Quando lemos as páginas das
narrativas evangélicas que compõe o nosso Segundo Testamento [NT] temos uma percepção
de Jesus humano, que nasceu e viveu e morreu em tudo semelhante a nós, mas como
bem disse Paulo, “porém sem pecado”. Desta forma não é difícil
nos identificarmos com Ele e de nos aproximarmos dele. É por esta razão que
muitos não “cristãos” e até mesmo aqueles que não apreciam a religião gostam de
falar e usar Jesus como exemplo e modelo. É o mártir da paz; é o pedagogo por
excelência; é o modelo de ser humano e etc. Não é difícil gostar e apreciar o
Jesus evangélico.
Mas quando lemos o livro do
Apocalipse contemplamos um Jesus Cristo totalmente diferente: revestido de
glória, poder e majestade. No último livro da bíblia Jesus Cristo está
assentado no Trono e reina soberanamente sobre toda a terra. Esse Jesus Cristo
exaltado não agrada as pessoas; elas ficam chocadas e horrorizadas com esse
Jesus que derrama o juízo sobre as nações; elas não podem suportar um Jesus que
estabelece sua vontade soberana como padrão para a raça humana; eles rejeitam
violentamente esse Jesus que julgará os vivos e os mortos e que lançara os
condenados no inferno juntamente com o diabo e seus anjos. E atualmente até
mesmo grande parcela dos evangélicos tem ignorado esse Jesus que perscruta as
mentes e os corações; esse Jesus que jamais se deixa controlar por pseudos
líderes; a grande maioria dos evangélicos ignora ativa e passivamente esse
Jesus do Apocalipse, pois não querem se curvar diante dele e adora-lo, pois o
que realmente desejam é apenas se servir Dele para saciarem suas necessidade de
poder e riqueza. Mas é esse Jesus Cristo
ressuscitado, ascendido e glorificado que se revela em toda sua plenitude
nas páginas do último livro da bíblia; é esse Jesus Cristo ressuscitado, ascendido e glorificado que precisamos conhecer
e proclamar diante desse quadro de decadência moral e religiosa que a sociedade
brasileira tem vivenciado. Não haverá esperança alguma para o Brasil se não
proclamarmos a tempo e fora de tempo e por todos os meios possíveis esse Jesus Cristo ressuscitado, ascendido e
glorificado.
O primeiro verso do Apocalipse declara que o livro é “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar
aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer,...”. Esta
declaração pode ser interpretada de dois
modos, como o “Apocalipse
daquele que é Jesus Cristo” ou como o “Apocalipse que vem de Deus e mediado através de Jesus
Cristo”. Não há razão para se discutir, pois ambas são verdadeiras. O
Apocalipse nos revela o
Cristo ressurreto, ascendido e glorificado
como nenhum outro livro na bíblia. Nele
encontraremos muitos títulos
divinos dados a Jesus Cristo. Logo no inicio do livro
Jesus não é chamado de Justo ou Messias, que eram as ênfases de Jesus em sua vida terrestre em sua função de Salvador,
conforme registrado nos Evangelhos. Cristo revela sua origem divina porque
ele é Deus.
Mike Biclke em seu livro “Uma paixão por Jesus” diz que a fim de vencer a perseguição e as
tentações do mundo é necessário conhecer a Jesus na intimidade. Meditando nas descrições de Jesus fornecida
no Apocalipse é possível alcançarmos esta intimidade.
Em 1.1 encontramos que Deus
deu a Jesus Cristo o Apocalipse para mostrar
a seus servos o que deve logo
acontecer. De modo direto no começo do livro Jesus pode ser visto
como o Senhor mostrando a seus servos o que lhes reserva o futuro próximo.
Em 1.5-7 Jesus Cristo é
descrito como.
A fiel testemunha.
O primogênito dos mortos.
O soberano dos reis da Terra.
Aquele que nos ama e nos libertou de nossos pecados por
seu sangue.
Aquele que nos constituiu para sermos um reino e
sacerdotes para servir a seu Deus e Pai.
Pois a ele pertence a glória e o poder para sempre.
Aquele que virá novamente e todo o mundo o verão.
Em 1.13 nós achamos “um semelhante a filho de homem” no meio das
sete igrejas. Esta ênfase em sua humanidade, a qual nunca perdeu mesmo quando
ele ascendeu ao céu, revela que o universo é controlado por um homem, o
primeiro entre muitos irmãos. Então segue uma descrição deste homem glorioso “com vestes talar e cingido, à
altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos
como alva lã e como a neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes
ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas
águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada
de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força” (1.13-16). A visão dele foi o bastante
para fazer João cair aos seus pés como se morto. Jesus então se refere a alguns
de seus títulos divinos (o “eu sou”).
Eu sou o Primeiro e o Último.
Eu sou o que Vive; Eu estive morto, e agora sou aquele que vive
para sempre.
Eu possuo as chaves da morte e do inferno.
Então, vêm as cartas dirigidas às
sete igrejas, enviadas por aquele que caminha no meio delas e cujos olhos
ardentes observam sua condição. Ele elogia o
que é bom e reprova e
corrige o que
é ruim. Ele mesmo se apresenta e promete recompensas divinas para aqueles que
permanecerem fieis:
I. Eféso.
Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda
no meio dos sete candeeiros de ouro (2.1).
II. Esmirna.
Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver (2.8).
III. Pergamo.
Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes (2.12).
IV. Tiatira.
Estas coisas diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés
semelhantes ao bronze polido (2.18).
V. Sardes.
Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (3.1).
VI. Filadélfia.
Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que
abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (3.7).
VII. Laodicea.
Estas coisas, diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da
criação de Deus (3.14).
Em Ap 5 vemos Cristo como o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, como aquele que triunfou. Ele
está de pé no centro do trono de Deus cercado pelos seres viventes e entre os
anciãos ocupando o centro do céu. Ele é então introduzido como “um Cordeiro como tendo sido morto” (5.6 - cf. Isaías 53.7).
Em 5.7 Ele é o único que tem
o direito, em toda criação, de tomar o rolo da mão do Pai. Ele é então louvado
pelos quatros ser viventes como aquele que é merecedor de abrir os selos. “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de
toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e
sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (5.9,10).
Ele é então louvado pelos anjos como
aquele que é merecedor. “Digno
é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força,
e honra, e glória, e louvor” (5.12).
Ele é então louvado por toda a
criação. “Àquele que
está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o
domínio pelos séculos dos séculos” (5.13). Jesus é adorado junto com
Deus.
Em Ap 6 ele é aquele que
abre os sete selos para revelar o conteúdo do rolo.
Em 7.14 nós temos a
extraordinária descrição da grande multidão que lavaram suas vestes no sangue
do Cordeiro e se fizeram puros. Em 7.17
nós achamos o Cordeiro descrito como o Pastor que os conduz às fontes da água
viva.
Em 12.5 ele é descrito como
aquele “que há de
reger todas as nações com cetro de ferro”.
Em 13.8 o livro da vida pertence ao
Cordeiro que foi morto antes da criação do mundo.
Em 14.14 ss., ele é aquele
que fará a ceifa da Terra.
Em 19.7 o Cordeiro é o Noivo
que espera pela Igreja sua Noiva que já esta sendo preparada para o casamento.
Em 19.11 ss., encontramos
umas das mais completas descrições do Cordeiro e Sua vitória sobre seus
inimigos. “Vi o céu
aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e
julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há
muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está
vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e
seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras
de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com
ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente,
pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e
na sua coxa um nome inscrito. REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”.
Ap 19.17-21 descreve a vitória
final do Cordeiro sobre a besta e o falso profeta e seu
exército, a vitória sobre Satanás é descrito no capítulo 20.
Em 21.22 descobrimos que o
Deus Todo-poderoso e o Cordeiro são o Templo da nova Jerusalém e o Cordeiro é a
luz da Nova Jerusalém.
Em 22.1 descobrimos que a
fonte do rio da vida brota do trono de Deus e do Cordeiro.
Em 22.12 Jesus testemunha
que Ele está vindo em breve, e Ele mesmo é que recompensará o íntegro e o mau
conforme suas ações.
Ele é descrito em 22.13
com os títulos divinos de o “Alfa e
o Omega, o Primeiro e o Último, o Início e o Fim”. O que se
constitui sem dúvida alguma em um dos melhores textos para demonstrar a
divindade de Cristo.
Em 22.16 ele se descreve
como sendo “a Raiz e a
Descendência de Davi, e a brilhante Estrela Matutina”.
Finalmente,
ele é o Cristo que testemunha quanto à verdade deste livro e que reafirma. “Sim,
eu estou vindo em breve”.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br//
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