence ao Cordeiro que foi morto antes da criação do mundo.
            Em 14.14 ss., ele é aquele que fará a ceifa da Terra.
            Em 19.7 o Cordeiro é o Noivo que espera pela Igreja sua Noiva que já esta sendo preparada para o casamento.
            Em 19.11 ss., encontramos umas das mais completas descrições do Cordeiro e Sua vitória sobre seus inimigos. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito. REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”.
            Ap 19.17-21 descreve a vitória final do Cordeiro sobre a besta e o falso profeta e seu exército, a vitória sobre Satanás é descrito no capítulo 20.
            Em 21.22 descobrimos que o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o Templo da nova Jerusalém e o Cordeiro é a luz da Nova Jerusalém.
            Em 22.1 descobrimos que a fonte do rio da vida brota do trono de Deus e do Cordeiro.
            Em 22.12 Jesus testemunha que Ele está vindo em breve, e Ele mesmo é que recompensará o íntegro e o mau conforme suas ações.
            Ele é descrito em 22.13 com os títulos divinos de o “Alfa e o Omega, o Primeiro e o Último, o Início e o Fim”. O que se constitui sem dúvida alguma em um dos melhores textos para demonstrar a divindade de Cristo.
            Em 22.16 ele se descreve como sendo “a Raiz e a Descendência de Davi, e a brilhante Estrela Matutina”.
            Finalmente, ele é o Cristo que testemunha quanto à verdade deste livro e que reafirma. “Sim, eu estou vindo em breve”.

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
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Referências Bibliográficas
ALEXANDER H. E. Apocalipse. São Paulo: Ed. Ação Bíblica do Brasil, 1987.
ASHCRAFT, Morris. Comentário Bíblico Broadman, v.12, ed. JUERP, 3ª ed., 1983.
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