Nunca se falou ou discutiu tanto a respeito de Jesus como nestes últimos anos. As mais diversas opiniões têm sido dadas com respeito à sua vida. Não faltam aqueles que abertamente negam a sua existência histórica, mas quanto a estes não temos com que nos preocupar.
A preocupação esta
naqueles que admitem sua existência e até mesmo exaltam suas qualidades – mas
não se referem ao Jesus que emana dos textos evangélicos da bíblia –
e sim a um Jesus que é extraído de centenas de textos fecundamente produzidos
nos séculos II em diante, totalmente influenciado pelos conceitos gnósticos.
Atuais Best
Sellers que ultrapassaram a tiragem de mais de 1 milhão de
exemplares como “Código Da Vinci” [1] são sub produtos da cultura pós-moderna, que
pretensiosamente afirmam estarem desvendando os mistérios e revelando o
verdadeiro Jesus escondido pelos evangelistas bíblicos e posteriormente pela
igreja cristã.
Pior
do que as peças de ficção como o acima mencionado, é a literatura produzida por
pseudos cristãos amargurados e frustrados como o livro “O
Que Jesus disse? O que Jesus não disse?” de Bart Ehrman. Apesar de se identificar como
sendo de origem evangélica tradicional, este autor esforça-se por todos os
meios para revestir seu livro de uma veracidade que não resiste de forma alguma
aos critérios básicos de uma exegese saudável e honesta.
Tanto Bart quanto Brown e
seus companheiros e discípulos nada estão trazendo de novo sobre Jesus. Suas
fontes de informação é uma vasta literatura que proliferou abundantemente nos
primeiros séculos e que “hoje” estão sendo "descobertos"
por estes escritores que se utilizando de forma criativa tem produzido
suas histórias Hollywoodianas.
Desde
o principio a questão de “quem era Jesus” permeou a mente e o
coração das pessoas. Os três primeiros evangelistas registram um destes
momentos (Mt 16; Mc 8; Lc 9). As duas perguntas
básicas são: “Quem os outros dizem que eu (Jesus) sou?” e “Quem
vocês dizem que eu sou?”. As respostas continuam
sendo o divisor de águas entre os que creem e
aqueles que não creem.
Para
aqueles que não aceitam que Jesus é o único meio pelo qual o
ser humano pode ser salvo, a resposta à pergunta acima não faz a mínima
diferença. Os escritores acima e milhares de outros estudiosos religiosos
não acreditam que Jesus seja o salvador de alguém. No máximo foi um grande
homem, um grande mestre, alguém que estava disposto a dar sua vida em favor do
próximo numa busca utópica de uma sociedade mais justa e amorosa e pagou um
alto preço - morrendo como um mártir.
O
Jesus que está registrado nos evangelhos bíblicos é amplamente rejeitado por
eles pela simples razão de que reivindica a Divindade e se coloca como o único
caminho de se ir a Deus e a única possibilidade de alguém alcançar a salvação
eterna. Para estas pessoas e
seus aficionados leitores tais reivindicações do Jesus bíblico são
inadmissíveis. Suas mentes pós-modernistas não aceitam qualquer
afirmação absoluta e inquestionável. Para tais pessoas a “fé” é
um subproduto de suas próprias mentes e conjecturas, que pode ser facilmente
mutável ao sabor das últimas novidades.
Quero concluir colocando
outra questão, que creio ser fundamental nesta questão sobre a pessoa de Jesus:
“Por que as pessoas ainda se fascinam por Jesus?" Já se
passaram mais de dois mil anos. A ciência se multiplicou de forma assombrosa. A
tecnologia estende seu domínio violentamente sobre cada pessoa deste mundo.
Milhares de personagens surgiram, brilharam, e desapareceram. Mas Jesus
continua sendo estudado, falado, comentado, desacreditado e o mais importante
– CRIDO. Mudou e continua mudando a história de pessoas em
todo o mundo, onde quer que o Evangelho chegue. A única resposta é
porque Jesus é o que os evangelistas e toda a Bíblica diz que ele é – o
Filho de Deus e o Salvador de todo aquele que crê.
Você
e eu temos que escolher em qual Jesus haveremos de acreditar: no Jesus gnóstico dos
escritores atuais ou no Jesus bíblico?
O primeiro não
pode salvar ninguém, pois não passa de uma ficção;
O segundo afirma
ser o Deus que Salva todo aquele que nele crê.
É Natal – em que Jesus você crê?
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Outro Blog
Historiologia Protestante
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Outras Reflexões
Nota
[1] O
autor Dan Brown afirma, por exemplo, que Jesus foi casado e que a ideia de sua
divindade foi artificialmente construída pelo Imperador Constantino em 325 d.C.
para legitimar o cristianismo tornando-o a religião oficial. Entretanto, quando
o livro e suas pseudas informações são examinados pelo prisma da veracidade histórica
e textual, sua “história” torna-se uma mera peça de ficção literária.
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